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Presidente da Associação Brasileira das Escolas Particulares (Abepar), Arthur Fonseca Filho considera inviável dar férias agora para a rede privada. Segundo ele, a recomendação deve ser a de que as escolas restrinjam ao máximo o número de alunos àqueles que mais precisam e continuem a dar aulas online nos próximos 15 dias. Alguns colégios continuam as atividades presenciais e outros discutem se mantêm ao menos o ensino infantil e até o 5º ano abertos.

"Respeito muito a decisão do Estado, mas não podemos interromper da noite para o dia a atividade remota", diz Filho. A Abepar inclui 24 escolas de elite como Santa Cruz, Bandeirantes, Oswald de Andrade e Pentágono. Os colégios ainda discutem as novas regras. Além da interrupção do trabalho pedagógico, as escolas teriam dificuldades trabalhistas ao dar férias aos professores. Isso demandaria negociação com sindicatos e pagamentos de salários adiantados, como prevê a legislação.

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A Prefeitura de São Paulo ainda discute se vai também propor algo semelhante para as escolas municipais. Segundo o Estadão apurou, não há intenção de impedir que as escolas particulares da capital abram nesse período.

Fonseca Filho acredita que as escolas podem continuar atendendo os alunos menos autônomos, como as crianças da educação infantil e até os 9 anos de idade. "Muitos pais são trabalhadores essenciais, médicos, enfermeiros, policiais e não têm com quem deixar filhos."

Em comunicado às famílias, o Colégio Bandeirantes, na zona sul, disse que continuará funcionando da mesma maneira, seguindo os protocolos de biossegurança. Os colégios podem receber até 35% da capacidade de alunos. A Rede Maple Bear, que inclui 11 mil alunos no Estado, informou que continuará a atender os estudantes com 35% de presença.

A Escola Luminova, com cerca de 2 mil alunos em quatro unidades em São Paulo, também decidiu que ficará aberta para os alunos que precisarem ir ao presencial. De acordo com o colégio, a presença já havia diminuído para 20% na última semana e a direção deve ainda conversar com os pais para pedir que deixem os filhos em casa se for possível.

O Colégio Augusto Laranja, também na zona sul, vai priorizar estudantes mais novos nesta fase mais restritiva. Ensino médio e alunos do 6º ao 9º ano do fundamental vão ter atividades online. Já o Colégio Anglo São Paulo, em Higienópolis, decidiu fechar sua unidade entre 15 e 28 de março e oferecerá só aulas remotas. "No dia 29 de março, se a situação estiver segura, retornaremos ao presencial (híbrido)", informa o comunicado da escola.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O plano de retomada pegou alguns colégios da capital paulista de surpresa, pois já esperavam um retorno para agosto com 20% dos alunos. A possibilidade de estender o prazo para setembro e ampliar o contingente para 35% fez as instituições repensarem o planejamento: a maioria pretende voltar com todas as séries, mas dando prioridade ao ensino infantil e ao 3º ano do ensino médio.

O diretor da Associação Brasileira de Escolas Particulares (Abepar), Mauro Aguiar, disse que a entidade fará uma reunião hoje para discutir as medidas. Os diretores de alguns colégios, porém, já têm em mente como farão essa retomada.

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Aguiar, que também dirige o Colégio Bandeirantes, disse que no plano anterior da escola, com retorno previsto para agosto, a prioridade eram os alunos do 3º ano do ensino médio - e continua sendo. "Eles iriam todos os dias para a escola, porque vão fazer vestibular no fim do ano e você tem de checar como está o aproveitamento deles, precisamos avaliar bem qual a situação deles. Agora vamos ter de replanejar tudo, melhorar um pouco", afirma. Para garantir as medidas de segurança em saúde, o Bandeirantes terá consultoria do Hospital sírio-libanês.

No Morumbi, o Colégio Miguel de Cervantes está estudando a retomada das aulas presenciais há um tempo, segundo a diretora-geral Lourdes Ballesteros. "Felizmente, nós temos um colégio com muito espaço e agora ampliamos, então para nós será mais fácil", disse. A escola também vai voltar com todas as séries e com prioridade para o ensino infantil, principalmente para amenizar a preocupação de pais que terão de retornar ao trabalho, e 3º ano do ensino médio. A instituição também contratou uma consultoria do Hospital Israelita Albert.

Já no Colégio Santa Maria, a diretora Diane Clay Cundiff diz que a escola tem condições de já voltar com 100% dos estudantes e evita falar sobre quais farão parte da primeira fase da retomada proposta pelo governo. "Vamos precisar é chegar em setembro e olhar a realidade." Apesar disso, ela cita que a prioridade seriam as crianças do primário, por causa dos pais que vão voltar ao trabalho. A Escola da Vila ainda avalia o cenário.

Carlos Borlass, diretor-geral do Colégio Marista Arquidiocesano, afirma que tudo já começou a ser preparado. "Vamos fornecer para todos os alunos máscaras, álcool em gel e saquinhos para permitir que o aluno possa fazer substituição da máscara. Temos proteção para todos os funcionários e delimitamos espaço nas salas."

Sindicatos

Em nota, o Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp) afirma que "vai aguardar a publicação do decreto que definirá as regras gerais", apesar de ver positivamente a busca por uma solução.

Já o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo emitiu nota de repúdio contra a retomada de aulas só em 8 de setembro. "A escola particular não pode ser culpabilizada e nem ser refém do demorado tempo das redes públicas estaduais e municipais, que ainda não estão preparadas para promover a volta dos seus alunos à sala de aula."

Já para a presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Noronha, a volta foi "prematura". "Estou muito preocupada. É difícil adaptar prédios escolares." (Colaborou Guilherme Amaro)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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