Pré-candidato ao Planalto, o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) afirmou nesta quarta-feira, 24, que a confirmação da sentença contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na segunda instância vai gerar 'indecisão' no processo eleitoral. Segundo ele, mesmo que justa, a condenação prejudica a credibilidade da disputa.
"A primeira consequência (para as eleições) é a indecisão. Vamos participar sem saber quem são os candidatos, quais vão chegar até o final, quais candidatos serão cassados ou não. A segunda é a credibilidade. É óbvio que gera uma perda de credibilidade no processo eleitoral se o candidato que tem mais prestígio neste momento nas pesquisas, e até pela sua história, sai por razões jurídicas, mesmo que em um julgamento justo", disse Cristovam após o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) decidir por manter a condenação do ex-presidente por corrupção e lavagem de dinheiro.
Questionado se considerava a decisão justa, Cristovam disse ser preciso respeitar a decisão. "Não cabe a mim dizer se foi justo ou não. A hora que nós não respeitarmos a Justiça, dizendo que não foi justo, a democracia é colocada em xeque", afirmou.
Buarque também defendeu o direito de o ex-presidente recorrer a instâncias superiores para se manter na disputa pelo Planalto. "É direito dele ser candidato sub judice. Se eu respeito a Justiça, tenho que respeitar que o ex-presidente Lula entre na Justiça e peça para continuar como candidato mesmo depois de condenado. A lei permite", disse.
PPS
Na Câmara, o líder do partido, Arnaldo Jordy (PPS-PA), defendeu a decisão do tribunal e negou perseguição política ao petista.
"O ex-presidente foi julgado como qualquer outro cidadão, em um processo onde foi respeitado o devido processo legal, foi dado o direito à ampla defesa e agora o condenado precisa respeitar a decisão. Os votos foram técnicos e zelosos e proferidos por magistrados de alto gabarito. Esta condenação de um ex-presidente da República mostra a maturidade democrática pelo qual passa o país", disse o líder do PPS na Câmara, Arnaldo Jordy (PA).
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