Participei, na semana passada, de um oportuno seminário sobre educação na Universidade de Yale, patrocinado pela Fundação Lemann. O tema principal do encontro foi o common core, ou, em tradução livre, o currículo comum que 46 estados americanos estão introduzindo nas disciplinas de língua inglesa, matemática e ciências.
A diretriz principal para a formulação do currículo comum segue três mandamentos: fewer, clear e higher. Ou seja, um currículo com menos itens, com mais clareza e com expectativas de aprendizagem mais elevadas.
Os americanos estão enxergando as evidências apresentadas pelos grandes sistemas internacionais de avaliação, com destaque para o Pisa, realizado pela OCDE. São esses os ensinamentos dados pelos sistemas educacionais que mais têm avançado no mundo contemporâneo: é necessário ter foco e definir com clareza que aptidões e conhecimentos os alunos devem ter ao final de cada série.
Enquanto nossos vizinhos do norte fazem um enorme esforço para construir um consenso entre 46 estados (lá eles não aceitam a interferência do governo central), aqui no Brasil falar desse tema é uma heresia. Há resistências passionais, quase histéricas, nas faculdades de pedagogia e no corporativismo.
Sem currículo nacional, carreira docente atraente, boa formação de professores, critérios eficazes de gestão e avaliação com consequências, vai ser muito difícil avançarmos.
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