O superintendente da Sudene, João Paulo (PT), sensibilizou-se com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, que foi ofendido no último domingo (8), enquanto almoçava em um restaurante em Belo Horizonte. No texto, publicado no Facebook, o ex-prefeito do Recife pediu fim ao ódio e recordou a hostilização que recebeu na última quinta-feira (5), quando desembarcou no Aeroporto Internacional dos Guararapes no mesmo voo do deputado federal Jair Bolsonaro (PP).
“As pessoas que apoiam Bolsonaro não são simpatizantes às minhas lutas. Quem apoia o pensamento de que armas de fogo deveriam ser vendidas em lojas de departamento, defende a ditadura militar e desrespeita a mulher – só para citar algumas de suas frases na visita ao Recife -, não vota em mim. Meus projetos são outros”, frisou, lembrando que não apenas ele, mas o vice-líder do governa na Câmara, deputado Silvio Costa (PSC) também foi duramente criticado pelos militantes simpáticos ao carioca.
##RECOMENDA##Na publicação, o petista destacou que o episódio com o ministro “infelizmente não é um fato isolado” e retrata o “ódio incontrolável de quem quer manter as coisas como sempre foram: pobre no lugar de pobre e rico no lugar de rico”, fato, segundo ele, conquistado pelos governos do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff, ambos do PT.
“Lutei muito também pela democracia, que me é muito cara. Na época da ditadura militar, iniciava minha militância politica. Uma fase difícil, onde o ódio de classe era presente e assustador. Vejo a retomada dessa disputa hoje, só que de uma forma ainda mais acirrada e perigosa. É urgente parar! Pela imprevisibilidade onde esse ódio pode levar”, argumentou. “Odiar é fácil, todo mundo é capaz. Xingar e hostilizar também. Debater tem sido para poucos. Ainda mais nesse tempo de ódio, que tem deixado o senso crítico e o respeito de lado. Tudo virou ruim, sem filtro”, completou o superintendente.
Veja o texto na íntegra:
CHEGA DE ÓDIO!
Ontem, li o depoimento do companheiro @Patrus Ananias sobre o episódio que viveu em Belo Horizonte. Faço de Patrus, as minhas palavras: Este não vai ser o país do ódio. Basta!
O que aconteceu com o ministro, infelizmente, não é um fato isolado. Voltei na quinta-feira passada de Brasília, onde cumpri uma agenda política com o ministro Gilberto Occhi e participei de encontro com os superintendentes da Sudam e Sudeco. Voltei junto com o amigo e Deputado Federal @Silvio Costa, do PSC de Pernambuco, no mesmo voo comercial que estava o também deputado Jair Bolsonaro, do PP do Rio de Janeiro. Ao desembarcar no Recife, me deparei com grupo de pessoas que estava esperando o parlamentar carioca e fomos – eu e Sílvio - brutalmente hostilizados por elas.
Os motivos são óbvios: as pessoas que apoiam Bolsonaro não são simpatizantes às minhas lutas. Estamos em lados opostos na vida pública. Quem apoia o pensamento de que armas de fogo deveriam ser vendidas em lojas de departamento, defende a ditadura militar e desrespeita a mulher - só para citar algumas de suas frases na visita ao Recife -, não vota em mim. Meus projetos são outros. Os meus quarenta e quatro anos de militância política foram dedicados em favor da vida, especialmente de quem os eleitores de Bolsonaro acham que vale menos.
Lutei muito também pela democracia, que me é muito cara. Na época da ditadura militar, iniciava minha militância politica. Uma fase difícil, onde o ódio de classe era presente e assustador. Vejo a retomada dessa disputa hoje, só que de uma forma ainda mais acirrada e perigosa. O incômodo com os avanços sociais conquistados nos Governos Lula e Dilma trouxe de volta um ódio incontrolável de quem quer manter as coisas como sempre foram: pobre no lugar de pobre e rico no lugar de rico. É urgente parar! Pela imprevisibilidade onde esse ódio pode levar.
A essência da democracia está no respeito ao pensamento diferente do seu. Isso não quer dizer passividade. Opiniões contrárias podem – e devem - ser questionadas, debatidas, virar uma grande discussão política, mas com bom senso da educação, da cordialidade. Defendo o diálogo sempre.
Odiar é fácil, todo mundo é capaz. Xingar e hostilizar também. Debater tem sido para poucos. Ainda mais nesse tempo de ódio, que tem deixado o senso crítico e o respeito de lado. Tudo virou ruim, sem filtro.
Sou petista de coração. Ajudei a fundar o partido, briguei por ele, carrego seus ideais. Defendo cada mudança que O PT trouxe para vida dos brasileiros, especialmente para os que mais precisam. O partido que tem a marca e a ousadia de pensar diferente, inverter o olhar e cuidar das pessoas. Isso não se apaga com ódio, nem grito, nem briga. Não queremos um país só para 30% da população. Repito: este não vai ser o país do ódio. Basta!