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O projeto fotográfico “Respeite Meus Cabelos Brancos”, da fotógrafa pernambucana Mariana Leal, que retrata mulheres que decidiram assumir os cabelos brancos sem tintura, busca estimular o empoderamento feminino através da liberdade de ter o cabelo da cor que quiser sem insegurança ou julgamentos. A ideia dos ensaios nasceu quando a própria Mariana, que atualmente tem 33 anos e mora em Brasília, começou a achar os seus próprios fios brancos, com pouco mais de 20 anos. 

Ela, que sempre gostou de ter os cabelos muito pretos, começou a ficar incomodada com o surgimento do cabelo branco porque não gostava da ideia de se tornar “escrava da tintura”, como sua mãe, que passou a tingir os cabelos quinzenalmente ou todo mês devido ao aparecimento dos fios brancos. No começo, Mariana arrancava os cabelos brancos e depois passou a cortá-los pela raiz, até o momento em que se deu conta de que aquele seria de fato o cabelo que ela teria no futuro e seria melhor passar a tentar aceitar essa realidade desde cedo. 

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Ela também explica que há uma questão de gênero em sua vontade de começar a retratar mulheres com cabelos brancos em busca de referências para ajudar com o seu próprio processo de aceitação. “Homem de cabelo branco todo mundo acho charmoso, bonito, maduro, e a mulher fica uma aura de desleixada, que tem que pintar se não tá mal cuidada, tá velha, e eu não queria entrar nesse jogo machista (...) Pensei que faltava ter referências, falta representação. Comecei a ficar mais atenta às mulheres e percebi que tinha uma mulherada nesse processo”, disse ela. 

Com as primeiras fotografias sendo postadas no Facebook e no Instagram do seu projeto fotográfico, Mariana começou a receber retorno de diversas mulheres que elogiaram a iniciativa, compartilharam suas histórias de aceitação e também pediram para participar. Algumas das mulheres que já foram retratadas também deram depoimentos sobre as suas experiências ao assumir os cabelos brancos. Uma delas foi Denise, que vive em Brasília e conta que decidiu parar de pintar o cabelo para saber qual era a cor real que ele tinha depois de mais de 15 anos fazendo luzes nos fios. 

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Mariana também fez questão de enfatizar que assumir o cabelo branco não significa não poder pintá-lo de outra cor em algum momento, uma vez que seu projeto se trata de ter o direito de ter os fios da cor que desejar sem julgamentos, não de assumir uma determinada tonalidade por uma suposta obrigação. “Não estou aqui discriminando o uso da tinta, a questão é a não obrigatoriedade da tintura para não envelhecer e não ficar com cabelos brancos à mostra. Não sou eu como fotógrafa que tenho que julgar. Eu não sou a polícia do cabelo”, disse ao LeiaJá a fotógrafa, que deseja ser a última mulher retratada em seu projeto quando tiver o cabelo mais visivelmente branco na foto, e se sente mais corajosa para esse momento depois do contato com outras mulheres. 

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