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A Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve nesta terça-feira, 12, a decisão que condenou a Igreja Universal do Reino de Deus a pagar uma multa de R$ 23 milhões por demolir três casarões históricos para construir um estacionamento em Belo Horizonte. A decisão foi unânime.

As casas, demolidas em 2005, ficavam na região central da capital mineira e foram declaradas patrimônio cultural da cidade. O processo de tombamento estava em tramitação na época, mas as construções já eram protegidas por atos administrativos de inventário e registro documental.

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A igreja entrou com o pedido de demolição, mas derrubou os casarões antes de receber a autorização da administração municipal. A ação é movida pelo Ministério Público de Minas.

Os ministros seguiram o relator, Sérgio Kukina, que votou para manter a condenação. "Minha conclusão converge no sentido da manutenção da monocrática agravada", votou o ministro.

O valor da indenização foi fixado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) - R$ 18 milhões por danos patrimoniais ao meio ambiente cultural e R$ 5 milhões por danos morais coletivos. A sentença também determinou que a igreja deve construir um memorial em alusão aos imóveis destruídos.

COM A PALAVRA, A IGREJA UNIVERSAL

A reportagem entrou em contato com a igreja e ainda aguardava resposta até a publicação deste texto. O espaço está aberto para manifestação.

Passados 14 anos da morte do estilista Clodovil Hernandes, a mansão construída por ele em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, pode ser demolida. A promotoria de Ubatuba do Ministério Público de São Paulo entrou com ação pedindo a demolição da construção por estar localizada em área de proteção ambiental. A casa, erguida entre a Praia do Meio e a Praia do Léo, tem 20 cômodos em área de 4,3 mil m², mas está deteriorada em razão do abandono.

O imóvel, que chegou a ser avaliado em R$ 1,6 milhão, foi leiloado para pagar dívidas deixadas pelo estilista, que também foi apresentador e político, tendo sido deputado federal de 2007 até sua morte, em 2009. O imóvel foi colocado à venda em leilão pela 4ª Vara da Família e Sucessões de São Paulo. Após um primeiro leilão em 2017, a mansão foi arrematada em 2018 por R$ 750 mil, mas ainda está no centro de uma disputa judicial.

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A arrematante pediu a anulação do pregão alegando que o edital não se referia à localização do imóvel em área de preservação ambiental. Ela alegou que essa condição impede a plena utilização do imóvel. O valor da arrematação foi depositado em conta judicial. A Justiça negou a devolução, determinando que a mansão fosse transferida à compradora.

Sobreveio, no entanto, o pedido do MP para que a construção fosse demolida. A informação foi confirmada pelo escritório Queiroz Prado, responsável pelo espólio de Clodovil. O escritório informou que o pedido já foi contestado e está no aguardo da decisão da Justiça.

Apesar do abandono, a mansão de Clodovil ainda é cercada pela curiosidade. A casa foi edificada em meio à vegetação de Mata Atlântica, com vista privilegiada para o mar. O estilista orientou o paisagismo do entorno e a construção de uma piscina abastecida por uma mina.

Foi dele também a ideia de construir uma capelinha em homenagem à sua mãe, com o altar e o chão pintados por uma amiga de Clodovil. Chamava a atenção um vaso sanitário colocado ao ar livre, ao lado de uma jacuzzi.

Em 2016, o MP conseguiu na Justiça a demolição de parte da estrutura que teria invadido uma área de preservação permanente, considerada intocável. Foram demolidos o canil, parte da cozinha e a suíte da mansão. Agora, a promotoria quer a demolição total da construção e a recuperação da área em que foi construída.

Clodovil nasceu em Elisiário, no interior de São Paulo (antigo distrito de Catanduva), e fez sucesso na alta costura, na capital paulista. Depois de se tornar apresentador de TV, ele entrou na política. Em 2006, o estilista foi eleito deputado federal com a maior votação do Estado de São Paulo. Seu mandato iria até 2011. Ele morreu no dia 7 de março de 2009, aos 71 anos, após sofrer um acidente vascular cerebral.

A reportagem entrou em contato com o MPSP para obter mais detalhes sobre o pedido de demolição da casa de praia de Clodovil e aguarda retorno.

Moradores da Vila Esperança não desistiram dos seus lares e lutam contra as ordens de desapropriação da Prefeitura do Recife. Entre os bairros de Apipucos e Casa Forte, área nobre da Zona Norte da cidade, a comunidade resiste há décadas à especulação imobiliária e, desde 2012, é ameaçada pela gestão municipal a cada nova etapa da construção da Ponte do Monteiro. 

Ocupada por cerca de 300 famílias de baixa renda, a Vila Esperança é uma das 74 Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) do Recife. A lei consolidada há quase 30 anos protege a localidade por reconhecê-la como um território popular e, inclusive, incentiva o Poder Público a promover a regularização fundiária das moradias. 

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A Prefeitura do Recife, através da Autarquia de Urbanização do Recife (URB), contrariou os dispositivos da ZEIS e distribuiu 53 cartas de negociação para pressionar pela retirada das famílias da Rua Ilha do Temporal. As desapropriações foram motivadas pelo argumento da construção da Ponte Engenheiro Jaime Gusmão, mas os moradores da Vila Esperança apontam um movimento de gentrificação. 

LeiaJá também: Ponte do Monteiro deve se tornar realidade em 24 meses

"Eles querem tirar essa comunidade daqui porque a especulação imobiliária daqui é demais. É uma área nobre, né? Aí todo mundo só imagina isso", denunciou Carlos Iraquitan, que descreveu o espaço como um “oásis” entre os bairros com o m² mais caro do Recife. 

Carlos Iraquitan acredita que toda comunidade será desapropriada em poucos anos. Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Mais de 30 dos seus 50 anos foram na Vila Esperança, lugar onde Carlos escolheu para criar seus dois filhos, hoje com 25 e 24 anos. "Aqui é um local centralizado. Meus filhos estudaram aqui em cima, é perto de hospital, de clínica, de shopping, de tudo. Aí vai mandar [a gente] não se sabe para onde e o dinheiro não vai dar para comprar outro", lamentou. 

Os moradores ainda estavam preocupados em sobreviver à pandemia quando a ponte começou a avançar nas duas margens do Rio Capibaribe. As obras começaram a avançar em 2021, com a publicação do decreto de desapropriação 34.603 para que a previsão de entrega em junho de 2024 tentasse ser cumprida.

O interesse, na visão dos moradores, seria adiantar o término da ponte para que ela possa protagonizar os materiais de campanha de reeleição do prefeito João Campos (PSB) como a primeira ponte entregue na capital em quase 20 anos. 

Dona Maria José conta que investiu em melhorias na casa antes da ordem de saída. Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Dona Maria José Pereira, de 73, estabeleceu morada na comunidade quando ela ainda era formada por barracos de tábua, há mais de 30 anos. Sem forças para resistir às investidas da URB, ela aceitou negociar a indenização, mas, assim como os vizinhos, reclama da proposta irrisória oferecida pelo município. 

“A gente não pode sair sem ter um dinheirinho para comprar a casa. Onde é que a gente vai morar sem ter casa? Ficar pagando aluguel é muito ruim e o valor que eles querem dar não dá para comprar uma casinha”, afirmou. 

Helena Vicente aponta que a Prefeitura não se propôs ao diálogo. Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Helena Vicente, 1ª titular da Comissões de Urbanização e Legalização (Comul) Vila Esperança, mobiliza os moradores a defender a permanência da comunidade. “Muitos já negociaram por se sentirem cansados da luta. Essa obra já tirou uma leva de pessoas em 2012, então, muita gente que eu conversei disse: 'ah, a gente não tem força para eles não'. Mesmo sabendo do direito que têm, essas pessoas não reagiram. Elas querem que aconteça, mas têm medo de lutar e de resistir”, expôs. 

Carlos descreveu a estratégia da URB para fechar os valores com os moradores antes da judicialização. "O dinheiro para todo mundo é muito pouco, não dá para comprar nem um barraco em outro lugar [...] eles dão a primeira proposta, se tu não aceitar, quando vai para a justiça, cai mais ainda [o valor]. Minha mãe pegou logo na primeira, mas pegou chorando", apontou. “A [casa] da minha mãe foi indenizado muito pouco porque a casa da minha mãe era bastante grande. Tinha mais de 80m² e deram o valor só de 79 mil a minha mãe", continuou. 

Destroços deixados na comunidade após demolição. Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Desde o reinício das obras, os habitantes da Vila Esperança alegam sofrer ameaças de funcionários da Prefeitura. "Se não negociar, vai ser pior para vocês"; "Vocês não são donos disso aqui"; "O trator vai passar", são os comentários que se espalham pelos becos da comunidade após a saída de um representante. 

'Ultimamente estamos recebendo muita visita [da prefeitura] e elas dizem: 'o pessoal que tá na justiça, a gente vai vir com o trator amanhã'. Mesmo sem a gente ter sido intimado ainda", reclamou Helena.  

Quando um morador cede à desocupação, a casa é rapidamente derrubada, o que repercute em uma nova forma de intimidação. Mesmo com os chamados, os destroços não são recolhidos e as tralhas acumuladas passam a atrair ratos e escorpiões. "Acho que para manter essa insalubridade que vai gerando o desejo de deixar o local", observou a líder comunitária. 

Casa pixada pela Prefeitura para indicar saída dos ocupantes. Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Para "abrir passagem para novos caminhos", como divulga a Prefeitura, as casas selecionadas para vir ao chão foram pichadas pela própria URB em agosto de 2021, antes mesmo da convocatória que abriu as negociações. 

Sem autorização dos ocupantes, portas e paredes foram demarcadas por spray de tinta. "Eles mediram tudinho e ficou por isso mesmo. Disse que depois voltava para resolver, até agora. Eu tô sem saber de nada, só sei que tá marcado", afirmou Maria da Luz de Aquino, que está há 30 dos seus 73 anos na Vila Esperança. 

Dona Maria da Luz apresenta um cenário de incerteza quanto ao futuro. Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

A Ponte do Monteiro será o primeiro dispositivo do sistema viário planejado para a região. Seu projeto foi apresentado aos moradores da Vila Esperança em setembro de 2021, com a primeira leva de desapropriações no mês seguinte e, só em abril de 2022, foi anunciada a expansão da construção com um anel viário para cumprir a promessa de encurtar a distância entre as zonas Norte e Oeste. 

"Em 10 anos vão tirar tudinho daqui", afirma Carlos. “Tem moradores que não acreditam que vai sair tudo, mesmo a gente mostrando esse ofício. Essas pessoas estão tranquilas porque acreditam que vão ficar", complementou Helena. 

Em um primeiro momento, 17 famílias resistiram e foram processadas em ações movidas pelo município. A maioria desistiu no meio do caminho e, hoje, restam oito processos. A Justiça suspendeu a emissão de posse em apenas dois deles e pediu que uma nova perícia recalculasse o valor da indenização dos imóveis. 

Para quem não aceitou os preços baixos propostos pela URB, foi oferecido o remanejamento para um conjunto habitacional há cerca de 200 metros da comunidade. Contudo, nenhum dos dois blocos prometidos começou a ser construído.

Placa da Prefeitura do Recife informa que a obra foi orçada em mais de R$ 40 milhões. Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Por meio de nota, a Autarquia de Urbanização do Recife (URB) reforça que cerca de 80% da Ponte do Monteiro está pronta e aponta que a nova ligação viária com o bairro da Iputinga vai beneficiar diretamente 60 mil pessoas. 

A Prefeitura do Recife informa que a construção de 75 apartamentos para os moradores afetados pela ponte ainda não foi iniciada. Sem data para o início da obra, a gestão indicou que ela deva começar nas próximas semanas.  

O habitacional Vila Esperança será dividido em dois blocos, um com 40 unidades e o outro com 35, contando com jardim, horta comunitária, playground e uma creche. O plano da Prefeitura é entregar apartamentos com cerca de 40 m² para famílias que deixaram suas casas com mais de 100m². As obras vão custar em torno de R$ 13 milhões.  

A ponte deve ser entregue em meados do primeiro semestre do próximo ano. Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

O município também rebateu as reclamações sobre as baixas propostas de indenização e ressaltou que o valor depende das benfeitorias feitas pelos moradores no terreno e não do m² cobrado pelos imóveis da região.

"A URB esclarece que cada imóvel é avaliado individualmente e recebe um valor que varia de acordo com questões como existência de documentação legal, área construída e benfeitorias realizadas pelos moradores. Os valores oferecidos são baseados em tabela atualizada anualmente e validada pelos órgãos de controle, como Tribunal de Contas do Estado e Caixa Econômica Federal”, resumiu. “Todos já foram negociados, incluindo 12 que foram objeto de negociação judicial, e 50 foram pagos", frisou a Prefeitura.

As pichações nos imóveis correspondem ao "procedimento padrão", disse a gestão, que ainda afirmou que as tralhas das casas demolidas só serão retiradas à medidas que as obras avancem.

A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente se manifestou contrariamente à demolição do prédio de luxo construído irregularmente no Itaim-Bibi, área nobre paulistana, com o entendimento de que a ação teria "impacto ambiental". Também aceitou a possibilidade de acordo para a compensação ambiental por meio de obras em parques.

O parecer foi assinado pelo secretário Rodrigo Pimentel Pinto Ravena em 2 de junho, semanas antes de a Prefeitura requerer à Justiça a autorização para a derrubada do edifício de alto padrão, construído sem alvará de execução.

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"Eventual demolição da obra já finalizada acarretará a produção de resíduos e material poluente, com sérios impactos ambientais", afirmou o secretário no documento. "Contempla-se que eventual compensação ambiental atenderá mais eficaz e amplamente os anseios da população, das necessidades da cidade e, em especial, do meio ambiente."

A decisão de Ravena se refere a um termo de ajustamento de conduta (TAC) proposto pela responsável pela construção irregular, a construtora São José, em maio. No eventual acordo de compensação ambiental, a empresa obteria a regularização do imóvel mediante obras de instalação e reforma de quatro parques.

Essas obras de parques têm o valor estimado em R$ 85,3 milhões, muito inferior à multa requerida na Justiça pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que supera os R$ 500 milhões, por danos sociais, ambientais, urbanísticos e morais.

O secretário destaca no documento que a decisão "limita-se à questão ambiental, mas que, como a questão ambiental é transversal a todas as políticas e ações públicas, possui extrema relevância".

No mesmo mês, contudo, a Procuradoria do Município requereu a demolição do edifício à Justiça. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) tem defendido a medida como um exemplo de que a gestão não tolera "irregularidades". Procurada, a Prefeitura destacou, em nota, que o parecer do secretário é anterior à decisão de ajuizar uma ação pela demolição. A gestão aguarda decisão da Justiça.

Em nota, a defesa da São José destacou que a construtora argumenta, "desde o primeiro momento", que a eventual demolição causará impacto ambiental na região, o que teria sido comprovado por meio de um laudo técnico e já manifestou interesse em reparar seus "equívocos" com "um TAC para implementar parques em troca da regularização".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Defesa Civil do município de Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR), encaminhou, nesta quarta-feira (26), os pareceres técnicos de vistoria nos edifícios do Conjunto Beira Mar, localizado no Janga. A Procuradoria Geral do Município (PGM) recebeu a avaliação final, que recomenda a demolição de 14 prédios, do bloco D01 ao D14.

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Vista aérea mostra a localização e extensão do Conjunto Beira Mar. Foto: Divulgação/Prefeitura do Paulista

A PGM repassou os pareceres para o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e o Tribunal de Justiça do Estado (TJPE), que deverão obrigar que as demolições sejam feitas pela empresa seguradora responsável, a Sul América Cia Nacional de Seguros.

Edifício desabou, deixando mortos e feridos. Foto: Divulgação/Prefeitura do Paulista

A seguradora ficou responsável, por determinação da justiça, pela demolição do restante do bloco D07, que desabou na manhã do dia 7 de julho, causando a morte de 14 pessoas, e outras sete feridas. Segundo a Defesa Civil da cidade, o local estava interditado.

Uma porta fechada com tábuas, fachadas em ruínas e um pequeno grupo de vizinhos desafiadores: um dos bairros mais antigos de Xangai se apega à vida enquanto a cidade avança com seus planos de demolição e reurbanização.

Laoximen ou "antigo portão ocidental", cujo nome deriva das muralhas defensivas do século XVI, era um centro cultural da cidade.

Construído em torno de um templo de Confúcio, os edifícios de pedra e madeira de dois ou três andares são um anacronismo no coração do moderno distrito comercial de Xangai.

Milhares de moradores, uma mistura de famílias antigas da cidade e trabalhadores migrantes atraídos por aluguéis baratos, receberam ordens de abandonar suas casas até 2017, embora alguns permaneçam agarrados às propriedades antigas anos após esse prazo.

Yang, que não forneceu seu nome completo, é um dos últimos moradores a resistir à indenização do governo e permanece em sua casa em Laoximen, um labirinto de corredores repletos de móveis antigos.

"Este pedaço de terra foi comprado pelo meu avô", conta Yang, cuja família vive na região desde antes da chegada do Partido Comunista ao poder em 1949.

A maioria dos vizinhos concordou em sair, mas Yang ficou, aguardando uma indenização igual ao que ele considera ser "o valor da casa".

Segundo o governo local, os moradores de Laoximen podem receber até 20.000 yuanes (2.962 dólares) por metro quadrado, com bônus adicionais se saírem antecipadamente. Mas um apartamento em Xangai custa atualmente mais de 55.000 yuanes por metro quadrado, de acordo com a imobiliária Anjuke.

A demolição final aparentemente foi adiada pela pandemia, mas os trabalhadores retomaram as obras depois que Xangai saiu de seu recente confinamento. "Aberta e justa: promova a renovação da cidade antiga", diz uma placa na parede do que já foi um restaurante popular.

Portas e janelas foram seladas com cimento nas ruas, onde abundam cadeiras velhas, portas e tábuas. A uma curta distância da elegante orla de Bund, Laoximen é um dos milhares de bairros chineses cujos moradores foram realocados e as terras retomadas pelo governo em nome do progresso e da reurbanização.

Muitas das casas do bairro são anteriores aos padrões de construção modernos e carecem de aquecimento e encanamento centralizado.

Os moradores geralmente recebem novos apartamentos ou dinheiro para desocupar suas casas, embora alguns projetos de desenvolvimento tenham causado indignação pública e conflitos ferozes em algumas partes do país.

Substituir os becos densamente lotados de Laoximen por torres modernas pode ajudar a cidade a atingir sua meta de limitar sua população a 25 milhões até 2035. As autoridades anunciaram a meta de 2017 como parte de uma campanha para conter "doenças das grandes cidades", como o congestionamento de trânsito e a falta de moradia.

Uma operação para demolir um prédio construído irregularmente sem autorização da Prefeitura do Rio, na região da Muzema, zona oeste da cidade, está sendo realizada hoje (19). Participam equipes da Força-Tarefa do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado para Enfrentamento à Ocupação Irregular do Solo Urbano, do Ministério Público do Estado (MPRJ), com auxílio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência e da Secretaria Municipal de Ordem Pública do Rio.

Segundo o MPRJ, a construção do imóvel está ao lado do local onde, em 2019, ocorreu o desabamento de dois prédios irregulares matando 24 pessoas.

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Características

Um laudo da Coordenadoria de Licenciamento e Fiscalização Urbanística 4.1 da Barra da Tijuca indicou que o prédio é do tipo residencial multifamiliar com três pavimentos, informou o Ministério Público.

Entre eles, dois pavimentos, em declive, já estão com as obras concluídas. “O relatório informa que a área de construção está situada em encosta e possui acentuada declividade (área de média a alta suscetibilidade geológica), não havendo obras de contenção e não sendo possível garantir sua segurança e conservação”, apontou o MPRJ.

A Força-Tarefa para enfrentamento à ocupação irregular do solo urbano foi criada em outubro de 2021 para auxiliar promotores de Justiça no combate ao crime no solo da capital e aos ilícitos relacionados nas áreas criminal e de meio ambiente, em especial, nas regiões de planejamento que abrangem bairros das zonas oeste e norte do Rio.

Desde o sábado (11), a Prefeitura do Recife tem equipes trabalhando na demolição do imóvel número 88 da Rua da Guia, no Bairro do Recife. A propriedade foi condenada após um parecer técnico da Secretaria Executiva de Defesa Civil (Sedec), como medida de segurança. Segundo relatos, foram ouvidos ruídos de estalos na edificação. Após a apuração, equipes da Defesa Civil constataram a inclinação do imóvel e perigo de desabamento. 

“Acompanhamos a situação desse prédio há mais de dez anos. Em nova vistoria, percebemos um agravamento significativo na estrutura. Diante disso, foi necessário tomar providências como o isolamento de todo o perímetro e agilizar o processo de demolição”, explica a gerente-geral de Engenharia da Defesa Civil do Recife, Elaine Hawson. O entorno do prédio foi isolado com prismas de concreto. 

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Além da Defesa Civil, participam do trabalho a Secretaria Executiva de Controle Urbano (Secon) e o Gabinete do Centro do Recife (Recentro).

“Por se tratar de uma área de proteção histórica, a demolição exige muitos cuidados e precisa ser feita de forma criteriosa. Vai ser um trabalho mecanizado, utilizando um guindaste com uma tesoura na ponta, que corta o concreto sem causar impacto na estrutura. Esse método vai ser usado nos três pavimentos mais altos, de forma que não haja risco para as edificações vizinhas”, complementa Elaine. A previsão é que o trabalho dure até três meses, mas novas orientações podem ser dadas com o avanço da demolição. 

Histórico 

O imóvel em questão tem um histórico de notificações por falta de manutenção, o que levou o município a ingressar na Justiça para que os proprietários realizassem, como prevê a lei, os devidos reparos na edificação. Considerando o elevado grau de comprometimento estrutural do imóvel, visualmente agravado ao longo dos anos pela ausência de manutenção mesmo após várias notificações por parte do poder público, a Defesa Civil avaliou como necessária a demolição da estrutura - pelo elevado risco estrutural, possibilidade de evolução acelerada das patologias prediais e elevado risco aos imóveis do entorno, veículos e transeuntes. 

 

Após a morte de um homem que foi atingido pela laje de uma residência no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife, na última quarta-feira (20), a Defesa Civil isolou a área e iniciou o processo de demolição do imóvel, localizado na rua Catuíra, na comunidade Vila Santa Luzia. A vítima foi o ajudante de pedreiro Marcos de Lima, de 43 anos, que atuava em uma obra no local quando a estrutura desmoronou. 

Diferente da informação inicial, o órgão da Prefeitura concluiu que o desabamento havia sido da laje da casa, e não de uma marquise, o que exigiu uma medida mais rígida. Em nota, a Defesa Civil informou que o processo de preparação foi iniciado e a demolição deve começar ainda nesta sexta-feira (22).  

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“Antes do procedimento em si, foi preciso tomar uma série de providências, como o desligamento da energia pela Celpe, a retirada dos fios e dos entulhos. A demolição em si será feita de forma manual e poderá começar ainda nesta sexta (22). Após a conclusão do trabalho, os 5 outros imóveis interditados serão liberados”, informou a entidade responsável. 

No total, seis imóveis na rua Catuíra foram interditados pela Defesa Civil do Recife na quarta-feira (20). Agentes da Guarda Municipal e da Polícia Militar isolaram a rua onde ocorreu o acidente. Na manhã da quinta-feira (21), uma empresa especializada visitou o local para avaliar a viabilidade do serviço. Dois dias antes do incidente, o órgão notificou o dono da construção irregular e determinou a paralisação da obra, o que não foi feito. 

Também por meio de nota, a Defesa Civil do Recife informou que as famílias desalojadas concordaram em serem transferidas temporariamente para a casa de amigos e parentes. 

 

O deputado estadual Wanderson Florêncio (PSC) usou suas redes sociais para defender a demolição do edifício Holiday, localizado no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. O parlamentar pede que a Prefeitura desaproprie a edificação e indenize os proprietários dos 476 apartamentos e dos boxes localizados em seu térreo.

"Nós estamos aqui iniciando um movimento para que esse prédio possa ser desapropriado e colocado em leilão pela Prefeitura do Recife. Esse prédio precisa ser demolido. Hoje, virou um local de encontro de uso de drogas, prostituição e do medo aqui no bairro de Boa Viagem", afirma Florêncio.

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De acordo com o deputado, uma possibilidade de viabilizar recursos para indenizar os proprietários seria a realização de um leilão do terreno. "A Gestão Municipal não pode continuar se omitindo. São centenas de famílias afetadas, uma situação de insegurança na localidade, além do risco iminente de uma tragédia com o prédio em abandono", conclui a publicação.

História

Construído em 1956, o edifício Holiday se destaca na paisagem da Zona Sul da capital pernambucana. Com seu estilo tipicamente modernista, o prédio é uma imensa curva de concreto de 17 andares, nos quais são distribuídos 476 apartamentos. Diante do excesso de fiações irregulares e do grande risco de incêndio, a 7ª Vara da Fazenda Pública determinou, em março de 2019, a interdição e desocupação imediata dos imóveis. Cerca de 3 mil moradores precisaram deixar o local.

Entre o fim da noite deste domingo (4) e a madrugada desta segunda-feira (5), autoridades norte-americanas demoliram a parte do prédio residencial Champlain Towers South que havia ficado de pé no dia 24 de junho, após o colapso da maior parte da estrutura.

A decisão foi tomada porque se aproxima da região a tempestade tropical Elsa e também para que os trabalhos de busca dos corpos fiquem mais seguros para as equipes de resgate.

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As buscas haviam sido interrompidas às 16h do sábado (3) para a preparação da explosão. Até o momento, apenas 24 mortes foram confirmadas e 121 pessoas continuam desaparecidas. Ao todo, 55 dos 136 apartamentos desabaram naquele dia.

Segundo o prefeito de Surfside, Charles Burkett, os fortes ventos trazidos pela tempestade, que deve atingir a região na terça-feira (6), poderiam causar mais danos na estrutura e apresentar ainda mais riscos para os socorristas.

Já a prefeita do condado de Miami-Dade, Daniella Levine Cava, informou que já na madrugada os restos do prédio foram levados para uma área em separado e os especialistas vão entrar em áreas na parte da garagem subterrânea, em busca de possíveis bolsões de ar em que existam sobreviventes.

Ainda não se sabe o que provocou o desabamento do prédio, que ficava na região próxima a Miami e de frente para o mar. Um relatório divulgado pela mídia norte-americana mostrou graves danos estruturais abaixo do deck da piscina, justamente, a área que desmoronou.

Alguns moradores que estavam na parte que ficou em pé do prédio relataram que a piscina foi "engolida" segundos antes das unidades começaram a desabar. Logo após o incidente, 35 pessoas foram resgatadas com vida, mas, desde, então nenhum sobrevivente foi encontrado.

Diversos prédios que ficam na região do Champlain foram evacuados por segurança. 

Da Ansa

A estrutura do Tobogã, no Pacaembu, começou a ser demolida na terça-feira (29) pela Concessionária Allegra Pacaembu, detentora da outorga do complexo pelos próximos 35 anos. O maquinário deu início ao processo de derrubada do setor, que deverá dar lugar a um edifício multifuncional em até 28 meses.

Pela manhã, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), participou de solenidade no estádio, marcando a abertura dos trabalhos de renovação do complexo esportivo Paulo Machado de Carvalho, conforme antecipou o Estadão nesta terça-feira. A obra, autorizada agora, esteve embargada por decisão judicial desde 31 de março, quando uma liminar impediu o início da reforma, sob alegação de que a intervenção no conjunto preservado feria o patrimônio histórico ao prever a derrubada do Tobogã, a arquibancada construída em 1970, 30 anos depois da inauguração do Pacaembu. Mas uma nova decisão, do último dia 16, anulou a anterior.

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A autorização para a reforma foi publicada nesta terça-feira no Diário Oficial da Cidade. A concessionária detém a outorga desde 25 de janeiro do ano passado, por um prazo de 35 anos, e a obra deve durar de 24 a 28 meses, em um investimento de cerca de R$ 400 milhões.

O estádio, inaugurado em 27 de abril de 1940, passará por uma recuperação e modernização de instalações, respeitando a área de preservação do patrimônio histórico. "Nosso desejo é manter viva a história do Pacaembu e essa obra será executada com todo zelo e respeito ao patrimônio, orientada para o futuro, iniciando uma nova fase desse ícone de São Paulo", afirmou Eduardo Barella, CEO da concessionária, ao detalhar o projeto.

Cultural

Além do projeto do novo espaço, as novidades no Pacaembu já começam em 2021, como adiantou o Estadão, com a realização de pelo menos duas iniciativas na área cultural: uma feira de design (MADE), programada para outubro, e uma Feira de Artes, que deve ocorrer entre 17 e 21 de novembro. De acordo com a Allegra, esse evento cultural será realizado anualmente sempre no segundo semestre.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A demolição de uma igreja da Assembleia de Deus que estava sendo construída nas terras da etnia Truká, na cidade de Cabrobó, Sertão de Pernambuco, no final do mês de abril, é uma resposta para a preservação da cultura, crenças e tradições dos povos indígenas, segundo afirma o cacique Truká Bertinho Alves.

"A lei fala que o território indígena é demarcado para o seu uso, costumes e tradições e que tem que ser respeitada a organização interna do povo. Mas eles quiseram afrontar as lideranças”, disse o cacique em entrevista ao Brasil de Fato. 

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Também ao site, Dinaman Tuxá, advogado e coordenador executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), salientou que o fundamentalismo religioso causa impacto nas comunidades indígenas. 

Ele aponta ter relatos de grupos e etnias que se recusaram a tomar a vacina por causa da influência neopentecostal, "que incide na comunidade questionando a eficácia e falando que a vacina era amaldiçoada", diz Tuxá.

Além disso, o advogado acentua que a ausência do Estado facilita a entrada e expansão dos neopentecostais nesses territórios indígenas. “A construção de igrejas não é tão comum, mas existem as missões religiosas, que chegam com o intuito de trazer ajuda humanitária e a grande maioria das comunidades tem essa deficiência, inclusive pela ausência do Estado e políticas públicas”, pontua.

Em nota pública, a Assembleia de Deus de Pernambuco afirmou que não tem responsabilidade sobre a construção da estrutura demolida pelos indígenas e que não há autorização para obra no local.

 

 

Dois imensos murais de gravura a partir das obras de Pablo Picasso foram retirados, nesta segunda-feira (27), do edifício em Oslo onde se encontravam e que deve ser demolido, anunciou a empresa encarregada por esta operação delicada e polêmica.

Embutidas em grandes estruturas metálicas, as duas obras desenhadas por Picasso e gravadas em concreto pelo norueguês Carl Nesjar serão movidas muito lentamente, a menos de 1 km/h, em um veículo especialmente adaptado.

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Os dois murais serão levados para um depósito situado a algumas dezenas de metros, afirmou Statsbygg, a empresa pública norueguesa encarregada pelo trabalho.

"A operação é muito lenta" e deve terminar "na quinta ou sexta-feira", disse Pål Weiby à AFP.

As obras estavam em dois locais distintos do "Bloco Y", um edifício governamental construído em 1969 e que foi danificado durante o ataque do extremista de direita Anders Breivik em 22 de julho de 2011.

O mural de "Os Pescadores" representa três homens arrastando os peixes capturados para seus barcos, enquanto em "A Gaivota" esse pássaro é visto com as asas abertas comendo um peixe.

Ambas as obras serão transferidas para novos prédios do governo no centro de Oslo e cuja construção deve ser concluída em 2025.

A operação gerou críticas, tanto na Noruega como no exterior, e várias pessoas se mobilizaram para preservar o "Bloco Y", e pedem que seja renovado como será feito com o "Bloco H".

O "Bloco H" abrigou os escritórios do primeiro-ministro até que Breivik explodiu um caminhão com 950 kg de explosivos.

Manifestantes demoliram no último sábado (4) uma estátua de Cristóvão Colombo, considerado o descobridor do continente americano, na cidade de Baltimore, na costa leste dos Estados Unidos, em um novo episódio da onda de ataques a monumentos ou estátuas de figuras históricas ligadas à escravidão e ao colonialismo.

A estátua de Colombo localizada no bairro de Litte, em Baltimore, foi derrubada com a ajuda de cordas, de acordo com imagens divulgadas no site do jornal Baltimore Sun. A imagem é o mais recente monumento nos EUA a cair este ano durante o acerto de contas nacional sobre racismo e violência policial que também derrubou estátuas de figuras e escravos confederados em todo o país.

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Desde 25 de maio, quando começaram os protestos pela morte do afro-americano George Floyd, asfixiado por um policial branco em Minneapolis, os manifestantes demoliram inúmeras estátuas de personagens ligados à história colonial ou à discriminação.

Estátuas entraram na mira após protestos antirracistas

Em manifestações antirracistas que acontecem em diferentes países desde o assassinato de George Floyd, nos Estados Unidos, esses marcos não têm passado ilesos pelas multidões que caminham nas ruas onde estão instalados, como a escultura do traficante de escravos Edward Colston, derrubada, arrastada e jogada em um rio por manifestantes de Bristol, na Inglaterra.

Outro exemplo foi a estátua de Cristóvão Colombo decapitada em um protesto em Boston, nos EUA; em Londres, onde o nome entalhado em um pedestal de Winston Churchill, primeiro-ministro do Reino Unido nas décadas de 1940 e 1950, ganhou o complemento 'era racista'.

No dia 22 de junho, um grupo de manifestantes tentou derrubar a estátua de Andrew Jackson, sétimo presidente dos Estados Unidos, perto da Casa Branca.

Mais recentemente, o Museu de História Natural, em Nova York, anunciou que vai retirar a homenagem ao ex-presidente dos EUA, Theodore Roosevelt, que fica na frente da entrada principal do prédio. A figura do ex-presidente está acompanhada de um homem negro e um homem indígena, o que sinaliza a discriminações estruturais no país.

Eventos semelhantes também ocorreram em outros países, particularmente no Reino Unido

No dia 7 de junho, os manifestantes derrubaram uma estátua de bronze de Edward Colston, um negociante de escravos do século 17, em Bristol, Inglaterra. A imagem de bronze foi jogada no porto de Bristol durante protestos contra o passado colonial e em solidariedade ao movimento dos EUA.

Em 9 de junho, uma estátua de Robert Milligan, outro comerciante de escravos, do século 18, foi removida de seu pedestal, diante do Museu de London Docklands, depois que as autoridades decidiram que não era mais aceitável para a comunidade. Ela estava no centro das atenções depois que os manifestantes derrubaram a de Colston.

Estátua do rei Leopoldo II foi vandalizada na Bélgica

Na Bélgica, a cidade de Antuérpia (norte) retirou uma estátua vandalizada do rei Leopoldo II, polêmico personagem do passado colonial do país. "A estátua foi severamente vandalizada na semana passada e será restaurada pelo Museu de Escultura ao Ar Livre de Middelheim", anunciou o porta-voz do burgomestre da Antuérpia, Johan Vermant.

Um grupo chamado "Vamos reparar a história" exige a retirada do espaço público, em Bruxelas, de todas as estátuas de Leopoldo II. Os signatários dessa petição acusam o ex-monarca de ter "exterminado" milhões de congoleses.

EUA criam 'força especial' para proteger monumentos de protestos antirracismo

O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos anunciou na última quarta-feira, 1º, a criação de uma nova força especial para proteger monumentos históricos no país. A medida foi tomada depois da depredação e vandalização de estátuas ligadas ao passado escravagista.

Em um comunicado, o secretário interino de Segurança Interna, Chad Wolf, disse estar destacando "equipes de mobilização rápida" em todo país para proteger monumentos e estátuas durante o 4 de Julho, feriado nacional pelo Dia da Independência.

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A Prefeitura do Rio de Janeiro iniciou, no fim da manhã desta terça-feira (3), a demolição de prédios irregulares na Muzema, comunidade na zona oeste da cidade, onde, em abril do ano passado, dois edifícios desabaram causando a morte de 24 pessoas. As demolições, segundo promessa da Prefeitura, serão feitas apenas em prédios que ainda estão em construção.

A ação estava prevista para iniciar às 9h30, mas moradores fizeram barricadas na entrada do Condomínio Figueiras do Itanhangá, onde fica o conjunto de prédios, para tentar impedir o início das demolições. Após cerca de uma hora de negociações e a promessa de que nenhum imóvel habitado seria destruído, os moradores acabaram permitindo o acesso de funcionários para iniciar a operação.

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Uma decisão judicial, que é contestada pela Defensoria Pública, já autorizou a Prefeitura do Rio a demolir também seis edifícios já ocupados, mas que estão em área de risco na localidade. Um acordo, porém, estabeleceu que novos testes nas edificações serão feitos para tentar evitar a derrubada.

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Desde o último dia 13 de novembro, alguns moradores de Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife, estão sendo aterrorizados pelo fantasma da incerteza. São noites sem sono pelo medo do que pode acontecer com eles desde que receberam uma ordem da 5ª Vara de Justiça Federal em Pernambuco, determinando a saída de suas propriedades porque os seus imóveis serão demolidos.

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Essas construções, algumas com mais de 30 anos, foram erguidas ao redor dos blocos do Conjunto Muribeca. Desde 2005 que todos os moradores, sejam eles dos antigos apartamentos ou dos ‘puxadinhos’, estão sofrendo por conta das desocupações obrigatórias. A motivação, segundo consta no processo federal, é que todo o habitacional apresentou os chamados vícios de construção. 

A justiça relata que se fez necessário a desocupação dos blocos para, em seguida, serem demolidos. 14 anos se passaram e só em 2019 a demolição de todos os apartamentos está acontecendo. Por conta dessas destruições, a juíza da 5ª Vara Federal em Pernambuco, Nilcea Barbosa Maggi, em nome da Caixa Seguradora S/A, também determinou que todos os moradores das construções tidas como irregulares devem sair dos imóveis.

A realidade da comunidade é de destruição. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

O problema é que, de acordo com os proprietários desses ‘puxadinhos’, a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes havia prometido que algumas dessas residências não seriam destruídas e que, assim, não seria necessário encaminhar esse pessoal para o Habitacional Suassuna - que hoje abriga os antigos moradores dessas construções irregulares.

“O que a gente escutou aqui é que precisaríamos sair das nossas casas só para os blocos serem demolidos, mas depois poderíamos voltar normalmente. Tanto é que eu fui até a prefeitura e eles me deram um papel garantindo isso”, diz Maria Nazaré Vieira, de 60 anos, referindo-se ao papel entregue pela Secretaria Municipal de Infraestrutura. Nesse documento consta o seguinte: “Cadastros edículas quadra 1 - para desocupação temporária (não demolir)”. 

Nazaré mora com sua família em Muribeca há 30 anos. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Parece que o prometido e o documento não valeram de nada. O bloco já não existe e a casa de Nazaré está condenada. O que os moradores tentam é, pelo menos, ter a certeza que não ficarão desamparados. Ficar sem onde morar em plena velhice é o medo de José Dantas Carneiro, 70 anos, e Lidia Beles de Albuquerque, 64 anos. O casal de idosos mora sozinho, um tentando ajudar o outro, mas a incerteza pesa demais.

“A gente já não tem mais saúde. Por conta dessas demolições eu mesmo já socorri ela (esposa) várias vezes por causa da poeira que está grande aqui. Cadê os direitos humanos? A gente é tratado como bicho e sem direito a nada”, reclama Dantas.

Único centro fitoterápico da comunidade também sofre as consequências 

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Diante de uma comunidade que vem perdendo os seus refúgios e até as esperanças de um novo amanhã, as mulheres que integram o Centro de Medicina Alternativa de Muribeca (Cesam) tentam demonstrar aos moradores o verdadeiro significado da palavra perseverança. Com 21 anos de vida, o centro é referência na comunidade para conseguir superar as dificuldades causadas pelo pouco auxílio do poder público nos espaços habitados pelos mais pobres. 

É no Cesam onde se produz medicamentos fitoterápicos feitos de plantas medicinais, reduzindo o consumo de medicações industrializadas que poderiam gerar mais despesas para a comunidade. Além dessas medicações, o Cesam realiza mutirões, feiras de saúde, atividades educativas em parceria com as escolas do bairro, do Posto de Saúde da Família e com todas as outras entidades que puderem somar para o bem comum. 

Mulheres como Giselda são as responsáveis pela manutenção do Cesam. Foto: Arthur Souza/LeiaJá Imagens

Assim como os ‘puxadinhos’, desde o último dia 13 de novembro, quando a juíza Nilcéa Maggi determinou que o Cesam desocupasse o terreno, a permanência dessa Organização Não Governamental se transformou em incerta. A saída do espaço fitoterápico, que deveria ocorrer no último dia 28 de novembro, está temporariamente suspensa graças aos esforços das mulheres que conseguiram se reunir com a juíza. 

“Nós temos uma história e não conseguimos construir tudo isso do dia para a noite. Nós temos uma vida aqui, mesmo que algumas pessoas não reconheçam”, lamenta Giselda Alves, 63 anos, uma das integrantes do Cesam.  

Giselda Alves e Carmelita Pereira prometem não desistir do Cesam. Foto: Arthur Souza/LeiaJá Imagens

A ONG reside hoje no espaço do antigo bloco 10 da quadra 3, conhecido como "balança, mas não cai", que foi o primeiro do Conjunto Muribeca a ser desocupado e posteriormente demolido por conta dos vícios de construção - problemas esses que foram se replicando bloco a bloco até que os mais de 70 prédios fossem totalmente interditados.  

O impasse é que o terreno do Cesam, de acordo com Giselda Alves, foi uma doação da, já extinta, Companhia de Habitação Popular do Estado de Pernambuco (COHAB-PE), responsável pelo Conjunto Muribeca, para a igreja católica na década de 90.  

“Eu não sei o que está acontecendo porque até a própria Caixa (que hoje responde pela COHAB) diz que não sabe dessa ordem de despejo. Já procuramos a Prefeitura de Jaboatão, que também diz não saber disso. Então nós queremos saber quem quer destruir o Cesam”, exclama Giselda Alves.  

Prefeitura garante novo cadastramento para as famílias 

Em resposta ao LeiaJá, a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes garantiu que na quadra 6 do Residencial Suassuna já foram reservados 60 apartamentos. Pouco mais de 20 deles já tem família certa para entrega, o restante deverá ser entregue para esses moradores que não tinham conseguido o cadastramento antes da ordem de despejo. A previsão é que até fevereiro de 2020 tudo esteja pronto, mas vai depender das regularizações da Celpe e do Corpo de Bombeiros.

“Vai ser reaberto o cadastramento para as pessoas que não haviam conseguido. A Secretaria Executiva de Habitação de Jaboatão já está ciente da situação e tomará as devidas providências”, garante o poder municipal.

Posicionamento da Caixa 

A CAIXA esclarece que acompanha exclusivamente a demolição dos blocos residenciais originalmente existentes no Conjunto Residencial Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes. As construções vizinhas são de responsabilidade da prefeitura. Ressaltamos que quanto a questões judiciais, a CAIXA se manifesta apenas nos autos. 

Entenda Muribeca

-> Muribeca: problema que persiste no bairro que resiste

A juíza Gabriela de Oliveira Thomaze, da 1ª Vara de Jacupiranga (SP), aceitou denúncia do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), na segunda-feira (2), e colocou o ministro Ricardo Salles no banco dos réus por ter, enquanto Secretário do Meio Ambiente do Estado, "inutilizado e deteriorado" o busto do guerrilheiro de esquerda e ex-capitão do Exército Carlos Lamarca, que ficava no Parque Estadual Rio Turvo, no Vale do Ribeira.

A Procuradoria atribui ao chefe da pasta de Meio Ambiente do governo Bolsonaro crime contra o Patrimônio Cultural. Segundo a denúncia, em agosto de 2017, durante visita ao parque, Salles determinou que a estátua, seu pedestal e um painel contendo fotografias e informações acerca da passagem de Lamarca pelo Vale do Ribeira fossem retirados do local. Os objetos estavam ali desde 2012, por decisão do Conselho do Parque.

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Ex-capitão do Exército Brasileiro, Lamarca liderou a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), organização de luta armada que combateu a ditadura militar (1964-1985). Ele foi condenado pelo Superior Tribunal Militar como desertor e caçado pelo regime. Comandou assaltos a bancos e o sequestro do embaixador suíço Giovanni Bucher no Rio, em 1970, em troca da libertação de 70 presos políticos.

Entre 1969 e 1970, Lamarca e outros 16 guerrilheiros fizeram treinamento de guerrilha em grutas no meio da Mata Atlântica, no Sítio Capelinha, onde hoje fica o parque. Em 2017, o site da Secretaria do Meio Ambiente, indicava que a passagem do guerrilheiro pelo local era um "grande atrativo histórico" do parque.

Após determinar a retirada do busto do Parque, em 2017, Salles informou à reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, por meio de nota: "Narrar fatos é uma coisa. Erguer bustos com dinheiro público e em parque público é bem diferente. Carlos Lamarca foi um guerrilheiro, desertor e responsável pela morte de inúmeras pessoas. A presença desse busto no local inadmissível".

Nomeado para a pasta do Meio Ambiente em 2016 pelo ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), Salles deixou o cargo dias depois da visita a Cajati.

Em dezembro de 2017, quase cinco meses após a determinação, a Promotoria instaurou um inquérito para apurar se o ex-secretário havia cometido improbidade administrativa ambiental.

Após o início da investigação, Salles informou que já havia prestado as informações ao Ministério Público e indicou: "recurso de compensação ambiental não foi feito para colocar busto em parque, como fizeram lá. Ainda mais de uma pessoa que era um criminoso, independentemente do lado ideológico. Seria o mesmo que uma comunidade como a da Rocinha, no Rio, usar dinheiro público para fazer uma estátua do Fernandinho Beira-Mar. Seria usar o dinheiro público de forma inadequada. Mesmo não sendo mais o secretário, continuo achando que não é a melhor coisa ter um busto de Lamarca num parque público."

Defesa

A reportagem entrou em contato, por e-mail, com a assessoria de imprensa do Ministério do Meio Ambiente, mas não havia recebido resposta até a publicação desta matéria. O espaço está aberto para manifestações.

Para o alargamento do Canal do Fragoso, em Olinda, Região Metropolitana do Recife, a ponte da Avenida Fagundes Varela, em Jardim Atlântico, será demolida no próximo sábado (12), pela Companhia Estadual de Habitação e Obras (Cehab). Por conta da demolição, a Secretaria de Transportes e Trânsito de Olinda irá alterar o tráfego de veículos na região.

De acordo com o órgão, a interdição já terá início às 5h da sexta-feira (11), seguindo por cerca de quatro meses, prazo previsto pela Cehab para a construção de uma nova ponte que substituirá a antiga. 

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A secretaria de olinda explicita que os veículos que desejarem sair do bairro de Jardim Atlântico em direção à beira-mar devem circular na ponte recém-construída pela Cehab, na Rua Aluízio de Azevedo. O acesso entre a estrutura e a Fagundes Varela é feito pela Rua Catulo da Paixão Cearense. 

A ponte que será usada, exclusivamente, no sentido de saída do bairro ligará a Rua Catulo da Paixão Cearense à Av. Gov. Carlos de Lima Cavalcante, na altura da Praça Procurador Pedro Jorge, em Casa Caiada.

Já os motoristas que desejarem entrar no bairro de Jardim Atlântico a partir da Av. Governador Carlos de Lima Cavalcante, deverão usar a ponte da Rua Fernando C. de Andrade, seguindo pela Rua Nilson Sabino Pinho. Depois, o caminho seguirá pela Rua Jornalista Edson Régis até acessar a Avenida Fagundes Varela, nas proximidades da Pizzaria Atlântico. É importante ressaltar, porém, que o acesso dos veículos de pequeno porte pela Fernando Cesar Andrade é feito pela orla, e o giro à esquerda, feito na Avenida Carlos de Lima Cavalcante, continua restrito aos ônibus.

Nessa configuração, a Rua Olímpio Magalhães, nas proximidades do Maxxi Atacado, terá o tráfego destinado apenas para moradores e trabalhadores da obra em execução. Agentes de trânsito estarão nas ruas nos horários de pico da manhã e do fim da tarde para orientar o tráfego dos veículos. Por causa das alterações, o Grande Recife Consórcio de Transportes informou que dez linhas de ônibus terão o trajeto alterado e paradas de ônibus serão modificadas. A Avenida Fagundes Varela conta com um tráfego diários de mais de cinco mil veículos.

Israel iniciou nesta segunda-feira a demolição de casas palestinas que considera ilegais no sul de Jerusalém, perto do muro de separação que isola a Cidade Santa da Cisjordânia ocupada, uma operação que preocupa a ONU.

Dezenas de militares e policiais israelenses cercaram pelo menos quatro edifícios na área de Tsur Baher, um bairro entre Jerusalém e a Cisjordânia, o território que Israel ocupou e anexou em 1967, uma decisão que nunca foi reconhecida pela comunidade internacional.

Os moradores foram evacuados e os jornalistas tiveram que sair antes que uma escavadeira começasse a demolição. "Eu quero morrer aqui", gritou um homem, depois de ser evacuado à força.

"Quando a casa for destruída, estaremos na rua", lamentou à AFP Ismail Abadiyeh, 42 anos, que mora com seus quatro filhos em um dos edifícios ameaçados.

Israel alega que os edifícios foram construídos muito próximos da barreira de separação que começou a ser erguida em 2002, durante a violência da segunda Intifada (rebelião palestina), para se proteger de ataques vindos da Cisjordânia ocupada.

Por sua parte, os palestinos acusam o governo israelense de usar a segurança como um pretexto para forçá-los a deixar a área e aumentar os assentamentos israelenses.

Além disso, denunciam uma violação de todos os acordos assinados com Israel.

"Primeiro, Israel ocupa a terra militarmente, depois constrói aquele muro horrível do 'apartheid' e decide demolir as casas palestinas, construídas em terras palestinas com autorizações judiciais palestinas, devido à proximidade do muro", disse o líder palestino Hanan Ashrawi no Twitter.

"Esta operação busca cortar Jerusalém de Belém (no sul da Cisjordânia)", diz Walid Assaf, o ministro palestino encarregado de monitorar os assentamentos israelenses.

- Risco para a segurança-

O ministro da Segurança Pública de Israel, Gilad Erdan, acusou os palestinos de "mentir" alegando que as demolições foram endossadas pela Suprema Corte de Israel após um longo processo.

"As estruturas foram construídas ilegalmente perto da barreira de segurança e constituem um risco para as vidas de civis e forças de segurança", tuitou Erdan.

O ministro da Segurança Pública de Israel, Gilad Erdan, acusou os palestinos de mentir ao alegar que as demolições foram endossadas pela Suprema Corte de Israel após um longo processo.

"As estruturas foram construídas ilegalmente perto da barreira de segurança e constituem um risco para as vidas de civis e forças de segurança", tuitou Erdan.

Para os palestinos, essa barreira, de até nove metros de altura, é um "muro do apartheid" que dificulta sua vida cotidiana.

Em 18 de junho, as autoridades israelenses informaram aos moradores do Bairro de Tsur Baher sobre sua intenção de demolir suas casas no prazo de 30 dias para evacuar ou local.

Em 18 de junho, as autoridades israelenses informaram moradores do bairro de Tsur Baher sobre sua intenção de demolir suas casas e deram a eles 30 dias para evacuar o local.

Segundo o Gabinete para a Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (Ocha), esta decisão afeta dez edifícios, a maioria dos quais ainda estão em construção, incluindo cerca de 70 apartamentos.

Cerca de 350 pessoas serão afetadas, segundo o organismo.

"O deslocamento, principalmente dos mais vulneráveis, é traumático e tem consequências duradouras", alertou a ONU, antes do início das demolições.

Cerca de 20 diplomatas de 20 países, a maioria europeus, foram em 16 de julho a esse bairro na região de Jerusalém, onde várias autoridades palestinas pediram para que impedissem a demolição.

Os habitantes de Tsur Baher temem que outros cem edifícios em seu bairro estejam em risco.

As autoridades israelenses frequentemente destroem o que consideram construções ilegais de casas palestinas em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia ocupada.

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