Peça-chave na denúncia e uma das principais testemunhas na investigação sobre o caso da compra de votos pelo Rio para ser escolhido como sede dos Jogos Olímpicos de 2016, que envolve diretamente Carlos Arthur Nuzman, o brasileiro Eric Walther Maleson defende que o Comitê Olímpico Internacional (COI) faça uma intervenção "imediata" no Comitê Olímpico do Brasil (COB) para resguardar o esporte do País.
Maleson, que hoje vive nos Estados Unidos, procurou de forma espontânea procuradores franceses para dar detalhes do que ele diz ter sido a maneira pela qual Nuzman e a candidatura do Rio compraram votos para ganhar a eleição para sede dos Jogos Olímpicos de 2016.
##RECOMENDA##Na condição de presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo, Eric Walther Maleson, diz ter sido alvo de uma campanha de Nuzman. Seu caso está na Justiça brasileira.
Confira a entrevista com o denunciante:
O senhor fez diferentes apelos ao COI ao longo dos últimos anos sobre Nuzman. Qual deve ser a posição da entidade internacional neste momento?
O que o COI precisa fazer imediatamente é afastar Nuzman e toda a diretoria do COB do esporte. Existem já provas criminais. São acusações que tem consequências sérias. O COI não pode mais esperar. Na realidade, ele teria de ter feito isso já antes, quando a operação começou no mês passado. Mas eles optaram por não fazer nada.
Mas com que base o COI poderia agir?
A entidade precisa proteger a imagem do movimento olímpico no Brasil e no mundo, além dos patrocinadores. Considerando que não apenas Nuzman, mas todas as peças chaves da direção foram presas, não há outro caminho.
Uma prisão de Nuzman não seria suficiente para que o COB passe por mudanças?
Querer que o COB policie a si mesmo é acreditar em Papai Noel. Tem de haver uma intervenção para que as coisas possam mudar.
A realização de uma eleição no COB seria um caminho?
Não basta. O colégio eleitoral, da forma que é composto hoje, está fechado com Nuzman. É preciso uma intervenção para mudar os estatutos e abrir as eleições a um número maior de pessoas. Democratizar a escolha. Se isso ocorrer, haverá uma chance menor de fraude.
O senhor acredita que o comportamento de Nuzman na direção do COB afetou de forma negativa o esporte nacional?
Ele e seus aliados são os grandes responsáveis pela situação do esporte brasileiro. Ele transformou o COB em uma empresa privada para fazer seu marketing. Transformou a entidade em um balcão de negócios. Seu foco foi fazer eventos, com dinheiro público, e não disseminar o esporte. É dele a responsabilidade.