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Conhecido por sua benevolência, Jon Bon Jovi abriu mais um restaurante comunitário em Nova Jersey, nos Estados Unidos. Desta vez, o estabelecimento foi montado no campus da universidade pública do Estado de Rutgers, na cidade de Newark. O JBJ Soul é o primeiro dentro de um campus universitário.

O menu do restaurante inclui comida vegana e não é preciso pagar para consumir. A sugestão do cardápio é que os clientes façam uma doação de 12 dólares. Quem não tiver o dinheiro poderá "pagar" com trabalho voluntário no estabelecimento ou em outro local do campus para custear a comida, segundo o jornal NJ.com.

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Segundo o vocalista da banda Bon Jovi, os outros dois restauntes comunitários que abriu seviram mais de 100 mil refeições nos últimos anos. O primeiro aberto foi no Área Red Bank, em Nova Jersey, em 2011. Já em 2016, outro estabelecimento foi inaugurado pelo cantor em Sandy, em 2012.

Se você fizer uma pesquisa rápida na internet, procurando pelas ilhas que existem em Pernambuco, é possível encontrar o seguinte resultado: Arquipélago de São Pedro e São Paulo, Fernando de Noronha, Ilha de Santo Aleixo, Ilha de Itamaracá, Ilha do Massangano, Ilhota da Coroa do Avião. Todas elas separadas do Recife; ou melhor, quase todas. Localizada na Imbiribeira, zona sul da capital, existe uma ilha que é cercada pelos rios Beberibe, Tejipió e o Jordão. É a Ilha de Deus.

Uma ilha que até o ano de 2007, além dos rios, era cercada por muita miséria, palafitas, falta de saneamento básico e - claro - por um povo trabalhador. Com aproximadamente 2 mil moradores, essa comunidade pesqueira hoje investe e é banhada pelo  chamado Turismo de Base Comunitária. Diferente do que se conhece por “turismo tradicional”, o de base comunitária é “um modelo alternativo ao modelo de massa. Geralmente é promovido em áreas com certo índice de vulnerabilidade. Valorizando a participação popular, os processos de autogestão, a cultura e os recursos locais. Com a finalidade de desenvolver o território (comunidade)”, explica João Paulo, doutorando em Desenvolvimento Humano.

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A entidade por trás dessa implementação turística, e por muitas conquistas sociais dentro da Ilha, é a Saber Viver. A ONG atua na comunidade há trinta anos. Para se ter uma dimensão da atuação do grupo no local, a Saber Viver foi responsável pela alfabetização de maior parte das crianças da comunidade e pela conscientização de preservação do mangue. Tendo como gestora a Josenilda Pedro da Silva, mais conhecida como Nalvinha, filha da Ilha.

Nesse mundo de coalizão entre o que é bom e o que é ruim, a Ilha se mostra aberta para que as pessoas tenham uma vivência diferente daquilo que se costuma consumir no turismo. "Hoje a ilha tem uma estrutura muito boa. Nós temos o grupo de dança Nativos, as mulheres artesãs e o seu centro de artes, as marisqueiras e a Negra Linda (conhecida pelo seu tempero) e o nosso Marco Zero. Se a pessoa vier aqui e não for no Marco Zero, precisa voltar porque não conheceu a Ilha”, explanou Edy Rocha, coordenador dos projetos sociais na comunidade.

Com uma história de inovação, se comparada ao que se foi implementado nas outras comunidades do Recife - sendo a Bomba do Hemetério, localizada na zona norte do recife, única comunidade que desenvolve essa forma de turismo além da Ilha -, os "Ilhéus" só conseguiram acesso ao “básico” depois de muita luta. A única ponte existente no local, que permite o ir e vir dos moradores, foi entregue em 2009 e, não por acaso, tem o nome “Vitória das mulheres”. “Quando os alemães chegaram na Ilha de Deus, eles foram um dos responsáveis por incentivar as mulheres para que elas lutassem e conseguissem os seus objetivos. A comunidade era muito sofrida mas o povo era muito feliz. Vivíamos como índios”, lembrou Nalvinha.

“O movimento turístico na Ilha de Deus melhorou a imagem dela mediante a sociedade. Um local que era conhecido como violento e hoje é um lugar turístico. Além dos benefícios sociais como a autoestima das pessoas que cresce, porque o turista está indo conhecer a história dela. Sem falar das questões de emprego e renda que são oferecidos através desse Turismo de Base Comunitária”, afirmou João Paulo, que também é coordenador voluntário na Ilha.

Com Nalvinha, Edy e João à frente do projeto turístico, a comunidade, hoje estruturada, tem até um hostel, com um valor base de R$ 30 a diária. O espaço comporta até 50 turistas do país e do mundo, que se propõem a conhecer a cidade em troca de trabalhos comunitário. E não apenas isso, a Ilha também tem roteiro garantido no Catamarã desde o ano passado. Com um guia explicando a história do local, meio ambiente e cultura. O passeio custa hoje R$ 50 por pessoa.

Mesmo com as conquistas, eles ainda enfrentam algumas dificuldades para manter esse projeto. "As dificuldades que temos é por conta da atuação do poder público na garantia do básico. Falta também uma sensibilidade do mercado local para entender que essa forma de turismo é bacana e que o turista quer. As empresas do Brasil estão muito focadas ainda no turismo convencional, de sol e mar. Elas têm muitas dificuldades de se abrir para novos produtos como Bomba e Ilha”, finalizou João Paulo.

A única fonte de renda fixa da ONG Saber Viver vem da instituição alemã Aktionskreis Peter Beda, que são mantenedores há mais de 30 anos do projeto Semear e Colher - voltado para a educação ambiental e recuperação do mangue. Além disso, a Saber Viver é uma extensão do Porto Social, mantendo uma parceria.

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Mesmo com todo o trabalho de conscientização que há na comunidade, muitas pessoas ainda não respeitam o mangue, responsável pela filtração do rio. Por conta disso, e de lixos que são jogados em todo o rio - não apenas pelo povo da Ilha, mas por quem também tem acesso aos rios e mangues no Recife - a pesca de peixes é quase nenhuma na localidade. Muitos peixes foram encontrados mortos, flutuando no rio. Confira o depoimento de Fábio Pereira de Lima, 32 anos, morador da ilha. 

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