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Paulista, nascida em pleno abril de 64, a cineasta Anna Muylaert cresceu firme como uma rocha, chocando-se contra as paredes do machismo imperativo do mercado cinematográfico. Começou trabalhando em produções televisivas (“Mundo da Lua” e “Castelo Ratimbum”, ambas da TV Cultura, foram algumas delas) e lançou-se como diretora de longas em 2002, estreando “Durval Discos”. Em 2015 ganhou projeção mundial com o drama familiar e social de “Que Horas ela Volta?”, sendo premiada em diversos festivais e recentemente homenageada no de Cinema Latino-Americano (SP).

Com a chegada de seu mais novo longa (Mãe Só Há Uma) às telonas, Muylaert aceitou o convite de amigos pernambucanos e retornou ao Cinema do Museu da Fundação Joaquim Nabuco para conversar sobre o filme. O EstreiaJá bateu um papo com a diretora. Na entrevista, ela fala sobre a carreira, a mulher e a luta pelo espaço que lhes é direito, e, dentre outros temas, sua relação com os cineastas e o cinema pernambucano.

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Além da conversa com Anna, o programa também destaca as maiores estreias desta quinta-feira (28). O EstreiaJá vai ao ar todas quintas no Portal LeiaJá e é apresentado pelo jornalista e crítico de cinema Rodrigo Rigaud.

Confira o vídeo na íntegra:

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O filme Que horas ela volta?, da cineasta Anna Muylaert, foi o escolhido para representar o Brasil no Oscar 2016. O anúncio foi feito nesta quinta (10) pelo Ministério da Cultura. entre os indicados estava o pernambucano A História da eternidade, de Camilo Cavalcante, Alguém qualquer, Campo de Jogo, Casa Grande, Entrando numa roubada, Estrada 47 e Estranhos. 

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O longa de Muylaert foi um dos mais elogiados deste ano. A produção recebeu boas críticas de jornais estrangeiros como NY Times, le Figaro, El Pais e Guardian e já foi premiada nos festivais de Berlim, na Alemanha, e Sundance, nos EUA.

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A seleção final dos concorrentes na categoria ainda será definida pela organização da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, responsável pela premiação. Os indicados devem ser divulgados no dia 14 de janeiro de 2016. A última vez que o Brasil teve um filme indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro foi em 1999 com Central do Brasil. 

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Os cineastas Lírio ferreira e Cláudio Assis causaram desconforto durante um debate realizado no Cinema da Fundação, no último sábado (29). Após a exibição do filme Que horas ela volta?, de Anna Muylaert, os dois teriam dito frases sexistas e não deixaram a própria diretora da produção falar. Nesta segunda (31), a Fundaj se posicionou diante o ocorrido anunciando que os dois realizadores não poderão participar dos eventos da fundação, bem como suas produções, pelo período de um ano. 

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Em nota publicado no Facebook, a Fundaj informou a proibição e lamentou o comportamento dos cineastas. A instituição já havia se manifestado em relação ao fato, através da mesma rede social, pedindo desculpas aos frequentadores do Cinema da Fundação: "A situação desagradável e o constrangimento causados servirão de exemplo para novas medidas a serem tomadas pela Fundaj, instituição que não corrobora nenhuma expressão de preconceito. Ao contrário, vem trabalhando há mais de seis décadas para tornar a sociedade melhor".

O evento do sábado repercutiu bastante nas redes sociais. O diretor de arte Thales Junqueira postou em seu perfil do Facebook: "Quero que o debate do Que horas ela volta? realizado ontem no Cinema do Museu seja postado na íntegra. As pessoas precisam assisti-lo. Não só porque conseguimos levantar reflexões importantes - e novas - sobre o filme, mas também pelo show de machismo escandaloso de Lírio Ferreira e Claudio Assis que tentaram impedir uma mulher diretora de falar sobre seu próprio cinema. Show de machismo, sexismo, gordofobia: insetos em volta da lampada".

A jornalista Carol Almeida também se manifestou: "Agora, sobre a perversidade de tudo isso. O que tinha acabado de ser projetado naquela sala de cinema era um filme sobre protagonismo feminino, sobre dar à mulher o lugar de fala que historicamente lhe foi negado. E aí o filme acaba, se acendem as luzes da vida tal como ela é e neste momento surgem dois homens para interromper a fala de uma mulher diretora. Não importa o quanto eles gostaram do filme, ou do quanto estariam lá porque era amigos dela. O fato é que: eles reproduziram exatamente o machismo do qual a própria Anna, sendo mulher e realizadora de cinema, certamente sempre sofreu (e, como se vê, ainda sofre)".

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