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A formação de um atleta é imprescindível para explorar o alto-rendimento e alcançar a profissionalização. Pedro Balduíno mal havia aprendido a andar, aos três anos, quando iniciou os treinamentos de judô. A inspiração e a empolgação pelo esporte veio após assistir as aulas do irmão Thales, que à época tinha quatro anos. Atualmente, quase uma década depois, a dupla, que arrasta vários títulos, já soma mais de cem medalhas conquistadas. O próximo passo é o Campeonato Brasileiro Regional II. O torneio será disputado neste sábado (2) e domingo (3), em Natal.
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“Eu pensei em colocar os meninos para fazerem algum esporte e Thales escolheu entrar no judô”, lembra o pai dos meninos, Douglas Balduíno. Os dois estudavam em um colégio em Olinda, Pedro ia para as aulas porque esperava pelo irmão, mas não podia participar por causa da idade. Quase seis meses depois, convenceu o treinador a entrar para a turma de judoca, apesar de ser permitido só para crianças com no mínimo quatro anos.
Thales e Pedro são treinados no Sport Club do Recife por Jemima Alves, a primeira judoca pernambucana a disputar os Jogos Olímpicos, em Barcelona, em 1992. “É muito importante essa formação que os meninos têm, é o que dá sustentação para fazer uma boa carreira”, disse a treinadora. E completou: “É cedo para dizer se vão fazer parte da seleção ou disputar Olimpíadas, mas o caminho está sendo feito da melhor maneira”.
Os garotos fazem parte da seleção pernambucana e têm uma dieta específica por um motivo curioso: não disputar torneios um contra o outro. Thales (13 anos) e Pedro (12) treinam juntos, ambos competem no sub-15. O primeiro, entretanto, luta na subcategoria para até 48 quilos, enquanto o segundo é até 44. “A gente faz sim esse controle na alimentação”, explica a mãe deles, Keise. Thales ainda brinca, “quem sofre com isso é Pedro, porque tem que fechar a boca para não subir de peso”, diz rindo.
Este é o último ano de Thales no sub-15, já que o judoca faz aniversário em 17 de junho e estoura a categoria em 2017. Por outro lado, o garoto inicia a dura preparação para competições do sub-18, que tem um número maior de competidores e requer ainda mais esforços. “Estes próximos anos serão cruciais na profissionalização de Thales, essa é a idade da provação e da afirmação. É um garoto que tem talento, mas preciso manter a dedicação no máximo”, explica Jemima Alves.
Em paralelo à dura, mas insistente, rotina de treinos, Thales e Pedro quase não recebem incentivos financeiros. No Sport, os judocas apenas usufruem da limitada estrutura. Já no colégio em que estudam, o GGE, têm bolsa por serem atletas de alto-rendimento. “A gente faz tudo na base do paitrocínio”, até brinca Douglas. A situação dos irmãos é um cenário comum e lamentável do esporte olímpico de base brasileiro. Ainda assim, os garotos continuam brigando para se aproximar das conquistas da treinadora e chegar à disputa dos Jogos Olímpicos.