Tópicos | carnívoro

Há cerca de 70 milhões de anos, no período conhecido como Cretáceo Superior, o recém-descoberto Kurupi itaata buscava presas nas terras de São Paulo. Medindo por volta de 5 metros de altura, o predador carnívoro - parente do famoso Tiranossauro Rex - é o quarto membro da família dos abelissaurídeos encontrado no Brasil.

Segundo o estudo que revelou os achados sobre o animal, o Kurupi itaata pode ter sido um dos últimos grandes carnívoros a andar na região antes do evento que extinguiu os dinossauros. Este é o primeiro dinossauro carnívoro encontrado na cidade de Monte Alto, que é considerada a terra dos dinossauros brasileiros. Na região estão localizados diversos sítios paleontológicos.

##RECOMENDA##

Assim como os demais membros da espécie, o Kurupi itaata tinha braços curtos e membros inferiores potentes, o que conferia a habilidade de perseguir e capturar presas rápidas.

Os estudos e escavações que resultaram no achado estavam em curso desde 2002, mas apenas em 2014 os pesquisadores compreenderam a importância dos achados. 

"Com os ossos que nós encontramos, no caso o osso da bacia, 3 vértebras e têm alguns ainda que a gente ainda não identificou. Mas com esses fósseis que a gente identificou, foi possível fazer análise filogenética, identificar a qual família o bicho pertencia e também foi permitido ver que era um bicho novo", afirmou Fabiano Vidoi, paleontólogo responsável pela pesquisa e co-autor da publicação científica do achado, que pode ser lida na íntegra no periódico Journal of South American Earth Sciences (em inglês).

*Com informações da Reuters.

Feroz, carnívoro, implacável e intimidante com seis metros de comprimento do rabo à cabeça. "Gualicho", o último dinossauro descoberto na Argentina, abre uma nova linhagem em sua espécie, disseram nesta quarta-feira (13) seus pesquisadores ao apresentá-lo em Buenos Aires.

Trata-se de um terópode de mãos com dois dedos, algo incomum para o que se tem descoberto até agora no continente, que o localiza como um achado de enorme significado mundial, segundo explicou em coletiva de imprensa Sebastián Apesteguía, pesquisador do Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas (Conicet).

"É uma linhagem completamente diferente. Nós ficamos gelados ao descobri-lo, já que, para nós, foi como ter um enorme elefante debaixo do tapete", explicou Apesteguía durante a apresentação no Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação Produtiva da Argentina.

Uma particularidade de "Gualicho" é que seu único antecedente é o terópode africano Deltadromaeus, descoberto em Kem Kem, Nigéria, que, entretanto, jamais teve os ossos dos braços encontrados, onde se detectaria a singularidade.

O trabalho sobre "Gualicho", que foi publicado na prestigiada revista científica Plos One, leva a assinatura de Apesteguía junto com Rubén Juárez Valieri, que se especializa em dinossauros carnívoros e ornistíquios na Secretaria de Cultura do Rio Negro.

"Colocamos o nome Gualicho para honrar a antiga deusa watsiltsüm dos índios tehuelches do norte (argentino), que é considerada como a dona dos animais e do vento. Além das enormes dificuldades que lidamos para poder recuperar o esqueleto achado", comentou Apesteguía.

Feitiçosauro

"Gualicho" é uma palavra que na Argentina significa uma espécie de feitiço, e estava relacionado com a pesquisa, onde a equipe sofreu a virada de uma caminhonete e a negociação de diversas premissas de escavação, o que atrasou o trabalho em anos.

Os obstáculos burocráticos e outros de "má sorte" levaram, inclusive, a pesquisa a ficar durante um tempo nas mãos de outro grupo de paleontólogos.

O desenrolar do descobrimento começou no ano 2000, quando a equipe de Apesteguía encontrou ossos de dinossauros e troncos petrificados em um campo próximo da área de Villa El Chocón, em Neuquén, ao lado da província do Rio Negro, na Patagônia.

Em 2007, após juntar os recursos e se associar com profissionais estrangeiros, Apesteguía empreendeu a expedição junto com Peter Makovicky, cientista do Field Museum de Chicago, nos Estados Unidos.

Algumas semanas depois, a chefe dos técnicos do Field Museum, a japonesa Akiko Shinya, encontrou o esqueleto quase completo de um dinossauro carnívoro que hoje é conhecido como "Gualicho Shinyae", também em homenagem a essa profissional.

"Atualmente, a paleontologia gera recursos e turismo. Os dinossauros são o maior atrativo para conectar com as novas gerações", manifestou Lino Barañao, ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação Produtiva.

A maior parte dos fósseis de "Gualicho" foi colocada no Museu Patagônico de Ciências Naturais, de General Roca, Rio Negro, enquanto alguns estão preservados no Museu Provincial Carlos Amehino da cidade de Cipolletti, na mesma província.

O sul argentino - fronteiriço com o Chile - abriga uma das maiores jazidas de fósseis de dinossauros. O último achado que causou surpresa entre a comunidade científica foi anunciado em janeiro: restos de um saurópode gigante do Cretáceo, o Notocolossus, cujo úmero mede 1,76 metro, uma espécie da família dos titanossauros também desconhecida até o presente.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando