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O trânsito ficou paralisado, as pessoas desceram de seus carros e começaram a se concentrar em algumas ruas inundadas pela forte chuva, mas isto pouco importava para os jamaicanos: Bolt acabava de ganhar seu terceiro ouro olímpico nos 100 m, nos Jogos Olímpicos Rio 2016.

O tempo fresco e úmido não impediu as comemorações de alguns torcedores entusiasmados com o triunfo de um ídolo que colocou a Jamaica no centro do atletismo mundial há oito anos. Milhares de pessoas, vestidas de amarelo e verde, as cores da bandeira, batiam latas de metal e sopravam apitos para fazer barulho durante as comemorações.

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Concentrações de massa espontâneas se formavam no centro de Kingston, Montego Bay e Falmouth, a poucos quilômetros de onde Bolt, em 2002, tornou-se o mais jovem campeão mundial júnior da história do atletismo. O fluxo de carros parou na Sam Sharpe Square, em Montego Bay, onde as pessoas se reuniram para acompanhar a corrida no telão instalado na praça. "O maior", garantia um torcedor chamado Charlie. "É o melhor, não pode parar de correr agora, tem que continuar".

Lágrimas escorriam pelo rosto de Sonia Brown, ainda vestido com o uniforme do hotel onde trabalha, enquanto cantava o nome de seu ídolo: "Usain, Usain, Usain!".

Desconhecidos se abraçavam como se fossem íntimos... e nem uma voz sequer expressou a menor dúvida sobre o fato de que o rei do sprints seria capaz de cumprir a sua missão no Rio de Janeiro: tornar-se o primeiro ser humano a conquistar o triple-triple, ou seja, três medalhas de ouro consecutivas nos 100m, 200m e 4x100m.

O país da velocidade

A respiração do povo jamaicano se conteve brevemente quando Bolt demorou para lançar seu grande corpo (1,96) após o tiro de largada. Mas a partir dos 40m, o Raio lançou suas enorme passada e talento para alcançar seu rival, o americano Justin Gatlin, e logo depois ultrapassá-lo com uma facilidade surpreendente.

E os gritos de felicidade se apoderaram rapidamente dos jamaicanos e as festividades começaram. "A Jamaica é o país da velocidade, temos o homem e a mulher mais rápidos do mundo", exclamou Shiela Paulo, referindo-se a Elaine Thompson, campeã feminina dos 100m. "Também vamos ganhar os 200m e o revezamento (4x100m)", arriscou.

Apesar da vitória, alguns queriam mais. Joel Clarke, que garante que concorreu contra Bolt na faculdade, lamentou o cronômetro final, um honroso mas não revolucionário 9.81. "Eu acredito que ele poderia ter corrido mais rápido, sua saída foi ruim e diminuiu o ritmo no final, mas o ouro é ouro", diz ele.

Clarke acrescentou que a vitória nos 200m será ainda mais fácil para Bolt, um atleta que é quase imbatível em alta velocidade e que se beneficia de uma distância mais longa. "Essa é a sua corrida, ele é muito forte, não será (um fim) apertado".

Outros lamentam que Yohan Blake, quarto, deixou escapar o bronze para o canadense Andre De Grasse.

Mas todos concordam em assegurar que o americano Justin Gatlin não merecia a prata em razão de seu passado de doping. "Gatlin deveria parar imediatamente, ele não pode vencer Bolt, não tem mais o que falar", aponta Sydney Clarke. "Bolt vai ganhar sempre, seja qual for a corrida".

O jovem nadador americano Ryan Murphy, de apenas 21 anos, conquistou nesta segunda-feira a medalha de ouro dos 100 m costas nos Jogos do Rio com direito a recorde olímpico, completando a distância em 51 segundos e 97 centésimos.

Os Estados Unidos emplacaram dois atletas no pódio, já que o bronze ficou com o veterano David Plummer, de 30 anos, com tempo de 52.40. Quem levou a prata foi o chinês Jiayu Xu (52.31).

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No ano passado, no Mundial de Kazan-2015, Murphy já havia conquistado o ouro nos 4x100 m medley.

O francês Camille Lacourt, campeão mundial da distância em 2011, em Xangai-2011, ficou apenas em quinto (52.70).

A 'Dama de Ferro' chegou ao Rio sem nunca ter conquistado uma medalha olímpica, mas já ganhou dois ouros em três dias de competição: a húngara Katinka Hosszu venceu a prova dos 100 m costas, nesta segunda-feira, superando por apenas décimos a americana Kathleen Baker.

Hosszu, que no sábado quebrou o tabu ao se sagrar campeã olímpica dos 400 m medley, completou a distância em e 58 segundos e 45 segundos, contra 58.75 da americana.

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Fato curioso: duas medalhas de bronze serão distribuídas, já que a canadense Kylie Masse e a chinesa Yanhui Fu bateram fecharam a prova com o mesmo tempo (58.76).

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