Fernando Haddad (PT) afirmou, neste sábado (22), que não se pode resolver os problemas do Brasil “na base do autoritarismo e da violência”. A ponderação do petista foi exposta após ele ser indagado, após cumprir agenda de campanha no Recife, sobre a proposta do economista Paulo Guedes, responsável pela área na campanha de Jair Bolsonaro (PSL), da criação de um "voto programático de bancada".
A medida proposta por Guedes faria com que todos os votos de uma bancada na Câmara ou no Senado fossem computados integralmente a favor de um projeto caso mais da metade dos parlamentares daquele partido votassem a favor da matéria. A método também seria adotado, segundo o plano do auxiliar de campanha de Bolsonaro, caso a maioria da bancada se colocasse contrário.
##RECOMENDA##
Em reação ao desejo de Paulo Guedes, Haddad disse que construiu uma ampla aliança para o primeiro e segundo turno, sem necessidade da adoção de atitudes como esta para aprovar os projetos prioritários no Congresso Nacional.
“Não podemos tentar resolver os problemas do país na base do autoritarismo e da violência. Democracia tem que tratada como prioridade a todo tempo. A nossa ampla aliança vai nos dar base para aprovar os projetos que eu e o Lula decidimos como prioritários”, garantiu o candidato.
Após um comício de pouco mais de meia hora na capital pernambucana e uma caminhada ao lado de aliados como o governador Paulo Câmara (PSB), que é candidato à reeleição, Fernando Haddad também comentou a carta do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) pedindo unidade contra os extremos e criticando o petista.
“Não li a carta, mas é um gesto de apoio ao candidato dele. É natural. O Fernando Henrique Cardoso tem uma ligação grande com o Geraldo, o mesmo estilo. É natural que ele apoie seu candidato”, ressaltou.
[@#galeria#@]
Promessas
Com o Dia Mundial Sem Carro sendo celebrado neste sábado, Haddad também prometeu que, se eleito, vai repassar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) para os prefeitos investirem em mobilidade.
“Temos um projeto forte de mobilidade para o país. Com o apoio decisivo para as ciclovias, faixas de ônibus, mais segurança. Vamos oferecer um tributo que é federal, o Cide, e vamos entregar aos prefeitos para eles melhorarem a mobilidade”, afirmou, dizendo que o valor serviria também para a redução das tarifas cobradas pelo transporte público no país.
“O nosso plano de mobilidade, além de dialogar com o trabalhador, dialoga com o meio ambiente. Quanto mais transporte público e ativo, como ciclovias, menos poluição”, completou.
Já sobre o plano para a educação, Haddad disse que as escolas federais de ensino médio, como os Institutos Federais (IF), irão adotar unidades estaduais com baixo desempenho para que os alunos possam aumentar a nota no Enem e “progredir nos estudos”.
O ex-prefeito de São Paulo falou também sobre a retomada de obras consideradas essenciais para a região Nordeste, como a Transnordestina. “Vamos revogar o teto de gastos de Temer para voltar a investir. Obra parada dá prejuízo, vocês não imaginam. Obra parada se deteriora e custa o dobro para terminar depois de anos. Na Transnordestina e na Transposição foram bilhões gastos, tem que concluir a todo custo. Não vamos deixar obra estratégica parada”, garantiu o candidato.
Em conversa com a imprensa, Haddad disse ainda que estava focado em chegar ao segundo turno e afirmou que vai investir em agendas no Nordeste nos próximos dias. Depois de ser oficializado como o postulante do PT, o ex-prefeito de São Paulo tem crescido nas pesquisas de intenções de votos. Nos levantamentos divulgados nessa semana o candidato aparece com oscilando entre 16% em 19%, consolidando-se em segundo lugar na disputa.