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Ancara, 07/06/2015 - Os eleitores turcos vão as urnas neste domingo para escolher um novo parlamento, numa das eleições mais incertas e de alto risco desde que o partido conservador islâmico foi tirado do poder em 2002. As urnas foram abertas às 8h pelo horário local, contando com 53,7 milhões de eleitores cadastrados em 81 províncias.

O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, esforça-se para assegurar seu poder e transformar fundamentalmente o estado turco, que enfrenta crescentes desafios relacionados à economia e à segurança de seus residentes, o que incluem os conflitos nos países vizinhos da Síria e Iraque.

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"A Turquia está diante das eleições mais decisivas e emocionantes em mais de uma década", disse em uma reportagem o Centro para o Progresso da América, instituto não partidário com sede em Washington.

Estão concorrendo as eleições quatro partidos: o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), do governo; o secularista Partido da República do Povo; o Partido do Movimento Nacionalista; e o partido pró-curdo Partido Democrático (HDP).

"A eleição deve também decidir se a Turquia continuará a ser dominada pelo presidente Recep Tayyip Erdogan, que tem como ambição pessoal construir uma presidência mais forte", cita ainda o Centro para o Progresso da América.

As eleições servirão como um referendo a Erdogan e à sua visão sobre a Turquia. Desde sua eleição em agosto passado, Erdogan tem feito campanha para trazer do primeiro-ministro à presidência o poder executivo. Antes de se tornar chefe de Estado, Erdogan ocupou por 12 anos o cargo de primeiro-ministro.

Erdogan argumenta que tal transição ajudaria a simplificar as tomadas de decisão e ajudá-lo a construir uma "Nova Turquia", que recupere a grandeza otomana da nação. Apontando para uma série de movimentos autocráticos, como perseguição de rivais políticos, os detratores de Erdogan alertam que tal mudança poderia criar uma autocracia.

Para o partido de Erdogan, o AKP, sair vitorioso das urnas hoje deve assegurar pelo menos 330 dos 550 assentos do parlamento. Depois disso, escrever uma nova constituição e colocá-la para votação em referendo. Para formar um governo de partido único, o AKP precisa de 276 assentos.

As pesquisas de boca de urna mostram que os partidos de oposição republicano e nacionalista roubando votos do governo, de modo que o resultado seja determinado pelo partido pró-curdo, o HDP. Se o HDP obtiver 10% dos votos, Erdogan pode não conseguir realizar seu plano de propor uma nova constituição e se ver obrigado a governar pela primeira vez num sistema de coalizão. Em caso de o HDP não superar os 10%, Erdogan ficará próximo de governar sob um regime de presidência executiva, como nos Estados Unidos, na França e na Rússia. Fonte: Associated Press.

A explosão de uma bomba perto de um ônibus da polícia deixou dezesseis feridos na Turquia nesta quinta-feira. O incidente ocorreu no momento em que o veículo trafegava pelo centro de Istambul, segundo a agência de notícias Anatólia. Dos dezesseis feridos, quinze são policiais e a bomba foi acionada por controle remoto, disse a polícia. O governador de Istambul, Huseyin Avni Mutlu, disse que nenhum dos feridos está em situação crítica. Ele disse que a bomba foi montada com explosivos plásticos e instalada em uma moto.

A explosão ocorreu próximo aos escritórios do governista Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), de acordo com o canal de notícias privado NTV. Não houve reivindicação pelo ataque, embora grupos curdos e islamitas sejam ativos em Istambul. "Nós nunca nos curvaremos a esses ataques", disse o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, do AKP. "Continuaremos nossa luta contra o terrorismo e os culpados serão levados à Justiça", afirmou.

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A explosão desta quinta-feira ocorre em meio a uma escalada nos pedidos dos curdos turcos por maior autonomia no sudeste do país, onde são a etnia majoritária. A polícia turca desfechou recentemente uma onda de repressão ao Partido dos trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em curdo). Já o PKK alertou que a Turquia enfrentará mais violência se não interromper suas ofensivas militares contra os insurgentes. O PKK tomou armas contra o governo turco em 1984 e dezenas de milhares de pessoas já foram mortas no conflito. O PKK é considerado uma organização terrorista pela Turquia, União Europeia e Estados Unidos.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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