A Universidade Federal Rural de Pernambuco anunciou a abertura do processo seletivo para Professores Visitantes e Professores Visitantes Estrangeiros (PVE). As vagas são para preenchimento na Sede e na Unidade Acadêmica do Cabo de Santo Agostinho (UACSA).
As oportunidades são temporárias com intuito de apoiar experiências na pós-graduação, qualificar os docentes e incentivar o intercâmbio científico. Serão 10 vagas, sendo 2 delas reservadas para pessoas pretas ou pardas e 1 para pessoas com deficiência (PCDs).
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A seleção acontecerá unicamente pela análise curriculum lattes e do plano individual de trabalho. Os resultados preliminares estão previstos para sair no dia 10 de fevereiro.
As inscrições podem ser feitas até o dia 06 de fevereiro pelo site de concursos da UFRPE com o pagamento da taxa de inscrição no valor de R$ 190,00. Os aprovados terão jornada de trabalho de 40 horas semanais com dedicação exclusiva e receberão remuneração mínima de R$ 9.548,84 e máxima de R$ 10.981,17.
Os contratos terão validade de um ano para Professor Visitante e de dois anos para Professor Visitante Estrageiro, ambos com a possibilidade de prorrogação por igual período.
O Colégio Agrícola Dom Agostinho Ikas (Codai), vinculado à Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), divulga edital do processo seletivo para ingresso nos cursos técnicos de administração, agropecuária e alimentos. As vagas, 216 no total, são referentes ao semestre 2021.2.
As inscrições, feitas apenas pela internet, vão até 9 de agosto. Após a finalização do processo de candidaturas, na terça-feira (10), será publicada, no site da seletiva, a listagem de homologação das inscrições para a realização do sorteio, que será realizado de forma virtual e ao vivo, às 14h, no dia 13 de agosto.
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O resultado final será disponibilizado on-line no mesmo dia. Os estudantes selecionados terão os dias 16 e 17 de agosto para realizar matrícula. De acordo com o edital, haverá remanejamento caso haja vagas remanescentes. Devido à pandemia do novo coronavírus, as aulas, no primeiro momento, serão minstradas de maneira remora.
A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) abriu, nesta terça-feira (1°), as inscrições para o processo seletivo que visa preencher 40 vagas para o curso bacharelado em agroecologia, com ingresso em 2021.2. Os interessados devem se candidatar até o dia 1° de julho por meio do endereço eletrônico.
Para participar, os candidatos devem submeter a maior nota obtida no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) das últimas cinco edições: 2015 a 2019. O processo seletivo será composto, unicamente, pelos resultados obtidos no vestibular.
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A lista dos candidatos classificados na primeira chamada está prevista para ser divulgada no dia 9 de julho. No mesmo dia, também serão divulgados os primeiros candidatos aprovados em lista de espera. A lista geral dos cadastrados será disponibilizada em 26 de agosto. O início das aulas está previsto para 30 do mesmo mês. Veja mais detalhes no edital da seleção.
A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) anunciou, nesta quinta-feira (11), que manterá o ponto facultativo até às 12h de 15 a 17 de fevereiro, ou seja, de segunda a quarta-feira da próxima semana, quando seria comemorado o Carnaval.
As festividades, no entanto, precisaram ser canceladas pelo Governo de Pernambuco para conter o avanço da Covid-19. De acordo com a UFRPE, atividades essenciais serão mantidas, e o expediente retorna normalmente na quarta, após o meio-dia.
Nesta quinta-feira (1º), os reitores Marcelo Carneiro Leão, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), e José Carlos de Sá, do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), participaram de uma reunião virtual com parlamentares pernambucanos pedindo apoio à retomada das obras da rodovia PE-33, de responsabilidade da Secretaria Estadual de Transportes e do Departamento de Estradas e Rodagens (DER). O objetivo é viabilizar o início das atividades dos campi de ambas as instituições de ensino no município do Cabo de Santo Agostinho, uma vez que o acesso de mais de 22 mil estudantes ao local depende da conclusão da estrada.
Os campi de ambas as instituições estão localizados no bairro de Mercês e se inserem no Complexo de Suape, na Região Metropolitana do Recife (RMR). A estrutura do campus do IFPE está pronta, sendo necessário apenas o acesso pela PE-33 para que os estudantes possam usufruir das novas instalações. No caso da UFRPE, 65% da obra está concluída e, quando pronta, terá capacidade para mais de 20 mil estudantes em um prédio sustentável com residência estudantil.
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Os investimentos já realizados nos dois campi giram em torno de R$ 35 milhões para o IFPE e R$ 108 milhões para a parte já concluída do prédio da UFRPE, e enquanto a estrada não for concluída, o acesso a ambos permanecerá bloqueado. A PE-33, cuja obra teve início em outubro de 2017, tem 8,7 Km e custo total estimado em R$ 32,7 milhões. O investimento necessário para o primeiro trecho, de 2 Km, da BR-101 até as estruturas educacionais, é de R$ 10 milhões.
“Assim que houver acesso, vamos começar a funcionar, podendo mais do que dobrar a capacidade de estudantes e abrir novos cursos”, disse o reitor do IFPE, José Carlos de Sá. Já Marcelo Carneiro Leão, reitor da UFRPE, destacou que sem a obra da PE-33 não será possível nem mesmo a conclusão da construção do Campus das Engenharias. “Esses equipamentos educacionais são patrimônio do Estado e vão oferecer educação pública, de qualidade e inclusiva para milhares de pessoas”, afirmou ele.
Para os líderes da bancada pernambucana, deputados Augusto Coutinho e Wolney Queiroz, haverá mobilização parlamentar em torno da questão independentemente de posicionamentos políticos de cada um, no que diz respeito à questão da viabilização da obra para permitir o acesso aos campi. “Quando se trata de Pernambuco, a gente se une, principalmente em torno de uma obra tão importante, cuja dimensão passamos a conhecer ainda melhor hoje”, afirmou Coutinho.
IFPE
O campus do Cabo de Santo Agostinho do IFPE tem 12 mil metros quadrados de área construída, divididos entre dois blocos de salas de aula com 30 ambientes, dois blocos de laboratórios com 24 ambientes, biblioteca central com salão amplo, três salas de estudo, uma sala de vídeo para 40 pessoas, creche projetada para atender, em parceria com o município, até 56 crianças de zerp a seis anos, auditório central para 439 pessoas, além de bloco administrativo, bloco acadêmico, miniauditório, ampla área de convivência e ginásio poliesportivo.
Cerca de 1500 estudantes serão atendidos por uma estrutura moderna, bem equipada e pronta para promover educação pública de alta qualidade.
UFRPE
A Unidade Acadêmica do Cabo de Santo Agostinho (UACSA-UFRPE) iniciou as atividades em 2014, com a oferta de cinco cursos de engenharia: civil, eletrônica, eletrotécnica, mecânica e de produção. A Unidade – que funciona atualmente em um prédio alugado, com 3 mil estudantes – tem um conceito inovador em sua proposta pedagógica, na qual os estudantes têm contato com empresas parceiras desde o início de sua formação e podem escolher entre os diplomas de tecnólogo ou bacharel.
Quando estiver em pleno funcionamento, a sede definitiva da UACSA poderá abrigar mais de 20 mil estudantes, em uma estrutura equipada com biblioteca, auditório, residências estudantis, restaurante universitário, entre outros espaços, com moderno sistema de reaproveitamento hidráulico e sustentabilidade nas estruturas e serviços.
Rodovia PE-33
Ligação viária estratégica para mobilidade no vetor sul da Região Metropolitana do Recife, interligando a BR 101 Sul ao Porto de Suape, PE 28, praias de Jaboatão dos Guararapes (Paiva, Enseada dos Corais, Gaibú, entre outras), acesso às praias de Porto de Galinhas, Muro Alto e demais ao sul. Desafogando a BR 101 antiga, Curcurana e o Gargalo da BR 101 sul próximo à Vitarella, na sequência, da Estrada da Batalha.
O Anuário Brasileiro da Segurança Pública de 2019, publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, aponta que no ano de 2018 foram registrados 66.041 estupros no país, cerca de 180 crimes por dia. Isso significa uma alta de 4,1% em relação ao ano anterior, o mais alto índice desde o início da série histórica em 2007. As maiores vítimas, ainda segundo o anuário, são do sexo feminino (81,8%) e têm até 13 anos (53,8%), levando a um quadro em que no Brasil quatro meninas de até 13 anos são estupradas por hora.
Recentemente, o caso de uma menina de 10 anos que ficou grávida após ter sofrido abuso sexual do tio desde os 6 e teve seu nome exposto ao passar pelo procedimento de aborto legal tomou as manchetes do país e gerou muiuta comoção pelas pessoas. Situações assim, em que testemunhamos um caso de abuso sexual, nos lembram da importância de saber identificar e denunciar esse tipo de crime, mas também da necessidade de ensinar às crianças e adolescentes sobre o que é saudável ou abusivo na relação com adultos ou mesmo com outros jovens.
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Nesse contexto, entra em cena a educação sexual nas escolas que, apesar de ser mal vista por alguns setores da sociedade, é apontada por especialistas como uma ferramenta importante e necessária para a saúde do desenvolvimento social de crianças e jovens quanto na identificação e prevenção de situações de abuso sexual.
Educação Sexual: fatos e falácias
Maria do Carmo Gonçalo Santos tem 46 anos, dos quais 18 foram dedicados à carreira de professora no ensino superior. Doutora em educação, atualmente ela trabalha como professora e vice coordenadora do curso de pedagogia do Campus Acadêmico do Agreste da Universidade Federal de Pernambuco e é enfática ao afirmar o papel emancipatório e as potencialidades da educação sexual para promover os direitos de crianças e adolescentes.
“Numa abordagem emancipatória, podemos dizer que trata de entender a sexualidade como uma dimensão humana, da energia e potencialidade de cada um, cada uma. Falar da sexualidade não se limita, portanto, a falar de relação sexual, diz da condição humana, do seu pertencimento no mundo, na sociedade, sua construção cultural”, explicou a pedagoga.
Ao se falar em educação sexual, um dos maiores entraves para levar o debate à frente nas escolas costuma ser a resistência dos pais ou responsáveis pelos estudantes ou, por vezes, a própria gestão, pautada em um discurso e valores conservadores ou guiados por uma ideia de que falar sobre sexualidade induz precocemente à prática sexual. Essa ideia é rebatida pelos especialistas da área, e Maria do Carmo deixa claro que o objetivo da educação sexual nas escolas é outro.
“Educação sexual nas escolas não é antecipação de relações sexuais, não é ensinar às crianças a realização do ato sexual, é educar para a compreensão de si, enquanto sujeito de direitos, do respeito para com o outro, a outra, nas relações sociais, considerando e valorizando as diferenças de classe, de raça, de etnia e de orientação sexual. Educação sexual é a possibilidade de preservar crianças e adolescentes de possíveis abusos. A educação sexual na escola pode trabalhar para a não submissão das crianças e adolescentes às relações de poder e violência que a nossa sociedade patriarcal, machista e sexista tem nos imposto. Por isso tanta resistência de setores de parte da sociedade, para que as transformações das relações de poder não aconteçam”, afirmou a professora.
Hugo Monteiro Ferreira, de 49 anos, tem 25 anos de carreira como professor e atualmente trabalha como coordenador do Núcleo do Cuidado Humano da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e lidera o Grupo de Estudos da Transdisciplinaridade, Infância e da Juventude (GETIJ). Para ele, educação sexual “nos ensina a proteção de nossa sexualidade, ao tempo que nos ensina como entender e respeitar a nossa sexualidade e a sexualidade alheia, entendendo sexualidade como um elemento fundamental à condição humana”. Ele também é autor do livro infantil “Antônio”, que conta a história de um menino que precisa sair de junto da mãe, porque ela precisava trabalhar, e passa a ser assediado por uma pessoa da sua própria família, retratada pela figura de uma mão malvada que o impede de fazer coisas de que o menino gostava.
Questionado sobre a importância da promoção desses ensinamentos no espaço escolar, ele a definiu como “essencial”. “Pode advir reflexões sobre diversidade de gênero, sobre orientação sexual, sobre enfrentamento ao machismo, enfrentamento à homofobia, sobre como erradicar o bullying oriundo tanto do machismo como da homofobia, da transfobia, da misoginia. Pela orientação sexual, podemos aprender a como nos proteger da violência sexual, isto inclui diretamente a pedofilia. Quando aprendemos sobre sexualidade, sabemos sobre como se dá a vida e como cuidar da vida”, disse o professor.
Nos debates sobre educação sexual nas escolas, é comum ver pessoas contrárias à ideia defenderem que a decisão de como educar os filhos no que diz respeito à sexualidade caberia à esfera privada e, portanto, deveria ser decidida em casa, exclusivamente pela família, e não pela escola. Posições assim, na visão de Hugo, são anti científicas e colocam os estudantes em risco.
“A escola é uma instituição social com diversos papéis e um deles é colaborar para que sejamos livres. Logo, estudar a sexualidade é também nos ajudar na construção dessa liberdade tanto intelectual quanto afetiva, tanto intelectual quanto moral, tanto intelectual quanto espiritual. A escola é também espaço e tempo em que a sexualidade deve ser discutida, ensinada, tratada sob o viés científico. Isto é, é também papel da escola cuidar para que a criança e o/a adolescente aprendam que não se deve reduzir sexualidade à genitália. Esse discurso que tenta vincular a sexualidade exclusivamente à família, no meu ver, é perigoso e anti científico, pois nega as diversas funções da escola na formação da condição humana. Há perigos práticos. Por exemplo, os maiores índices de abuso estão na família. Se a criança e o adolescente não são orientados na escola, não sabem o que fazer”, afirmou o professor.
A afirmação tem confirmação quando se observam as estatísticas. Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), fornecidos pelo Ministério da Saúde e Tabulados pelo jornal Folha de São Paulo em 2019 com base em 1,4 milhão de notificações recebidas de 2014 a 2018, mostram que a cada dez crianças e adolescentes que são atendidos no serviço de saúde após sofrerem algum tipo de violência sexual, quatro já tinham sofrido esse tipo de agressão antes. Ainda de acordo com a pesquisa, a maior parte dos registros de violência sexual (72%), recorrentes ou não, aconteceu contra pessoas que tinham até 17 anos. Destes, destaca-se a violência sexual contra crianças de até 5 anos (18% das notificações) e de 6 a 11 anos (22% do total). Essas agressões ocorrem mais em casa (68%), e têm o pai (12%), o padrasto (12%) ou outra pessoa conhecida (26%) da criança como abusador.
Prevenção e identificação dos casos
Mas então o que é necessário para, dentro das escolas, ajudar a mudar essa realidade, prevenindo e identificando os casos de abuso sexual contra crianças e jovens? Para a professora e coordenadora do curso de pedagogia da UFPE, Maria do Carmo, tudo começa por um trabalho de formação de professores e continua com um processo de ganho de autonomia das crianças e adolescentes.
“Não é só dizer onde os adultos podem e não podem tocar, quem pode e quem não pode, como vimos algumas postagens de leigos nas redes sociais, mas, sobretudo, ensinar às crianças que o corpo delas é delas. Na nossa cultura ocidental criou-se a ideias do corpo da criança como algo público que pode ser tocado por qualquer pessoa, na rua, por exemplo, há a prática de passar a mão sobre a cabeça das crianças elogiando, dizendo como são ‘bonitinhas’. Os meninos sofrem muitos abusos e violências também, inclusive, no espaço doméstico e também escolar para ter que provar que são ‘machos de verdade’. Tudo isso é abuso, é violação de direitos. A criança e o adolescente, a partir dessas compreensões, vão construindo sua autonomia e entendendo como um sujeito de direitos, que não podem ficar disponíveis aos desmandos e violências dos adultos. Isso não quer dizer desobediência, diz da autonomia delas para se compreenderem no mundo”, afirmou a pedagoga.
No que diz respeito aos métodos que podem ser empregados por professores, psicólogos, pedagogos e pela equipe da escola para realizar o trabalho de educação sexual com os estudantes, o professor Hugo cita uma série de meios que podem ser utilizados para abordar o tema com os alunos. “A escola deve ser um espaço do diálogo, da escuta, da possibilidade de criação de vínculo de confiança. Nesse sentido, para que se ensine a prevenir, é essencial que existam momentos de escuta, momentos em que crianças e adolescentes possam falar sobre suas experiências, suas inseguranças, seus corpos, possam dizer os seus medos e as suas esperanças, os seus desejos e suas vontades. A escuta é a melhor estratégia para prevenção, porque ele está atrelada à fala. Nesse sentido, a escola pode realizar atividades como leitura de livros, assistência a filmes, palestras, feiras de conhecimentos, aulas-passeio e campanhas permanentes de educação sexual sobre temas como corpo, mente, mente e corpo, machismo, homofobia, transfobia, relacionamentos afetivos, abuso sexual, exploração sexual, e pedido de ajuda”.
No que diz respeito à prevenção de possíveis abusos sexuais, o professor Hugo esclarece que ela se dá por meio de um processo educativo de empoderamento das crianças e jovens. “Quando se estuda a sexualidade, se debate, discute, reflete sobre a identidade, sobre quem somos, o que somos, como vivemos e como convivemos, então se chega, ao meu ver, no autocuidado e no cuidado, logo se chega à autoestima, à autoproteção, se chega no diálogo sobre o corpo, sobre a mente, o corpo e a mente, o que é bom para nós, o que não é bom, quem pode tocar em nosso corpo, quem não pode, o que devemos fazer se alguém quer tocar em nossas partes mais íntimas sem a nossa permissão? Quando falamos sobre sexualidade, debatemos, estudamos, livramos a sexualidade da dimensão do erro, da culpa e a colocamos no âmbito da convivência e na convivência, quando alguém quer nos tocar, mas não queremos, podemos dizer que não queremos e quando não sabemos como dizer, podemos pedir ajuda para alguém. Em síntese, falaremos sobre sexualidade sem receio de que alguém nos condene, nos diga que é sujo, é ruim. Para mim, ensinar a proteção é ensinar que a sexualidade é algo que nos pertence e só deve ser partilhada com quem queremos. Se alguém tentar nos obrigar, então, é hora de pedirmos ajuda, de contarmos o que nos acontece, de denunciarmos. A prevenção é um processo de educação”, disse ele.
Quando não é possível impedir que o crime ocorra e há uma criança ou jovem que sofreu ou está sofrendo abuso sexual, é importante que a equipe da escola esteja preparada para perceber os sinais de que há algo errado e saiba agir sem julgamentos para conseguir identificar adequadamente a situação e, em seguida, denunciar o crime às autoridades sem expor a vítima. Segundo a professora Maria do Carmo, os sinais que sugerem um possível abuso nunca aparecem isoladamente.
“Uma conversa em espaço reservado, sem tom acusatório ou inquisidor ajudam à criança ou adolescente a narrar a situação, que muitas vezes envolve pessoas muito próximas e até parentes. As crianças que expressam medo irracional, dificuldades de sociabilização, verbalização de palavras que não fazem parte do seu vocabulário, com apelo sexual, e ou gestos relativos à violência sexual, bem como narrativas de situações reveladoras de abuso (geralmente usando apelidos para os órgãos genitais), dificuldades de concentração e de aprendizagem podem estar associadas a situações de abuso. Crianças que sofrem abuso há mais tempo podem expressar fobias, pânico, depressão com ideias de suicídio, ansiedade, dificuldades alimentares e tendência a uso de drogas”, disse ela.
Para auxiliar a vítima e seus parentes, a escola ou outras pessoas que desconfiem ou saibam do problema têm meios de agir sem expor a criança, tomando cuidados, uma vez que, em muitos casos, é possível que a vítima more com o abusador.
“A gestão da escola, que precisa estar preparada pedagogicamente para lidar com a situação, pode acionar o Conselho Tutelar, que, geralmente, é a instância mais próxima da comunidade. Tem o CREAS (Centro Especializado de Assistência Social), que é o equipamento que acolhe criança e adolescente que sofreu violação de direitos, mas ainda tem vínculo familiar. Importante que a escola não tente fazer aproximação entre a vítima de violência e o suposto agressor. O principal é acolher e preservar a vítima. O disque 100 também é um serviço de atendimento à violação dos direitos humanos, recebe, analisa e encaminha denúncias de violações, inclusive, de crianças e adolescentes. Em alguns municípios há delegacias especializadas para casos de abusos contra crianças e adolescentes. Em Caruaru, por exemplo, a delegacia da mulher registra os casos, tendo em vista que a violência de gênero envolve também crianças e adolescentes. O Ministério Público e a Vara da Infância e Adolescência também são instâncias responsáveis pelas medidas cabíveis”, disse a professora.
Realidade local
Para saber mais sobre como o tema é tratado nas escolas do estado, o LeiaJá procurou a Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE-PE), encaminhando questionamentos acerca do tema, mas não obteve resposta até o momento da publicação desta reportagem. Também entramos em contato com a Secretaria de Educação do Recife cuja resposta obtida por meio de nota você confere na íntegra a seguir:
“Escolas do Recife contam com orientação de Grupo de Trabalho em Educação Sexual
O grupo dá suporte às unidades quanto à formação de professores, gestores, realização de seminários e fóruns sobre o tema
Desde 2015, a Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Educação do Município, mantém uma Política de Ensino (conjunto de orientações que auxiliam no planejamento, acompanhamento e avaliação das ações educativas) que dispõe sobre o currículo da Educação Infantil e Ensino Fundamental. O documento inclui em suas práticas pedagógicas a educação sexual. No universo escolar, o tema é concebido não só a partir da dimensão do sexo com caráter puramente biológico, fisiológico e anatômico, mas também a partir de sua dinâmica social e cultural. É necessário que se considere a sexualidade como um fenômeno global que envolve a existência do ser humano.
A Secretaria conta com um Grupo de Trabalho em Sexualidade que orienta as Escolas com relação ao assunto, que é tratado a partir de três eixos como temas: corpo, diversidade sexual e Justiça de gênero. Os assuntos são abordados levando-se em consideração as idades e Anos dos estudantes de acordo com o nível de compreensão deles. De acordo com a Política de Ensino, a educação sexual deverá estar presente em todas as etapas e modalidades de ensino da rede municipal, que em sua atual estrutura compreende a Educação Infantil, Ensino Fundamental, Educação de Jovens, Adultos e Idosos e Educação Especial.
A inserção dos conteúdos e da formação para uma educação não-sexista, anti-racista, não-homofóbica, não-lesbofóbica, não-transfóbica e laica deverá ocorrer com um olhar atento de educadoras/es para as diferenças, compreendendo que é “possível questionar todas as certezas” (Louro, 2003, pg. 42), assumindo riscos que venham desestabilizar crenças do passado e admitindo que transformações podem ocorrer lentamente, sendo um exercício de revisitações. Nesse sentido a construção de projetos político-pedagógicos na escola pode estar aberta a novas ideias, novos planejamentos e revisões, expandindo objetivos que não estão sendo alcançados.
Respostas às perguntas enviadas
1- As escolas da Rede Municipal do Recife desenvolvem ações e educação sexual dos alunos para prevenção de doenças, gravidez indesejada e abuso sexual? Quais?
Resposta: Há uma Política de Ensino da Rede Municipal de Recife que defende uma Educação Sexual com a finalidade de educar os/as estudantes para o respeito aos corpos, às vidas, às pessoas e os direitos e liberdades sexuais e humanos. Em síntese, a educação em sexualidade busca promover o bem viver e o bem-estar com a sexualidade, com responsabilidade e prazer. As questões também estão contempladas na Proposta Curricular das Ciências da Natureza
Em relação às Políticas da Rede há realização de Seminários, as Formações para Gestores, Coordenadores e Professores. A educação em sexualidade deve ser promovida pelo diálogo e escuta, com ações pedagógicas com as famílias, os/as estudantes e a comunidade, considerando a idade, as crenças e os saberes, pautados no conhecimento da ciência e das leis educacionais. É uma questão de todas as escolas e profissionais da educação.
2- Quais cuidados são tomados nas escolas para identificar casos de estudantes que possam estar sofrendo abusos?
A principal orientação é assegurar o livre diálogo, a confiança das/os estudantes e uma relação de cooperação com as famílias. Manter uma relação próxima que favoreça perceber mudanças de comportamento, dinâmica familiar, alteração na aprendizagem e de aspecto emocional e físico. Manter palestras, fóruns e oficinas com esse tema colaboram com a prevenção e identificação de casos.
3- Uma vez que se perceba uma situação de abuso com um estudante, ocorrendo dentro ou fora da escola, quais são as medidas cabíveis para dar apoio ao aluno e sua família?
Registros dos fatos, proteção da vítima pelo sigilo, caso haja suspeita, sem incorrer na sua invisibilidade e omissão. Comunicação aos órgãos da rede de proteção. Buscar identificar a pessoa de referência, que seja responsável da pessoa em situação de abuso e acolher sem estigmatizar a pessoa. Garantir a frequência e permanência da criança ou jovem na escola. A denúncia deve ocorrer em sigilo, de forma institucional, no caso individual, sempre de forma anônima.
4- Como é feita a orientação às famílias de estudantes no que diz respeito à educação sexual e prevenção ao abuso?
Faz parte da orientação presente na Política de Ensino e nas formações continuadas para o grupo docente/gestão escolar que a escola mantenha no calendário escolar palestras, fóruns e oficinas com esse tema, pois colaboram com a prevenção, identificação e denúncia de casos.
5- Quais sinais podem ser percebidos quando uma criança ou jovem está sofrendo abuso sexual e como identificar o problema?
Depende da idade. São diversos, podendo apresentar as formas mais sutis como explícitas. No geral, apresentam múltiplos sinais, tais como: medo intenso, insegurança ao contato físico ou muito contato físico com pessoas que não tem familiaridade, agressividade ou apatia, distúrbios do sono, alimentar e na fala, marcas físicas, sinais de infecções sexualmente transmissíveis, choro ou euforia, acentuada sem causa, falta frequente as aulas, rejeição e pavor a determinadas pessoas do convívio. Nenhum comportamento isolado pode ser considerado uma prova ou indício de abuso.
6- Uma vez percebendo uma situação de abuso, como a família, um colega ou outras pessoas próximas podem buscar ajuda? As escolas têm equipes de apoio para casos assim?
O Grupo de Trabalho de Educação em Sexualidade – GTES acompanha as escolas que solicitam esse atendimento via ofício, sempre articulando ações com as redes de proteção.
7- Durante a pandemia de Covid-19, ações de prevenção ao abuso sexual de crianças e jovens seguem sendo desempenhadas a distância pelas escolas?
Neste momento, ciente do crescimento das diferentes formas de violência no ambiente doméstico tem sido realizado a formação continuada com diversos setores da educação, através do Grupo de Trabalho de Educação em Sexualidade – GTES, com a finalidade de orientar as práticas pedagógicas para tratar desse assunto”.
Importantes instituições de ensino de Pernambuco, a UPE, UFPE e UFRPE anunciaram a criação de Períodos Letivos Excepcionais (PLE) para a retomada das aulas de graduação de forma remota. Nessa terça-feira (28), detalhes foram passados à imprensa em uma entrevista coletiva que contou com a presença dos reitores das três instituições e também do professor e padre Pedro Rubens, reitor da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).
UFPE
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Na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o semestre remoto será iniciado a partir do dia 17 de agosto, com três meses de duração, com a possibilidade de os estudantes cursarem até 300 horas/aula. Apenas os alunos que estiverem nos dois últimos semestres do curso poderão ter uma carga horária maior, com o objetivo de agilizar a formatura.
As atividades, de acordo com o reitor Alfredo Gomes, poderão ser realizadas tanto de forma simultânea à presença virtual do professor durante uma aula ao vivo, por exemplo (síncronas), como desenvolvidas em tempos diferentes (assíncronas). Para auxiliar os estudantes que têm dificuldades de conexão e acesso à internet e equipamentos eletrônicos, a Universidade recorrerá tanto a programas de locação e doação de equipamentos para alunos vulneráveis quanto ao programa do Ministério da Educação (MEC) para aquisição de pacotes de dados para alunos de universidades e institutos federais.
No que diz respeito às atividades práticas, o reitor afirmou que algumas delas, como estágios curriculares, ainda serão desenvolvidas, mas com os devidos cuidados de saúde para que não haja disseminação da Covid-19. “Atividade prática é fundamental na formação, algumas serão realizadas tendo em vista o processo de conclusão, mas dentro de um regramento muito rigoroso de distanciamento e EPI para respeito à vida e não transmissão”, declarou Alfredo.
Ainda de acordo com o reitor, as avaliações dos alunos serão realizadas, mas só serão incluídas no histórico escolar se o estudante tiver êxito. “Os estudantes serão avaliados e isso será incorporado na carga horária, mas se ele não se sentir confiante com o processo remoto, não participa, mas não contabiliza a disciplina (...) Sendo avaliado e tendo sucesso, será integralizado no curso dele normalmente”, disse Alfredo.
UPE
A Universidade de Pernambuco (UPE) terá seu período excepcional de 8 de setembro a 25 de novembro, com dez semanas de duração e 240 horas/aula em disciplinas teóricas. O semestre será optativo e o estudante que não conseguir acompanhar as aulas até o fim, desistir do semestre ou não for aprovado também não será punido nem terá registro em seu histórico.
De acordo com o reitor Pedro Falcão, durante o período de aulas remotas, assim como já vem acontecendo com as teses na pós-graduação, as orientações e defesas de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) serão feitas também de modo virtual, enquanto as avaliações se darão por meio de projetos, trabalhos e atividades on-line, preferivelmente assíncronas.
UFRPE
Assim como a UFPE, a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) iniciará o semestre excepcional 2020.3 no dia 17 de agosto e irá até novembro. Haverá, ainda, o semestre 2020.4 com término em março. Os períodos excepcionais da UFRPE também serão ministrados de forma não obrigatória.
Além disso, a instituição de ensino anunciou o pagamento de um auxílio parcelado no valor de R$ 1.380 para 3 mil estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica para aquisição de aparelhos eletrônicos com o objetivo de facilitar o acesso às aulas remotas.
De acordo com o reitor Marcelo Carneiro Leão, cada semestre excepcional terá dez semanas de duração, com foco em atividades assíncronas, uma vez que elas não exigem uma conexão de internet tão potente quanto as que são interativas, e as avaliações serão baseadas, assim como na UFPE, em projetos e trabalhos on-line.
Sobre atividades práticas, ele explicou que com exceção de situações de conclusão de curso, elas serão muito raras e os períodos excepcionais serão essencialmente focados em disciplinas teóricas. “As disciplinas ofertadas quase todas puderam ser adequadas à parte teórica. A não ser as de final de curso para ter a conclusão de curso pro aluno concluir, em situações raras. Por isso algumas não poderão ser ofertadas. A gente sabe que é um prejuízo, mas vai optar pela vida das pessoas”, afirmou o reitor.
A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG) da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e o Instituto de Pesquisas Ecológicas (Ipê) anunciaram uma readequação no edital 06/2020, que trata da seleção de estudantes para o Programa Institucional de Iniciação Científica e o Programa de Iniciação Científica Voluntária (PIBIC/PIC) da instituição de ensino. O objetivo da alteração é adequar a seleção à realidade imposta pela pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2).
A divulgação das propostas, documentalmente habilitadas ou não, teve início na última quarta-feira (15). Os pedidos de reconsideração podem ser feitos via e-mail para os endereços pibic.ufrpe@gmail.com; pibic.prppg@ufrpe.br até dois dias úteis depois da divulgação do resultado preliminar. A lista final será divulgada no dia 29 de julho.
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A entrega de documentação complementar e do termo de compromisso assinado pelo(a) orientador(a) deve ser feita através do e-mail pibic@ufrpe.br até às 17h do dia 5 de agosto, e a implementação das bolsas será feita na mesma faixa de horário, no dia 12.
Alterações
Antes da reformulação, a etapa de entrega da documentação complementar seria presencial, o que não é possível nem seguro diante da pandemia. A medida também inclui professores e pesquisadores da Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (UFAPE), das Unidades Acadêmicas do Cabo de Santo Agostinho e Serra Talhada.
A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) prorrogou a consulta pública de sua Proposta Preliminar do Plano de Funcionamento na retomada das atividades presenciais da instituição de ensino. Com a medida, a comunidade acadêmica poderá consultar o plano e enviar colaborações para ajustes do mesmo até a próxima quarta-feira (8).
Dúvidas e contribuições devem ser encaminhadas por e-mail para o endereço sistematizacao.emergencial@ufrpe.br. Após o período de consulta, todas as colocações recebidas serão sistematizadas e uma minuta com a proposta final será encaminhada aos conselhos superiores da universidade para que seja avaliada e votada.
##RECOMENDA##
O texto que está disponível para consulta foi elaborado com base nas contribuições de membros da comunidade acadêmica e nas atividades de grupos de trabalho compostos por professores, alunos, técnicos, representantes de departamentos, órgãos suplementares, unidades acadêmicas e campi avançados.
A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) disponibilizou para consulta pública a primeira proposta de funcionamento para o período pós-pandemia de Covid-19, quando a instituição de ensino retomar as atividades presenciais. Até o dia 5 de julho, poderão ser encaminhadas sugestões, críticas e observações através do endereço de e-mail sistematizacao.emergencial@ufrpe.br.
De acordo com a UFRPE, após a etapa de consultas, entre 5 e 10 de julho as contribuições recebidas no período de consulta pública serão sistematizadas e a minuta da proposta de funcionamento será encaminhada aos membros dos conselhos superiores da universidade para deliberação conjunta no dia 15 do mesmo mês. Ainda segundo a instituição, o plano apresentado é temporário, será monitorado e pode sofrer alterações.
Elaboração
A proposta de funcionamento da UFRPE foi elaborada, segundo a universidade, a partir da criação de grupos de trabalho compostos por professores, técnicos e estudantes de toda a instituição, incluindo os Departamentos Acadêmicos e Administrativos, o Colégio Dom Agostinho Ikas (Codai) e outras unidades acadêmicas na proposição das ideias iniciais.
Além disso, foi disponibilizada uma série de endereços de e-mail divididos em eixos para receber propostas individuais ou coletivas de membros da comunidade acadêmica que quisessem contribuir para a elaboração da primeira versão do plano.
A Universidade de Pernambuco (UPE) e a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) emitiram comunicados oficiais, nesta sexta-feira (19), anunciando a manutenção de suas políticas de cotas para a pós-graduação. O anúncio veio após o Ministério da Educação (MEC) revogar a portaria que exigia a adoção de políticas afirmativas.
“A Universidade de Pernambuco (UPE) entende que as ações afirmativas, também na pós-graduação, representam uma transformação radical em modelos tradicionais de seleção que historicamente mantêm negros, indígenas e pessoas com deficiência pouco representadas nessa etapa formativa. (...) a UPE reafirma seu compromisso institucional com a construção de uma sociedade menos excludente, menos injusta e efetivamente democrática”, consta no texto da UPE.
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Por sua vez, a UFRPE afirmou que “a adoção da política de reserva de vagas para candidatos ao processo de seleção nos cursos de pós-graduação foi resultado de uma ampla discussão na comunidade científica da UFRPE, constituída por docentes e discentes da pós-graduação”.
“A UFRPE ainda lamenta a revogação da referida Portaria por considerar um retrocesso na indução de políticas de inclusão nas universidades brasileiras, que visam à construção de uma sociedade democrática, justa e inclusiva, bem como informa que manterá a adoção dessa política de inclusão nos processos de seleção dos seus Programas de Pós-graduação”, informou a universidade.
Na manhã desta quinta-feira (18), a Academia Pernambucana de Ciências (APC) realizou um evento virtual reunindo os reitores Pedro Falcão, da Universidade de Pernambuco (UPE), Alfredo Gomes, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e Marcelo Carneiro Leão, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Durante as discussões acerca das ações de enfrentamento à Covid-19 promovidas pelas instituições, entrou em pauta o retorno às aulas presenciais e foi mencionada a possibilidade de um modelo de ensino híbrido no pós-pandemia, com parte dos estudantes em sala de aula e os demais no ensino remoto.
“Vamos fazer o esforço para retomar as atividades de forma remota. Isso requer planejamento para ser sincronizada e harmonizada com atividades presenciais e aí o ensino híbrido passa a entrar na pauta. Estamos trabalhando com a ideia de semestre suplementar, que deve acontecer por mais ou menos dois meses, com poucas disciplinas para estudantes e professores experimentarem essas atividades”, explicou o reitor da UFPE, Alfredo Gomes.
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Na mesma linha, o reitor da UPE, Pedro Falcão, conta que além de a universidade ter mantido ativos os cursos de seus polos EAD, a instituição também avalia a implementação do ensino híbrido. “Foi montada uma proposta de ensino híbrido para que a gente consiga chegar a uma proposta nesse pós pandemia”, disse ele.
Marcelo Carneiro Falcão, reitor da UFRPE, explica que a universidade prevê a instituição de um semestre emergencial com a oferta de disciplinas remotas e não-obrigatórias enquanto os estudantes aguardam a entrada do semestre 2021, como forma de reduzir o número de alunos em sala de aula no momento da retomada das atividades presenciais e evitar a exclusão de estudantes sem acesso à internet e equipamentos eletrônicos.
“As pessoas que conseguem o acesso remoto poderão realizar e no retorno presencial a gente não vai ter condição de colocar 60, 70 pessoas numa sala. O que a gente vem trabalhando é um semestre emergencial na execução e oferta, as disciplinas vão ter que ter características possíveis de serem feitas remotamente, não obrigatoriedade para que o aluno que não tiver condições não se prejudique e possa fazer no retorno presencial e reduza o quantitativo de alunos”, declarou o reitor.
Propostas de retomada de atividades
Ao analisar a conjuntura da pandemia no país e no Estado, o reitor Marcelo Carneiro Leão, da UFRPE, avalia que as aulas presenciais não devem ser retomadas até o final de 2020. “A volta às atividades presenciais seria uma irresponsabilidade tremenda. Acredito que não teremos um retorno de atividade presencial pelo menos até o final deste ano. Na pós-graduação a gente tem uma outra dinâmica, o número de alunos é menor, existe possibilidade de criar outras dinâmicas. Na graduação é diferente”, afirmou ele.
Segundo Marcelo, a UFRPE instituiu vários grupos de trabalho que têm a missão de elaborar uma proposta para retomada de atividades que vai ser apresentada e discutida com a comunidade acadêmica da universidade. Sugestões estão sendo recebidas por e-mail e uma primeira proposta será sistematizada para posteriormente ficar 10 dias aberta a críticas e sugestões.
“Uma comissão refinará essa minuta. Reuniremos conselhos para que possamos tomar uma decisão conjunta com olhar para ensino pesquisa extensão e esperamos votar essa proposta e voltar no dia 15 de agosto um novo funcionamento da UFRPE. Pedi que em todas as discussões duas variáveis estivessem presentes: preservação da vida humana e animal tem que estar presente, e que as discussões sejam inclusivas”, disse o reitor da UFRPE.
Alfredo Gomes, da UFPE, vai no mesmo sentido e afirma buscar soluções remotas não só no âmbito da universidade, mas em consonância com outras instituições de ensino pernambucanas. “No meu entendimento, atividades presenciais não devem acontecer esse ano, claro que temos que avaliar esse processo, mas isso está sendo baseado no Grupo de Trabalho Covid e as atividades de aulas de forma remota estão na nossa pauta, porque vivemos um contexto de imprevisibilidade e não temos como anunciar outra situação. Espero fazer isso se for viável, construir junto com a universitas, de forma harmônica com o estado e pensar nisso talvez para o início de agosta e não podemos fazer de forma que prejudique estudantes professores ou técnicos”, declarou o Alfredo.
O reitor também destacou que o Colégio de Aplicação da UFPE (Cap) seguirá o mesmo caminho de ensino remoto que o restante da Universidade no momento em que essa decisão for tomada para os cursos de graduação. “O Cap vai retornar concomitantemente com a graduação de forma remota tão logo a gente aprove essa questão com o conselho e os estudantes terceiranistas não vão perder o ano. Enem e Sisu é uma questão mais ampla, o calendário é puxado para frente, porque tem a ver com a retomada dos cursos e semestres”, afirmou ele.
Os reitores Alfredo Gomes, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Marcelo Carneiro Leão, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e Pedro Falcão, da Universidade de Pernambuco (UPE) participarão de um debate virtual na quinta-feira (18) a partir das 10h sobre o enfrentamento à Covid-19 nas universidades.
Intitulado “Universidades Públicas de Pernambuco. Enfrentando a pandemia”, o seminário é promovido pela Academia Pernambucana de Ciências (APC) e será transmitido através da plataforma Zoom. Além da participação dos reitores, o evento contará com a mediação de Amaro Lins, ex-reitor da UFPE, e também com os comentários da ex-reitora da UFRPE Maria José Sena, e do ex-reitor da Univasf Julianeli Tolentino.
A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) cadastrará artistas de sua comunidade acadêmica no projeto “Artes da UFRPE”, da Unidade Acadêmica de Educação a Distância e Tecnologia (UAEADTec), em parceria com a Coordenação e Comunicação Arte e Cultura da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proexc).
O objetivo da iniciativa é fazer um levantamento dos artistas profissionais e amadores na instituição para, assim, subsidiar ações no campo artístico cultural nos espaços da universidade, pesquisas e projetos sobre as artes na instituição.
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Os artistas interessados em se cadastrar devem acessar o link da campanha e responder um formulário on-line disponibilizado. A UFRPE informa que a identificação pessoal e as imagens de cada artista não serão divulgadas sem autorização prévia.
Nesta quinta-feira (11), a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), anunciou a construção de um plano de funcionamento para a instituição. A proposta reúne sugestões de estudantes, técnicos, docentes e terceirizados para uma futura retomada de atividades presenciais.
Como primeira medida para conter o contágio pelo novo coronavírus, atendendo às recomendações das autoridades de saúde pública, a UFRPE teve as aulas presenciais suspensas desde março, sendo liberado apenas as atividades essenciais e emergenciais. Passada a primeira etapa, a instituição federal de ensino, em conjunto com grupos de trabalho - docentes, técnicos e discentes - reúne sugestões que atendam às diversas áreas de funcionamento do campus para uma retoma futura.
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Ainda em construção, até o final de junho, as propostas serão sistematizadas em uma Minuta Geral, que será encaminhada para Consulta Pública à Comunidade UFRPE por um período ainda não informado. Após a consulta pública, todas as sugestões, críticas, observações serão compiladas e posteriormente enviadas para os Conselho Universitário (Consu); Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) e Conselho de Curadores. Eles deverão se reunir na primeira quinzena de julho para apreciação e deliberação da proposta final do plano de funcionamento da instituição.
Nesta segunda-feira (11), o professor Marcelo Brito Carneiro Leão assume oficialmente a reitoria da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) para o quadriênio 2020-2024. Nomeado na semana passada para exercer o cargo, o novo reitor tomou posse nesta manhã ao lado do vice-reitor Gabriel Rivas.
“Vamos trabalhar inicialmente para manter a UFRPE no funcionamento que ela tem hoje, com a qualidade nos serviços, tudo o que foi feito nesses últimos oito anos que nos levou ter indicadores muito bons”, destacou o reitor. “Fomos reconhecidos entre as melhores do país no índice de governança e gestão do Tribunal de Contas da União (TCU)” completou Marcelo Carneiro Leão. Em 2019, a UFRPE ocupou, no ranking de governança e gestão pública do TCU, a 1ª colocação em Pernambuco, o 2º na região nordeste e o 4º no Brasil entre as universidades federais.
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A partir desta terça (12), o novo reitor já dará encaminhamento a projetos de fomento à inovação e ao empreendedorismo na UFRPE, como o Instituto de Pesquisa, Inovação e Empreendedorismo (Instituto Ipê) e da Secretaria de Tecnologias Digitais. “O Instituto Ipê vai colocar a UFRPE nesse jogo do ecossistema de inovação, que será um ponto forte da nossa gestão. Já a Secretaria vai ser responsável por embarcar tecnologia em todos os processos de nossa Universidade, construção de campis inteligentes, essas questões”, enfatizou o reitor.
Marcelo Carneiro Leão passa a dirigir a universidade no lugar da professora Maria José de Sena, com quem exerceu as últimas duas gestões na função de vice-reitor. A nova gestão, conforme o plano de campanha da chapa De Mãos Dadas pela UFRPE, promete também ser interativa, participativa e focada principalmente em critérios de governança, transparência, inovação, direitos humanos e empreendedorismo.
A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) publicou uma nota oficial, nesta quinta-feira (26), sobre a redução de 188 bolsas de pós-graduação (109 de mestrado e 79 de doutorado). Além da UFRPE, a Universidade Federal de Pernambuco e diversas outras já declararam ter sofrido reduções drásticas no quantitativo de bolsas.
O corte foi causado pela Portaria nº 34 de 9 de março de 2020 da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que altera as regras de fomento aos cursos, vinculando a distribuição das bolsas preferencialmente a quem tiver maiores notas de avaliação e reduzindo o quantitativo de programas considerados mal avaliados. De acordo com a pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (PRPPG) da UFRPE, Maria Madalena Guerra, a decisão da Capes foi unilateral e causa grande prejuízo. “Constatou-se que a UFRPE havia perdido 55 bolsas de mestrado e 47 bolsas de doutorado, totalizando uma perda de 102 bolsas DS e 3 bolsas PROEX. Em contrapartida, com base nas portarias No 20 e 21, que possibilitava perda ou ganho de bolsa no limite de 10%, alguns PPG haviam recebido 14 bolsas de mestrado e 8 bolsas de doutorado, totalizando o ganho de 18 bolsas DS e 4 bolsas PROEX. Promover a readequação da distribuição destas bolsas não foi uma tarefa fácil para os PPG, mas, com o empenho de todos, a tarefa foi realizada, resultando em perda de excelentes candidatos selecionados, por optarem cursar sua pós-graduação em outra instituição que tinha disponibilidade de bolsa”, declarou a Pró-reitoria.
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A instituição declarou ainda que “com o objetivo de anular os efeitos negativos resultantes das decisões tomadas de forma unilateral pela Capes, a UFRPE se coloca à disposição para o diálogo, na busca de se obter um modelo que possibilite a melhor distribuição das bolsas DS e PROEX da CAPES, para que o Brasil dê continuidade ao processo de consolidação do Sistema Nacional de Pós-Graduação, de forma inclusiva”.
Em entrevista concedida ao LeiaJá no último sábado (21), a pró-reitora classificou a publicação da Portaria nº 34 como um desastre. “Temos alunos de fora do país que vieram na certeza de que iam ter bolsas e elas não estão aparecendo mais. Programas tinham 14 bolsas e passaram a ter 7. Alguns perderam todas. É um desastre tremendo quando o Brasil precisa da ciência, quando o ministério pede ajuda da universidade com pesquisas e corta bolsas, isso vai acabar com a pós-graduação especialmente nas regiões menos favorecidas”, afirmou.
Começaram nesta segunda-feira (17) as matrículas de alunos veteranos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).O procedimento pode ser realizado diretamente no Sistema de Informações e Gestão Acadêmica (SIG@) até até a próxima quinta-feira (20).
No segundo semestre, os veteranos da Unidade Acadêmica do Cabo de Santo Agostinho (UACSA) passam a utilizar o Sistema Integrado de Gestão de atividades Acadêmicas (SIGAA), quando ocorre a implementação do sistema em toda a instituição. Os candidatos devem procurar a unidade para mais informações.
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Os retardatários poderão realizar as matrículas até dia 2 março, quando inicia o ano letivo 2020.1. Reajustes das matrículas ficam previstos no período de 11 a 13 de março.
Por recomendação da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (PREG) solicita que os estudantes imprimam ou anotem o protocolo do requerimento de matrícula, emitido pelo SIG@, para fins de comprovação. Já os estudantes aprovados pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2020 não precisam realizar nenhum procedimento, pois estão regularmente matriculados nas disciplinas do primeiro semestre de seus respectivos cursos.
A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) adiou a divulgação da lista de candidatos convocados na primeira lista de espera do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2020. A instituição alega que o Ministério da Educação (MEC) não enviou a relação com os nomes dos candidatos desde a última quinta-feira, 6 de fevereiro, prazo previsto no cronograma do Sisu.
A universidade informou ainda ter recebido um comunicado do MEC na última sexta-feira (7), afirmando que problemas técnicos impossibilitaram a disponibilização dos resultados. Com a alteração de cronograma, a lista deverá ser divulgada na próxima segunda-feira (10). Assim que for confirmada a disponibilização da lista de inscritos, a UFRPE irá divulgar um cronograma de matrículas atualizado para todas as suas unidades.
A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) divulgou o edital de seleção de estudantes para cursos de graduação a distância. São oferecidas 160 vagas distribuídas entre os pólos de ensino de Afrânio, Carpina, Jaboatão, Gravatá, Limoeiro, Pesqueira, Petrolina, Recife, Santa Cruz do Capibaribe, Surubim e Tabira.
Os cursos disponíveis são licenciatura em artes visuais com ênfase em digitais, licenciatura em física, licenciatura em história, licenciatura em letras e bacharelado em administração pública. As inscrições devem ser feitas entre os dias 3 e 12 de fevereiro através do site da UFRPE e são restritas a um curso por polo.
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A seleção dos candidatos será realizada exclusivamente com base nas notas obtidas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Serão aceitos os resultados dos exames dos anos de 2015 até 2019, desde que o participante tenha obtido mais de 200 pontos na redação. De acordo com a universidade, professores das redes públicas, que estão atuando em sala de aula, sem formação adequada ou sem formação em nível superior terão acréscimo de 10% na nota geral do Enem para a seleção.
O resultado do processo seletivo será divulgado no dia 27 de fevereiro e a matrícula dos aprovados deve ser feita presencialmente, no polo de ensino onde será ofertado o curso, nos dias 3 e 4 de março. As aulas terão início no dia 9 de março. Para mais informações, acesse o edital, confira o quadro de vagas e o cronograma da seleção.