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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, demitiu três auditores fiscais da Receita envolvidos na Operação Persona, deflagrada em outubro de 2007 para desarticular organização criminosa que fraudava importação de produtos da Cisco Systems Inc., maior fabricante mundial de equipamentos para redes.

Amparado no artigo 87 da Constituição, que lhe confere tais poderes, e no resultado de Processo Administrativo Disciplinar, Mantega assinou as portarias 334, 335 e 336 - publicadas no Diário Oficial da União no último dia 24 -, para demitir Silvio Rogério Ferreira Sande, Maurício Rocha Maia e Jair Rodrigues de Oliveira, todos auditores fiscais da Alfândega do Porto de Salvador (BA).

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A Operação Persona, força-tarefa da Polícia Federal, Receita e Procuradoria da República, apurou importações fraudulentas que atingiram o montante de US$ 370 milhões. A organização se valia de mecanismos e empresas interpostas que tinham por finalidade ocultar a real importadora das mercadorias, a Mude Comércio e Serviços Ltda.

A PF indiciou 40 investigados, por uso de documentos falsos, falsidade ideológica, descaminho, sonegação de impostos, corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, evasão de divisas e ocultação de patrimônio.

Contrabando

Em 2009, a Justiça Federal em São Paulo condenou seis empresários e executivos a uma pena de 5 anos e dois meses de reclusão pelo crime de contrabando em 16 operações identificadas. Outro auditor, Ernane Bertino Maciel, também foi condenado a 5 anos de reclusão por importação fraudulenta e teve bloqueado patrimônio estimado em R$ 42 milhões, em fevereiro de 2012.

Persona constatou que a carga era "descaminhada" no Porto de Salvador - apesar de permitida sua entrada no País, a mercadoria é importada sem o pagamento dos tributos previstos na legislação. O esquema funcionava no Entreposto Aduaneiro. A mercadoria era embarcada para São Paulo. A suspeita é que os três auditores de Salvador facilitavam o desembaraço das mercadorias.

As demissões foram decretadas pelo ministro da Fazenda com base no procedimento disciplinar realizado pelo Escritório da Corregedoria da 5.ª Região Fiscal.

O documento atribui aos auditores "ato de improbidade administrativa" e assinala que os acusados se valeram "do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública, com restrição de retorno ao serviço público federal".

A medida se baseia no artigo 137, parágrafo único, da Lei n.º 8.112/90 - não poderá retornar ao serviço público federal o servidor que for demitido ou destituído do cargo em comissão por crime contra a administração, corrupção ou lesão grave aos cofres públicos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pelo segundo dia consecutivo, os auditores fiscais da Receita Federal cruzaram os braços em protesto à proposta de aumento salarial feita pelo governo. Segundo o Sindifisco Nacional, a paralisação mobiliza o setor administrativo (chamado de zona secundária) do órgão. A estimativa do sindicato é de que a adesão está em torno de 70% dos servidores.

Nas áreas de fronteiras, portos e aeroportos, os auditores continuam realizando operação-padrão por tempo indeterminado. O movimento teve início em 18 de junho. Já as paralisações estão ocorrendo por 48 horas. O sindicato informou que os auditores do setor administrativo voltam a cruzar os braços nos dias 28 e 29 de agosto se não houver um acordo com o governo até lá.

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Na quarta-feira a categoria realizou uma assembleia nacional para decidir se aceitaria a proposta feita pelo governo de reajuste de 15,8%, a serem pagos em três vezes, entre 2013 e 2015. O Sindicato tem orientado os servidores a não aceitarem a proposta. "A proposta de 5% a cada ano, a partir de 2013 até 2015, faz que com que se abra mão da inflação passada, entre o último reajuste, que foi em julho de 2010, até o próximo reajuste", destacou o presidente do Sindifisco Nacional, Pedro Delarue, por meio da assessoria de imprensa.

O sindicato informou que, com base em resultados preliminares, a votação realizada na quarta-feira mostra que os auditores estão seguindo a orientação da Diretoria Executiva Nacional de rejeitar a proposta.

O subsecretário de Aduana e Relações Internacionais da Receita Federal, Ernani Checcucci, informou nesta sexta-feira que a operação padrão dos auditores fiscais, iniciada no dia 18 de junho, gerou um aumento de 4 mil declarações de importações no estoque, o que representa 2% de todo o volume registrado no período. Segundo ele, o movimento não atinge as exportações.

Com a operação padrão, os auditores têm realizado a conferência de 100% das mercadorias importadas, o que significa mais tempo na liberação das cargas. Para minimizar este efeito, o ministério da Fazenda publicou, nesta sexta, portaria estabelecendo prazo máximo para que as mercadorias sejam liberadas pela Receita. O subsecretário informou que as empresas podem exigir a entrega da carga se o prazo superar a 30% do tempo fixado na portaria.

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Checcucci disse que o prazo médio nas aduanas em todo o Brasil é de 8 dias para os canais amarelo e vermelho. Isso significa que, ao completar 10 dias e meio com a mercadoria parada nos portos, as empresas podem solicitar ao chefe da aduana local a liberação da carga, mesmo sem checagem. Esse prazo é a média nacional e tem variação por unidades regionais.

"O chefe regional vai analisar caso a caso. Estamos dando uma solução. Alguém vai decidir se pode verificar a carga a posteriori", disse Ronaldo Medina, assessor do secretário da Receita. O sistema de análise de risco da Receita irá indicar se a carga pode ser liberada sem conferência física na aduana.

Checcucci não quis comentar a possibilidade de o trabalho dos auditores fiscais ser transferido para auditores estaduais, conforme prevê o decreto 7.777, publicado na última quarta-feira, com regras para garantir a manutenção dos serviços essenciais em caso de paralisação de servidores públicos. Ele também não quis avaliar se a portaria da Fazenda enfraquece o movimento dos auditores fiscais.

O subsecretário, no entanto, fez questão de ressaltar que os desvios de navios em alguns portos não têm relação com o movimento do órgão. "A Receita não intervém na atracação de navio. Em qualquer situação não se pode atribuir à Receita a não atracação, carga ou descarga de navios", afirmou. Checcucci disse que o complexo logístico envolve vários intervenientes, mas não apontou os órgãos responsáveis.

Os auditores fiscais da Receita Federal realizam nesta quarta-feira (9) uma paralisação de "mobilização de advertência" para reivindicar aumento salarial. O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco Nacional) convocou todos os servidores, principalmente na aduana, a cruzarem os braços.

"O sindicato pede o empenho e a dedicação dos auditores fiscais neste momento. É chegada a hora de cobrar a valorização e o respeito à altura da complexidade das atividades desenvolvidas por essa classe ao país. É chegado o momento de mostrar unicidade e determinação na busca pelos nossos direitos", diz texto publicado no site do sindicato.

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A Receita Federal não se pronunciou sobre o movimento. Mas já há uma preocupação no governo com o impacto nos dados da balança comercial. A paralisação de hoje pode interferir nos números desta semana.

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