O relançamento de um programa criado no governo Roberto Magalhães em 1985, com o devido reconhecimento ao ex-governador, é uma iniciativa digna de aplausos do governo Eduardo Campos.
E é exatamente isso que Eduardo persegue. A inclusão da referência histórica até nos anúncios publicitários do novo programa de segurança urbana só faltou citar o nome de Roberto Magalhães, mas rende-lhe homenagem ao descrever a experiência como “um grande sucesso”.
Presente na solenidade de lançamento, ontem, o ex-governador, que abandonou a política mas ainda participa da cúpula do DEM, prestigiando os eventos partidários, declarou estar lisonjeado com o gesto do herdeiro de Miguel Arraes – com quem, garante, se dava muito bem.
O gesto do governador é coerente com a movimentação recente de atração de antigos desafetos para o seu futuro palanque presidencial. Desta forma, Eduardo Campos vai se credenciando para juntar em torno de seu nome uma espécie de unanimidade em Pernambuco, minimizando a oposição interna a uma eventual candidatura à Presidência da República já em 2014, inclusive por parte de tradicionais adversários, cortejados como potenciais aliados.
No ano do centenário de nascimento de Nélson Rodrigues, Eduardo não está nem aí para o alerta de que seria a unanimidade burra, como escreveu o dramaturgo pernambucano. Prefere apostar na demonstração de grandeza de espírito, que beneficia o seu candidato a prefeito, Geraldo Júlio, e ainda cutuca o petismo raivoso com vara curta.
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