Adriano Oliveira

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Conjuntura e Estratégias

Perfil:Doutor em Ciência Política. Professor da UFPE - Departamento de Ciência Política. Coordenador do Núcleo de Estudos de Estratégias e Política Eleitoral da UFPE.

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O petismo e o eduardismo

Adriano Oliveira, | seg, 22/10/2012 - 12:49
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A vitória do PSB na cidade do Recife possibilitou o fim do ciclo eleitoral e político do PT. O fim do ciclo eleitoral caracteriza-se pela perda da prefeitura para o PSB. E o fim do ciclo político caracteriza-se pelo fortalecimento do governador Eduardo Campos na capital pernambucana. Ciclos são dinâmicos. Portanto, talvez, daqui a certo tempo, venho a falar no fim do ciclo do PSB em Pernambuco. Adianto, entretanto, que, por enquanto, o fim do ciclo do PSB não é visível.

Pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN) em março de 2012 indagou: Você tem preferência por algum partido político? 36% afirmaram que sim. Neste universo, 82,9% afirmaram ter preferência pelo PT. Em abril de 2012, o IPMN perguntou ao eleitor: Você sabe qual é o partido do atual prefeito do Recife? 67% afirmaram que sim. No universo dos que responderam sim, 99,3% afirmaram que era o PT. E para 65%, no universo de 67%, o PT merecia continuar à frente da prefeitura do Recife independente do candidato. Em janeiro de 2012, pesquisa do IPMN revelou que João Paulo era considerado por 50% dos eleitores como o melhor prefeito do Recife nos últimos anos.

Os dados apresentados, os quais foram colhidos no primeiro semestre de 2012, me permitiram afirmar que existia o fenômenos social petismo no Recife. O que seria o petismo? Conjunto de eleitores que independente dos candidatos que estarão em disputa na eleição municipal e independente da avaliação do prefeito João da Costa votarão no PT. As causas do petismo sempre foram nítidas, quais sejam: 1) Memoria positiva de parte dos eleitores em relação ao ex-prefeito João Paulo; 2) Admiração de parte dos eleitores para com o PT; 3) E o lulismo.

Eleitores não são árvores. Eles mudam de opinião, constroem novas preferências e fazem escolhas. Os resultados finais da eleição do Recife corroboram com essa premissa. Os eleitores mudaram a sua preferência e, por consequência, fizeram novas escolhas. As novas escolhas permitiram o fim dos ciclos político e eleitoral do PT em Recife. Ou melhor: o fim do petismo.

O fim do petismo é comprovado empiricamente. A vitória de Geraldo Júlio no primeiro turno é o indicador mais nítido. Porém, existem outros dois. Pesquisa divulgada em 05 de outubro, às vésperas da eleição, revela que 76% dos eleitores sabiam qual era o partido que estava à frente da prefeitura do Recife. Neste universo, 99,8% afirmaram que era o PT. E 23%, no universo de 76%, frisaran que o PT merecia continuar à frente da prefeitura do Recife. Em abril o percentual era de 65%. Portanto, decréscimo considerável.

Não se deve desprezar que 81% dos eleitores recifenses aprovam a gestão do governador Eduardo Campos – Pesquisa IPMN em 05 de outubro. Este dado, mais a vitória de Geraldo Júlio, possibilitou que um novo fenômeno social surgisse em Pernambuco, qual seja: o eduardismo. O eduardismo se caracteriza pela existência de eleitores que têm como referência positiva o governador Eduardo Campos, e, por esta razão, optam por fazer escolhas sugeridas por ele. Até quando durará o eduardismo? Não tenho indicadores que me deem condições para prever o fim do eduardismo neste momento.    

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