Adriano Oliveira

Adriano Oliveira

Conjuntura e Estratégias

Perfil:Doutor em Ciência Política. Professor da UFPE - Departamento de Ciência Política. Coordenador do Núcleo de Estudos de Estratégias e Política Eleitoral da UFPE.

Os Blogs Parceiros e Colunistas do Portal LeiaJá.com são formados por autores convidados pelo domínio notável das mais diversas áreas de conhecimento. Todos as publicações são de inteira responsabilidade de seus autores, da mesma forma que os comentários feitos pelos internautas.

Quem vencerá 2014?

Adriano Oliveira, | qua, 29/01/2014 - 11:34
Compartilhar:

O ato de prever deve ser a tarefa de qualquer ator político ou estrategista. Previsões não representam vereditos, no caso profecias, mas possibilidades. Ou seja: diante de dados indicadores, o que poderá ocorrer? Diante desta indagação, cenários surgem. E são estes que devem guiar a formulação de estratégias. Não é possível construir estratégias eficientes desconsiderando as conjunturas.

Atores políticos costumam ter receio do futuro. Eles gostam do presente. Deste modo, as análises políticas avaliam apenas as condições presentes e dai constroem estratégias. Só que as estratégias criadas precisam considerar as condições presentes e futuras. Se apenas o presente é considerado na criação das estratégias, elas poderão vir a ser avaliadas como equivocadas no futuro.

Em 2011, afirmei que a expectativa de poder do PSB no estado de Pernambuco durará até 2022. Frisei também, em 2012, que após a eleição municipal do Recife, um novo pólo de poder surgiria em Pernambuco liderado pelo PTB e PT. A primeira previsão continua válida e condicionou a origem da segunda. Entretanto, diante de tantas especulações que tentam elucidar os desejos dos pernambucanos e guiar as estratégias dos competidores, algumas indagações são necessárias com o objetivo de prever o futuro.

Neste instante, não existem indícios de que Eduardo Campos não será candidato à presidência da República. Diante desta conjuntura, indago: 1) Qual será o desempenho do candidato do PSB ao governo de Pernambuco? 2) Tal desempenho depende, necessariamente, do desempenho de Eduardo Campos na disputa presidencial? Tais indagações partem de duas hipóteses: 1) Se Eduardo crescer eleitoralmente na corrida presidencial, o seu candidato ao governo de Pernambuco tende a vencer a disputa; 2) Se Eduardo não crescer eleitoralmente, ou seja, continuar na terceira posição, o seu candidato ao governo de Pernambuco tende a perder a eleição.

Ao considerar as duas hipóteses apresentadas, podemos construir dois cenários para o desempenho do senador Armando Monteiro (PTB) na disputa para o governo do Estado. Neste caso, se a primeira hipótese vier a ser verdadeira, Armando perderá a eleição. Então, a segunda hipótese representa o contexto mais adequado para o candidato do PTB vencer a eleição em Pernambuco.

Observem que os cenários propostos consideram a seguinte premissa: a disputa presidencial de 2014 terá influência no desempenho dos candidatos ao governo de Pernambuco. Neste sentido, observamos que Eduardo, Dilma e Lula são os protagonistas em Pernambuco. Então, se Eduardo, Lula e Dilma são os atores estratégicos, volta à tona minha conclusão que publicizei em 2013: a disputa em Pernambuco será entre Lula/Dilma versus o governador Eduardo Campos.

Mas não descarto outras possibilidades. É possível o candidato do PSB vencer o senador Armando Monteiro na disputa para o governo, independente do desempenho de Eduardo na disputa presidencial? É possível Armando Monteiro ser eleitor governador diante de um desempenho frágil de Dilma Rousseff no Brasil e em Pernambuco? A melhor estratégia para a oposição derrotar o PSB em Pernambuco é ofertar duas ou uma única candidatura? As indagações apresentadas requerem respostas adequadas, as quais virão de pesquisas e interpretações sábias.  

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

LeiaJá é um parceiro do Portal iG - Copyright. 2024. Todos os direitos reservados.

Carregando