Seguindo uma tendência dos grandes centros urbanos, o incentivo ao uso da bicicleta se transformou em pauta nos eventos mais cotidianos relacionados à mobilidade urbana na cidade do Recife, nos últimos meses.
Mas, na prática, Recife está longe de oferecer condições para isso. Falta infraestrutura, segurança e respeito ao ciclista no trânsito. De acordo com dados da Pesquisa do Instituto Maurício de Nassau (IPMN), que o LeiaJá divulga com exclusividade -, 37,9% dos ciclistas apontam a falta de ciclovias como o maior problema para o uso da bicicleta nas ruas da cidade.
Mas apesar da obviedade dos três primeiros itens citados, ao menos para quem já conhece um pouco do tema, outros registros foram apontados, de acordo com o gráfico abaixo.
Ainda no ranking das principais dificuldades, aparecem logo em seguida o trânsito de uma maneira geral (31,3%) e, ainda mais especificamente, a falta de respeito ao ciclista nas ruas (11,4%). “Essa é a mais pura demonstração de que é preciso trabalhar a educação no trânsito, claramente”, comenta o coordenador da pesquisa, o economista Djalma Guimarães. Considerando, inclusive, que a pesquisa também revela que a maioria dos ciclistas já se sentiu concretamente ameaçado no trânsito - mais de 80%.
Serviços - Outro item interessante do estudo do IPMN é abordagem do grau de satisfação em relação aos serviços disponíveis na cidade para o ciclista. Nos grandes centros urbanos do mundo, além da existência de ciclovias e ciclofaixas nas vias, os ciclistas contam com serviços de apoio de responsabilidade pública e privada. Mas nessa questão o Recife também está longe de ser uma referência. E a Pesquisa reflete bem o sentimento de insatisfação.
Dos entrevistados, 67% se dizem insastifeitos com o item locação de bicicletas. Outros 62% com as vagas de estacionamento praticamente inexistentes na cidade. E 48% apontam a insatisfação com o número de vestiários nas empresas e escolas. “Esse grau de insatisfação demonstra que a cidade não oferece a mínima infraestrutura para o ciclista. Não existe incentivo do poder público e nem da iniciativa privada”, ressalta o coordenador da Pesquisa, Djalma Guimarães.
Por Adriana Cavalcante