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O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) protocolou uma ação popular na Fazenda Pública de São Paulo em que pede para que o plano de privatização da Sabesp encampado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) seja considerado ilegal. Segundo o parlamentar, o projeto viola a Lei de Responsabilidade Fiscal ao propor que parte dos recursos arrecadados com a venda seja utilizada para reduzir a tarifa. O governo afirma que a forma como isso se dará não está definida.

Esta medida está prevista no estudo do International Finance Corporation (IFC), entidade vinculada ao Banco Mundial contratada para arquitetar a privatização da empresa. A irregularidade, segundo o parlamentar, consiste no uso de verbas oriundas da alienação de um bem público para custear despesas correntes.

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"O governador, em uma manobra que beira o populismo econômico, busca criar uma ilusão de sucesso da privatização, oferecendo ao público uma redução temporária de tarifa", diz o deputado no documento.

Tarcísio tem reforçado a promessa de que a privatização da Sabesp terá como resultado a redução da tarifa para o consumidor final. A avaliação do IFC, no entanto, é de que uma queda do preço aos usuários imediatamente após a venda da companhia só pode ser alcançada mediante subsídio do governo.

"Por mais que a gestão privada seja eficiente com os investimentos e custos operacionais a serem realizados, isso somente não garantiria uma redução das atuais tarifas da Sabesp."

A Lei de Responsabilidade fiscal diz que "é vedada a aplicação da receita de capital derivada da alienação de bens e direitos que integram o patrimônio público para o financiamento de despesa corrente, salvo se destinada por lei aos regimes de Previdência Social, geral e próprio dos servidores públicos".

De acordo com pessoas do entorno do governador, a redução da tarifa pode ser feita com verbas obtidas a partir da distribuição de dividendos. O plano do governo é manter participação na estatal na forma de golden shares, ações com poder de voto mais elevado. Dessa forma, o Estado teria direito a parte dos lucros distribuídos aos acionistas e poderia usá-los para baratear a conta.

Procurada, a Secretaria de Infraestrutura, Meio Ambiente e Logística afirmou que o governo pretende alocar os recursos obtidos com a venda de suas ações da Sabesp e os lucros que recebe da empresa no Fundo de Apoio à Universalização do Saneamento Básico. Tais verbas seriam usadas para reduzir as tarifas.

"A forma como esse recurso vai ser usado é tema da Fase 1 do projeto, em andamento, e por isso ainda não foi definida. Toda a legislação vigente será atendida, inclusive a Lei de Responsabilidade Fiscal", garantiu a pasta.

"Como a Sabesp vai investir mais para universalizar o saneamento básico, o uso do recurso da desestatização ajuda a baixar a conta de água da população para levar água e esgoto para quem mais precisa."

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) suspendeu o aumento de salário dos vereadores da cidade de Paulínia, no interior do estado. A ação partiu da própria Promotoria do Patrimônio Público da cidade, que considerou o aumento abusivo. Após representação feita pelos cidadãos de Paulínia, a promotora Verônica Silva de Oliveira encaminhou a proposta ao MPSP.

A resolução 249/2015, aprovada pelos vereadores, aumentou em 36,2% os salários, passando de R$ 5.349,90 para R$ 7.287,11. Segundo o texto da ação, o reajuste não reflete a realidade, uma vez que, em tempos de crise, a população teria que arcar com um valor desproporcional ao orçamento do município. Além disso, a Promotoria também destacou que os aumentos de salário de servidores se dão por meio de lei, e não de uma simples resolução da Câmara Municipal.

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Com a aceitação da proposta, o Ministério Público determinou que os vencimentos dos vereadores retornem ao patamar anterior, imediatamente, e que o não cumprimento acarretará punições aos envolvidos, como o pagamento de multas, equivalentes a dez vezes o valor recebido de forma irregular, e possíveis sanções por desobediência da lei.

O pedido de inquérito público civil solicitado pelo líder da oposição na Câmara do Recife, vereador Raul Jungmann (PPS), contra o Porto de Suape no dia último 30 de julho, foi aceito pelo promotor do Meio Ambiente do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Ricardo Coelho. O documento foi elaborado após morte de uma jovem de 18 anos na praia de Boa Viagem por um ataque de tubarão.

No pedido, o parlamentar afirma que Suape vem promovendo sérios danos ambientais e, por isso, deve compensá-los com a destinação de recursos para um fundo para o meio ambiente. Ele também cita a influência promovida pelo Porto de Suape no habitat dos tubarões provocando a migração dos animais para a Praia de Boa Viagem.

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Segundo Jungmann, o promotor Ricardo Coelho informou que irá entrar com uma ação civil pública contra Suape por alterar o habitat dos tubarões. “Há 20 anos não existe nenhuma política eficiente para combater esse problema dos tubarões. Vários especialistas atribuem a principal responsabilidade desses ataques ao Complexo Portuário de Suape. Então, a lei da ação civil pública prevê a compensação por danos ambientais, inclusive, com a criação de um fundo para a compensação dos danos provocados”, argumenta o vereador.

Outra acatação do promotor é referente à destinação de recursos. O vereador informou que o MPPE acionará Suape para a criação de um fundo ambiental para fazer a recompensa dos danos causados ao ecossistema e ainda promoverá uma audiência pública e um seminário sobre o tema, com a data a ser definida. 

 

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