Os policiais do Grupo de Operações Especiais (Ros) e do Comando de Cosença, na região da Calábria, prenderam nesta segunda-feira (22) dois italianos que teriam liderado uma organização criminosa ítalo-marroquina dedicada a arranjar casamentos falsos em troca de dinheiro. Os oficiais procuravam pistas sobre um suposto membro do Estado Islâmico (EI) que pretendia cometer atentados na Europa, quando descobriram uma central de matrimônios fictícios entre italianos e migrantes, os quais buscavam legitimar a permanência no país, ou seja, obter um "permesso di soggiorno".
As investigações foram iniciadas pelo Ros de Salermo, mas, no verão europeu de 2016, um marroquino contou sobre um seu compatriota suposto membro do EI que lhe teria confidenciado futuros atentados a serem feitos na Europa e em algumas cidades do Marrocos. As autoridades, então, chegaram a ele e o encontraram em Cosença.
##RECOMENDA##Já na segunda metade de agosto de 2016, o homem deixou a Itália para voltar ao Marrocos depois de ter passado brevemente por outros países europeus. Investigando, os policiais descobriram que o homem, cujas iniciais são S.B., assim como o irmão, M.B., tinham se casado com mulheres italianas para obter os documentos necessários para morar na Itália e, assim, se locomoverem facilmente pelos países do "Espaço Schengen".
Os policiais também reconstruíram um organograma da organização e descobriram ser composta por seis italianos e três marroquinos, cada um com sua função. Eles buscavam aqueles que tinham necessidade do "permesso di soggiorno", forneciam um suporte logístico, organizavam o casamento fictício e ofereciam uma estadia provisória. Em troca, garantiam um lucro que variava de 4 mil a 6 mil euros.
Os italianos que se prestavam ao matrimônio, escolhidos entre pessoas pobres ou em dificuldade, ganhavam 300 euros. São 27 pessoas investigadas por sete casamentos falsos, consumados entre julho de 2015 e junho de 2018 entre italianos e homens/mulheres de nacionalidade marroquina.
Da Ansa