Tópicos | Carol Rossetti

Você pode até não conhecê-la por nome, mas provavelmente já viu alguns dos seus desenhos 'rodando' a internet. Carol Rossetti caiu no gosto popular dos internautas em 2014, quando suas ilustrações tomaram as redes sociais. Através do projeto ‘Mulheres’, a designer e ilustradora discute temas ligados ao universo feminino e debate assuntos como representatividade, feminismo, inclusão e amor próprio. Em entrevista ao LeiaJá, Rossetti falou sobre ‘Mulheres’ e outros projetos que permeiam sua vida.

De acordo com a mineira, que mora Belo Horizonte, a obra teve início sem pretensão. “Comecei a desenhar mais pra praticar, foi algo bem espontâneo. A meta era fazer um desenho por dia. O pessoal gostou e começou a compartilhar.”, conta. ‘Mulheres’ ganhou repercussão internacional, foi traduzida para vários idiomas, saiu da internet e conquistou o mundo. As histórias contadas na série, antes baseadas em conversas com amigas, passaram a ser inspiradas em relatos feitos por mulheres de vários países à autora. Imagens com mulheres negras, trans, com deficiência ou com outras características são evidenciadas nas criações, sempre acompanhadas de uma frase 'reconfortante'.

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Em 2015, foi lançado um livro homônimo do projeto, que conta com 130 ilustrações da série, sendo 30 exclusivas do livro, na época. A página do Facebook, que era seguida apenas pela família e amigos, atualmente tem mais de 310 mil inscritos. Carol também teve seu trabalho exposto na TEDWomen 2015, na Califórnia e palestrou no TEDx Vinhedo 2015, conferência que discutiu o poder de mulheres e meninas e as incentivaram a ser criadoras de mudanças.

Cores

Em 2016, após o sucesso de ‘Mulheres’, foi lançado ‘Cores’. O projeto em quadrinhos foi idealizado para o público infantil e conta histórias de um grupo de crianças que querem ser livres para brincar sem os preceitos estipulados pela sociedade. Carol afirma que é muito importante ajudar na luta para a desconstrução de preconceitos, mas que auxiliar na construção de cidadãos melhores também é fundamental. “Cores foi feito para o público infantil, mas acabou que os adultos também gostam e consomem o produto’, revela.

Assim como ‘Mulheres’, ‘Cores’ também virou livro e as obras podem ser adquiridas online.

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O post do meu vizinho parece ser melhor do que o meu

Participando do projeto ‘Inktober’, no qual artistas compartilham um desenho por dia, durante 30 dias, no mês de outubro. Rossetti lançou o ‘O post do meu vizinho parece ser melhor do que o meu’, baseado na premissa de que ‘o gramado do vizinho é sempre mais verde’. Com traços simples, em tons rosados, a narrativa gráfica remete aos processos criativos de artistas independentes.

“A gente glamouriza muito, se compara muito e temos que administrar muita coisa. É necessário plano de marketing, saber como aquela arte vai chegar ao público. É um trabalho muito completo e diversificado,’ revela.

Nesse projeto, Rossetti nos conta a história de uma cineasta que é muito boa no que faz, mas que se compara constantemente com outros artistas. Durante a narrativa, Carol se coloca na história e diz que às vezes também se sente uma ‘fraude’ por demorar para concluir alguns trabalhos. ‘O post do meu vizinho é sempre mais verde’ pode ser lido na íntegra no Instagram da artista.

Vento do Norte

Em produção desde 2016, ‘Vento do Norte’ é o trabalho mais recente e atual de Carol Rossetti. Com uma abordagem um pouco diferente dos trabalhos anteriores, essa é a primeira graphic novel da ilustradora. Apesar dos personagens de Carol continuarem sendo empoderados e levarem representatividade, através de protagonistas negros, engajados em causas políticas e LGBTs, o tema central dessa história é ‘perda’.

“Em 2016, que chamo de 2000 e desespero, foi um ano muito pesado. Eu perdi uma amiga próxima para dengue e no mesmo ano meu avô morreu. Foram duas perdas diferentes, o meu avô já vinha doente há algum tempo, mas a minha amiga foi algo inesperado,” diz.

No entanto, a autora deixa claro que seu novo projeto não é só sobre dor, mas também sobre enxergar saídas em momentos difíceis. Sem data para o término, mas com previsão de 3 volumes, Carol acredita que o projeto tem sido bem aceito pelo público. ‘Sinto que acabo gerando ansiedade nas pessoas’, conta.

Questionada sobre como ela vê a importância de seus trabalhos no contexto social, Rossetti disse que tenta romper com rótulos estabelicidos para sociedade. “Todo pessoal que trabalha com narrativa, com ou sem imagem, constrói o que é visto como normal. Eu tento trazer uma representatividade mais abrangente, para uma sociedade que tem muitos abismos representativos”, explica.

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