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Um protesto de moradores da comunidade Irmã Doroty fechou a Avenida Mascarenhas de Moraes, na Imbiribeira, na Zona Sul do Recife, na manhã desta sexta (2). Agentes da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) orientam os motoristas no local.

A manifestação cobra o fornecimento de energia na localidade. Os moradores apontam que estão sem luz há três dias. Cerca de duas mil pessoas e mais de 300 crianças moram na comunidade. A Neoenergia foi procurada, mas ainda não se posicionou sobre o retorno da distribuição.

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O protesto ocorre na altura da Rua Pampulha e no cruzamento com a Rua Izabel de Souza. O trânsito é desviado pela Rua Itacaré. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros estão no local.

Uma troca de tiros, nesta quinta-feira (16), na Comunidade V-8, em Olinda, no Grande Recife, deixou quatro pessoas feridas. O confronto armado aconteceu entre a Polícia Militar (PM) e indivíduos suspeitos de envolvimento com o tráfico no local. 

Imagens que circulam nas redes sociais mostram viaturas da PM cruzando a ponte sobre o canal que corta a comunidade. É possível ouvir disparos no vídeo, confira abaixo: 

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A PM não informou idade ou sexo das pessoas feridas, apenas que elas foram socorridas e levadas para o Hospital da Restauração (HR), no Recife. 

Foram apreendidas quatro armas de fogo, sendo três revólveres e uma pistola, além de uma quantidade de drogas a ser contabilizada. 

 

Agentes da Polícia Federal (PF) resgataram um filhote de onça-parda na comunidade Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, presa em cativeiro numa casa no alto do morro. Após a realização de trabalho de inteligência em conjunto com a Força Especial de Controle de Divisas - Operação Foco -, além da participação da Polícia Militar e da colaboração dos próprios moradores, foi possível rastrear o local em que o animal estava sendo mantido ilegalmente e resgatá-lo.

A onça foi encaminhada ao Centro de Triagem de Animais Silvestres do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Seropédica, na Baixada Fluminense, para a realização de exames e reabilitação, com o objetivo de reinserir o animal na natureza.

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De acordo com a PF, os envolvidos responderão pelos crimes de tráfico de animais qualificado - visto que a onça-parda está ameaçada de extinção -, com pena de até três anos; maus-tratos aos animais, com pena de até um ano de reclusão; e receptação qualificada, com pena de três a oito anos.

As investigações seguem com a finalidade de identificar os responsáveis e verificar a origem do animal.

John Paul Nohelj vive há mais de 20 anos em Steinhatchee, noroeste da Flórida. Localizada em uma região de pântanos e florestas, a comunidade é, para ele, o melhor lugar na Terra, e Nohelj não pretende deixá-la, apesar da chegada do furacão Idalia.

Nohelj não se preocupa muito com a ordem de evacuação emitida por autoridades para essa localidade e outras áreas do oeste da Flórida, nos Estados Unidos. Sentado na varanda de sua casa de madeira, que parece prestes a desabar, Nohelj não está com medo.

"Vivi na costa da Flórida a minha vida inteira, e aqui é onde eu adoro estar", diz o homem, de 71 anos, que respira com a ajuda de uma bomba de oxigênio. "Mas, se você vive perto da água, de vez em quando vai ficar molhado", acrescenta, minimizando a ameaça do furacão.

Steinhatchee é um povoado tranquilo, de cerca de 1.000 habitantes, muitas árvores, belas casas de madeira e bastante água: a do rio homônimo que atravessa a comunidade, e a do Golfo do México.

Na manhã desta quarta-feira, Idalia irá atingir a área como um furacão de categoria 3 na escala Saffir-Simpson, que possui cinco níveis, de acordo com as previsões do Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC). Se essa magnitude se confirmar, os danos podem ser catastróficos.

Dezenas de pessoas finalizam seus preparativos antes da chegada da tempestade. A maioria delas vai sair da cidade, mas tenta salvar parte de seus pertences antes de partir.

- Solidariedade -

Stephanie Moon, 37 anos, embarcou todos os móveis que pôde em um caminhão de mudança, com a ajuda de amigos. Ela vive sozinha com sua cadela, Molly, em uma casa bem em frente ao rio, e está prestes a viajar para a Geórgia, estado ao norte da Flórida, onde passará as próximas horas com parentes e amigos.

"Espero, apenas, que a nossa pequena e linda cidade continue aqui depois do furacão, e que, com sorte, possamos retornar para algo que não seja apenas devastação", diz a moradora.

No centro do povoado, pessoas entram e saem do único supermercado que segue aberto, o Maddie's Market, junto a um posto de gasolina. Assim como em muitas casas, as janelas do estabelecimento foram cobertas com painéis de madeira, para protegê-las dos ventos do furacão, embora o que mais se tema sejam as inundações. As marés ciclônicas podem atingir até 4,5 metros de altura nessa região rural, conhecida como Big Bend.

Jody Griffis, co-proprietário de um porto esportivo, e vários funcionários trabalham contra o tempo para salvar o que podem. Nas últimas horas, içaram 25 barcos de aluguel para um armazém vertical, uma estrutura alta de metal, onde esperam que a água não os alcance.

"Espero que isto ainda esteja aqui quando eu voltar, na quinta-feira, e que ninguém sofra prejuízos", comenta o empresário, 56 anos, que deixará em breve a pequena cidade, mas que já pensa em participar dos esforços de limpeza após a passagem do Idalia.

A solidariedade, enfatizam vários habitantes de Steinhatchee, é uma das características dessa comunidade. Nos próximos dias, o furacão colocará isso à prova.

Moradores da comunidade João de Barros, em Santo Amaro, no Recife, têm relatado  uma rotina de conflitos e hostilidade com a Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) na localidade. Um novo episódio envolvendo uma ação policial terminou com uma mulher agredida e duas pessoas presas, na quarta-feira (23), após o que seria uma abordagem de rotina. A ação foi o que motivou um protesto na Avenida Agamenon Magalhães nesta quinta-feira (24).

De acordo com a PMPE, o caso se tratou de uma denúncia de tráfico local e, à ocasião, três pessoas foram presas. Uma delas foi um homem não identificado, de 19 anos, por posse e/ou uso de entorpecentes. Ele foi liberado. Já os outros dois presos, um homem e uma mulher, são irmãos, de 19 e 21 anos, e foram autuados por tráfico de drogas e resistência à prisão. Após audiência de custódia nesta quinta-feira (24), a Justiça determinou a prisão preventivamente dos irmãos.

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Iris Pereira de Lima, de 31 anos, tia dos irmãos, foi espancada durante o episódio e acusa um grupo de policiais do 16º Batalhão de Polícia Militar (16º BPM/Frei Caneca), que atua na região, pelas agressões. A versão da familiar e de outros moradores da comunidade difere da oferecida pelas autoridades.

Sobre as prisões da quarta-feira (23), testemunhas dizem que o jovem preso não é traficante e nem portava pedras de crack, conforme foi dito, supostamente, pelos militares durante o tumulto. A irmã, apesar de autuada por tráfico e resistência, teria se envolvido na situação para tentar proteger o irmão, de acordo com a versão dos moradores. Nos vídeos recebidos pela equipe do LeiaJá, é possível ver um grupo de pelo menos cinco policiais cercando os jovens, que estavam sentados no meio de uma via pública.

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Os moradores apontam também que há abordagens recorrentes no local, que a PM invade as casas de forma discriminatória e sem denúncias formais, e que até crianças e animais são desrespeitados durante as abordagens. Durante o protesto desta quinta-feira (24), os manifestantes ergueram faixas questionando a conduta da PM e acusando os militares de serem pagos por traficantes para oprimir a comunidade. 

Abordagem da PMPE durante ação na comunidade João de Barros, em Santo Amaro. Imagens: Reprodução/WhatsApp

A agressão

A agressão contra Iris Pereira de Lima foi formalizada, ainda na quarta-feira (23), na Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS-PE). A vítima passou por exame de corpo de delito no Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife e os resultados foram anexados ao processo. Em fotos encaminhadas pela vítima à reportagem, é possível ver hematomas e feridas no ombro e cotovelo.

“Nós da comunidade já não aguentamos mais isso que a polícia está fazendo. Na comunidade eles chegam nas casas já arrombando tudo, desmoralizando os moradores. Eles batem nas pessoas na frente das crianças. No momento que chegaram aqui, foi a presença do meu filho e eles me jogaram no chão, como se a pessoa tivesse feito algo, mas eles que trabalham errado”, relatou Iris. 

A denúncia apresentada à Corregedoria dá o nome de alguns militares do 16º BPM. Segundo outros moradores ouvidos, e que não quiseram se identificar, o "sargento Silva" é conhecido por uma abordagem truculenta na comunidade João de Barros. "Silva" é o sobrenome do 3º Sargento da PM Fausto Augusto da Silva. Ele foi citado como o agressor, enquanto os outros militares da equipe teriam acompanhado a ação. 

Outros policiais mencionados no processo aberto na Corregedoria (todos do 16º BPM) são o 2º Sargento da PM Oziel Oliveira da Silva; o soldado Paulo André Souza de Aquino; além de Jessica Mayara, Tarcio e Wilian. 

O que diz o TJPE

Em nota, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) informou que os irmãos Adriano da Silva Moraes, de 19 anos, e Adriele Maria da Silva, de 21 anos, tiveram a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva após audiência de custódia no Recife, nesta quinta-feira (24). "Adriano da Silva Moraes será encaminhado ao Cotel. Já Adriele Maria da Silva será encaminhada à Colônia Penal Feminina Bom Pastor”, informou o Tribunal. 

O que diz a Civil

A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) confirmou, por meio da Central de Plantões da Capital (Ceplanc), a ocorrência e a prisão de Adriano e Adriele: "O homem e a mulher foram encaminhados para audiência de custódia e o segundo homem foi liberado. O caso segue em investigação pela Delegacia da Boa Vista".

Nota da PMPE, na íntegra

"Sobre a ocorrência envolvendo militares do 16º BPM da Polícia Militar, na tarde de ontem (23/08), no bairro de Santo Amaro, a Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social informa que foi procurada e instaurou uma investigação preliminar para identificação do efetivo e coleta de mais detalhes do fato. 

A medida objetiva apurar se houve conduta irregular por parte dos policiais envolvidos no fato e adoção de medidas legais cabíveis. 

OCORRÊNCIA - De acordo com a Polícia Militar, por ter havido resistência e agressão ao efetivo, foi necessário o uso progressivo da força para conter a população no local. Houve ainda reação para resgatar a dupla acusada de crime, forçando a atuação do efetivo. 

Contida a situação, os suspeitos foram apresentados na Central de Plantões da Capital, para os procedimentos legais."

Moradores da Vila Esperança não desistiram dos seus lares e lutam contra as ordens de desapropriação da Prefeitura do Recife. Entre os bairros de Apipucos e Casa Forte, área nobre da Zona Norte da cidade, a comunidade resiste há décadas à especulação imobiliária e, desde 2012, é ameaçada pela gestão municipal a cada nova etapa da construção da Ponte do Monteiro. 

Ocupada por cerca de 300 famílias de baixa renda, a Vila Esperança é uma das 74 Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) do Recife. A lei consolidada há quase 30 anos protege a localidade por reconhecê-la como um território popular e, inclusive, incentiva o Poder Público a promover a regularização fundiária das moradias. 

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A Prefeitura do Recife, através da Autarquia de Urbanização do Recife (URB), contrariou os dispositivos da ZEIS e distribuiu 53 cartas de negociação para pressionar pela retirada das famílias da Rua Ilha do Temporal. As desapropriações foram motivadas pelo argumento da construção da Ponte Engenheiro Jaime Gusmão, mas os moradores da Vila Esperança apontam um movimento de gentrificação. 

LeiaJá também: Ponte do Monteiro deve se tornar realidade em 24 meses

"Eles querem tirar essa comunidade daqui porque a especulação imobiliária daqui é demais. É uma área nobre, né? Aí todo mundo só imagina isso", denunciou Carlos Iraquitan, que descreveu o espaço como um “oásis” entre os bairros com o m² mais caro do Recife. 

Carlos Iraquitan acredita que toda comunidade será desapropriada em poucos anos. Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Mais de 30 dos seus 50 anos foram na Vila Esperança, lugar onde Carlos escolheu para criar seus dois filhos, hoje com 25 e 24 anos. "Aqui é um local centralizado. Meus filhos estudaram aqui em cima, é perto de hospital, de clínica, de shopping, de tudo. Aí vai mandar [a gente] não se sabe para onde e o dinheiro não vai dar para comprar outro", lamentou. 

Os moradores ainda estavam preocupados em sobreviver à pandemia quando a ponte começou a avançar nas duas margens do Rio Capibaribe. As obras começaram a avançar em 2021, com a publicação do decreto de desapropriação 34.603 para que a previsão de entrega em junho de 2024 tentasse ser cumprida.

O interesse, na visão dos moradores, seria adiantar o término da ponte para que ela possa protagonizar os materiais de campanha de reeleição do prefeito João Campos (PSB) como a primeira ponte entregue na capital em quase 20 anos. 

Dona Maria José conta que investiu em melhorias na casa antes da ordem de saída. Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Dona Maria José Pereira, de 73, estabeleceu morada na comunidade quando ela ainda era formada por barracos de tábua, há mais de 30 anos. Sem forças para resistir às investidas da URB, ela aceitou negociar a indenização, mas, assim como os vizinhos, reclama da proposta irrisória oferecida pelo município. 

“A gente não pode sair sem ter um dinheirinho para comprar a casa. Onde é que a gente vai morar sem ter casa? Ficar pagando aluguel é muito ruim e o valor que eles querem dar não dá para comprar uma casinha”, afirmou. 

Helena Vicente aponta que a Prefeitura não se propôs ao diálogo. Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Helena Vicente, 1ª titular da Comissões de Urbanização e Legalização (Comul) Vila Esperança, mobiliza os moradores a defender a permanência da comunidade. “Muitos já negociaram por se sentirem cansados da luta. Essa obra já tirou uma leva de pessoas em 2012, então, muita gente que eu conversei disse: 'ah, a gente não tem força para eles não'. Mesmo sabendo do direito que têm, essas pessoas não reagiram. Elas querem que aconteça, mas têm medo de lutar e de resistir”, expôs. 

Carlos descreveu a estratégia da URB para fechar os valores com os moradores antes da judicialização. "O dinheiro para todo mundo é muito pouco, não dá para comprar nem um barraco em outro lugar [...] eles dão a primeira proposta, se tu não aceitar, quando vai para a justiça, cai mais ainda [o valor]. Minha mãe pegou logo na primeira, mas pegou chorando", apontou. “A [casa] da minha mãe foi indenizado muito pouco porque a casa da minha mãe era bastante grande. Tinha mais de 80m² e deram o valor só de 79 mil a minha mãe", continuou. 

Destroços deixados na comunidade após demolição. Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Desde o reinício das obras, os habitantes da Vila Esperança alegam sofrer ameaças de funcionários da Prefeitura. "Se não negociar, vai ser pior para vocês"; "Vocês não são donos disso aqui"; "O trator vai passar", são os comentários que se espalham pelos becos da comunidade após a saída de um representante. 

'Ultimamente estamos recebendo muita visita [da prefeitura] e elas dizem: 'o pessoal que tá na justiça, a gente vai vir com o trator amanhã'. Mesmo sem a gente ter sido intimado ainda", reclamou Helena.  

Quando um morador cede à desocupação, a casa é rapidamente derrubada, o que repercute em uma nova forma de intimidação. Mesmo com os chamados, os destroços não são recolhidos e as tralhas acumuladas passam a atrair ratos e escorpiões. "Acho que para manter essa insalubridade que vai gerando o desejo de deixar o local", observou a líder comunitária. 

Casa pixada pela Prefeitura para indicar saída dos ocupantes. Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Para "abrir passagem para novos caminhos", como divulga a Prefeitura, as casas selecionadas para vir ao chão foram pichadas pela própria URB em agosto de 2021, antes mesmo da convocatória que abriu as negociações. 

Sem autorização dos ocupantes, portas e paredes foram demarcadas por spray de tinta. "Eles mediram tudinho e ficou por isso mesmo. Disse que depois voltava para resolver, até agora. Eu tô sem saber de nada, só sei que tá marcado", afirmou Maria da Luz de Aquino, que está há 30 dos seus 73 anos na Vila Esperança. 

Dona Maria da Luz apresenta um cenário de incerteza quanto ao futuro. Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

A Ponte do Monteiro será o primeiro dispositivo do sistema viário planejado para a região. Seu projeto foi apresentado aos moradores da Vila Esperança em setembro de 2021, com a primeira leva de desapropriações no mês seguinte e, só em abril de 2022, foi anunciada a expansão da construção com um anel viário para cumprir a promessa de encurtar a distância entre as zonas Norte e Oeste. 

"Em 10 anos vão tirar tudinho daqui", afirma Carlos. “Tem moradores que não acreditam que vai sair tudo, mesmo a gente mostrando esse ofício. Essas pessoas estão tranquilas porque acreditam que vão ficar", complementou Helena. 

Em um primeiro momento, 17 famílias resistiram e foram processadas em ações movidas pelo município. A maioria desistiu no meio do caminho e, hoje, restam oito processos. A Justiça suspendeu a emissão de posse em apenas dois deles e pediu que uma nova perícia recalculasse o valor da indenização dos imóveis. 

Para quem não aceitou os preços baixos propostos pela URB, foi oferecido o remanejamento para um conjunto habitacional há cerca de 200 metros da comunidade. Contudo, nenhum dos dois blocos prometidos começou a ser construído.

Placa da Prefeitura do Recife informa que a obra foi orçada em mais de R$ 40 milhões. Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Por meio de nota, a Autarquia de Urbanização do Recife (URB) reforça que cerca de 80% da Ponte do Monteiro está pronta e aponta que a nova ligação viária com o bairro da Iputinga vai beneficiar diretamente 60 mil pessoas. 

A Prefeitura do Recife informa que a construção de 75 apartamentos para os moradores afetados pela ponte ainda não foi iniciada. Sem data para o início da obra, a gestão indicou que ela deva começar nas próximas semanas.  

O habitacional Vila Esperança será dividido em dois blocos, um com 40 unidades e o outro com 35, contando com jardim, horta comunitária, playground e uma creche. O plano da Prefeitura é entregar apartamentos com cerca de 40 m² para famílias que deixaram suas casas com mais de 100m². As obras vão custar em torno de R$ 13 milhões.  

A ponte deve ser entregue em meados do primeiro semestre do próximo ano. Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

O município também rebateu as reclamações sobre as baixas propostas de indenização e ressaltou que o valor depende das benfeitorias feitas pelos moradores no terreno e não do m² cobrado pelos imóveis da região.

"A URB esclarece que cada imóvel é avaliado individualmente e recebe um valor que varia de acordo com questões como existência de documentação legal, área construída e benfeitorias realizadas pelos moradores. Os valores oferecidos são baseados em tabela atualizada anualmente e validada pelos órgãos de controle, como Tribunal de Contas do Estado e Caixa Econômica Federal”, resumiu. “Todos já foram negociados, incluindo 12 que foram objeto de negociação judicial, e 50 foram pagos", frisou a Prefeitura.

As pichações nos imóveis correspondem ao "procedimento padrão", disse a gestão, que ainda afirmou que as tralhas das casas demolidas só serão retiradas à medidas que as obras avancem.

O pastor e cantor bolsonarista André Valadão, sugeriu, durante um culto no último domingo (2), que os evangélicos matassem os membros da comunidade LGBTQIA+. Ao pregar durante o ato religioso, que foi transmitido ao vivo, Valadão disse que se Deus pudesse, “matava tudo”. 

“Agora é a hora de tomar as cordas de volta e dizer: não, não, não. Pode parar, reseta”, começou o pastor. “Ai Deus fala: Não posso mais. Já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse eu matava tudo e começava tudo de novo. Mas prometi para mim mesmo que eu não posso. Agora tá com vocês”, emenda.

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Logo em seguida, Valadão reforça o chamado: “não entendeu o que eu disse? Agora, tá com vocês! Deus deixou o trabalho sujo para nós”.

Ainda no discurso preconceituoso, o pastor diz que a comunidade LGBTQIA+ é resultado do “tratar como normal”.

“Hoje você vê nas paradas, homens e mulheres completamente nus, com suas genitais expostas dançando em frente de crianças. Ai você horroriza, mas essa porta foi aberta quando nós tratamos como normal”, declara.

Esta não é a primeira vez que Valadão faz um discurso de ódio contra os LGBTQIA+. Recentemente ele declarou que Deus 'odeia' o orgulho da comunidade. Por conta disso, a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) protocolou uma denúncia no Ministério Público do estado de Minas Gerais contra o líder da Igreja Batista de Lagoinha.

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A Associação Sociocultural Outros Nativos (Ason), a Cooperativa de Trabalhadores Recicladores das Águas Lindas (Cootaral), a Associação de Catadores da Coleta Seletiva de Belém (ACCSB) e a Associação de Moradores da Área Dois das Malvinas (Amad) realizam neste sábado (17), em Belém, o I Fórum Comunitário Meio Ambiente Cultura e Cidadania da Sacramenta. As entidades querem tirar diretrizes comuns para encaminharem às autoridades municipal e estadual.

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A intenção é propor ações e políticas para setores que impactam a periferia da cidade de Belém. “A Sacramenta, como o Dasac como um todo, é um bairro onde a atividade comercial e industrial cresce a cada dia e isso impacta diretamente a qualidade de vida da população”, explica Marco Antonio Pinheiro, da Amad.

Além da qualidade de vida dos mais de 45 mil habitantes da Sacramenta e mais de 225 mil do Dasac (Distrito Administrativo que engloba ainda outros seis bairros, incluindo o Telégrafo, Pedreira, Fátima e Barreiro), as ações da Sacramenta podem contribuir para toda a cidade. “Trata-se de um distrito estratégico porque pode conter espaços e soluções para problemas importantes como a coleta de lixo, a arborização e a criminalidade na cidade”, pondera Elielton Alves, também conhecido como Nicobates, presidente da Ason.

No bairro estão sediadas, por exemplo, os galpões das duas maiores cooperativas de reciclagem da cidade, a Cootaral e a ACCSB. “Políticas de infraestrutura, mas também políticas que envolvam as pessoas, como catadores e agentes comunitários podem ajudar a solucionar, ou pelo contribuir muito para solucionar problemas como os resíduos domésticos”, observa Sarah Ferreira Reis, presidente da Cootaral e da Rede Recicla Pará.

Além do Fórum, ocorre no mesmo dia, após a mesa de debate, a V Mostra Nativa, organizada com artistas do Coletivo Outros Nativos. Apresentam-se a cantora Believe MC (Brenda Believe), as bandas Nicobates e Os Amadores e Superself, o cantor Buscapé Blues, o rapper Fartura Flame e o grupo de carimbó Grão Pará. Em parceria com a Batalha da Dorothy Stang haverá apresentação de pocket shows de rappers e batalha de MCs.

A programação do Fórum terá início às 16 horas de sábado e a programação cultural começa às 18 horas. O acesso à quadra da Dorothy Stang é gratuito.

Serviço

I Fórum Comunitário Meio Ambiente Cultura e Cidadania da Sacramenta.

V Mostra Nativa.

Dia 17 de Junho de 2023 – Praça Dorothy Stang – Sacramenta.

A partir das 16h.

Mais informações: (91) 9 8168 7474.

Da assessoria do evento.

 

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A UNAMA - Universidade da Amazônia promoveu, no último sábado (3), o projeto UNAMA Portas Abertas, um mutirão de ações para a comunidade Belém. Na programação, serviços jurídicos, sociais e de saúde foram oferecidos gratuitamente no campus Alcindo Cacela, com atendimentos, orientações, palestras e avaliações.

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O UNAMA Portas Abertas é uma iniciativa da responsabilidade social do Grupo Ser Educacional, afirma o coordenador das clínicas-escolas da universidade, Bento Crisóstomo. O coordenador apontou que é fundamental o envolvimento da instituição com a população para que todos usufruam dos serviços e, assim, haja desenvolvimento social e educacional na Amazônia.

Bento explicou que nas oito clínicas de saúde da UNAMA – envolvendo os cursos de Fisioterapia, Psicologia, Estética e Cosmética, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Nutrição – serviços como pilates, design de sobrancelhas, orientações sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e avaliação nutricional, entre outros, eram disponibilizados.

A acadêmica de Terapia Ocupacional Giovana Aviz esteve acompanhando de perto o evento e atuando ao lado dos colegas. "Eu normalmente tenho experiências mais com outro público infantil e hoje estou vivendo uma experiência com o público totalmente diferente, com adultos e idosos. Isso está agregando muito para mim e para a minha formação acadêmica", declarou.

Anthony Figueiredo, aluno de Biomedicina, fez parte da equipe responsável por aferição de pressão arterial de análise de tipagem sanguínea. “É muito bom porque temos um aproveitamento teórico e prático. É muito bom poder dar esse retorno para a sociedade do que estamos aprendendo. Então, nós, como acadêmicos, não guardamos o nosso conhecimento, mas também expandimos ele para a sociedade", ressaltou. Para ele, esse contato ainda na universidade torna a vida profissional mais natural e a resposta dada pelo público é importante.

Com a ação, o entendimento do público sobre assuntos específicos pode ser ampliado. Foi o caso de Gesiel Vasconcelos, operador de máquinas e motorista de aplicativo, que buscou o Núcleo de Práticas Jurídicas (NPJ) para orientação. "Minha experiência foi agradável, consegui uma orientação para a solução dos meus problemas. É importante porque eu não sabia como começar e, aqui, eu recebi a orientação de como proceder no caso", relatou.

No NPJ, o atendimento foi sobre as áreas cível, trabalhista e penal, instruindo sobre os direitos e deveres do cidadão. A advogada e professora Cláudia Coelho reafirmou o compromisso da UNAMA com a sociedade, proporcionando ações como essa.

Alisandra Lobato, bacharel em Direito, prestigiou o evento e ressaltou que a organização e a preparação da equipe, com um bom acolhimento, foram importantes. “Isso só faz me incentivar mais a cuidar da minha saúde, trouxe a família também pra cuidar da saúde”, disse. Alisandra soube da programação por meio das redes sociais e logo chamou seus familiares e vizinhos para participarem também.

Por Amanda Martins e Lívia Ximenes (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

 

Um dos menores e talvez mais antigos povos indígenas do Brasil, os karipuna, de Rondônia, têm atualmente apenas 62 integrantes e sua luta por direitos não tem ganhado visibilidade.

Conforme o Instituto Socioambiental (ISA), em 2004, o povo karipuna era composto por apenas 14 "sobreviventes". O termo define com precisão o que se passou com eles e os assombra até hoje, já que resistiram ao ciclo da borracha, à gripe, à pneumonia e a inundações de seu território, localizado entre os municípios de Porto Velho e Nova Mamoré. A primeira inundação ocorreu em 2014 e a última, recentemente, em março deste ano, provocando a queda de uma das pontes de acesso à comunidade, informou o Ministério Público Federal (MPF).

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Atualmente, eles enfrentam o assédio de madeireiros e grileiros, relatou à Agência Brasil o cacique da aldeia, André Karipuna. Quanto às inundações, o MPF suspeita que sejam resultado do funcionamento das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio.

Os karipuna de Rondônia se organizam em torno de somente uma aldeia, a Panorama. A terra indígena (TI) fica próxima aos rios Jaci-Paraná e Formoso, foi demarcada em 1997 e homologada em 1998, com 152.930 hectares. São cerca de 40 mil hectares a menos do que a proposta inicial, área no lado sul que foi invadida por colonos e entregue por um acordo entre a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), o governo estadual e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Conforme os pesquisadores Josélia Gomes Neves, Mary Gonçalves Fonseca e Cristovão Teixeira Abrantes, em artigo divulgado neste ano, os primeiros registros desse povo datam de 1745, sendo que os estudos pouco se ampliaram até 

O cacique karipuna destaca a gravidade da situação, com o risco de extinção de seu povo. Ainda que o cenário dos karipuna de Rondônia tenha atingido a linha do inaceitável, órgãos do Estado, "principalmente os de proteção do meio ambiente, como a Funai e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)", segundo André, têm virado as costas e deixado de prestar socorro. "Não é de agora isso. Todos os órgãos competentes têm ciência, sabem disso. Um tempo atrás, chegamos a ser oito pessoas e agora estamos na fase de crescimento [populacional]. A gente vê isso com uma preocupação muito grande", lamentou.

Os karipuna de Rondônia, que se distinguem, aliás, dos karipuna do Amapá - já não contam mais mais lideranças espirituais. Além disso, há pouca documentação de pesquisadores sobre esse povo, o que reduz a percepção sobre o nível de perigos, dificultando a cobrança de ações do Poder Público. Outra consequência é que fica reservado a eles um lugar de esquecimento de sua cultura e seu modo de viver.

Na página que o ISA dedica aos karipuna de Rondônia está escrito o seguinte: "Aparentemente, os remanescentes karipuna são advindos de dois grupos locais (malocas): o de Jacaré’humaj e o de Tokwa. Mas a situação atual dos Karipuna, nem mesmo remotamente, lembra aquela antes do contato. Outros grupos da região, depois do impacto inicial do contato, conseguiram refazer (ou ainda estão refazendo, como os Uru-Eu-Wau-Wau) sua demografia e, com isso, mantiveram os padrões principais de sua organização social. O problema demográfico pós-contato, ocorrido entre os Karipuna, não lhes deu qualquer chance de reprodução de suas estruturas de organização tradicionais". Eles já perderam parte significativa dos costumes dos antepassados, em um caminho sem volta.

Os primeiros testemunhos sobre os karipuna de Rondônia chamavam-nos de "Bocas Pretas", por causa das faixas de jenipapo ao redor da boca, tradição também entre os uru-eu-wau-wau e outros grupos tupi kawahibi. Eles se autodenominam ahé (“gente verdadeira”) e falam uma língua da família tupi guarani, dominando também a língua de grupos com os quais convivem, como tupi kawahibi e mawé.

Fazem parte do dia a dia dos karipuna de Rondônia a pescaria e a caça. E também o plantio de arroz, feijão, mandioca, milho e frutas próprias de sua dieta, como o buriti e a bacaba, usadas em rituais e festas. A fabricação de farinha e a coleta de castanha são fontes de renda. Esses meios de subsistência, porém, estão sob ameaça, devido à presença dos invasores no território. O solo, que antes servia ao cultivo de itens da medicina tradicional, agora dá lugar, sem sua permissão, ao pasto. Outra perda são os lugares sagrados.

De acordo com informações do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), em maio de 2017, ano em que a invasão já havia aumentado, a Funai desocupou um posto de fiscalização localizado na entrada da TI, que foi aberto com recursos de compensação ambiental da obra da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio. O gerador de energia elétrica do posto foi roubado, a unidade foi incendiada e as placas foram arrancadas. "O procurador Daniel Azevedo Lôbo estranha 'a coincidência' da desativação do posto da Funai com o início do chamado verão amazônico, caracterizado pela estiagem, que facilita as ações de retirada de madeira e desmatamentos", acrescenta, em matéria, a entidade.

Luta com peixe grande

A matéria da organização lembra que, até o ano 2000, a área de desmatamento da terra indígena era de 342 hectares. Nos primeiros oito meses de 2017, 1.045,76 hectares de floresta haviam sido derrubados.

Uma das pessoas da comunidade que detêm o conhecimento da mitologia de seu povo e têm estado à frente de mobilizações é o estudante de direito Adriano Karipuna, que também usa o nome Tangare’i e. Os karipuna creem, por exemplo, na existência do que não indígenas entendem como “céu”, que denominam ywagá e que se assemelha aos moldes da vida na terra, com a possibilidade de casamento entre eles e atividades como a caça, mas sem armas de fogo.

Tangare'i publicou, recentemente, o livro Da Floresta para o Mundo, em que narra o processo de deixar a aldeia Panorama para defender os direitos de seu povo, ao redor do mundo. Ele perdeu o pai aos oito anos de idade e, aos 16, já era um dos porta-vozes dos karipuna. Desde então, apresentou denúncias até mesmo à Organização das Nações Unidas (ONU), com o apoio do Greenpeace e o Cimi, e a entidades do Peru. "Em 2019, denunciei isso no Vaticano, no Partido Verde alemão. Fiquei quase dois meses fora, estive no Parlamento Europeu", relata. "Levei essa preocupação, dizendo que estava denunciando esses ataques vindos da força política. Porque estão vindo da força política. Dizendo que não aceitamos a tese do marco temporal."

Para Adriano, o que se fez, ao reduzir a área da TI na demarcação, foi "premiar os invasores, como sempre". Os loteamentos, afirma, são frutos da ação de pessoas e grupos com poder econômico e de influência, para o cultivo de soja e café, mas também para a pecuária, com "bois piratas", e a piscicultura, que surgem depois que os invasores extraem madeira para repassar a serrarias da região.  Um dos pastos, acrescenta ele, que sobrevoou a área no ano passado, fica a apenas três quilômetros.

"Eles dizem que é o pequeno agricultor. O pequeno agricultor, na região, não consegue destruir o tamanho da floresta que ele destruiu, até porque não tem corpo técnico nem orçamento para isso. Então, é uma mentira que esse povo está vendendo. É peixe grande, porque, se você for ver, como é que o pequeno agricultor, que tem renda de até R$ 3 mil, vai abrir uma estrada no meio da Floresta Amazônica, no meio do nada, de quilômetros e quilômetros, sem máquina pesada? Dentro de três meses, é isso que eles fazem. Então, essa mentira cai por terra. Há, por trás disso, grandes autoridades", afirma Adriano. Ele cita as articulações do governo e da Assembleia Legislativa de Rondônia para reduzir a área de unidades de conservação, como ocorreu com o Projeto de Lei Complementar 080/2020, que previa a exclusão de 171 mil hectares da Reserva Extrativista Jaci-Paraná, reduzindo-a em quase 90%, e a retirada de 55 mil hectares do Parque Estadual de Guajará-Mirim. "E essas unidades estão no entorno das terras indígenas, não só a dos karipuna".

O líder indígena comenta que já aconteceu de autoridades envolvidas com os invasores mandarem a ele recados de ameaça, como também a companheiros seus, e de tentarem colocá-lo no centro de emboscadas, que sempre falharam. Para tentar surpreendê-lo, os invasores chegaram a derrubar árvores no trajeto que faz até a aldeia, para deixá-lo mais vulnerável e impedi-lo de escapar.

"A minha visão, com relação a tudo isso, é que o governo brasileiro, e aí eu digo estadual e federal, cumpriu pouca coisa quanto à proteção do território indígena karipuna, a integridade física dos karipuna, porque nós já sofremos ameaças", declara.

"Nós, karipuna, estamos nos sentindo muito cansados, porque não há mais como denunciar ao Ministério Público Federal (MPF). Nós ajuizamos ação civil pública, que até agora não foi cumprida", conta, em relação à ação aberta, em 2018, contra a União, a Funai, o Ibama e o governo de Rondônia, por meio da qual pressionaram para garantir o afastamento dos invasores e a reativação do posto de vigilância. "Há 89 cadastros rurais [propriedades que constam do Cadastro Ambiental Rural] e já tem o nome das pessoas. Isso está na Justiça."

O constante estado de prontidão e luta tem provocado exaustão em Adriano. "Eu sempre digo, parem de romantizar a luta dos povos indígenas que estão sofrendo. Estou revoltado, porque espero há muito tempo."

Solidão na luta

Apesar da ausência do Poder Público no território dos karipuna, há figuras que estendem a mão, buscam fortalecer o apoio em tarefas do dia a dia e compor, com eles, a frente de resistência, denunciando o que acontece e atenuando a sensação de desamparo. É o caso da irmã catequista franciscana Laura Vicuña, do Cimi e do MPF, que têm se somado ao coro que pede providências com urgência. A Embaixada da Alemanha também contribuiu, a partir da instalação de aparatos de energia solar na aldeia Panorama.

"De 2015 para cá, o povo vem sofrendo muitas invasões, sobretudo na época da PEC [Proposta de Emenda Constitucional] 2015", recorda Laura, em referência à proposta do  deputado federal Almir Sá (PP-RR), que pretendia deixar, exclusivamente ao Congresso Nacional a competência de realizar processos de demarcação de territórios indígenas e quilombolas. "O que mais preocupa é a grilagem de terra, em que os invasores buscam legitimar a posse, inclusive com delegações indo a Brasília."

A missionária lembra ainda que, no auge da pandemia de covid-19, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou, em atendimento à Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 709, movida pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), a retirada dos invasores da TI Karipuna, em agosto de 2020. A determinação foi novamente ignorada.

"Você vai a uma aldeia nova que o povo estava querendo começar. Na porta da casa, está escrito: Amigo, fica de boa, tá? Isso é uma ameaça velada. Área desmatada de um lado, área desmatada de outro e esse recado na porta", conta Laura.

André Karipuna diz que os dias, hoje são preenchidos por aflição, diferentemente do que viveu quando tinha menos idade. "O que eu tinha quando era criança era muita alegria, paz, muito sossego. Porque eu era criança, mas também porque o nosso território não era invadido. Tinha os órgãos competentes muito fortalecidos, e jamais eu esperava e pensava que isso ia acontecer. Era muito boa a minha infância, creio eu, como todos nós, karipuna. Não tinha esses problemas todos no dia a dia e no território."

Em resposta a solicitação da Agência Brasil, o Ministério da Justiça e Segurança Pública disse que "a retirada dos invasores da TI Karipuna faz parte do plano de desintrusão apresentado pelo governo federal no âmbito da ADPF 709". "O plano envolve a articulação de diversos órgãos, assim como ocorreu na TI Yanomami, e será executado de acordo com o pactuado nessa ação. A Polícia Federal segue investigando e apurando denúncias de invasão no território para assegurar o cumprimento da lei."

Em nota, a Santo Antônio Energia afirma que "nenhuma terra indígena sofre impacto direto pela implantação da hidrelétrica", que já implementou ações "que minimizam possíveis impactos indiretos" à TI Karipuna e aguarda tramitação da segunda fase do planejamento para colocá-la em prática. "A Terra Indígena Karipuna (aldeia Panorama) está localizada a cerca de 20 quilômetros do reservatório da Hidrelétrica Santo Antônio e, portanto, não há possibilidade de ter sido afetada por sua implantação ou operação. Uma estação de monitoramento no Rio Jaci-Paraná, em um ponto entre a terra indígena e o distrito de Jaci-Paraná, indica que houve aumento significativo da vazão, resultante das fortes chuvas ocorridas. O alagamento na região foi causado pela limitação de escoamento do solo em casos de chuvas atípicas, resultando no transbordamento da calha do rio", destaca na nota.

A Agência Brasil também procurou a Funai, o Ibama, o governo de Rondônia e a administração da usina hidrelétrica de Jirau, mas não houve retorno até o fechamento desta reportagem.

Um incêndio de grandes proporções atingiu a comunidade na zona leste de São Paulo, na madrugada desta quinta-feira (27). De acordo com o Corpo de Bombeiros, 20 viaturas foram enviadas para combate ao fogo próximo ao viaduto de Aricanduva. Conforme a corporação, uma vítima, que inalou fumaça e teve ferimentos leves foi retirada dos escombros, mas disse que não precisava de atendimento médico. Não havia informações oficiais sobre outras vítimas até a publicação desta matéria.

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As chamas tiveram início por volta das 4h15 da manhã na Penha, segundo o Corpo de Bombeiros, na região da comunidade do Pau Queimado. Por volta das 6h40, parte do fogo já tinha sido contida, mas ainda havia focos de incêndio no local. Muitos barracos foram destruídos e a presença de fumaça permanecia grande na região.

Ainda de acordo com informações do Corpo de Bombeiros, as causas do incêndio também estão sendo investigadas. Existe a suspeita de que uma vela teria provocado o incêndio.

Na última quinta-feira (30), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, visitou a comunidade Vila Nova União, na Zona Leste de São Paulo. No local, ele encontrou entidades e movimentos sociais para debater demandas de segurança e políticas públicas. O encontro aconteceu logo depois de o ministro deixar uma audiência na Comissão de Constituição, Justiça e Paz (CCJ), onde parlamentares associaram sua visita à comunidade da Maré, no Rio de Janeiro, a um suposto envolvimento com grupos criminosos.  

Durante a agenda, o ministro apresentou o Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci II), que apresenta as ações a serem tomadas pelo governo na área. "Estivemos ontem na Vila Nova União, Zona Leste de São Paulo, ouvindo entidades e movimentos sociais sobre Segurança e políticas públicas. Apresentamos o PRONASCI 2, lançado pelo presidente @LulaOficial , com várias ações de Segurança Pública com Cidadania", publicou Dino, em seu Twitter.

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Preconceito

Na CCJ, Dino disse que sua associação ao crime organizado se deu apenas com base no preconceito com as comunidades periféricas que visitou, que leva a uma falsa relação causal entre a população mais pobre e o crime. "Na próxima, vou convidar os deputados federais para irem comigo, porque não é todo mundo que tem medo das comunidades mais pobres do Brasil”, declarou.

A visita aconteceu no dia 13 de março, a pedida da comunidade. Na ocasião, o próprio ministério informou aos órgãos de segurança sobre a agenda do ministro. "Considero, a estas alturas, perdoem-me, algo esdrúxulo imaginar que eu fui me reunir com o Comando Vermelho e avisei à polícia. É preciso ter seriedade no debate público”, completou o ministro, na Comissão.

 

A partir das 8h desta terça (13), a comunidade que cerca a Ilha de Cocaia, no Cabo de Santo Agostinho, promoverá um abraço coletivo ao local, em protesto contra a mineradora Bemisa. Um projeto da empresa pretende construir um Terminal de Uso Privado (TUP) na ilha, com o objetivo de escoar o minério extraído no Piauí.

De acordo com o Fórum Suape, a concretização do projeto implicaria a destruição total da flora, fauna e dos modos de vida das comunidades tradicionais, além de prejuízos incalculáveis para toda a cadeia do turismo e comércio local. A organização também chama a atenção para a instalação da linha férrea Transnordestina, que configuraria " uma violação aos direitos das comunidades tradicionais, que conforme atesta Artigo 6 da Convenção n.169 da OIT, devem ser consultadas quando existirem projetos sucetíveis de afetá-los diretamente. O que não aconteceu". 

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Assim, o Fórum Suape evidencia que o processo de elaboração do processo evidencia o racismo ambiental contra as comunidades locais. O abraço ocorrerá durante a tradicional Festa da Ouriçada, realizada há cerca de 30 anos. 

Serviço: Ato/Festa da Ouriçada Cocaia Vive

Concentração: Caiçara na Praia de Suape, Cabo de Santo Agostinho

Horário: 8h

Quando: 13, terça-feira

O aplicativo de mensagens WhatsApp anunciou nesta quinta-feira (3) novas atualizações para a plataforma. A partir de agora, uma das funcionalidades mais aguardadas já está disponível: a ocultação do status online.

Para isso, basta ir em Conta, Privacidade e selecionar a opção Visto por último e online. A funcionalidade estava sendo liberada nos últimos dias de forma gradual, mas hoje foi tornada oficial para todos os usuários. 

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Também nesta quinta o WhatsApp começou a implementar as “Comunidades” que, agora, poderão conectar vários grupos sob uma mesma categoria para organizar conversas na plataforma.

Para começar, toque na nova aba Comunidades, localizada na parte de cima das conversas no Android e na de baixo no iOS. Lá, é possível começar uma comunidade do zero ou adicionar grupos existentes.

O aplicativo de mensagem detalha que, ao entrar em uma comunidade, o usuário pode ir de um grupo para outro com facilidade para acessar as informações necessárias no momento certo. Além disso, os administradores podem enviar atualizações que considerarem importantes para todos na comunidade. 

"Com as Comunidades, nosso objetivo é melhorar a forma como as organizações se comunicam com um nível de privacidade e segurança jamais visto. As alternativas atualmente disponíveis exigem que apps ou empresas de software guardem uma cópia das mensagens dessas organizações. Acreditamos que elas merecem o nível mais alto de segurança com a criptografia de ponta a ponta", destaca o WhatsApp.

Hoje também estão sendo lançados mais três recursos que podem deixar os usuários animados: enquetes dentro de conversas, chamadas de vídeo com 32 pessoas e grupos com até 1.024 usuários.

Dois turistas italianos foram baleados ao entrar por engano na comunidade de Manguinhos, na zona norte do Rio de Janeiro, na madrugada desta sexta-feira (14), informa a imprensa local.

Segundo o portal "G1", o GPS do carro em que estavam indicou o caminho pela comunidade e, ao entrar no local, eles foram atacados por traficantes. Um dos turistas foi ferido no braço esquerdo e outro na costela. Outras três pessoas que estavam no veículo não se feriram.

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Ainda conforme o site, eles voltavam de uma festa na Marina da Glória e tinham parado para abastecer e comer um lanche próximo ao acesso à Linha Amarela.

O jornal "O Globo" destaca que, após os tiros atingirem o carro, eles conseguiram deixar o local e foram para o hospital municipal Evandro Freire, na Ilha do Governador. A publicação ressalta que o caso está sendo investigado pela 37ª Delegacia de Polícia também da Ilha.

Já o portal "O Dia" informou que os policiais foram acionados após o próprio hospital notificar à delegacia que havia dado entrada de duas pessoas feridas por arma de fogo. O estado de saúde dos italianos não foi informado. 

Da Ansa

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Com a proposta de democratizar o teatro e ampliar o acesso da comunidade às artes, o Espaço Cultural Casinha de Brincantes realiza a Mostra Teatral “Tem gente na Casinha”, no bairro do Guamá, periferia de Belém, durante os fins de semana do mês de setembro. O primeiro espetáculo, "Desculpe a obra, estamos em transtorno!", do grupo Nós, os pernaltasfoi apresentado no último sábado (3).

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Com abertura e encerramento na praça Benedito Monteiro, no Guamá, a programação tem classificação para toda a família, e conta com espetáculos interativos que possuem temas que abordam a comicidade, palhaçaria e mágica. Além disso, o Espaço oferecerá oficinas de iniciação teatral para os estudantes da Escola Estadual Zacarias de Assunção. 

O evento terá seis espetáculos de teatro com artistas locais que atuam em diversas linguagens - do teatro de animação à palhaçaria, da contação de histórias ao teatro de rua. Abertura, já realizada, e encerramento, no dia 17, são de graça, como forma de ampliar o acesso do público e chegar a cada vez mais pessoas.

A Casinha de Brincantes tem capacidade para até 30 pessoas, com ingresso no preço de uma passagem de ônibus. Estudantes, professores da rede pública e privada e jovens de baixa renda pagam meia. "O bairro do Guamá foi escolhido porque é o bairro onde a gente mora, onde a gente trabalha e onde o espaço cultural nasce. Nós somos um coletivo de teatro que é a Trupe Teia e a gente atua no bairro há alguns anos, já desde 2019 com ações de teatro, palhaçaria e leitura. E sempre voltado para as ruas e para o bairro”, explicou a diretora de produção da Mostra, Alana Lima.

No sábado (3/9), na noite de abertura, dois espetáculos gratuitos foram apresentados na Praça Benedito Monteiro, no bairro do Guamá: além do espetáculo “Desculpe a obra, estamos em transtorno!", também se apresentou o Grupo Folhas de Papel, que mescla a arte da palhaçaria com apresentações de mágica, no espetáculo “Magya e Mystério”. 

O Espaço Cultural Casinha de Brincantes é um espaço independente, sem fins lucrativos, voltado para a linguagem do teatro e suas possibilidades e nasce com o objetivo de democratizar o acesso ao teatro nas periferias. Localizado no bairro do Guamá, foi inaugurado em fevereiro de 2022 e é sede do grupo idealizador Trupe Teia, coletivo de teatro de rua e palhaçaria atuante desde 2019 e que desenvolve suas pesquisas e ações culturais no Guamá.

Serviço

MOSTRA TEATRAL "TEM GENTE NA CASINHA".

Dias: 03, 09, 10, 16, 17 de setembro.

Sextas e sábados às 19h30.

Local: 03 e 17/09 - Praça Benedito Monteiro -  Tv. Ezeriel Mônico de Matos, 469-591 - Guamá, Belém. Gratuito.

09, 10, 16 - Espaço Cultural Casinha de Brincantes (Pss. São Miguel, número

50-Altos. Guamá). Ingressos a R$ 4,00 Com meia entrada para estudantes, professores da rede pública e privada, jovens baixa renda (mediante apresentação do id jovem).

Programação

09/09

19H30 - ESPETÁCULO "BORBÔ" - Projeto Camapu.

10/09 

19H30 - ESPETÁCULO "LÉRYGOU: Princesa do Pitiú" - Assucena Pereira.

16/09.

19h30 - ESPETÁCULO "POEMAS DE FERNANDO PESSOA PARA CRIANÇAS" - Vandiléia Foro.

17/09

19h30 - ESPETÁCULO "QUEM VAI PAGAR O PATO?" - GEMTE.

Da assessoria do evento.

Às 17h desta terça-feira (26), Dia Mundial de Proteção dos Manguezais e da Orixá Nanã, o Fórum Suape apresenta o documentário "SANGUE: Vidas e lutas quilombolas em defesa do rio", no Núcleo de Poerinha, no Quilombo das Mercês, em Ipojuca. Com duração de meia hora, o filme retrata a luta da comunidade quilombola pela liberação do Rio Tatuoca, represado pelo Complexo Industrial Portuário de Suape (CIPS) durante 14 anos, trazendo prejuízos ao ecossistema local e aos modos de vida das populações pesqueiras.

Em 2008, o rio teve seu curso interrompido pela construção de um dique de enrocamento, que, a princípio, serviria como passagem provisória para o Estaleiro Atlântico Sul, por dois anos. A situação, contudo, se prolongou por mais de uma década, fazendo com que a Associação Quilombola de Ilha de Mercês, com apoio do Fórum Suape, travasse um longo processo de incidência contra Suape.

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Em 9 de agosto de 2021, a empresa iniciou a reabertura parcial do rio, com a retirada de 34 metros do dique de enrocamento irregularmente mantido na foz do rio. O canal, contudo, segue com um total de 136 metros no curso d'água. A população local afirma que a reabertura parcial já possibilitou algum alívio para o rio, com reaparecimento de espécies de moluscos, crustáceos e peixes que há muito tempo não eram encontrados no manguezal. 

Ficha técnica do documentário:

Direção e roteiro: Débora Britto

Fotografia: Ana Olívia Godoy

Assistente de Fotografia: PH Reinaux

Imagens aéreas: Ana Olívia Godoy/Hamilton Tenório - Ação Comunitária Caranguejo Uçá

Som: Ana Olívia Godoy e PH Silva

Montagem: Ana Olívia Godoy

Finalização: Ana Olívia Godoy

Design de créditos: Ana Olívia Godoy

Produção executiva: Débora Britto

Em comemoração ao mês do orgulho LGBTQIA+, a Secretaria do Trabalho, Emprego e Qualificação de Pernambuco (Seteq) promoverá ações e prestações de serviços no dia 28 de junho na Agência do Trabalho, localizada na rua da Aurora, no bairro da Boa Vista, Região Metropolitana do Recife. Haverá três guichês exclusivos para o atendimento de pessoas integrantes da comunidade.

Uma das ações se trata de fazer uma nova carteira de Identidade com o nome social para pessoas transgênero. Assim, ele ou ela poderá ser tratado pelo nome que se identifica. A taxa para segunda via do RG é de R$ 26,98.

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Outra iniciativa do Seteq é o cadastramento dos candidatos e encaminhamento a vagas de emprego, caso possuam um perfil que se encaixe no que as empresas desejam. É necessário levar RG, CPF, Carteira de Trabalho no papel, número do PIS, currículo, comprovante de residência e comprovante de vacinação contra a COVID 19.

Para fazer a carteira de trabalho digital é apenas desejado ter um celular com acesso a internet, CPF E RG em mãos, e assim realizar o cadastramento no sistema. A Secretaria disponibiliza atendentes no local para auxiliar no processo de cadastro.

Nesta segunda-feira (20), a Clínica-escola de Psicologia da Universidade Guarulhos (UNG) está com inscrições abertas para atendimento presencial e on-line para promover acolhimento psicológico à população. Os serviços voltados para pacientes a partir de cinco anos completos são psicodiagnóstico, avaliação infantil, psicoterapia breve infantil e adulto, psicoterapia familiar e de casal.

 Segundo a psicóloga responsável pela Clínica-escola da Universidade, Camila Tufano, é importante cuidar da saúde mental, ainda mais nesses momentos de incertezas. “Para muitas pessoas, a pandemia foi devastadora. A situação tem deixado marcas e cicatrizes, mas é preciso seguir e se adaptar a esse retorno do presencial, à nova realidade”, afirmou a psicóloga. “A psicoterapia, por exemplo, contribui para resoluções de conflito, autoconhecimento, pois promove a autoestima, o fortalecimento emocional, melhorando assim os relacionamentos interpessoais e buscando o bem-estar em relação à vida”, continuou.  

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O atendimento pode ser procurado quando o paciente sentir a necessidade ou quando encaminhado por um profissional. As sessões são realizadas por profissionais e acadêmicos, sempre supervisionados por professores mestres e doutores, que oferecem todo o suporte para cada caso atendido. A Clínica da Psicologia está localizada na rua Dr. Nilo Peçanha, 47 – no Prédio I, na unidade Centro.

A Clínica funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 21h, e aos sábados, das 8h às 14h. Outras informações podem ser obtidas por meio do telefone/WhatsApp (11) 2464-1676.  

No Mês do Orgulho LGBTQIA+, o debate sobre empregabilidade e inclusão dessa comunidade no mercado de trabalho aumentam. De acordo com pesquisa realizada pelo coletivo #VoteLGBT+ os principais impactos que atingiram a comunidade nos primeiros meses da pandemia de Covid-19 foram piora da saúde mental, afastamento da rede de apoio e falta de fonte de renda.

O levantamento feito nas cinco regiões brasileiras com 7.292 pessoas revela ainda que, durante a pandemia, seis em cada dez pessoas dessa comunidade perderam o emprego ou a renda.

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A pesquisa, realizada no ano passado, ainda não foi atualizada, mas já revelava as consequências negativas da pandemia para a população LGBT+, como se fizessem parte de um ciclo de exclusão. Daí sugerir que as possíveis saídas para esses problemas deveriam ser consideradas de forma articulada, pensando em resolver problemas estruturais a longo prazo.

Abertura tímida

A destinação de vagas para profissionais trans já é adotada por algumas empresas, como a Casa & Vídeo do Rio de Janeiro, por exemplo, ou a Ambev, que contratou a cantora Lina Pereira, mais conhecida como Linn da Quebrada, como nova consultora de diversidade e inclusão (D&I).

No congresso da categoria, que a ABRH promove nos próximos dias 21 e 22, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, será abordada a questão da diversidade de uma maneira geral, com painel específico sobre profissionais trans.

“Eu diria que algumas empresas saem na frente, estão mais sensíveis”. Jacqueline destacou, porém, que de acordo com as estatísticas, 75% dos trabalhadores LGBTQIA+ escondem a orientação sexual e a identidade de gênero porque têm receio de não serem aceitos.

Grupos de trabalho

O assunto está na pauta, disse a conselheira da ABRH. A realidade, entretanto, está longe ainda do que se gostaria. Nessa perspectiva, Jacqueline admite que o quadro é desanimador: “eu diria que a gente está em processo de conscientização e de discussão de como a diversidade é importante para tudo, para o mundo dos negócios, inclusive”.

Segundo Jacqueline Resch, quando surgiu o tema da diversidade no mercado, algumas empresas constituíram grupos de trabalho de LGBTQIA+ que estimulam a inclusão desses profissionais.

“E faz com que muitos desses profissionais que foram contratados sem revelar sua identidade sexual ou identidade de gênero agora ganhem espaço de mais segurança para poder falar desse tema. As iniciativas são essas, grupos de diversidade dentro das empresas e esse tema na pauta dos veículos de comunicação da nossa área e dos congressos. A gente entende que é muito relevante falar desses temas”.

Seleção

A conselheira da ABRH conta que, antes de começar o debate sobre  vagas afirmativas, algumas empresas tentaram trabalhar com o chamado recrutamento às cegas. Esse é um método de seleção que visa analisar as competências e habilidades dos candidatos, sem conhecer as características pessoais da pessoa.

“Algumas plataformas permitiam às empresas analisar currículos sem conhecer a procedência daquela pessoa, em que bairro morava, que idade tinha. Ou seja, eliminava dados que pudessem ensejar preconceito. Isso foi substituído quando as empresas claramente resolveram definir que um número determinado de vagas seria para pessoas de grupos ligados à questão da diversidade de raça, de gênero.

Para Jacqueline Resch, a inclusão de profissionais LGBTQIA+ é um trabalho que exige paciência e confiança de que os poucos exemplos existentes vão crescer. Para ela, o papel do RH é fundamental nessa empreitada.

“O RH tem que estar consciente de que a gente só vai ter empresas melhores e ambientes de trabalho melhores quando eles forem diversos, quando forem inclusivos, por uma questão de justiça social. Quando você tem diversidade, há também diversidade de visão de mundo. As pessoas vêm de lugares diferentes, de histórias diferentes. Então, elas olham as questões organizacionais também de maneira diferente. Acho que isso é um ganho enorme”.

Para a especialista, a função do RH é sensibilizar a organização para essas questões que são relevantes e determinantes “para a gente ter ambientes de trabalho mais saudáveis, com mais criatividade, onde as pessoas trabalhem muito, mas se realizem”. Avaliou que o movimento de busca por profissionais por vezes marginalizados é positiva, porque têm muito a contribuir para a empresa e o mercado.

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