Pelo menos R$ 8,5 milhões foram pagos como forma de propina a cinco políticos pela Odebrecht. São eles os senadores Romero Jucá (MDB-RR) e Renan Calheiros (MDB-RR) e os ex-senadores Delcídio do Amaral (sem partido-MS) e Gim Argello (sem partido-DF), além de um quinto nome que ainda não foi identificado.
Os pagamentos teriam sido feitos para que os envolvidos aprovassem o projeto de resolução do Senado que limitou a concessão de benefícios fiscais pelos Estados em portos a produtos importados.
##RECOMENDA##A constatação foi dada após uma perícia realizada pela Polícia Federal nos sistemas de comunicação e de contabilidade da Odebrecht, que teve uma de suas empresas, a Braskem, diretamente beneficiada.
Segundo reportagem do G1, o inquérito para investigação desse sistema de corrupção foi aberto em abril de 2017 com base nas delações premiadas dos executivos e ex-dirigentes da Odebrecht.
Na época, Cláudio Melo Filho, ex-executivo da construtora, delatou à Procuradoria Geral da República que repassou R$ 4 milhões a Romero Jucá, que era líder do governo no Senado. O ex-senador Delcídio do Amaral cobrou R$ 500 mil, após o texto da concessão ter sido aprovado pelo Congresso Nacional. Renan Calheiros e Gim Argello teriam recebido, segundo investigação, R$ 1 milhão cada. Uma quinta pessoa também recebeu propina paga pela Odebrecht, no entanto, a PF ainda não conseguiu descobrir quem é a pessoa cujo codinome é Glutão. Essa pessoa teria recebido, em maio de 2012, R$ 3 milhões, conforme orientação de Cláudio Mello.
O delegado Bernardo Amaral, responsável pelas investigações, solicitou ao Supremo Tribunal Federal 60 dias para a conclusão das investigações. Conforme divulgado pelo G1, a justificativa para a extensão do prazo é cruzar dados da perícia com provas coletadas na Operação Armistício.
O ministro Edson Fachin pediu à PGR que se manifeste em parecer sobre o pedido da PF. O magistrado aguarda o posicionamento da procuradora-geral da República, Raquel Dodge.