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O diretor de Política Monetária do Banco Central, Aldo Mendes, fez uma forte defesa nesta quarta-feira, 28, do modelo da instituição usado para a formação da Ptax - taxa média de câmbio. "Eu diria que é praticamente impossível a manipulação da Ptax", disse, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que debate recentes denúncias de formação de cartel para manipulação da taxa de câmbio no Brasil. Aldo informou que nunca houve no BC nenhum caso em que um dealer tivesse sido chamado atenção por não atender regras da instituição de informações em tempo real para a formação da taxa média de câmbio.

Apesar de estar investigando as denúncias sobre a possível formação de cartel em conjunto com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o diretor disse que até agora não foi visto nenhum indício de manipulação da Ptax. "É muito difícil (isso ocorrer)", afirmou. "Estamos concluindo que a taxa cambial no Brasil não foi afetada no processo em curso no Cade", relatou.

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Ele lembrou que nenhum dos operadores citados no processo em curso nos órgãos operava no mercado local, que é onde é definida a Ptax. O que o BC e o Cade avaliam agora são possíveis operações em conluio entre operadores fora do Brasil na tentativa de determinar os spreads. "Há indícios de que havia conluio para alargamento de spreads no câmbio", disse, mas sobre atividades no mercado externo. Em relação ao mercado doméstico, o diretor garantiu que o BC possui "absoluto escrutínio e poder" da formação da Ptax. "A Ptax brasileira é um caso de sucesso; temos explicado como nosso sistema funciona para outros bancos centrais no mundo", disse.

Aldo lembrou que este é um processo em curso e que se novas informações surgirem as duas autarquias vão se debruçar sobre elas. De qualquer forma, segundo o diretor, o BC está pronto para agir quando necessário. "O Banco Central sabe exatamente como a Ptax está sendo formada em real time e temos condição de ver se ela está condizente com o que está ocorrendo no mercado", explicou. O processo no Brasil, segundo ele, é "bem diferente" do que acontece lá fora.

Em alguns momentos, o diretor do Banco Central rebateu o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, que falou antes na CAE. Sem fazer acusações, Castro sugeriu que houve, sim, formação de cartel, com prejuízos, inclusive, para o governo brasileiro. Segundo Aldo, o real não é uma moeda conversível, então a formação de Ptax ocorre dentro do Brasil.

Também rebatendo o presidente da AEB, o diretor do BC disse que nesse período de investigação houve valorização expressiva do real, o que diminui a capacidade de margem do exportador. Por fim, ele contrapôs também a alegação de Castro sobre o volume de vendas externas brasileira e da Coreia, que, segundo ele, em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) é sete vezes maior do que a do Brasil. "Esta também não é só uma questão do câmbio, mas de toda a estrutura econômica que está por trás do País. Dificilmente podem ser comparadas de forma direta, pois há questões também como produtividade, escolaridade, regime de tributação, etc", alegou.

Questionamento

Ao ser questionado por um senador sobre o motivo que leva a autoridade monetária a não acreditar em crime nessa área no Brasil, se fraudes foram registradas no exterior, Aldo garantiu que o sistema brasileiro de formação de Ptax é melhor do que muitos usados no exterior "Nosso sistema é melhor do que o de lá de fora, não prescinde da participação da autoridade monetária", defendeu.

O diretor explicou que o BC brasileiro não entrega ao mercado, como outros países fizeram, a tarefa de se criar uma taxa de referência para o câmbio. "Podíamos ter feito, mas não fizemos. Aqui, a autoridade monitora todo o processo. E volto a afirmar que é o processo de formação da Ptax é muito robusto", disse.

Aldo salientou que o trabalho tem sido de "extrema colaboração" com o Cade. "Imediatamente coloquei toda equipe técnica à disposição para o Cade. Nosso trabalho até agora tem sido muito bem sucedido. Estamos trabalhando em harmonia", avaliou.

O diretor comentou ainda que a Ptax é um "mero espelho" dos fundamentos que formam o preço do câmbio ao longo do dia. Ele disse também que se algum dealer não estiver sendo fidedigno com a informação prestada ao BC, ele será penalizado e pode ser descredenciado pelo BC. "Não são penalidades simples nem leves", disse.

Ricardo Ferraço

O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), autor do requerimento que convidou o Aldo, questionou o diretor sobre um suposto cartel no mercado de câmbio, que o diretor acredita que não influenciou a Ptax. "Pelo amor de Deus, não diga que isso é praticamente impossível", afirmou.

O senador usou sua fala para questionar o superintendente-geral do Cade, Eduardo Frade, sobre o desenvolvimento das investigações da corte. Ferraço indagou ainda o vice-presidente executivo da Febraban, Alvir Alberto Hoffmann, sobre um possível envolvimento de um dos associados da Federação ter feito um acordo de leniência sobre o tema. O parlamentar fez questão de ressaltar que as influências no mercado de câmbio foram identificadas nos Estados Unidos e Reino Unido e que instituições financeiras foram punidas.

O senador José Medeiros (PPS-MT) aproveitou sua fala para questionar ações do governo para o monitoramento do mercado de câmbio, já que há fraudes e evasão de divisa. "O BC abriu sindicância sobre esse caso? Para o Cade, também não há indícios?", perguntou.

O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Aldo Mendes, afirmou nesta terça-feira que o foco principal para o crescimento dos meios de pagamentos móveis é a tecnologia para aparelhos celulares mais simples e baseada na vinculação à conta-corrente e não ao cartão de crédito. "Não é através da indústria de cartão de crédito, que tem custos maiores, que vamos incluir as pessoas", afirmou.

"O principal foco são produtos para inclusão financeira, para população de baixa renda e comerciantes do varejo que não são atendidos hoje pelo sistema bancário." De acordo com Mendes, a tecnologia baseada em smartphones e cartão de crédito servirá mais como um complemento. "É uma diferenciação de produtos. Mas a agregação de pessoas não incluídas é que seria o grande salto provocado pelos pagamentos móveis. Tem de ter o 'basicão'." Ele afirmou que a expansão de rede física dos bancos está próxima do esgotamento ou crescerá a velocidades mais baixas. Por isso, avalia que a telefonia móvel será importante para ajudar a incluir população, principalmente em áreas com menos população.

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Depois de ter afirmado nesta terça-feira que a minuta da medida provisória (MP) que tratará dos pagamentos móveis no Brasil está pronta e poderá ser enviada em breve ao Congresso, o diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Aldo Mendes, disse que os modelos que estão em teste hoje são parcerias bilaterais ou multilaterais fechadas - não abrangem todas as instituições financeiras e operadoras.

De acordo com Mendes, esse não é o futuro desse mercado. "Há bancos com iniciativas junto a operadoras de telefonia e bandeiras de cartão, projetos-pilotos. São tentativas válidas, mas não é exatamente por parcerias bilaterais e não abertas que vamos chegar ao que o BC entende como futuro desse mercado", afirmou. Segundo ele, as plataformas têm de ser interoperáveis - qualquer banco ou operadora de cartão e telefonia têm de se falar.

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O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Aldo Mendes, afirmou nesta terça-feira que a minuta da medida provisória (MP) que tratará dos pagamentos móveis no Brasil está pronta e poderá ser enviada em breve ao Congresso. O texto, elaborado por um grupo de trabalho do BC e do Ministério das Comunicações, recebeu sugestões dos Ministérios da Fazenda e da Justiça e está hoje na Casa Civil. Mendes afirmou que a MP é um guarda-chuva e não quis entrar em detalhes operacionais. A partir dela, o banco e o Ministério das Comunicações farão a regulamentação infralegal.

Ele afirmou que o BC não tem pretensão de regular telefonia. "Mas há empresas ligadas a pagamentos que hoje não são reguladas por ninguém. Isso gera incertezas", afirmou. Mendes disse que a regulação deve contribuir para dirimir incertezas, principalmente dos agentes que não são bancos.

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Há gordura no câmbio, porque o dólar está cotado acima do modelo do Banco Central, de acordo com o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes. Embora tenha negado que o governo trabalhe com uma meta cambial, ele declarou que a autoridade monetária e o mercado como um todo trabalham com modelos de referência para a moeda. "Dólar sempre gera um debate muito grande. São muitas as variáveis para explicar o câmbio."

Para garantir liquidez, o BC estaria disposto a atuar por meio do mercado à vista e de derivativos, informou Mendes. "O BC está pronto para garantir a liquidez necessária. Iremos oferecer a moeda que a economia demandar."

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Sobre o valor do real diante do dólar, Mendes refutou a ideia de que o BC trabalha para manter as cotações dentro de uma determinada faixa de flutuação, chamada pelo mercado de banda cambial. "A taxa flutua."

Segundo ele, a estratégia é oferecer liquidez para o fim do ano, época em que faltam dólares, por motivos "sazonais", nas palavras do diretor do BC. "Fim de ano é sempre período de baixa liquidez e o BC está preparado para oferecer liquidez. Não faltará dólar", completou.

Na avaliação dele, as reservas internacionais dão segurança para atuar no mercado à vista enquanto uma posição "leve" no mercado de derivativos facilita.

Metas de inflação

O regime de metas de inflação não mudou, "em absoluto". "O regime de metas continua. A ata (da reunião do Comitê de Política Monetária) continua válida. Todo o trabalho de perseguir o centro da meta continua como antes", afirmou Mendes nesta segunda-feira no seminário Reavaliação do Risco Brasil, promovido pelo Centro de Economia Mundial da Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio.

Segundo Mendes, o nível atual da taxa básica de juros, a Selic, é adequado para a convergência da inflação ao centro da meta. O diretor do BC voltou a repetir a ideia de que essa convergência, no entanto, pode se dar de forma "não linear".

Após participar do seminário, afirmou ainda a jornalistas que o governo atua para melhorar as condições de financiamento das empresas. Ele não quis, entretanto, antecipar qualquer nova medida nesse sentido.

A indústria demonstra sinais de recuperação, segundo o diretor de Política Monetária do Banco Central, Aldo Mendes. Em seminário promovido nesta segunda-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio, ele argumentou que sondagens da FGV e da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontam para o crescimento do setor. O executivo afirmou que, no quarto trimestre, os resultados da economia, em geral, serão melhores do que os do terceiro trimestre deste ano.

Mendes atribuiu à redução da taxa de juros e aos efeitos no setor de serviços financeiros o resultado frustrante do Produto Interno Bruto (PIB) do período de julho a setembro. O mesmo não deverá ocorrer no quarto trimestre, quando a economia deverá crescer mais, conforme o diretor do BC. "O efeito da taxa de juros mais baixa não terá o mesmo impacto no quarto trimestre."

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Ele reafirmou a existência de "sólidos fundamentos macroeconômicos no Brasil", embora, tenha apontado que, no exterior, permanece o crescimento baixo. Ele destacou que o País terminará o ano com investimento direto superior a US$ 66 bilhões, o que permite financiar a conta corrente. De acordo com Mendes, o balanço de pagamentos não apresenta problemas.

O diretor do BC ressaltou ainda que o índice de cobertura da dívida externa, de 13,4% do PIB, demonstra que "a solidez das contas externas no Brasil evoluiu". Para ele, o cenário fiscal brasileiro é melhor do que o de economias avançadas.

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Aldo Mendes, destacou que dois estudos divulgados recentemente pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco Mundial ratificam as boas condições macroeconômicas e financeiras do País. "Relatório do FMI mostrou que o Brasil está muito bem preparado para adversidades", comentou, referindo-se à resiliência da economia interna em meio à grave crise internacional, iniciada em 2007. "Condições econômicas são favoráveis para convergência da inflação à meta", disse.

"O sistema financeiro nacional é resistente a choques externos", destacou Mendes. "A supervisão do sistema financeiro é forte e preventiva, uma das melhores do G-20", comentou, fazendo uma menção ao trabalho regulatório do BC no Brasil. "Temos uma rede de proteção financeira que se mostrou eficiente durante a crise. Além disso, temos um saudável processo de inclusão financeira no Brasil, destacou relatório do Banco Mundial." O diretor do BC fez os comentários durante solenidade de posse da nova diretoria da Associação Brasileira dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), em São Paulo.

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Sobre a entidade, Mendes afirmou que a Anbima mantém um canal de comunicação "franco e aberto" com a autoridade monetária, o que tem sido importante para o desenvolvimento do mercado financeiro do País. "A política da Anbima de autorregulação é complementar à ação do BC", disse, referindo-se à atuação da instituição oficial na supervisão e fiscalização do setor no Brasil.

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