Tópicos | Comida Junina

Nesta época do ano, com a chegada do São João, é comum encontrar nas ruas comerciantes que vendem comidas típicas juninas, como milho cozido, canjica e pamonha. Mas a estiagem que assola o Nordeste brasileiro provocou uma queda de 50% na produção do milho, segundo informações do Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (CEASA/PE). Isso refletiu no aumento dos preços da culinária produzida a partir do cereal e nas estratégias dos comerciantes para vender seus produtos.

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No bairro do Fundão, Zona Norte do Recife, Cosmo Pereira de Carvalho comercializa há três meses este tipo de gastronomia. Para ele, o aumento do preço do milho pegou muitos vendedores de surpresa. “Uma mão de milho (50 unidades) custava no ano passado R$ 15. Esse ano cheguei a comprar a mesma quantidade por R$ 35. Mas, mesmo com o aumento, decidi investir nisso pra tentar levantar um dinheiro extra”, revelou o vendedor.

Vanilda Pereira da Silva, que trabalha em um ponto localizado na esquina da Rua Espinheiro com a Av. João de Barros, teve que ajustar os preços da canjica e da pamonha por causa do aumento. “O milho, que eu compro na CEASA, ficou mais caro e isso acabou interferindo no meu lucro. Muita gente desistiu de vender comida junina por causa deste problema, mas eu não podia baixar a cabeça porque é daqui que tiro meu sustento”, ressaltou Vanilda.

Há 36 anos existe um ponto de comércio de comidas juninas na Rua das Graças. Maria José e sua sogra Severina Conceição vendem todo tipo deste produto durante o ano inteiro. “A gente compra a matéria-prima na feirinha ao lado do Mercado de Casa Amarela. Mas o aumento do milho foi pesado”, disse Maria.

Quem também tira seu sustento do milho são os vendedores da Ranchinho da Pamonha, uma microempresa formada por sete pessoas que vende produtos feitos do cereal. “No São João aumentamos a nossa equipe pra até 15 pessoas por causa da demanda”, disse Gicleide dos Santos, uma das donas do negócio que tem um ponto fixo ao lado do Mercado de Casa Amarela.

Josimar da Silva, um dos funcionários da empresa,  vende milho, canjica e pamonha na Av. Beberibe. Ele também concorda que nessa época do ano há um aumento considerável na venda de comidas típicas juninas. “Trabalho aqui há quatro anos e durante o São João vendo o triplo do que consigo vender nas outras épocas do ano”, disse Josimar.

Na rua, o preço do milho varia entre R$ 1 e R$ 2. A pamonha custa entre R$ 2 e R$ 3 e a canjica varia de R$ 1,50 a R$ 2,50, a depender do bairro. Valores à parte, tem gente que não abre mão da culinária junina. É o caso de Magaly Braz, cliente da Ranchinho da Pamonha há anos. “Gosto muito da comida junina. Se não tiver canjica e bolo de milho na minha mesa nessa época do ano, pra mim não foi São João”, comentou aos risos.

O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) inicia, nesta terça-feira (21), o curso de culinária junina. A qualificação é direcionada para quem almeja incrementar o cardápio com novas dicas, além das comidas tradicionais, tais como bolo de milho, pamonha e canjica.

De acordo com a assessoria de comunicação do Senac, estão sendo oferecidas duas turmas. A desta terça terá aulas das 14h às 17h, e a outra turma começará no próximo dia 23, das 18h às 21h. Os encontros serão encerrados no dia 31 deste mês.

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A carga horária do curso é de 21 horas e as aulas serão ministradas na unidade do Senac, localizada na Avenida Visconde de Suassuna, 500, no bairro de Santo Amaro, área central do Recife. As inscrições podem ser feitas na sede e o investimento é de R$ 176. Outras informações podem ser conseguidas pelo telefone (81) 3413 6729.

As comidas gigantes são uma atração à parte na programação do São João de Caruaru. Hoje mais uma iguaria será distribuída entre os forrozeiros. É a vez do arroz doce gigante distribuído há três anos, na Rua Três de Maio, no centro da cidade ao som de muito forró pé de serra.

De acordo com a organizadora do evento, Adilza da Silva, na receita foram utilizados 40 quilos dos seguintes ingredientes; açúcar, leite, arroz, leite condensado e canela em pó. “Após ele ficar pronto serão 120 quilos do doce que será distribuído entre os forrozeiros. Esta é a terceira edição e espero que todos os presentes possam saborear” afirmou Dona Adilza.

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Quem vai a festa quer experimentar o doce como o casal Paulo Luíz e Debora Simone, que moram no bairro São Francisco. “Sempre estamos presentes nestas festas. Gostamos de acompanhar para degustar a comida, além de curtir o verdadeiro forró pé de serra”, disse Débora.

Na programação do evento constam brincadeiras de rodas, tiro ao alvo, ciranda e shows com as bandas Terra Nordestina e Bem Me Quer. A expectativa de publico para esta noite na festa do arroz doce gigante é de aproximadamente três mil pessoas.

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