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Lucy, a primeira missão da Nasa para os asteroides troianos na órbita de Júpiter, decolou neste sábado (16) na Flórida, para uma viagem de 12 anos que buscará permitir entender melhor a formação do nosso sistema solar.

O foguete Atlas V, encarregado de impulsionar a nave, partiu às 09h34 GMT (06h34 no horário de Brasília) de Cabo Canaveral, uma missão cujos custos chegam a quase um bilhão de dólares.

É a primeira nave de energia solar a se aventurar tão longe do Sol. Observará mais asteroides que qualquer outra nave anterior: oito no total.

Cada um desses asteroides deve "oferecer uma parte da história do nosso sistema solar, da nossa história", declarou em coletiva de imprensa Thomas Zurbuchen, diretor da divisão de ciência da agência espacial americana.

Lucy sobrevoará primeiro, por volta de 2025, um asteroide do cinturão principal, situado entre Marte e Júpiter, antes de visitar sete asteroides troianos, os dois últimos em 2033. O mais largo deles mede cerca de 95 quilômetros de diâmetro.

A nave se aproximará dos objetos a uma distância de entre 400 e 950 quilômetros, dependendo de seu tamanho, a uma velocidade de 24.000 km/h.

Equipada com três instrumentos científicos e uma enorme antena, os pesquisadores querem estudar a geologia, a composição, a densidade, a massa e o volume precisos dos asteroides, medições que são impossíveis de realizar com telescópios situados na Terra.

"Lucy incorpora a busca contínua da Nasa de se aprofundar mais no cosmos em nome da exploração e da ciência para entender melhor o Universo e nosso lugar nele", afirmou Bill Nelson, chefe da agência espacial americana, em um comunicado emitido pouco depois da decolagem.

Os asteroides troianos, dos quais cerca de 7.000 são conhecidos, orbitam em torno do Sol em dois grupos distintos, um à frente de Júpiter e outro por trás.

"Uma das coisas surpreendentes dos asteroides troianos é que eles são muito diferentes entre si, especialmente suas cores: alguns são cinza, outros vermelhos", disse Hal Levison, pesquisador principal da missão. "Acreditamos que a cor indica sua procedência", acrescentou.

- 'Um diamante a bordo' -

Lucy passará três vezes perto da Terra durante sua viagem de 6 bilhões de quilômetros para aproveitar sua atração gravitacional para o seu deslocamento. A nave será a primeira a voltar para as imediações do planeta azul desde os confins do sistema solar.

Para gerar energia, a nave contará com dois painéis solares de mais de sete metros de diâmetro cada.

A missão foi chamada de Lucy em referência ao fóssil de australopiteco descoberto na Etiópia em 1974, que ajudou a esclarecer a origem da humanidade. A Nasa pretende agora esclarecer a evolução do sistema solar.

Os pesquisadores que encontraram o fóssil estavam ouvindo, no momento da descoberta, a música "Lucy in the sky with diamonds", dos Beatles. Como referência a esse fato, o logotipo oficial da missão da Nasa foi desenhado em forma de diamante.

"Efetivamente, levamos um diamante a bordo", afirmou entre sorrisos Phil Christensen, responsável pelo Espectrômetro de Emissão Térmica, um instrumento científico que contém a pedra preciosa.

O artefato, chamado de L'TES, medirá a luz infravermelha, o que lhe permitirá determinar a temperatura na superfície dos asteroides.

"Ao comparar essas medidas de noite e de dia, podemos determinar se a superfície é feita de blocos de rocha, ou de poeira fina e areia", explicou Christensen, pois a rocha esfria de forma mais lenta que a areia durante a noite.

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