Tópicos | Bia Ferreira

Bia Ferreira cumpriu seu papel nos Jogos Pan-Americanos de Santiago da melhor maneira possível. A maior representante do boxe no Chile não deu chances para Angie Valdes, a prodígio pugilista colombiana, conquistando a medalha de ouro por decisão unânime dos jurados. Com nove representantes nas decisões, a nobre arte nacional teve de poupar dois finalistas por lesão, mesmo assim celebrou mais três ouros, com Caroline Barbosa, Jucielen Romeu e Maria Bárbara dos Santos. Ainda viu Keno Marley Machado protagonizar grande combate com cubano Julio Cesar La Cruz, bicampeão olímpico, em prévia de possível final para Paris-2024 e acabar com a prata apesar de resultado contestado. Tatiana Chagas e Wanderley Pereira também ficaram em segundo.

Beatriz Ferreira repensou muito sua decisão de adiar a aposentadoria do boxe amador para se profissionalizar e aceitou tentar buscar nova medalha olímpica após a prata em Tóquio-2020. Para isso, precisava ir até a final da categoria 60kg. Atropelando suas adversárias, ela não só garantiu a vaga para Paris-2024 como ainda subiu ao topo do pódio, confirmando que está em grande forma paras defender as cores do País, em breve, apenas como profissional, onde já fez três lutas.

##RECOMENDA##

"Missão dada é missão cumprida. Classifiquei e, de brinde, peguei o ouro", brincou Bia Ferreira. "Estou muito feliz. Jogos Olímpicos já estão aí e eu quero pegar a mãe de todas, a (medalha) dourada. Meu último ciclo (como lutadora amadora), era para ser em Tóquio, mas fui desafiada, um ciclo menor (três anos até Paris). Quis repetir as competições, trazendo ouro novamente, e está dando tudo certo. Acredito que lá em Paris vou estar no pódio e brigando pelo ouro", previu.

O dia das finais do Brasil no boxe do Pan começou com a confirmação de que Abner Teixeira e Michael Andrade não entrariam no ringue por causa de lesões sérias. Pela vaga olímpica, Abner aceitou ir para o Pan, mesmo com o ligamento do joelho rompido. Se garantiu em Paris ao passar pela semifinal e foi convencido a se contentar com a prata. Já Michael rompeu o ligamento do braço na semifinal e também acabou dando WO.

"Infelizmente não vou lutar a final dos Jogos Pan-Americanos. Foi uma decisão tomada pela minha comissão técnica, entre médicos, fisioterapeutas e treinadores, devido a uma lesão ligamentar em meu joelho. Eu queria muito lutar, já ganhei deste americano que está na final no ano passado", lamentou Abner, da categoria até 92kg, em vídeo.

"Mas eu confio muito em minha comissão técnica e se acha melhor não lutar agora por objetivo maior, sigo confiando nela. Sou muito orgulhoso e para mim é muito difícil tomar essa decisão, mas já consegui a classificação que era o objetivo", completou o boxeador, que volta para São Paulo neste fim de semana para continuar a fisioterapia. A volta aos ringues será só em fevereiro de 2024.

A terceira prata do Brasil veio com Tatiana Chagas, na final até 54kg. A brasileira até equilíbrio a luta, mas acabou superada pela favorita colombiana Yeni Arias, por decisão dividida dos árbitros (3 a 2).

Keno Marley entrou no ringue em Santiago disposto a ir além da prata de Lima-2019. Mas sabia que a missão diante de Julio Cesar La Cruz era complicada. O cubano é bicampeão olímpico. Mesmo assim, o brasileiro ganhou o primeiro round. Mas levou a virada, contestável, perdendo a prévia de possível final de Paris-2024 (caso não se cruzem antes), por 4 a 1.

O segundo ouro do dia veio com Caroline Barbosa dominando todo o combate com a americana Jennifer Lozano nos 50kg. Agressiva, a brasileira celebrou a medalha com decisão unânime. Logo depois, foi a vez de Jucielen Romeu entrar no rinque do Centro de Entretenimento Olímpico de Santiago na categoria 57kg. Pela frente, a colombiana Valeria Arboleda, que não foi páreo e também saiu derrotada por 5 a 0 em nova festa verde e amarela.

As mulheres do Brasil deram show, com Maria Bárbara garantindo a quarta conquista do dia nos 66kg, atropelando a americana Morelle McCalle. As seis representantes do País em Santiago levaram medalha, já que Viviane Pereira levou o bronze nos 75kg.

Wanderley Pereira fechou as finais nos 80kg diante do cubano Arlen Lopez e não conseguiu se dar bem diante do favorito. Com decisão unânime, acabou com a prata, mas feliz pelo desempenho e a vaga olímpica. Todos os brasileiros finalistas se garantiram em Paris-2024, com 12 dos 13 representantes em Santiago indo ao pódio.

Bia Ferreira confirmou o favoritismo e conquistou a primeira vaga do Brasil no Boxe na Olimpíada de Paris-2024 ao avançar à semifinal na categoria até 60kg dos Jogos Pan-Americanos de Santiago nesta quarta-feira. Bicampeã do mundo e prata na Olimpíada de Tóquio, ela venceu a costa-riquenha Pamela Sanchez no primeiro round.

"Eu fico muito emocionada, eu sei o quanto todo mundo se dedicou bastante, o quanto a gente treinou, o quanto a gente se preparou e é emocionante né, eu tô muito feliz de estar fazendo parte desse time e de estar aí na briga nesse momento histórico que vai ter", afirmou a brasileira.

##RECOMENDA##

Bia Ferreira ainda é e atual campeã do Pan-Americano. Ela está em busca de mais um título na carreira e já conquistou para o Brasil ao menos a medalha de bronze, já que no boxe não tem decisão do terceiro lugar.

"Eu sei que vou ter de ser uma guerreira, eu sei que as meninas estão com muita vontade de também ser campeã Pan-Americana, mas minha vontade é maior, eu tô muito mais preparada e eu vou pra cima, não vou deixar barato, vou buscar esse bicampeonato até o fim. É isso, é continuar acreditando, ficar concentrada, manter o foco porque a competição ainda não terminou", disse. "Claro, tirei um caminhão das costas, mas ainda estou na disputa, estou na briga pra poder trazer essa medalha aí dourada", disse.

A brasileira não deixou Pamela Sánchez crescer dentro da luta e resolveu a situação logo no primeiro round. Bia Ferreira precisou de apenas 1 minuto e 30 segundos para garantir sua classificação à semifinal. Ela terá pela frente a americana Jajaira Gonzalez.

Foto: Reinaldo Reginato/Foto Arena/Estadao Conteudo

BASQUETE FEMININO ESTREIA COM VITÓRIA

No basquete feminino, o Brasil brilhou na estreia do Pan de Santiago ao derrotar o Máximo por 72 a 54, com destaque para a pivô Salsa com 12 pontos, cinco rebotes e duas assistências. Érika e Maria Albiero também tiveram grandes atuações.

O Brasil começou acelerando o jogo e conseguiu converter dez chutes de três, em dez tentativas, para largar na frente no primeiro quarto por 16 a 12. O México deu trabalho no segundo quarto, mas a seleção brasileira conseguiu administrar a vantagem, o que facilitou muito no segundo tempo.

O técnico João Camargo, inclusive, aproveitou para fazer alguns testes na equipe no último quarto, quando o México já não esboçava mais reação, principalmente após um terceiro quarto frustrante para as mexicanas.

"É normal essa ansiedade, esse nervosismo. Tanto eu que tô aqui há 28 anos (jogando basquete pela seleção), com 41 anos jogando essas meninas, ainda me sinto nervosa. Mas sempre tento acalmar, controlar a ansiedade de todas elas. Mas o importante é que conseguimos fazer o trabalho que o [treinador] Camargo pediu, que viemos treinando durante toda a semana e conseguimos sair com a vitória, conseguimos encaixar o jogo, isso foi o mais importante. Elas me passam juventude, eu passo experiência e tranquilidade", disse Érika.

O próximo desafio da seleção brasileira é diante da Venezuela, na quinta-feira, às 10h30 (horário de Brasília), no Complexo Multiesportivo de Santiago.

OUTROS ESPORTES

O Brasil estreou nesta quarta-feira no hóquei sobre grama masculino, mas não teve tanta sorte. A equipe brasileira perdeu para o Canadá por 2 a 0. O próximo compromisso é diante de Trinidad e Tobago, nesta sexta-feira.

No handebol feminino, a seleção brasileira feminina venceu o Uruguai com extrema facilidade, por 28 a 9, conquistando o segundo triunfo na competição. A primeira fase terminará nesta quinta, diante de Cuba, às 12h30 (horário de Brasília).

No tênis, Carol Meligeni brilhou ao derrotar a boliviana Noelia Zeballos por 2 sets a 0, parciais de 6/4 e 6/2 na quadra central, em 1h22 de confronto. A adversária nas quartas de final sairá entre a chilena Fernanda Labraña e a argentina Lourdes Carle.

No tiro esportivo, na final da carabina três posições, Geovana Meyer terminou a disputa em quinto lugar. Os Estados Unidos ficaram em primeiro e em segundo, com Mary Tucker e Sagen Maddalena, respectivamente. A última vaga olímpica ficou com o Canadá, com Shannon Westlake, em terceiro.

Domingo histórico para o boxe brasileiro: a pugilista baiana Beatriz Ferreira, de 30 anos, faturou pela segunda vez na carreira o título mundial.  Vice-campeã olímpica em Tóquio e atual número 1 no ranking mundial, a brasileira derrotou hoje (26) na final da categoria até 60 quilos a colombiana Angiel Paola Valdez Pana, em decisão unânime dos árbitros, em Nova Delhi (Índia). Bia Ferreira é a primeira pugilista do país a disputar três finais seguidas na competição: foi ouro em 2019 e ano passado ficou com a prata.

O desempenho do boxe feminino brasileiro no Mundial também é o melhor da história.  Além da medalha de ouro, o país também subiu ao pódio nesta edição com Bárbara Santos, que levou o bronze nos 70 kg (categoria não-olímpica). Antes, a campanha mais exitosa do Brasil havia sido a do ano passado, quando Bia foi vice-campeã e a pernambuca Caroline Almeida levou o bronze nos 52 kg. 

##RECOMENDA##

Na decisão do título nesta manhã, Bia Ferreira sobrou no ringue desde o primeiro round. A baiana, nascida em Salvador, começou mais agressiva: desferiu um golpe de esquerda e, na sequência, investiu mais três vezes contra a adversária. No segundo round, a colombiana esboçou uma reação, mas Bia soube se defender bem. O melhor momento da brasileira foi no início do terceiro round, quando encaixou um cruzado de esquerda, e depois seguiu na defensiva até o término da luta. 

A vitória deste domingo (26), por decisão unânime dos juízes, foi a quarta consecutiva no Mundial. Antes de se classificar à final, Bia derrotou a australiana Danielle Scanlon na estreia, e depois derrotou a japonesa Tagachi Ayaka e, na semifinal, bateu a sul-coreana Oh Yeonj.

Bia Ferreira chegou ao Mundial como favorita ao título, após o boicote de alguns países ocidentais à competição organizada pela Associação Internacional de Boxe Amador (IBA), que não vetou a participação de atletas russas e bielorrussas no Mundial em Nova Delhi.  Entre as nações que aderiram ao boicote estão Estados Unidos, Canadá,  Suécia e Grã-Bretanha. 

O título mundial conquistado hoje (26) por Bia Ferreira a mantém no topo do ranking mundial. Tradicionalmente, a pontuação contaria na busca por vaga para a Olimpíada de Paris 2024.  No entanto, a IBA está suspensa pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), o que a impede de definir os critérios de classificação para a próxima Olimpíada. 

De acordo com a Confederação Brasileira de Boxe (CBboxe), a classificação para Paris 2024 ocorrerá este ano nos Jogos Pan-Americanos de Santiago (Chile), de 20 de outubro a 5 de novembro. 

“O Mundial segue sendo o campeonato mais importante do ano, mesmo com os boicotes. Um título mundial ainda é muito relevante para a carreira dos boxeadores e o campeonato reúne as melhores atletas do mundo inteiro, é importante sabermos como estão as adversárias em ano pré-olímpico”, afirmou a CBboxe, por meio da assessoria de imprensa. 

A competição mundial em Nova Delhi reuniu  atletas de 23 países. Além das medalhistas  Bia Ferreira e Bárbara Santos, a delegação brasileira viajou à Índia com outras cinco atletas: Beatriz Soares (66 kg), Tatiana Chagas (54 kg), Caroline “Naka” Almeida (50kg), Jucielen Romeu (57kg) e Viviane Pereira (75kg).

Na primeira competição após a medalha de prata na Olimpíada de Tóquio (Japão), a pugilista Beatriz Ferreira voltou a figurar no pódio da modalidade. Desta vez, no topo. Neste sábado (25), a brasileira ficou com o título da categoria até 60 quilos do Campeonato Mundial Militar de boxe, disputado em Moscou (Rússia).

Na final, a baiana de 28 anos, terceiro-sargento da Marinha do Brasil, derrotou a venezuelana Krisandi Rios Ojeda por decisão unânime dos juízes. No terceiro e último round, após uma boa sequência de golpes de Bia, a árbitra chegou a abrir contagem para a adversária, o que poderia decretar a vitória por nocaute. A rival se recuperou, mas não o suficiente para tirar o título da brasileira.

##RECOMENDA##

A pugilista de Salvador disputa competições internacionais de boxe desde 2017. De lá para cá, só não esteve no pódio no Campeonato Mundial de 2018 (eliminada nas oitavas de final). No ano seguinte, porém, sagrou-se campeã do mundo e medalhista de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima (Peru).

Bia disputou (e venceu) quatro lutas em Moscou. Na estreia, superou a cazaque Aizhan Khojabekova. Nas quartas de final, no duelo contra a russa Nune Asatrian, a rival foi declarada vencedora pelos árbitros, mesmo sendo dominada na maior parte do combate. A comissão brasileira entrou com um recurso e teve êxito: o resultado se inverteu e a baiana avançou. Na semifinal, ela reencontrou a uzbeque Raykhona Kodirova, a quem já havia derrotado em Tóquio, voltando a ganhar da adversária.

Outros dois brasileiros disputaram finais neste sábado, ficando com a prata. Na categoria até 49 quilos, Leanderson Conceição foi derrotado pelo cazaque Temirtas Zhussupov, enquanto Bárbara Santos não superou a russa Saadat Dalgatova na categoria até 69 quilos. Os dois resultados foram decretados por decisão unânime dos árbitros.

O Brasil encerrou o Mundial Militar de boxe com cinco medalhas: uma de ouro ouro, duas de prata e duas de bronzes, estas últimos conquistados por Wanderson "Sugar" Oliveira (até 64 quilos) e Jucielen Romeu (até 57 quilos). Dos sete pugilistas do país que competiram em Tóquio, apenas Keno Marley e Hebert Conceição (ouro na Olimpíada) não foram a Moscou.

 

Atual campeã mundial, a pugilista Beatriz Ferreira tenta colocar o ouro olímpico como o título mais importante de suas conquistas na categoria peso leve (até 60kg). A baiana de 28 anos entra no ringue neste domingo (8), às 2 horas (de Brasília), para enfrentar a irlandesa Kellie Anne Harrington, na Kokugikan Arena, nos Jogos de Tóquio-2020. É a primeira vez que uma mulher brasileira chega a uma final no boxe olímpico.

O retrospecto aponta certo favoritismo para Bia. Nos últimos cinco anos, a brasileira subiu no pódio em 29 das 30 competições que disputou. Entre suas principais conquistas está o título mundial, em 2019, na Rússia. Harrington foi campeã mundial em 2018. A final de Tóquio será o primeiro confronto entre as duas.

##RECOMENDA##

"Queria muito essa luta. Participamos de alguns campeonatos, mas infelizmente não chegamos a lutar. Ela é campeã mundial, tem todo o meu respeito e estou bem ansiosa para esse espetáculo. Espero sair com a vitória e mandar essa medalha para o meu pai", disse.

Bia começou no boxe aos quatro anos de idade na garagem de casa, onde seu pai, Raimundo Ferreira, mais conhecido no boxe como Sergipe. Ele foi tricampeão baiano, bicampeão brasileiro e sparring de Acelino Popó Freitas, tetracampeão mundial em duas categorias diferentes de boxe.

Bia já tem a medalha de prata garantida, mas o objetivo repetir o feito de Herbert Conceição, que subiu no lugar mais alto do pódio neste sábado, 7, ao derrotar o ucraniano Oleksandr Khyzhniak, pelo torneio masculino. "Estar no pódio é o objetivo final, mas separamos por metas. É degrau por degrau. Fui alimentando isso, estudando as adversárias e estou feliz aqui, mas ainda não acabou. Tenho isso em mente", afirmou.

Na semifinal dos Jogos de Tóquio, Bia venceu a pugilista finlandesa Mira Potkonen por 5 a 0, em decisão unânime dos jurados (30 a 27 - três vezes - 29 a 28 e 30 a 26). A pugilista já havia emendado duas vitórias nas fases preliminares. Nas oitavas, venceu a taiwanesa Shih-Yi Wu; pelas quartas, venceu Raykhona Kodirova, do Usbequistão.

O início da carreira foi difícil por causa da falta de oportunidades para a lutadora. Por falta de competições de boxe feminino, Bia precisou esperar até 2014 para iniciar a carreira. Venceu uma luta, mas acabou desclassificada porque já havia participado de uma competição de muay thai e recebeu uma dura punição de dois anos. A Associação Internacional de Boxe proibia que as atletas participassem de torneios por outras modalidades.

Bia voltou em 2016 e passou também a ser sparring de Adriana Araújo, medalha de bronze na Olimpíada de Londres-2012. Talentosa, ficou com a vaga da amiga, que passou para o boxe profissional.

A boxeadora brasileira Bia Ferreira, atual campeã mundial, se classificou para as semifinais e garantiu, pelo menos, a medalha de bronze na categoria peso leve (57-60kg) dos Jogos Olímpicos de Tóquio, ao derrotar nesta terça-feira Raykhona Kodirova, do Uzbequistão, em três rounds, em decisão unânime dos árbitros (5 a 0).

Na luta pela vaga na final olímpica, a brasileira vai encarar o vencedora do duelo entre a turca Esra Yieldiz e a finlandesa Mira Marjut Johanna Potkonen.

##RECOMENDA##

O Prêmio Brasil Olímpico coroou dois novos heróis na temporada. Beatriz Ferreira, do boxe, e Arthur Nory, da ginástica artística, ganharam o prêmio de Melhor Atleta do Ano. Ambos foram campeões mundiais em 2019 e conquistam a honraria pela primeira vez na carreira. O anúncio foi feito nesta terça-feira (10), em cerimônia de gala do "Oscar" do esporte nacional.

Bia Ferreira superou Ana Marcela Cunha, que foi hegemônica na maratona aquática, e Nathalie Moellhausen, campeã mundial de esgrima, na votação entre jornalistas, dirigentes, Comissão de Atletas do COB, ex-atletas e personalidades do esporte. A boxeadora ganhou a medalha de ouro no Mundial de Boxe, em Ulan-Ude, na Rússia, na categoria até 60 kg, ao vencer a chinesa Cong Wang por 5 a 0.

##RECOMENDA##

"Estou muito feliz. Este ano foi incrível, tenho que agradecer muito a Deus e a minha família. Eu estou realizada", declarou Bia, assim que recebeu o troféu. "Acreditem em mim. Vou chegar em Tóquio e representar bem o Brasil".

O resultado foi a cereja no bolo da atleta, que acabou de completar 27 anos. Ela teve uma temporada incrível ao obter a impressionante marca de 24 pódios em 25 torneios disputados. Em 2019, Bia Ferreira ainda ganhou outra medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos ao superar a argentina Dayana Sanchez na final em Lima.

Já Arthur Nory, de 26 anos, foi campeão na barra fixa no Mundial de Ginástica Artística, em Stuttgart, na Alemanha. Ele obteve 14,900 e foi o melhor no aparelho. Já no Pan de Lima, ele foi prata na barra fixa, também foi segundo colocado no individual geral e ainda ganhou a medalha de ouro por equipes.

"A primeira vez que participei aqui em 2015, eu via os atletas homenageados e aquilo martelava na minha cabeça. Foi um incentivo pra mim", revelou Arthur Nory. "Aí chegou 2019, que foi um ano incrível pra mim e pra ginástica".

Os principais atletas do País estiveram presentes na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, para prestigiar o evento que foi marcado por homenagens a quem se destacou na temporada, como os membros da delegação verde e amarela nos Jogos Pan-Americanos de Lima, que ajudaram o Time Brasil a conquistar uma campanha histórica e bater o recorde de medalhas.

A 21.ª edição do Prêmio Brasil Olímpico também premiou Mateus Alves (boxe), considerado o melhor técnico do ano no individual, e Renan Dal Zotto (vôlei), no esporte coletivo. Já os destaques dos Jogos Escolares foram: Pâmela Nievilly (atletismo), Klerton Zaidan (badminton), Maria Luíza Elói (vôlei) e Guilherme Porto (wrestling).

Outro destaque da noite foi a homenagem a seis ídolos que entraram para o Hall da Fama do Comitê Olímpico do Brasil (COB): Guilherme Paraense (tiro esportivo), Joaquim Cruz (atletismo), João do Pulo (atletismo), Magic Paula (basquete) Maria Lenk (natação) e Sylvio de Magalhães Padilha (atletismo).

Já na votação popular de Atleta da Torcida, quem levou a melhor foi Hugo Calderano, do tênis de mesa, que contou com a sua popularidade para frear a ascensão de Flávia Saraiva, da ginástica artística, na disputa. "Esse prêmio é de todos os atletas e de todos os familiares. Tenho muito orgulho de receber isso", disse Calderano, em vídeo enviado da China, onde ele está disputando um torneio.

A boxeadora Bia Ferreira conquistou a medalha de prata nos Jogos Mundiais Militares, em Wuhan, na China, na categoria até 60kg. A campeã pan-americana e mundial foi derrotada na final, nesta sexta-feira (25), pela chinesa Zichun Xu, por 3 a 2, mas somou o 25º pódio em 26 competições internacionais.

Bia, de 26 anos, voltará para o Brasil na segunda-feira e vai se apresentar à seleção brasileira para fazer uma trabalho regenerativo em 13 de novembro. Depois, a lutadora terá alguns dias de folga para as festas de fim de ano e logo no começo de 2020 vai iniciar a preparação para o Pré-Olímpico de Mar Del Plata, na Argentina, que vai começar em 24 de março.

##RECOMENDA##

Apesar de campeã pan-americana e mundial, em títulos conquistados nesta temporada, a brasileira vai precisar conquistar uma vaga para os Jogos Olímpicos de Tóquio no ano que vem.

OUTROS RESULTADOS - No tae kwon do, Paulo Ricardo foi campeão da categoria até 54kg, Leonor Dias garantiu o bronze na categoria até 53kg e Caroline Santos assegurou a prata na categoria até 62kg. Também nesta sexta-feira em Wuhan, Ana Marcela Cunha, que havia sido campeã na maratona aquática de 10 quilômetros, garantiu o bronze na prova de 5km.

Na ginástica artística, Artur Zanetti levou a prata nas argolas e o bronze no solo, enquanto Francisco Barreto amealhou o bronze no cavalo. E Laila Ferrer foi medalhista de prata no lançamento de dardo.

Uma mulher alegre, corajosa, valente e confiante. Uma boxeadora forte, talentosa e técnica. Esta é Bia Ferreira, 26 anos, campeã mundial peso leve (até 60 quilos), no Mundial da Rússia, eleita a melhor atleta da competição e apontada como favorita à medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio no ano que vem.

Quem vê Bia esbanjando jabs, cruzados, diretos e ganchos precisos e potentes pelos ringues não imagina que esta soteropolitana começou a carreira, aos quatro anos, na garagem de casa, onde morava na Cidade Nova, em Salvador. Lá, o pai, Raimundo Ferreira, mais conhecido no boxe como Sergipe, tricampeão baiano e bicampeão brasileiro, dava aula para garotos da região. "A história dela é linda. Ela me dá orgulho. É uma atleta completa. Sou o maior fã dela", disse Raimundo, ao Estado.

##RECOMENDA##

Nascida para lutar, Bia descia as escadas e ficava na frente do espelho a imitar os meninos que treinavam com seu pai. Aos poucos, ela foi mostrando que, além da paixão pela nobre arte, tinha o dom de esgrimir com os punhos. "Se tirar o sangue dela, o DNA dá luva de boxe", afirmou Raimundo, emocionado.

Com a ajuda do pai, Bia passou a realizar movimentos coordenados e sua habilidade chamou a atenção de todos. Apresentações começaram a ser feitas e os treinos passaram a ser diários, sempre contra os garotos. "Depois do treino, ficava de joelho e pedia para ela bater uma sequência. Ela fazia tudo certinho, cada vez mais rápido e chamava a atenção de todo mundo. Era lindo de se ver."

Com o respaldo de Raimundo, um conceituado boxeador que chegou a ser sparring do tetracampeão mundial Acelino Popó Freitas, Bia teve a oportunidade de treinar com a seleção brasileira. Antes, no entanto, quase abandonou a carreira por causa de uma suspensão de dois anos por ter participado concomitante de um campeonato de muay thai. "Foi um período duro. Ela quase desistiu."

Mateus Alves, técnico da seleção brasileira de boxe, lembra da chegada de Bia à equipe. "Ela era muito inexperiente, com apenas 11 lutas, mas potência, agressividade e força eram acima da média", lembra. "Desde o início fazia sparring de igual para igual com atletas muito mais experientes".

O convívio com as atletas olímpicas no Rio-2016 foi essencial para dar experiência e bagagem à pugilista que demonstrava talento acima da média. "Ela é muito forte e, com certeza, vai chegar muito longe ainda. O campeonato mundial é muito pouco para ela", diz Adriana Araújo, medalha de bronze em Londres-2012.

Em 2017, veio a titularidade na seleção e no ano passado, os primeiros títulos. "Foi tudo muito rápido. E ela sabe lidar com a pressão. A Bia sempre foi forte, aos poucos ela soube lutar melhor taticamente, aprimorou a técnica e também teve equilíbrio psicológico", revela Leo Macedo, também treinador da seleção.

Como um raio, a carreira de Bia foi construída em uma velocidade impressionante. São 108 lutas e apenas quatro derrotas. "Ela tem melhorado a cada luta. Não sabemos onde ela vai parar, mas o certo é que vai conquistar muita coisa na carreira", analisa Mateus Alves. "Bia vai ser tudo aquilo que ela quiser", afirmou Raimundo.

Bia está na China, onde disputa o Mundial Militar e se classificou à final, mas sua concentração está toda voltada para Tóquio ano que vem. Ao contrário da maioria dos pugilistas que obtém sucesso no boxe olímpico, Bia não planeja migrar para o profissionalismo depois da Olimpíada ano que vem. "Nunca pensamos no boxe profissional. Não sei o que pode acontecer no futuro, mas hoje nossa cabeça é na Olimpíada", diz Raimundo.

Mas, para chegar à sonhada medalha de ouro, Bia, os técnicos e o pai sabem que é preciso dedicação constante e correção dos erros. Ao retornar do Mundial Militar, Bia vai passar por um trabalho regenerativo e, na sequência, exames de fim de ano. Após um período de folga, o trabalho será todo voltado para o Pré-Olímpico, que começará em 24 de março, em Buenos Aires, quando estará em jogo a vaga nos Jogos de Tóquio. "Esse é o nosso objetivo. Subir no pódio na Olimpíada. Não interessa a cor da medalha, mas preferimos a dourada", sonha Raimundo.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando