O último surto de rubéola nos Estados Unidos, que começou no parque de diversões Disneylândia, na Califórnia, em dezembro, se propagou por causa de um nível de vacinação muito baixo - mostra um estudo publicado nesta segunda-feira (16) na revista JAMA Pediatrics.
Ao examinar os casos reportados pelas autoridades sanitárias da Califórnia e os dados do programa de vigilância HealthMap, pesquisadores do hospital infantil de Boston (Massachusetts), como a médica Maimuna Majumder, determinaram que as taxas de vacinação nos grupos em que foram registrados casos na Califórnia, Arizona e Illinois variavam entre 50% e 86%. É necessário entre 96% e 99% para gerar uma imunidade generalizada.
Se uma população está vacinada por completo, um caso de rubéola se traduzirá na infecção de outras duas pessoas nos 70 dias seguintes. Mas a taxa de vacinação chega apenas a 60%, haverá mais de 2.800 casos no mesmo período - segundo o modelo de estudo utilizado pelos pesquisadores.
A rubéola é muito contagiosa, ressaltam, e apontam que uma pessoa infectada em uma população vulnerável pode contagiar entre 11 e 18 pessoas.
Os pesquisadores destacam que estas considerações não refletem a taxa de vacinação no conjunto do território nacional no começo da epidemia. Trata-se apenas de uma avaliação da taxa de vacinação em cada um dos grupos expostos a casos de rubéola.
Ao todo, 142 pessoas foram infectadas em sete estados desde o início desta nova onda, no final de dezembro de 2014, segundo mostram os Centros de Controle e de Prevenção de Doenças (CDC).
"Nossos dados estabelecem claramente que a vacinação é o meio adequado para frear a epidemia de rubéola e as próximas que virão", disse o epidemiologista John Brownstein, co-autor do estudo e co-fundador do HealthMap e do VaccineFinder, serviço online que permite rastrear centros de vacinação de rubéola e outras doenças infecciosas.
O retorno da rubéola nos Estados Unidos coincide com a tendência de alguns pais a se negarem a autorizar seus filhos a receberem a vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), por temerem que a imunização seja responsável pelo aumento no número de casos de autismo. Outros optam por não vacinar os filhos por motivos religiosos.