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A Polícia Civil liberou na manhã desta sexta-feira (4) cerca de 30 estudantes que foram detidos depois de ocupar durante quase duas horas e meia a sede do Centro Paula Souza (CPS), na Santa Ifigênia, região central da capital paulista, nessa quinta-feira (3).

Os alunos foram levados ao 2º Distrito Policial (Bom Retiro), no centro, onde foi registrado boletim de ocorrência por dano ao patrimônio. A liberação ocorreu por volta das 2 horas.

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Os estudantes que ocuparam o Paula Souza apoiam às manifestações de secundaristas contra a reforma do ensino médio e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que limita os gastos públicos. O grupo também cobrava liberação de mais verbas para as Faculdades de Tecnologia de São Paulo (Fatecs).

A ocupação ocorreu às 17h30 e terminou pouco antes das 20 horas, quando a Polícia Militar invadiu o prédio e deteve os manifestantes. A polícia não jogou bombas para garantir a reintegração, mas estudantes gritaram que haviam levados golpes de cassetete. Ninguém da corporação se pronunciou a respeito.

A ocupação foi restrita ao prédio administrativo. Para terminar o ato, um grupo de policiais atraiu a atenção dos manifestantes, enquanto outro grupo os cercou, entrando por um acesso lateral. Jovens que acompanhavam a manifestação do lado de fora disseram que a PM novamente se valeu do entendimento do Estado de promover ações de reintegração de posse, mesmo sem mandado judicial, em caso de prédios públicos - a chamada autotutela.

O CPS informou que os estudantes foram retirados pacificamente pela Polícia Militar duas horas depois da invasão e não teriam chegado a apresentar suas reivindicações ao CPS. "E não é verdade que a evasão nas Fatecs seja de 60%. A desistência varia para cada um dos 72 cursos e em nenhum caso se aproxima desse patamar." (Colaborou Isabela Palhares)

Os alunos das escolas técnicas de São Paulo (Etecs) terão de optar por receber a merenda seca ou almoço. Nesta sexta, 6, o Centro Paula Souza anunciou que oferecerá, a partir de agosto, almoço para 20 mil alunos de 65 escolas, que estudam em período integral. No entanto, para que tenham a refeição, eles deverão abrir mão dos lanches que recebem no intervalo, a merenda seca (composta por bolachas ou barra de cereal e suco).

"Agora poderão optar entre continuar a receber essa merenda pela manhã e à tarde ou receber uma refeição na hora do almoço. A instituição deu duas alternativas porque muitos alunos, especialmente no interior do Estado, preferem almoçar em casa ou levar a própria refeição para as escolas, que têm infraestrutura para aquecimento de alimentos", disse o Centro Paula Souza, em nota.

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Ainda segundo a autarquia, não foi definido se o almoço servido será do tipo marmitex ou no esquema "bandejão". "O CPS está enviando formulários às escolas para que façam o cadastramento da opção dos estudantes - dois lanches ou almoço", informou a autarquia.

Foi só a partir de segunda-feira que todas as Etecs de São Paulo passaram a oferecer merenda. Antes, 15 unidades não recebiam nenhum alimento. Após a manifestação dos alunos, o CPS anunciou que as unidades passariam a receber merenda seca e, agora, almoço.

Ainda segundo o centro, em 144 das 219 Etecs já são servidas refeições completas. Para Laura Laganá, diretora-superintendente da autarquia, a falta de merenda em parte das unidades acontecia por "falta de tradição" em servir merenda aos alunos.

"A lei para o ensino técnico é do fim de 2009. Nesses últimos cinco anos, estamos adequando nossas escolas. Temos prédio antigo que precisa de reforma e às vezes nem tem espaço planejado para isso."

Licitação

O centro informou que o fornecimento da refeição completa só terá início em agosto porque será preciso fazer licitação. A medida será adotada até que todas as unidades estejam adaptadas para distribuição de refeições.

A Polícia Militar cumpriu na manhã desta sexta-feira (6) pedido de reintegração de posse na sede administrativa do Centro Paula Souza, na Santa Ifigênia, região central da capital paulista. A Tropa de Choque da PM não usou balas de borracha ou bombas de gás para retirar os alunos que estavam no local desde o dia 28 para protestar por melhorias na merenda das Escolas Técnicas Estaduais (Etecs). Um fotógrafo do site Diário do Centro do Mundo ficou ferido após, segundo ele, ter sido agredido no rosto com um cassetete pela polícia.

Após deixar o prédio do Centro Paula Souza, na Rua dos Andradas, em protesto, os alunos bloquearam a Avenida Tiradentes, que compõe o Corredor Norte-Sul, no sentido centro.

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A reintegração começou por volta das 6h40. Alguns estudantes furaram o bloqueio da PM e tentaram entrar na autarquia estadual. Os policiais reagiram, montaram uma barreira com os escudos e avançaram contra os alunos, que recuaram.

Antes da reintegração, do lado de fora, estudantes cantaram e dançaram na frente dos policiais. Os jovens gritaram frases de apoio ao movimento. "Pisa ligeiro, pisa ligeiro, quem não pode com a formiga não atiça o formigueiro" e "Não tem arrego. Você tira a minha merenda, e eu tiro o seu sossego" foram algumas das palavras de ordem.

Decisão. Nesta quinta-feira, 5, o desembargador Rubens Rihl, da 1ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), reverteu decisão judicial que restringia o uso de armas, mesmo não letais, e liberou a Polícia Militar para usar os meios que achasse necessários para cumprir a qualquer momento a reintegração de posse da sede do Centro Paula Souza.

Rihl também desobrigou a presença do secretário estadual da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, na ação.

A restrição a armas e a exigência de participação do secretário constavam de decisão judicial de quarta-feira, 4, do juiz Luis Manuel Fonseca Pires, da Central de Mandados do TJ. Pires havia levado em consideração a presença de menores que poderiam sair feridos da operação e queria o secretário na ação para garantir a segurança.

O desembargador Rihl reviu a determinação ao analisar um mandado de segurança, com pedido de liminar, impetrado pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB) e pelo Centro Paula Souza. O governo havia considerado as exigências como "abusivas" e "ilegais".

O Ministério Público Estadual abriu duas investigações para apurar a falta de merenda nas Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) e o relacionamento entre as instituições e seus alunos. Os inquéritos são do promotor de Justiça João Paulo Faustinoni e Silva, do Grupo de Atuação Especial de Educação (Geduc).

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Na investigação sobre as merendas, o promotor considera alegações dos estudantes, veiculadas pela imprensa, de que "a alimentação não seria ofertada em toda a rede e que, em boa parte das Etecs, a oferta se resumiria à denominada merenda seca, pouco nutritiva" e que, "em razão de impasse na solução de referido problema, estudante teriam ocupado prédios administrados pelo Centro Paula Souza". Assim, ele enviou sete questionamentos ao Centro Paula Souza, que tem 15 dias para responder.

Já na apuração sobre a relação entre entidades e alunos, o promotor investigará "a falta de normatização e institucionalização de práticas de gestão democrática, nos termos do que determinam a Constituição e o Plano Nacional de Educação". O promotor considera, neste caso, entre outros argumentos, que neste ano "ressurgem manifestações de estudantes com ocupações em escolas da rede pública, subordinadas à Secretaria Estadual de Educação e também ao Centro Paula Souza, autarquia do Governo do Estado de São Paulo que administra as escolas técnicas estaduais".

A Secretaria de Estado da Educação e o Centro Paula Souza foram procurados para comentar as investigações, mas ainda não enviaram resposta.

Estudantes que ocupam a sede administrativa do Centro Paula Souza, na região central de São Paulo, decidiram manter a ocupação e resistir à reintegração de posse marcada para às 10 horas desta quinta-feira, 5. Eles têm até as 9 horas para sair do local.

"Decidimos continuar ocupando e resistir à Polícia Militar. Não vamos sair", explicou a estudante Vanessa Alves, de 16 anos. Aluna da Escola Estadual Gavião Peixoto, em Perus, zona norte de São Paulo, Vanessa foi uma das protagonistas da tomada de seu colégio na onda de ocupações em 2015.

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Os alunos ocupam o Centro e ao menos 11 escolas técnicas estaduais em ação que começou na semana passada para reivindicar melhoria na merenda dos colégios.

Pelo menos cem estudantes e militantes de movimentos sociais participam da ocupação nesta quinta-feira, 4. Eles tocam tambores como forma de "aquecimento" enquanto aguardam a chegada da Polícia Militar. A decisão de reintegração foi deferida nesta quarta-feira, 4 depois de uma audiência de conciliação entre o órgão e os alunos ter terminado sem acordo.

No despacho, o juiz Luis Manuel Fonseca Pires, da Central de Mandados do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), determina que a operação ocorra na presença do secretário estadual da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, e proíbe que os policiais usem armas letais e não letais.

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