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Um ciclone extratropical que se formou na noite de terça-feira, 9, causou impactos em cidades litorâneas do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo ao longo desta semana. Além das chuvas, que desencadearam deslizamentos e alagamentos, ventos fortes também castigaram municípios costeiros. A Defesa Civil tem uma série de recomendações para orientar a ação da população em casos desse tipo de fenômeno.

"Vai depender do efeito que o ciclone provoca em cada região. Algumas vezes, ele pode provocar chuva intensa, às vezes temporais ou rajadas de vento. Para cada uma dessas condições, existem algumas recomendações específicas", explica Caio Guerra, meteorologista da Defesa Civil de Santa Catarina.

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As condições geográficas e topográficas do local também influenciam nos efeitos sentidos pela população. No Estado de Santa Catarina, por exemplo, chuvas intensas em região de rios causaram o transbordamento das águas e a inundação de cidades e estradas. No Rio de Janeiro, o maior impacto foram os ventos, que chegaram a quase 94 km/h.

No continente, os alagamentos e inundações são um dos efeitos mais comuns. Nesses casos, o recomendado pela Defesa Civil é evitar dirigir em pontes pequenas ou submersas e áreas alagadas, não ter contato com a água e ficar atento à presença de crianças em áreas próximas a rios. Se houver deslizamento de terra, a orientação é atenção à inclinação de postes e árvores, movimentação de terra ou rochas em regiões próximas e aparecimento de rachaduras em muros e paredes.

No que diz respeito a tempestades fortes com ventos e raios, a Defesa Civil recomenda que a população não fique na praia e busque locais abrigados longe de árvores, placas, postes de energia e outros objetos que possam ser arremessados pela intensidade dos ventos. Uma vez em um ambiente seguro, é preciso ficar longe das janelas e desligar aparelhos eletrônicos da tomada. O banheiro de alvenaria é considerado um abrigo muito seguro para essas condições.

"No litoral, existe o diferencial que os ventos muito intensos causam agitação marinha e, muitas vezes, a ressaca (movimento que as ondas fazem sobre si mesmas na área de rebentação); então, existem também recomendações específicas para isso", explica Guerra.

Em caso de mar agitado, estar perto da água não é uma opção. Por segurança, a população é orientada a evitar atividades de navegação ou pesca e suspender esportes náuticos, banhos de mar e caminhadas pela orla. Quando há ressaca, é preciso prestar atenção a construções ou ruas em áreas vulneráveis a erosão e proteger embarcações e demais estruturas que estejam na costa.

Ciclone extratropical deve se afastar do litoral brasileiro

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os efeitos do ciclone começam a diminuir ainda esta tarde. "A partir de amanhã, a situação se normaliza", explica o meteorologista Olivio Bahia. Nos próximos dias, ele deve se afastar da costa brasileira em direção à África. Ainda segundo o meteorologista do Inmet, apesar dos impactos terem sido muito maiores nas cidades litorâneas, a frente fria associada à passagem do ciclone causou efeitos como a diminuição das temperaturas no Centro-Sul do País e mesmo no Sudoeste da Amazônia.

Os ventos fortes derrubaram árvores, placas e telhas em diversas cidades. Ventos de 40 km/h já podem começar a provocar impactos, diz Bahia, que estima que a intensidade das correntes de ar sentidas nos últimos dias tenha até mesmo ultrapassado as velocidades registradas pelas estações meteorológicas: "Não tem o registro desses números, mas, em razão dos danos causados, é possível imaginar que [os ventos] tenham ultrapassado os 120km/h", pontua.

Veja os cuidados em caso de ventanias e ressacas:

- Não fique em locais abertos, embaixo de árvores ou coberturas metálicas;

- Evite esporte ao ar livre;

- Não passe sob cabos elétricos, andaimes e escadas;

- Feche portas e janelas da residência. Feche também persianas e cortinas para evitar que estilhaços se espalhem em caso de algum vidro quebrar;

- Feche o registro de gás;

- Evite deixar objetos em locais altos, pois podem cair;

- Se faltar energia, cuidado com uso de velas;

- Tire todos os aparelhos elétricos da tomada, em caso de falta de energia;

- Crianças e idosos, principalmente, devem ser mantidos bem agasalhados;

- Animais de estimação também devem ser protegidos do frio;

- Com relação aos moradores em situação de rua, a orientação é que a pessoa ligue para o número 199;

- As pessoas devem terminantemente evitar rochas na praia para observar a agitação do mar;

As águas, em alguns pontos, podem extrapolar a faixa de areia e adentrar ruas próximas da praia;

Há perigo de naufrágio para pequenas ou médias embarcações que se aventurarem.

O oeste da África está lutando contra a maior epidemia do vírus Ebola da história, suscitando preocupações em nível mundial de que a febre hemorrágica se propague para fora das fronteiras.

A seguir, algumas recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, sobre como se proteger do Ebola.

Atenção aos sintomas -

Os sintomas do Ebola incluem febre, dores de cabeça, nas articulações e musculares, fraqueza, diarreia, vômitos, dor estomacal, falta de apetite e, em alguns casos, hemorragia.

O vírus "é transmitido por contato direto com fluidos corporais de uma pessoa infectada ou após a exposição a objetos - como seringas - que estejam contaminados com secreções infectadas", disse Stephan Monroe, vice-diretor do centro dos CDC para doenças infecciosas.

"O Ebola não é contagioso até que apareçam os sintomas", acrescentou.

- Fluidos corporais -

O vírus Ebola pode se propagar através de muco, sêmen, saliva, suor, vômito, fezes e sangue.

Monroe explicou que é "muito improvável" que o Ebola seja transmitido entre passageiros em um espaço fechado como um avião ou um trem, já que é necessário o contato direto com as secreções corporais.

"A maioria das pessoas que se infecta com o Ebola convive (familiares ou trabalhadores da saúde) com as pessoas que já sofrem da doença e manifestam os sintomas".

Embora o vírus possa ser fatal em 90% dos casos, aqueles que se recuperam devem tomar precauções extraordinárias durante pelo menos dois meses, porque podem continuar sendo infecciosos.

"Os homens que se recuperaram da doença ainda podem transmitir o vírus através do sêmen até sete semanas depois de terem se recuperado", explica a OMS.

- Evite contato com cadáveres infectados -

O Ebola também foi transmitido a pessoas que tiveram contato com o corpo de alguém que morreu deste mal, como, por exemplo, durante os preparativos para um funeral.

"As pessoas que morreram de Ebola devem ser enterradas rapidamente e de forma segura", destaca a OMS.

- Recomendações para trabalhadores da saúde -

Os pacientes de regiões onde o Ebola está ativo e que apresentam esses sintomas devem ser isolados do público em geral, recomendam os CDC.

Os trabalhadores de saúde devem seguir as precauções exigidas para o controle de infecções. Precisam usar máscaras, luvas e batas de mangas compridas enquanto cuidam dos pacientes.

Os CDC também recomendam a higiene rotineira das mãos antes e depois do contato com um paciente com febre, assim como cuidados extremos no uso e no descarte de agulhas e seringas.

O período de incubação do Ebola - ou seja, o lapso entre a infecção e o aparecimento dos sintomas - é de 21 dias.

- Evite carne crua -

O Ebola atinge as populações humanas depois que as pessoas têm contato com o sangue, os órgãos ou os fluidos corporais de animais infectados. Os morcegos frugívoros são seu hospedeiro natural.

"Na África, tem sido documentada a infecção através do contato com chimpanzés, gorilas, morcegos frugívoros, macacos, antílopes e porcos-espinhos infectados que foram encontrados mortos na selva", destaca a OMS.

As pessoas devem evitar comer ou tocar na carne crua de animais silvestres.

Se houver suspeitas de um surto em uma fazenda de macacos ou porcos, a OMS recomenda colocar toda a estrutura em quarentena e sacrificar os animais infectados, "supervisionando de perto o enterro ou a incineração das carcaças".

Não existem vacina contra o Ebola.

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