O Recife acordou com um clima diferente nesta quinta-feira (22). Coincidência ou não – no Dia Mundial sem Carro – o trânsito, em alguns dos corredores mais importantes da cidade, estava fluindo de forma satisfatória. Em toda a avenida Agamenon Magalhães, o fluxo seguia de forma atípica, sem retenções. O barulho de buzinas e o caos passavam longe. O mesmo panorama foi observado na avenida Boa Viagem, na Zona Sul.

Alguns ciclistas foram vistos pela equipe do LeiaJá nestes corredores, mas  ainda em pequeno número. Já na rua da Alfândega, no Recife Antigo, área central da Cidade, uma movimentação bastante curiosa chamava a atenção de quem passava na localidade. Um grupo de, aproximadamente, 15 ciclistas, se reuniu defronte ao shopping Paço Alfândega, para divulgar a bicicleta como um meio de transporte viável, rápido e prazeroso. O movimento, denominado Bicicletada, tem o intuito de juntar ciclistas para reivindicar seus espaços nas ruas. É a primeira vez que o evento ocorre na capital pernambucana.

“Nossa intenção é chamar a atenção da sociedade para o uso da bicicleta como um meio de transporte essencial para os dias atuais. É preciso que haja disciplina e sintonia entre os condutores de veículos e os ciclistas” propaga o estudante universitário Enio Paipa, 23, que aderiu ao movimento. Ele afirma que usa sua bicicleta todos os dias par se locomover. “Precisamos aproveitar melhor nossa cidade. O trânsito na Região Metropolitana do Recife (RMR) entrou em colapso. O uso da bicicleta é, sem dúvida, uma boa alternativa. Precisamos refletir sobre o assunto” finaliza.

Muitos sequer sabiam da existência do Dia Mundial sem Carro, como é o caso de Fernando Cavalcanti, que trafegava com seu carro pela avenida Boa Viagem. Para ele, que utiliza seu automóvel diariamente, a criação de mais ciclovias seria um benefício para o trânsito da cidade.

De acordo com o Detran-PE, a RMR atingiu o número de um milhão de veículos em circulação nesta quinta-feira (22).

DIA MUNDIAL SEM CARRO – a data foi criada no final do século 20, na Europa. Trata-se de um manifesto/reflexão sobre os problemas causados pelo uso intenso de automóveis como forma de deslocamento, sobretudo nos grandes centros urbanos, e um convite ao uso as pessoas buscarem outras formas de deslocamento, como o ônibus, o metrô, a bicicleta e a caminhada.