Tópicos | Carl Johan Grimmark

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Seriam 24 anos de estrada, se não houvesse o hiato entre 2010 e 2014. Ainda assim, em duas décadas de existência, o Narnia, dono de um extenso fã clube no Brasil, não tinha baixado por estas terras. Mais: não tinha feito uma turnê pela América do Sul. Nesta sexta (21), os olhos de quem estava em cima do palco ou na pista da Downtown Pub se encheram de lágrimas. “Finalmente estamos no Brasil. Como estamos felizes de estar aqui. Vocês de Recife são os primeiros. Estamos orgulhosos de vermos todos vocês essa noite”, disparou emocionado o vocalista Christian Liljegren. 

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A entrega e disposição dos suecos em fazer o melhor show da vida de quem estava presente no local saltava a cada nota de cada nova música. E por falar delas, o repertório da apresentação não podia ter sido mais acertado. Em todos os sete discos lançados pela banda há singles que não desgrudam da mente dos fãs, e a opção foi começar por alguns dos mais memoráveis: “Inner Sanctum”, do álbum Desert Land (2001), abriu a aula de Power Metal com requintes de metal neoclássico, especialidades do grupo. O coro ressoou pela Downtown com “The Mission”, épico lançado em 1999 no álbum “Long live the King”. O título de tal disco, inclusive, tornou-se um dos lemas da banda e a música homônima uma de suas mais famosas (também tocada em Recife próximo ao fim da apresentação).

Em palco, um grupo irretocável. Carl Johan Grimmark, um dos melhores guitarristas suecos, executa, com um sorriso humilde no rosto, os solos e riffs complexos que ele mesmo criou para as músicas do Narnia. Andreas Johanson vai do power/progressivo ao “speed” passando pelo peso de “breakdowns” (mais presentes em músicas do novo álbum self-titled) sem vacilar em nenhum momento na cadência da bateria. 

Destaque para o fato de que as músicas mais novas do grupo foram recebidas pelo público com a mesma animação das clássicas, afinal, “Reaching For the Top”, “I Still Believe” e “Messengers” são embebidas de toda a energia que a banda sempre imprimiu em suas composições. 

E o que falar de Christian Liljegren? Aos 46 anos, o vocalista mostra que seu retorno para a banda em 2014 foi para continuar o legado que decidiu construir no começo dos anos 90. Isso porque sua energia em palco parece a de um headbanger adolescente animado com a música que ouve num headphone. Mas, incrivelmente, ao mesmo tempo em que este corre de um lado para outro, se ajoelha pra cumprimentar os fãs, cantar com eles e brinca com seus instrumentistas, ele ainda executa os mais complicados merismas vocais. É muita técnica em conjunto, uma marca que sela toda a banda. 

A emoção, misto de nostalgia, deslumbre e surpresa, se fizeram presentes no show em sua integralidade, mas em canções como “Shelter Trough the Pain”, “Into this Game” e “Living Water” ela transbordou o recipiente. A acuidade com a qual as músicas foram executadas e a emoção que o público estava em ouvi-las ao vivo, depois de tanto tempo de paixão à distância, foi a receita ideal para que o momento se tornasse, de fato, memorável.

Entre o público, caravanas vindas de vários estados do Nordeste. Como Recife foi a única cidade a receber a banda na região, dezenas de fãs vieram de Natal, Salvador, João Pessoa, Campina Grande, Petrolina, Caruaru, Maceió e outros centros, para ver o que talvez foi o melhor show de metal que Recife presenciou, até então, em 2017. Todos voltaram pra casa com uma memória a ser guardada para a posteridade. Eles, do Narnia, prometeram voltar. Mas quem sabe, não é? É melhor manter as recordações do que já foi visto, inclusive a empatia sentida por parte de todos os integrantes da banda, que após o show fizeram questão de atender a todos os fãs. Isso também faz parte do quesito “profissionalismo como artista”, e em todos estes e outros o Narnia está aprovado. Um momento a se recordar.

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