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Na noite de abertura da 20ª edição do Cine PE, o homenageado da noite Jonas Bloch concedeu entrevista ao Portal LeiaJá e exaltou a produção cinematográfica de Pernambuco, bem como os cineastas locais. Entre os profissionais citados ele exaltou Lírio Ferreira e Cláudio Assis.

Segundo Jonas, a homenagem do Cine PE ganha uma representação ainda mais significativa pelo histórico de produção dos artistas locais, bem com da referência e destaque dos produtores e diretores. “Estou diante de grandes artistas, como Lírio Ferreira e Cláudio Assis, com quem já tive o prazer de trabalhar. Apesar da imagem que fazem de Cláudio, para mim, ele é uma pessoa ótima”, disse.

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Presente no festival, o cineasta Cláudio Assis limitou a falar apenas do seu novo curta sobre Paulo Paulo Bruscky. Em 2015, o diretor pernambucano se envolveu em uma polêmica no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco, no qual foi proibido de exibir suas produções. O caso ocorreu após o comportamento do cineasta considerado, por muitos, como machista, sexista e misógino em um debate realizado no local.

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*Com Felipe Mendes

Era um tempo remoto na capital pernambucana, quando a presença de veículos motorizados era escassa e os bondes dominavam. Foi no início do século 20 que o Ciclo do Recife, movimento cinematográfico considerado uma das expressões artísticas mais importantes do Brasil, marcou época no audiovisual brasileiro.

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O Ciclo tomou fôlego e ganhou visibilidade nos cinemas de bairro da cidade do Recife. O grupo era formado por quatro rapazes e uma moça. Na época, a participação dela não era vista com bons olhos pela sociedade conservadora e machista. Conhecida como Almery Steves, a atriz participou de várias películas. Almery assumiu o protagonismo feminino e deixou de ser espectadora para tomar as telonas.

O início da sua carreira foi difícil. A sociedade não via com bons olhos o traballho de uma mulher nos cinemas. Derrubando preconceitos da época, Almery aceitou o convite de Ary Severo (ator) para compor a equipe e, posteriormente, ela se casou com Severo. Principal atriz dos filmes Retribuição, Aitaré da Praia, Destino das Rosas e Dança, Amor e Ventura e se tornou o ícone feminino do Ciclo Pernambucano.

O protagonismo e a força feminina sempre estiveram presentes no cenário cinematográfico do Estado. Com o passar do tempo, as mulheres assumiram outros papéis. Hoje, é possível encontrar pernambucanas que trazem na bagagem o amor pela arte e a luta para fazer cinema. A tecnologia evoluiu, alguns códigos morais mudaram, mas outros aspectos pouco se modificaram.

Outra pioneira a área, Kátia Mesel destaca as dificuldades e relembra como foi sua trajetória. "Não é fácil trabalhar como cinesata. São problemas de produção, circulação e principalmente de incentivo. Isso nos abala, mas não deixamos de fazer cinema, por que está no sangue, nas veias. Se deixarmos de fazer, ficamos em crise de abstinência, precisamos produzir", desabafa a cineasta.  

Falando um pouco sobre a sua atuação como diretora e sobre suas premiações, Mesel demonstra satisfação e amor pelos trabalhos realizados. Mas também aponta insatisfações. "Comecei da década de 1960. Tudo era muito difícil, era tão dispendioso fazer cinema que não se via tanto machismo, ou pelo menos não era levado em consideração diante de tantas outras problemáticas", lembra. Durante esse período, Kátia produziu inúmeros curtas, longas e documentários. Segundo ela, em 2008 ela concluiu 45 curtas, e hoje não consegue atingir a mesma produção devido a falta de incentivo.

Quanto às premiações, Kátia é modesta e relata que o filme mais premiado para ela não é o elogiado pela crítica. "Tenho um amor especial pelos documentários que produzi através do Super 8, que infelizmente estão se perdendo. A crítica destaca o filme Recife de Dentro pra Fora, que traz o poema de João Cabral de Melo Neto, mas possuo uma carinho especial pelas minhas produções no Super", conclui.

Sobre o machismo do ambiente cinematográfico pernambucano, a cineasta aborda o episódio envolvendo Cláudio Assis e Lírio Ferreira na Fundação Joaquim Nabuco - Fundaj, que culminou na proibição da entrada deles e da exibição de seus filmes nos cinemas da fundação. Para ela, o comportamento deles foi lamentável, mas infelizmente é comum ver esse tipo de comportamento.

Outra cineasta do Pernambuco é Luci Ancântara. A diretora, que saiu das artes cênicas para atuar na produção cinematográfica, galgou um caminho longo. Durante anos trabalhou no Rio de Janeiro e em São Paulo e passou um tempo no exterior, possuindo uma vasta experiência no universo audiovisual. "Trabalhei na direção, produção e roteiro de vários filmes, além disso também comecei atuando como assistente de figurino", fala.

A cineasta dirigiu vários documentários, sendo dois longas, três curtas e dois filmes de ficção e participou de diversos festivais, entre eles o XI Festival Internacional de Documentários 2010, realizado em Cuba, concorrendo com o filme Geração 65: aquela coisa toda. Além de três prêmios com o curta-metragem Quarto de Empregada. Em relação as dificuldades, ela elenca, principalmente, a falta de incentivo e critica com ênfase, a dicotomia da capital e pernambucana.

"Faz mais de cinco anos que estou tentando finalizar o documentário O Melhor Documentário do Mundo, que fala sobre a tão conhecida megalomania dos pernambucanos, e é lamentável e frustrante não conseguir incentivo cultural", lamenta. Com esses percalços, ela ainda conta que o pior é alguém perguntar como está a finalização do trabalho. "É como enfiar uma faca no meu peito. Faça tudo, mas não pergunte como está a finalização de filme para um cineasta", fala descontente.  

Em entrevista, Luci externa o descontentamento com o cenário cinematográfico. "Recife é considerado a produção das comadres e compadres. As coisas só funcionam bem se você é amigo de fulano e de cicrano ou entre casais, sinceramente não entendo isso. É uma dicotomia recifense que me irrita", externa. Ainda durante conversa, a cineasta falou sobre o machismo. Confira no vídeo.

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O cinema pernambucano não é feito apenas por homens. Além de Kátia e Luci, outras mulheres também se destacam. A jovem Nara Normande, diretora artística do Animage, festival internacional dedicado à animação, é uma delas. Nara dirigiu, com Tião, o curta-metragem Sem coração, que venceu o prêmio de melhor da Quinzena dos Realizadores do festival de Cannes, em 2014.

Outra cineasta com prestígio em terras pernambucanas é Adelina Pontual. Ela tem uma participação importante na retomada do cinema pernambucano na década de 1990, e foi assistente de direção de O baile perfumado, de Lírio Ferreira, marco nesta retomada. Adelina dirigiu o premiado e elogiado curta Cachaça e exerce várias funções no universo cinematográfico. É roteirista, diretora e também tem uma longa lista de filmes em que fez a continuidade, com destaque para a Ostra e o vento, de Walter Lima.

Em 2014, Adelina Pontual lançou seu primeiro longa-metragem, o documentário Rio Doce/CDU. O filme foi exibido em vários locais ao ar livre e fala de uma linha de ônibus da Região Metropoliatana do Recife que percorre mais de 30 quilômetros em seu percurso.

Os cineastas Lírio ferreira e Cláudio Assis causaram desconforto durante um debate realizado no Cinema da Fundação, no último sábado (29). Após a exibição do filme Que horas ela volta?, de Anna Muylaert, os dois teriam dito frases sexistas e não deixaram a própria diretora da produção falar. Nesta segunda (31), a Fundaj se posicionou diante o ocorrido anunciando que os dois realizadores não poderão participar dos eventos da fundação, bem como suas produções, pelo período de um ano. 

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Em nota publicado no Facebook, a Fundaj informou a proibição e lamentou o comportamento dos cineastas. A instituição já havia se manifestado em relação ao fato, através da mesma rede social, pedindo desculpas aos frequentadores do Cinema da Fundação: "A situação desagradável e o constrangimento causados servirão de exemplo para novas medidas a serem tomadas pela Fundaj, instituição que não corrobora nenhuma expressão de preconceito. Ao contrário, vem trabalhando há mais de seis décadas para tornar a sociedade melhor".

O evento do sábado repercutiu bastante nas redes sociais. O diretor de arte Thales Junqueira postou em seu perfil do Facebook: "Quero que o debate do Que horas ela volta? realizado ontem no Cinema do Museu seja postado na íntegra. As pessoas precisam assisti-lo. Não só porque conseguimos levantar reflexões importantes - e novas - sobre o filme, mas também pelo show de machismo escandaloso de Lírio Ferreira e Claudio Assis que tentaram impedir uma mulher diretora de falar sobre seu próprio cinema. Show de machismo, sexismo, gordofobia: insetos em volta da lampada".

A jornalista Carol Almeida também se manifestou: "Agora, sobre a perversidade de tudo isso. O que tinha acabado de ser projetado naquela sala de cinema era um filme sobre protagonismo feminino, sobre dar à mulher o lugar de fala que historicamente lhe foi negado. E aí o filme acaba, se acendem as luzes da vida tal como ela é e neste momento surgem dois homens para interromper a fala de uma mulher diretora. Não importa o quanto eles gostaram do filme, ou do quanto estariam lá porque era amigos dela. O fato é que: eles reproduziram exatamente o machismo do qual a própria Anna, sendo mulher e realizadora de cinema, certamente sempre sofreu (e, como se vê, ainda sofre)".

Fernando de Noronha foi o local escolhido pelo diretor pernambucano Lírio Ferreira para ser palco de uma história sobre paixão e um amor impossível de se realizar. Sangue Azul, premiado como melhor filme no Festival do Rio, estreia em circuito nacional nesta quinta (4). No Recife, o longa está em cartaz no UCI Kinoplex Recife e no Cinema da Fundação. 

Sangue Azul mistura as magias do circo e da Ilha com o fascínio e os conflitos de uma paixão incestuosa. Zolah, vivido por Daniel de Oliveira, retorna ao seu lugar de origem com o circo Netuno, onde é o homem bala. Ele reencontra a irmã Raquel, interpretada pela atriz Caroline Abras, e os dois revivem sentimentos proibidos envoltos por memórias do passado e pelas paisagens paradisíacas de Noronha. 

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No elenco ainda estão Milhem Cortaz, que no circo é o homem mais forte da Terra e é gay; Paulo Cesar Pereio, que aparece como uma enigmática figura paterna de Zolah, Matheus Nachtergaele como o atirador de facas e ainda uma participação da cantora Lia de Itamaracá.

Serviço

Estreia Sangue Azul

Quinta (4) | 20h30

Cinema da Fundação (R. Henrique Dias, 609 - Derby)

R$ 10 e R$ 5

(81) 3073 6689

 

Quinta (4) | 14h25 e 19h15

UCI Kinoplex Recife - Shopping Recife (Av. Padre Carapuceiro, 777 - Boa Viagem) 

R$ 23 e R$ 11,50

(81) 3207 0000

O Festival do Rio, evento de cinema que acontece durante 15 dias na capital fluminense, chegou ao fim na última quarta (12) anunciando seus vencedores. O longa pernambucano Sangue Azul, de Lírio Ferreira, foi o principal vencedor da noite, levando o prêmio de melhor longa de ficção na votação do júri profissional, melhor diretor de ficção e melhor ator coadjuvante (Rômulo Braga). Bianca Joy Porte, que atuou no filme Prometo um dia deixar essa cidade, conquistou o prêmio de melhor atriz.

Sangue Azul também está na programação da Mostra São Paulo, que começa no dia 15 de outubro e encerra a programação do Festival Janela Internacional de Cinema.

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Confira a lista dos vencedores abaixo:

Melhor longa de ficção: Sangue azul, de Lírio Ferreira

Melhor longa de documentário: À queima roupa, de Theresa Jessouroun

Melhor curta: Barqueiro, de José Menezes e Lucas Justiniano

Melhor diretor de ficção: Lírio Ferreira, por Sangue azul

Melhor diretor de documentário: Theresa Jessouroun, por À queima roupa

Melhor atriz: Bianca Joy Porte, por Prometo um dia deixar essa cidade

Melhor ator: Matheus Fagundes, por Ausência

Melhor atriz coadjuvante: Fernanda Rocha, por O último cine drive-in

Melhor ator coadjuvante: Rômulo Braga, por Sangue azul

Melhor fotografia: André Brandão, por Obra

Melhor montagem: Luisa Marques, por A vida privada dos hipopótamos

Melhor roteiro: Murilo Salles, por O fim e os meios

Prêmio especial do júri: Ausência, de Chico Teixeira

Prêmio pelo conjunto da obra: Othon Bastos

O festival Janela Internacional de Cinema do Recife anunciou nesta segunda-feira (6) as sessões especiais de abertura e encerramento do evento, que acontece no Cinema São Luiz, localizado no centro do Recife. Os três filmes são produções recentes feitas em Pernambuco e representam o ótimo momento da sétima arte produzido na região.

Sem Coração, curta de Nara Normande e Tião, abre a programação do festival. O filme foi vencedor do Prix illy du court métrage na Quinzena dos Realizadores, estreando em maio passado como único representante do Brasil no Festival de Cannes. Premiado também como Melhor Filme, Direção e Montagem no último Festival de Brasília. 

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O filme de abertura é Brasil S/A, de Marcelo Pedroso. Esse é o terceiro longa-metragem do pernambucano, que recebeu cinco prêmios no Festival de Brasília: melhor direção, roteiro, montagem, som e trilha sonora. O encerramento do festival fica a cargo de Sangue Azul, filme de Lírio Ferreira rodado inteiramente em Fernando de Noronha e ganhador dos troféus de melhor fotografia e figurino no último Festival de Paulínia.

Curso

O evento também divulgou um workshop de fotografia de cinema em parceria com o Porto Mídia ministrado pelo brasileiro Affonso Beato. Batizado de Cinematografia como Design, o evento será realizado entre os dias 27 e 30 de outubro das 9h às 13h no Portomídia. 

O convidado é o cineasta Affonso Beato, com mais de cinquenta anos de carreira e filmes icônicos no currículo, entre eles três de Almodóvar: A Flor do Meu Segredo, Carne Trêmula e Tudo Sobre Minha Mãe. No Brasil há também uma parceria com Glauber Rocha em O Dragão da Maldade contra o Santo GuerreiroBeato já fotografou mais de 50 longas, 60 curtas e 300 comerciais.

As inscrições para o evento pode ser feitas preenchendo este formulário até o dia 14 de outubro. A seleção será feita com análise de currículo. O curso, que custa R$ 100, aborda temas como luz, cor, visão humana, sistema fotoquímico (filme), sistema fotoeletrônico (digital), comparação filme x digital, o digital intermediate e produtos finais. Além disso, no dia 31 de outubro, Beato realiza uma masterclass gratuita no Cinema da Fundação. 

O festival Janela Internacional de Cinema do Recife acontece nos dias 24 de outubro a 2 de novembro, nos cinemas São Luiz e da Fundação. O evento já anunciou sua lista de clássicos e também de curtas

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A organização da 38ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo divulgou a programação completa do evento, que acontece entre os dias 15 e 29 de outubro na capital paulista. Duas semanas exibindo mais de 300 filmes e diversos curtas de todo o mundo em mais de 29 espaços pela cidade.

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O grande homenageado da edição é o cinema espanhol. Na programação, uma retrospectiva de Pedro Almodóvar (que criou a arte do cartaz), exposição de Luis Buñel e a apresentação da filmografia de Victor Erice.

Como todo grande evento de cinema, homenagens e convidados internacionais têm lugar na 38ª edição. O diretor, produtor e distribuidor Marin Karmitz, da francesa MK2, ganha retrospectiva com 30 títulos e recebe o Prêmio Humanidade.

Já o brasileiro Walter Salles estreia mundialmente o filme Jia Zhangke, Um Homem de Fenyang documentário sobre o diretor chinês.  Entre os convidados especiais desta edição, Laurent Cantet, Mania Akbari, Guillermo Arriaga, Marianne Slot, Marin Karmitz, Walter Salles, Jia Zhangke, Jean-Michel Frodon, Luis Miñarro, Mariana Rondon, Geraldine Chaplin, Luís Urbano e Fernando Castets. 

A Mostra se compõe de cinco seções: Competição Novos Diretores, Júri Internacional, Perspectiva Internacional, Apresentações Especiais e Mostra Brasil. A abertura do evento será dia 15 no Auditória Ibirapuera com a exibição do filme argentino Relatos Selvagens, do diretor Damián Szifrón. O filme concorreu À Palma de Ouro e bateu todos os recordes do cinema argentino em sua primeira semana em cartaz.

Pernambuco

O cinema pernambucano marca presença no evento. Entre os longas presentes, A Luneta do Tempo de Alçeu Valença; Sangue Azul de Lírio Ferreira, A História da Eternidade de Camilo Cavalcanti, Prometo um Dia Deixar essa Cidade de Daniel Aragão e Ventos de Agosto de Gabriel Mascaro.

A História da Eternidade conta a vida de um pequeno vilarejo no Sertão, onde três histórias de amor e desejo revolucionam a paisagem afetiva de seus moradores. Esse é o primeiro longa de ficção do diretor pernambucano Camilo Cavalcante  e ganhou os prêmios de Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Ator (Irandhir Santos); Melhor Atriz (Marcélia Cartaxo, Zezita Matos e Debora Ingrid) e Júri ABRACINE – Associação Brasileira de Críticos de Cinema no 6º Paulínia Film Festival.

Sangue Azul, filme com roteiro de Lírio Ferreira, traz um elenco atores conhecidos no cinema nacional: Daniel de Oliveira, Matheus Nachtergaele e ainda a participação de Ruy Guerra e Paulo César Pereio. O filme foi gravado na Ilha de Fernando de Noronha e retrata a vida de Zolah, um artista circense perdido em seu passado e que não consegue amar plenamente. "Sangue Azul faz um paralelo entre o cinema e o circo para falar de mar, arte e amor" diz o comunicado oficial do filme. 

Confira a programação completa no site oficial do evento.

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Um público pequeno, formado por menos de 50 pessoas, foi conferir nesta quarta-feira (18) o encerramento do CINEFoot Recife, cuja programação teve início no último domingo (15) e foi sempre realizada no Cinema São Luiz, área central da capital pernambucana. Na ocasião, foram exibidos o até então inédito curta O Poeta Americano, de Lírio Ferreira, e o longa Democracia em Preto e Branco, de Pedro Asbeg. 

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A última sessão do CINEFoot 2014 no Recife começou com um pouco de atraso, por volta das 20h, para que Lírio Ferreira pudesse participar do evento. Antes do curta O Poeta Americano ser projetado na telona, o diretor pernambucano deixou um recado. “Queria dedicar a sessão de hoje ao Ocupe Estelita. Infelizmente não pude estar aqui ontem (17), mas o movimento tem meu apoio”, declarou o diretor pernambucano, em referência ao que vem acontecendo em torno do Cais José Estelita ultimamente.   

Para Lírio Ferreira, que produziu um curta sobre a paixão do poeta João Cabral de Melo Neto pelo América Futebol Clube, é sempre uma honra voltar para o Recife e apresentar trabalhos no Cinema São Luiz. “É algo realmente emocionante. Foi muito legal me debater com essa história linda do João Cabral, essa paixão que ele levou até o fim da vida pelo América, o time dele do coração. Inclusive a última entrevista que o poeta deu antes de morrer só aconteceu porque foi sobre o clube América. Ele não queria mais falar sobre poesia”, revelou Lírio. O curta foi produzido pelo SescTV e cedido ao festival.

Segundo Antônio Leal, a presença do Recife no circuito do CINEFoot 2014 foi importante para o festival, tendo em vista a importância do cinema e do futebol local a nível nacional. "Isso nos estimula cada vez mais a seguir com essa proposta, que é única na América Latina", comemora o diretor do evento. 

Crianças de comunidades do Recife participam do CINEFoot

Fundado no dia 12 de abril de 1914, o América Futebol Clube estava representado pelo seu atual presidente, Celso Muniz Filho, que agradeceu a homenagem. “Eu tenho dito sempre que cem anos é uma data emblemática e nos dá uma responsabilidade maior. Queria agradecer e dizer a vocês que fazem o cinema acontecer que são todos lutadores. A gente sabe a dificuldade no Brasil de colocar essa arte pra frente”, comentou Celso Muniz. 

A programação do CINEFoot encerrou com o longa Democracia em Preto e Branco, sobre o lendário movimento surgido no Corinthians durante a redemocratização brasileira na década de 80. Dirigido por Pedro Asbeg, o filme foi vencedor nas etapas paulista e carioca do festival.

 

 

 

Nesta quarta-feira (16), às 19h, o projeto Masterclasses com diretores pernambucanos: o processo criativo no cinema, do Portomídia, recebe o cineasta Lírio Ferreira. O diretor do filme O Baile Perfumado é o sexto convidado do projeto, que tem como objetivo estimular o debate do cinema produzido em Pernambuco. A masterclass acontece no Portomídia, no Bairro do Recife.

Através de uma inscrição prévia, 15 pessoas foram selecionadas para participar do evento. Os escolhidos irão ver o longa Árido Movie, dirigido por Lívio, e assistir a uma aula do cineasta. Para que a aula possa ser assistida por um público maior, a masterclass será transmitida ao vivo através do twitter do Porto Digital.

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Nessa semana o programa Na Social mostra como foram as festas de lançamento de duas publicações especiais em Pernambuco. O editor chefe da revista Terra Magazine, Claudio Barreto, recebeu os convidados em uma loja da Zona Sul da cidade. Mônica Silveira, Sandra Janguiê e Heracliton Diniz foram alguns dos nomes que marcaram presença. Outra que também estava presente foi Lectícia Cavalcanti, a mais nova imortal da Academia Pernambucana de Letras, que também é capa dessa edição que comemora os dois anos da publicação.

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Na outra matéria você vai conferir como foi a noite de lançamento do primeiro livro de Júlia Ferreira, filha do cineasta Lírio Ferreira e da bailarina Maria Eduarda Buarque de Gusmão. 'Proibido'  conta a história de amor entre uma aluna e seu professor de física, e é inspirado em uma viagem que a própria Júlia fez para Cambridge. Quem prestigiou o lançamento foram Roger de Renor, Luci Alcântara, Álvaro Caldas, entre outros.

O Na Social é apresentado por Madá Freitas e exibido toda semana aqui, no Portal LeiaJá.

Um circo que chega à ilha de Fernando Noronha é o cenário do novo filme de Lírio Ferreira, Sangue Azul, que tem como protagonista um homem-bala. Pernambucano radicado no Rio de Janeiro, Lírio faz parte da geração de cineastas pernambucanos surgida na década de 1990, já tendo assinado produções como Baile Perfumado (1997), Árido Movie (2005), Cartola - Música para os olhos (2007) e O homem que engarrafava nuvens (2009).

Em Sangue Azul, que terá locações na própria ilha onde se passa a história, o diretor também assina o roteiro, que narra o retorno de Zolah e o circo a Fernando de Noronha depois de 20 anos. Temerosa de que uma atração proibida se desenvolvesse entre os filhos, a mãe de Zolah entregou o filho ainda pequeno para Kaleb.

Para Lírio, a escolha pelo universo circense se deve ao desaparecimento dessa arte, embora haja resistência. "Existem determinadas maneiras de se fazer cinema que também andam ameaçadas de extinção. Talvez falar de circo seja um meio metafórico de falar desse cinema com os dias contados", diz o cineasta.

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