A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) publicou uma nota oficial, nesta quinta-feira (26), sobre a redução de 188 bolsas de pós-graduação (109 de mestrado e 79 de doutorado). Além da UFRPE, a Universidade Federal de Pernambuco e diversas outras já declararam ter sofrido reduções drásticas no quantitativo de bolsas.
O corte foi causado pela Portaria nº 34 de 9 de março de 2020 da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que altera as regras de fomento aos cursos, vinculando a distribuição das bolsas preferencialmente a quem tiver maiores notas de avaliação e reduzindo o quantitativo de programas considerados mal avaliados. De acordo com a pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (PRPPG) da UFRPE, Maria Madalena Guerra, a decisão da Capes foi unilateral e causa grande prejuízo. “Constatou-se que a UFRPE havia perdido 55 bolsas de mestrado e 47 bolsas de doutorado, totalizando uma perda de 102 bolsas DS e 3 bolsas PROEX. Em contrapartida, com base nas portarias No 20 e 21, que possibilitava perda ou ganho de bolsa no limite de 10%, alguns PPG haviam recebido 14 bolsas de mestrado e 8 bolsas de doutorado, totalizando o ganho de 18 bolsas DS e 4 bolsas PROEX. Promover a readequação da distribuição destas bolsas não foi uma tarefa fácil para os PPG, mas, com o empenho de todos, a tarefa foi realizada, resultando em perda de excelentes candidatos selecionados, por optarem cursar sua pós-graduação em outra instituição que tinha disponibilidade de bolsa”, declarou a Pró-reitoria.
##RECOMENDA##A instituição declarou ainda que “com o objetivo de anular os efeitos negativos resultantes das decisões tomadas de forma unilateral pela Capes, a UFRPE se coloca à disposição para o diálogo, na busca de se obter um modelo que possibilite a melhor distribuição das bolsas DS e PROEX da CAPES, para que o Brasil dê continuidade ao processo de consolidação do Sistema Nacional de Pós-Graduação, de forma inclusiva”.
Em entrevista concedida ao LeiaJá no último sábado (21), a pró-reitora classificou a publicação da Portaria nº 34 como um desastre. “Temos alunos de fora do país que vieram na certeza de que iam ter bolsas e elas não estão aparecendo mais. Programas tinham 14 bolsas e passaram a ter 7. Alguns perderam todas. É um desastre tremendo quando o Brasil precisa da ciência, quando o ministério pede ajuda da universidade com pesquisas e corta bolsas, isso vai acabar com a pós-graduação especialmente nas regiões menos favorecidas”, afirmou.