As comprar de Jair Bolsonaro (PL) com o cartão corporativo foram expostos e revelam o gasto de R$ 27,6 milhões em hotéis de luxo e outras despesas em sorveterias, loja de cosméticos, pet shop, etc. Do total, R$ 362 mil foram gastos em uma mesma padaria. O ex-presidente passava uma imagem de simplicidade e disse que havia cortado o sistema de aquecimento da piscina do Palácio do Planalto para evitar consumos desnecessários.
As informações eram tratadas como sigilo ao longo da gestão passada, mas foram repassadas na noite dessa quarta-feira (11) após 10 pedidos feitos pela agência Fiquem Sabendo, especializada na Lei de Acesso à Informação (LAI). O governo Bolsonaro alegava que as despesas do cartão da Presidência poderiam colocar o ex-presidente e seus familiares em risco.
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Até o último lançamento, no dia 19 do mês passado, Bolsonaro usou o cartão para custear R$ 13,6 milhões em hospedagens. As maiores notas são do segmento, variando entre R$ 115 mil e R$ 312 mil, cada. Só o Ferraretto Hotel, no Guarujá, no Litoral de São Paulo, o ex-presidente gastou R$ 1,46 milhão. A diária mais alta do local custa R$ 940.
Uma única nota de R$ 109 mil no restaurante Sabor da Casa, em Roraima, também chama atenção. O estabelecimento fornece marmitas por R$ 20, em Boa Vista. A compra é datada de 2021, quando Bolsonaro esteve na capital para acompanhar a situação dos refugiados da Venezuela. O cartão também foi usado para duas compras de R$ 28 mil e R$ 14 mil no estabelecimento.
Pães e sorvetes
Enquanto esteve na Presidência, Bolsonaro gastou R$ 362 mil em padarias. Há gastos com panificadora que passa de R$ 10 mil. Só as unidades da padaria carioca Santa Marta receberam de R$ 880 a R$ 55 mil de uma só vez. O ex-presidente também fez 62 compras em sorveterias que somam R$ 8,6 mil. Em uma das comprar o cartão corporativo foi usado para pagar R$ 540.
Com lojas de cosméticos, o cartão foi usado 11 vezes, que somam R$ 1 mil. Bolsonaro também costumava fazer comprar em um mercado gourmet de Brasília, que recebeu R$ 678 mil nos últimos quatro anos. Nesse período, pelo menos 21 CPFs diferentes usaram o cartão de Bolsonaro.
O cartão corporativo foi criado em 2001, por um decreto do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e deve ser usado para pequenas despesas ou despesas eventuais, como viagens e serviços que exijam pagamento na hora, além de executar gastos em caráter sigiloso.