Simone Bérgamo

Simone Bérgamo

Educação e Família

Perfil: Psicopedagoga e Mestre em Psicologia Social e da Personalidade.

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A estréia dos pequenos na escola

Simone Bérgamo, | seg, 04/02/2013 - 10:23
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O ingressar na Escola exige abertura para viver novas experiências, pois é um mergulho num mundo novo e desconhecido. Inicialmente a criança sente-se segura, pois está acompanhada por elementos de seu mundo: recreação, brinquedos, músicas e outras crianças.

Mas, é no momento de tornar-se “aluno”, isto é, componente de uma nova comunidade, que a criança revive a crise de adaptar-se ao desconhecido. Isso pode gerar na criança comportamentos de indecisão entre ficar em casa ou ir para a Escola, pois ela percebe que há coisas de que gosta de fazer e só pode fazê-las na Escola.

Essa passagem, essa decisão, esse ganhar um mundo novo, tem como parte os pais, cujo papel é ir caminhando com a criança (durante o período de adaptação) até que chegue o momento de deixá-la sozinha. Esse período vai variar de criança para criança, assim como varia o grau de confiança que os pais depositam na capacidade dela de se libertar e na capacidade da Escola de amá-la e de protegê-la.

Por isso, é importante que os pais façam do regresso da criança ao lar um momento de amor e não um momento de inquisição sobre a Escola, evitando com isso, transmitir-lhe as suas inquietações.

Adaptação é uma questão de tempo e de empenho da escola e dos pais, possibilitando às crianças uma adaptação menos dolorosa. Por isso, 

1 – Não tenha pressa. Não há prazo rígido para a criança se acostumar à nova situação.

2 – Tudo deve ser falado, mesmo que a resposta seja choro.

3 – Na despedida deve haver diálogo e sinceridade.

4 – Não prolongue a despedida, isso só reforça o sentimento da separação.

5 – A confiança dos pais na decisão da escola é fundamental para a adaptação.

6 – Converse com a criança sobre a Escola, mostrando-lhe os seus pontos positivos. 

 Depois dessas dicas, é só comemorar a entrada do seu filho em mais um grupo social. 

Brincando e Construindo

Simone Bérgamo, | qui, 01/12/2011 - 15:55
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Jogos, brincadeiras, histórias...

Universo infantil, fonte de fantasia, prazer e imaginação.

Espaço mobilizador dos desejos e dos sonhos.

  

Cultivar a sensibilidade e a criatividade é indispensável para a formação de uma personalidade íntegra.

As atividades lúdicas são fundamentais para a saúde física e mental da criança, possibilitando também um melhor desenvolvimento na construção do conhecimento.

“... a brincadeira que é universal e é própria da saúde: o brincar facilita o crescimento e portanto, a saúde; o brincar conduz aos relacionamentos grupais...”

Winnicott

 

Brincar facilita o crescimento. É essencial que as crianças possam usufruir um espaço lúdico, pois isso ajuda no desenvolvimento de suas potencialidades. Tolhidas disso podem transformar-se em adultos com dificuldades motoras e emocionais, desmotivados, desprovidos de curiosidade, com medo de enfrentar desafios e aprisionados  num mundo já conhecido e, por isso, muito mais cômodo.

Ao brincar, a criança imita gestos da vida adulta, descobre o mundo, experimenta diversas sensações, vivencia leis e regras.

Brincar é sonhar acordado.

É poder ser no imaginário,

Longe de qualquer obstáculo,

Um ser encantado.

 

Brincar é um meio de expressão, é uma forma de integrar-se ao ambiente. Através de atividades lúdicas, a criança assimila valores, adquire comportamentos e desenvolve diversas áreas de conhecimento. No convívio com outras crianças, aprende a liderar e a ser liderada, esperar sua vez de brincar, emprestar o seu brinquedo, compartilhar momentos bons e ruins, fazer amigos, ter tolerância e respeito, enfim, a criança desenvolve a sociabilidade.

É brincando que a criança tem a oportunidade de observar e ser observada, falar, ouvir, criticar, pensar para fazer e compreender.

Para isso, é importante estabelecer vínculos que propiciem um espaço de confiança e respeito, sendo levadas a desenvolver autonomia e criticidade para a busca do conhecimento.

Não poderíamos deixar de ressaltar o ambiente de aprendizagem que o brincar possibilita para a construção do conhecimento. Ambiente com limites estruturantes, não autoritário, que permita fazer surgir, na criança, o desejo, ponto fundamental para a construção desse conhecimento.

Na busca efetiva de etapas que concretizem a ação criativa da criança, percebemos o seu desenvolvimento, acreditando que os desejos tomam forma, facilitando o seu contato com o conhecimento.

Enade

Simone Bérgamo, | qui, 17/11/2011 - 16:38
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O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) é um dos procedimentos de avaliação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). O Enade é realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia vinculada ao Ministério da Educação, segundo diretrizes estabelecidas pela Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes), órgão colegiado de coordenação e supervisão do Sinaes.

É objetivo do Enade acompanhar o processo de aprendizagem e o desempenho acadêmico dos estudantes em relação aos conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares do respectivo curso de graduação, suas habilidades para ajustamento às exigências decorrentes da evolução do conhecimento e suas competências para compreender temas exteriores ao âmbito específico de sua profissão, ligados à realidade brasileira e mundial e a outras áreas do conhecimento. Seus resultados poderão produzir dados por instituição de educação superior, categoria administrativa, organização acadêmica, município, estado e região. Assim, serão constituídos referenciais que permitam a definição de ações voltadas para a melhoria da qualidade dos cursos.

Os Cursos são avaliados a cada três anos e os alunos que estiverem com o perfil definido pelo Inep no ano e que seu curso for avaliado terão que fazer a prova, pois o Enade é componente curricular obrigatório.

É importante ressaltar que o horário definido para a avaliação é o horário de verão. Muitos alunos dos estados que não aderiram a mudança de horário perdem a prova por não ficarem atentos.

Caso algum aluno tenha algum problema que o impossibilite de estar presente no dia da prova, é importante ter em mãos documentos ou atestados que provem essa impossibilidade, para que, quando o MEC disponibilizar no site as orientações de pedido de dispensa, o aluno cumpra as exigências para ser submetido a uma análise, pois esse pedido não valida a dispensa. É preciso aguardar uma Portaria do Ministério da Educação que isentará o aluno.

O resultado do Enade compõe o CPC que é o Conceito Preliminar de Curso, nota que, como a do Enade, varia de um a cinco. É essa nota que deixará o curso conhecido no mercado sem falar que o curso que obtiver um resultado maior do que três terá seu reconhecimento renovado automaticamente, sem precisar de nova visita de comissão do MEC.

Um bom resultado no Enade é importante tanto para as Instituições de Ensino como para o aluno que fica com seu currículo ainda mais valorizado.

Uma reflexão

Simone Bérgamo, | qui, 03/11/2011 - 12:24
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Nós, pais, não podemos perder de vista que, apesar das transformações pelas quais passa a sociedade, somos e seremos sempre a primeira fonte de influência comportamental, emocional e ética dos nossos filhos. Estamos cada vez mais preocupados a respeito do futuro deles, e é comum buscarmos ajuda.

A relação entre pais e filhos não é mais a mesma do passado, pois a família mudou, tomando novas configurações. Isso ocorreu através de divórcios e segundos casamentos, mães que trabalham fora de casa, “pais de fins-de-semana”, dificultando, desse modo, manter a mesma dedicação à Educação dos filhos como a de gerações anteriores.

O nível de preocupações dos pais e a influência negativa da sociedade aumentaram consideravelmente. Os jovens hoje estão expostos a uma diversidade de informações e de violências que antes não existia, e que, de forma inconsciente, impede os pais de promover o crescimento dos filhos. Esse fator influi diretamente no desenvolvimento da autonomia da juventude em nossa cultura, pois romper com a dependência emocional construída pelos pais e deixar de lado a postura que tinha quando criança  torna-se cada vez mais difícil.

Esse processo, caracterizado pelo conflito existente entre as duas partes, pode possibilitar ao jovem, no seu comportamento, certa dose de ambivalência e inquietude. E aos pais, a incerteza de como conduzir os filhos por um caminho no qual possam protegê-los e, ao mesmo tempo, prepará-los para o enfrentamento da vida. Mas como orientar sem manipular, como direcionar sem induzir, como proteger sem reprimir a liberdade? Para enfrentar a vida com confiança e para obter condições de sobrevivência, é fundamental que esse jovem construa seu caráter pautado na criatividade e na iniciativa, próprias da autonomia, na busca de um ser ético que se adapte às exigências do mercado de trabalho.

A postura dos pais, como mediadores, é de extrema importância, pois os filhos sentem necessidade de falar a fim de clarear seus sentimentos e idéias. Ao contrário do perfil do pai que, ao impor sua razão, tira do filho a possibilidade de pensar e de problematizar questões para chegar a uma resolução, sem falar na inibição que proporciona. O mediador abre espaço para as dúvidas e ganha confiança e respeito. Pois, se existe indecisão frente a duas possíveis soluções, ao fazer perguntas como: “Se você decidir por essa solução, quais são as vantagens e as desvantagens?; Qual resultado você acredita que terá daqui a seis meses?”, diferente da estagnação que seria ouvir, “A solução só pode ser essa!”, escutar e questionar vão ajudá-los no processo de reflexão. Uma pergunta ou sugestão abrem espaço assim para a busca do melhor caminho. O controle emocional é importantíssimo! Nesse momento, evite registros do tipo: “Você não sabe o que está fazendo.”; “Isso não vai dar certo.”É muito melhor dizer: “Porque pensa assim? Já presenciou situações semelhantes em outro lugar? O ideal é que ele reflita sobre vantagens e desvantagens. Sua conversa deve possibilitar esse espaço, que é fundamental para reflexão e deve acontecer em momentos informais, de forma a construir um elo de confiança para ajudá-lo a adquirir uma imagem positiva de si mesmo.

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Desafios da Educação Contemporânea

Simone Bérgamo, | sab, 22/10/2011 - 15:08
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Mudança é um dos temas constantes nos eventos e congressos de educação, sendo freqüente ouvirmos histórias com metáforas que comparam as instituições de Ensino de antigamente com as de hoje, ressaltando o fato de estarem praticamente da mesma forma. Entender a resistência e a necessidade de perceber esse processo é o ponto fundamental para uma percepção mais ampla do mundo moderno. O professor, peça fundamental nesse momento, assume assim mais um desafio, tirar o aluno da passividade, indo de encontro à metodologia enraizada na sociedade, na qual a repetição e a memorização eram os pontos centrais.

As transformações, desde a era agrícola, passando pela era industrial até a era da informação, estão presentes em todos os campos e em todas as áreas. O profissional de hoje, diferente do profissional do passado, precisa estar antenado a essas transformações, devendo estar pronto para propor novas estratégias, bem como definir metas em cima de situações novas.

O conhecimento necessário para potencializar as suas idéias é internalizado pelo sujeito, mas são os desafios propostos pelo professor que vão promover a busca de competências e habilidades próprias para a resolução dos problemas.

E, nesse cenário de tantas mudanças, qual é a melhor maneira de avaliar? Esse é o nosso maior desafio. O maior desafio das escolas e dos educadores está em proporcionar um espaço que priorize a ação nos alunos, mediados por profissionais que, além de possuírem um olhar voltado para as mudanças, também utilizem a avaliação como elemento próprio da aprendizagem. Uma avaliação que estimule a resolução de problemas, pautada na busca constante de possibilitar ao aluno um espaço para o pensar.

O modelo do passado que exige a memorização de acontecimentos, conceitos, datas e fatos, necessariamente não possibilita ao aluno uma reflexão sobre determinado conhecimento. As atividades desenvolvidas no ambiente escolar devem ter ligação direta com as atividades na vida comum, proporcionando uma constante reflexão das mais possíveis experiências realizadas mostrando como é eficaz deixar que o aluno faça, descubra e conclua, assim a aprendizagem virá naturalmente.

É imprescindível que o professor compreenda como o aluno elabora e constrói o conhecimento, respeitando assim as diferenças e valorizando a cidadania. Contextualizar fatos possibilita ao aluno a percepção de como utilizar os conteúdos trabalhados nas disciplinas, de forma prática e necessária, contribuindo para a elaboração de estruturas que permitirão uma aprendizagem significativa.

A avaliação que se adapta a essas transformações fundamenta-se no processo de aprendizagem em seus aspectos sociais, cognitivos e afetivos e na aprendizagem significativa. São os registros escritos, de forma individual e sistemática, que possibilitarão essa ação.

Dessa forma, a avaliação contribui para o desenvolvimento da capacidade do aluno, convertendo-se numa ferramenta pedagógica, permitindo uma melhora na qualidade do ensino e ampliando o espaço para que o aluno construa a própria história. Nós professores somos cúmplices dessa jornada, parceiros do processo que nos permite também aprender. A valorização tão necessária que buscamos deve partir da nossa própria conscientização, do nosso desejo em mostrar que somos professores. 

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