Tópicos | Comunidade do Pocotó

Na manhã desta sexta-feira (31), a Prefeitura do Recife está demolindo os barracos da Comunidade do Pocotó, que estavam localizados em cima do túnel Augusto Lucena, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Segundo o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a ação desrespeita as negociações que ocorriam e deixa os moradores sem garantia de moradia.

Equipes da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) e da Diretoria Executiva de Controle Urbano (Dircon) iniciaram os trabalhos no local por volta das 5h. Um longo congestionamento foi formado no sentido Boa Viagem-centro do Recife.

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O MTST contabiliza que 12 famílias que não estavam no auxílio moradia foram alvo do despejo. Outras famílias atingidas estavam no auxílio moradia, porém sem cadastro para conseguir habitacional. O movimento critica a prefeitura, pois haveria uma negociação aberta, com a gestão municipal se comprometendo a não fazer o despejo antes de garantir todos os auxílios.

Desde 2017 os moradores do Pocotó vivem sob o temor de perder suas casas. Em setembro do ano passado, a Justiça expediu uma ordem de despejo e as famílias realizaram um protesto no local. A retirada foi adiada, sendo aberto um canal de diálogo com a prefeitura.

"A prefeitura tinha se comprometido a garantir auxílio moradia e cadastramento das famílias no projeto habitacional do Aeroclube. Hoje a gente foi surpreendido com uma ação criminosa em que eles derrubaram aproximadamente 20 barracos. Muitas das famílias estavam dormindo, foram acordadas com a Guarda Municipal e a Prefeitura para derrubar os barracos. Foi um descumprimento de qualquer acordado estabelecido com as famílias e sem uma solução. Nem abrigamento foi oferecido para as famílias", resume Rud Rafael, integrante do MTST.

Por meio de nota enviada nesta manhã, a gestão informou que retirou nove ocupações com o objetivo "de garantir a segurança dos moradores e usuários do Túnel Augusto Lucena". Ainda de acordo com a prefeitura, as nove ocupações já estavam sem moradores. A ação é baseada em critérios técnicos da Defesa Civil, que alegam risco à estrutura do sistema viário, que não foi projetado para receber moradias.

A prefeitura também diz ter realizado o cadastramento das famílias que construíram barracos e ocupavam o local. "Após a inclusão das famílias no auxílio moradia, nova decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco determinou a desocupação voluntária do local, após a citação por parte do Oficial de Justiça", diz nota.

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