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Há alguns anos, não era possível que o padrão de consumo fosse estimulado junto a uma política de desenvolvimento sustentável. Equilibrar o uso dos recursos naturais com a política de produção era tido por países desenvolvidos como impossível.

Quando falamos em indústria 4.0, o Brasil ainda engatinha no uso de tecnologias que unem automação e internet. Os números de uma pesquisa da PricewaterhouseCoopers (PwC) com 2 mil empresários em 26 países revelam a lentidão brasileira para se adaptar à “indústria do futuro”, em que as operações são digitalizadas e a análise de dados é primordial aos negócios.

A indústria 4.0 tem sido temida por muitos por ter sido associado à substituição da mão-de-obra humana por robôs, entretanto, sua premissa traz o uso da tecnologia  e chega para tornar a produção mais eficiente e menos agressiva aos recursos naturais. A Indústria 4.0 utiliza-se da união de sistemas físicos e informáticos para analisar um grande volume de dados e possibilitar às máquinas um processo de aprendizagem. Ela é a utilização de uma série de tecnologias, como: robótica, simulação, integração de sistemas, internet das coisas, entre outras.  Nesse sentido, o Brasil está longe do desenvolvimento no contexto da engenharia digital, da gestão integrada da cadeia de fornecimento e dos serviços digitais.

Um estudo realizado pela University of Washington divulgou que das 500 maiores empresas existentes, somente 60% vai existir daqui 10 anos. Isso porque elas não vão resistir à era digital e o produto, que hoje é fabricado, ou o serviço, que hoje é oferecido,  não será mais consumido no futuro. Esse movimento de mudança está sendo criado pelas empresas disruptivas, que possuem uma mentalidade diferente da grande maioria.

Todas essas empresas apresentam processos tecnológicos que tem seis elementos característicos: vivem na busca da inovação, estão acompanhando a 4ª Revolução Industrial e as tecnologias mais recentes; são completamente voltadas para o digital; são fortes participantes e preocupadas com o ecossistema; são planejadoras exponenciais; são ágeis e são centradas no cliente.

No Brasil, o investimento das  empresas está  bem abaixo do investimento tecnológico da média industrial mundial. Por aqui,  apenas 21% dos empresários afirmam que vão investir cerca  de 6% de seus recursos em inovação tecnológica. Enquanto isso, no mundo, a média é de 43%. A culpa por essa falta de investimento é justificável: todos os entraves já conhecidos pelos brasileiros, seja por falta de infraestrutura, falta de política de inovação, crise ética e econômica ainda sem perspectiva de fim, etc.

Comparando com a Alemanha, é possível entender mais claramente nosso atraso. Por lá, o conceito de Indústria 4.0 surgiu em 2011 e, na indústria automobilística, por exemplo, 80% das empresas usam inteligência artificial, automação e robótica, as chamadas máquinas inteligentes, que se autoalimentam. O investimento na educação para a criação de mão-de-obra especializada para acompanhar essa revolução também foi considerada essencial.

Somente uma em cada dez empresas brasileiras investe em  inovação com operações digitais. A quarta revolução industrial é uma solução, não só  para se destacar em meio a um cenário de crise, mas para sobreviver. É preciso melhorar a eficiência para fazer mais consumindo menos.

Uma espécie de submarino amarelo - tal qual o da icônica canção dos Beatles, mas em tamanho "petit" e com sotaque baiano. Filho de pais brasileiros e alemães, o simpático robô subaquático FlatFish, na fronteira da inovação em manufatura avançada no País, promete revolucionar a inspeção de campos submarinos de petróleo - inclusive do pré-sal.

O escopo começou há três anos, mas no mês passado foi concluída a sua segunda fase, iniciada em agosto, com testes do protótipo na Baía de Todos os Santos. O projeto, no qual já foram investidos R$ 40 milhões, foi desenvolvido pelo Campus Integrado de Manufatura e Tecnologia (Cimatec), em Salvador (BA), em parceria com a BG Brasil, subsidiária da Shell, e com o apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e da ANP. O toque alemão vem da parceria com o DFKI, instituto referência em inteligência artificial.

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O equipamento pode realizar, de forma autônoma, inspeções de plataformas offshore, podendo permanecer submerso por meses. Entre uma missão e outra, ele fica "estacionado" em uma garagem subaquática, onde poderá se recarregar sozinho "O robô emite imagens de sonar, baseado em ondas acústicas, e em alta resolução", diz Antônio Mendonça, líder técnico do Senai e responsável pelo controle da operação. "Ele pode detectar quebras e outros problemas em tubulações, transmitindo os dados."

O principal ganho, afirma ele, é a redução drástica de custos. "O que o Flatfish tem capacidade de fazer hoje é realizado por um grupo de 200 pessoas, dentro de uma embarcação de apoio, com uma megaestrutura - que custa cerca de US$ 500 mil por dia", diz. "O robô, debaixo d’água, vai fazer inspeções frequentes, sem a necessidade de voltar para a superfície. O custo pode cair para US$ 100 mil por mês."

Na segunda fase, trabalharam 30 pessoas - 17 delas fixas. Os testes foram feitos em um catamarã, de onde lançavam o protótipo. O espaço, apesar de compacto, foi totalmente adaptado, com laboratórios, refeitório e até um elevador para um membro cadeirante.

"A equipe tem um francês e um alemão; de resto, todos são baianos", diz Mendonça, com orgulho. E não só baianos, como jovens - a média de idade é de apenas 24 anos.

O FlatFish passa agora para a terceira fase, de industrialização do produto. A Shell quer colocar a solução no mercado e já negocia com uma empresa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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