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A força-tarefa da Operação Lava Jato acredita ter identificado o misterioso "sr. Altair", suposto emissário do deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ) para a retirada e transporte de valores de propinas junto a lobistas do esquema de corrupção instalado na Petrobras entre 2004 e 2014. Altair Alves Pinto, de 67 anos, que se identifica como "comerciante", seria o personagem a quem o presidente da Câmara confiava as missões secretas para transportar dinheiro em espécie a ele destinado.

Altair foi citado pelo delator Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano - pivô do cerco a Eduardo Cunha - , como o enviado do peemedebista nessas ocasiões. Os investigadores verificaram que Altair frequentava o gabinete 510 na Câmara, usado por Cunha.

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Nos autos do pedido de novo inquérito contra o presidente da Câmara, autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a Procuradoria-Geral da República anexou uma ficha com os dados pessoais de Altair. Uma foto dele foi mostrada a Fernando Baiano - apontado como operador de propinas do PMDB - ,em audiência realizada dia 15 de setembro de 2015. Baiano o reconheceu.

Em 10 de setembro, Baiano havia revelado a ação do braço-direito de Eduardo Cunha. Segundo ele, em certa ocasião, o deputado lhe sugeriu que procurasse "uma pessoa de nome Altair, no escritório dele (Cunha), na Avenida Nilo Peçanha, Rio".

O delator contou à Procuradoria-Geral da República que entregou entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão em dinheiro vivo a Cunha como parte de uma propina total de US$ 5 milhões - paga com atraso ao parlamentar porque outro lobista, Júlio Camargo, ficou devendo. A propina era relativa à contratação de navio-sonda da Petrobras.

Segundo Fernando Baiano, o emissário de Eduardo Cunha "aparentava ser um assessor ou uma pessoa de confiança, até mesmo porque todos os valores entregues no escritório foram para Altair".

Campeão do mundo com a seleção brasileira de 1962, Altair deu um susto em muita gente na noite de sábado. Em Brasília para um homenagem aos campeões, o ex-jogador, que sofre com o Mal de Alzheimer, ficou por cerca de 10h desaparecido na capital federal e só foi encontrado no fim da noite, por quatro jornalistas.

De acordo com os jornalistas Thiago Salata, Eduardo Mendes (ambos do Lance!), Alexandre Lozetti e Leandro Canônico (do GloboEsporte.com), eles tinham conhecimento já do desaparecimento de Altair e tudo que sabiam era que o ex-jogador estava de paletó azul escuro, calça preta e camisa azuis.

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Quando se dirigiam a churrascaria, por volta das 23h40, encontraram uma pessoa com os mesmos trajes urinando na rua. Pediram para o táxi dar meia-volta, foram até lá e confirmaram que se tratava de Altair.

O ex-jogador se perdeu por volta das 13h30 da comitiva que esperava o ônibus para ir ao Estádio Nacional (Mané Garrincha) para ver Brasil x Japão. Por conta do Mal de Alzheimer, acreditava, segundo os jornalistas, que estava indo a um jogo do Fluminense, clube que defendeu entre 1955 e 1971.

Ainda de acordo com os repórteres, Altair reclamava que Castilho (goleiro que jogou com ele e faleceu em 1987) havia sumido. O ex-jogador inicialmente se recusou a entrar no taxi dos jornalistas alegando que queria andar até o Barreto, bairro onde mora em Niterói.

Os quatro repórteres ligaram para a emergência da polícia, mas não havia ocorrências sobre o desaparecimento de Altair. Depois procuraram o hotel onde ele estava hospedado, que confirmou que procuravam pelo ex-lateral-direito, que acabou sendo levado de volta para lá pelos jornalistas.

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