Tópicos | crime sem solução

Aliado político e amigo da vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada no Rio de Janeiro em março de 2018, o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL) disse, nesta segunda-feira (27), que a morte da parlamentar revelou um “subterrâneo” da política carioca. Segundo ele, há um projeto político que é capaz de matar e quem integra o grupo será descoberto apenas quando a polícia identificar quem mandou matar Marielle.

“É um crime contra a democracia, não é mais um homicídio, não digo isso porque ela é mais importante outros assassinados, mas a Marielle não foi assassinada com bala perdida ou com um assalto. É o crime mais planejado na história do Rio de Janeiro. Planejado politicamente”, observou Freixo em conversa com o LeiaJá, durante passagem pelo Recife.  

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“A grande pergunta é quem mandou matar? Se não soubermos não saberemos a razão política da morte dela e não saber a razão política significa dizer que tem um grupo político que é capaz de matar para fazer política que vai continuar existindo. A partir do momento que você tem um projeto político capaz de matar é muito grave”, acrescentou.

Sobre a expectativa de um desfecho positivo da investigação, agora que Jorge Alberto Moreth, chamado de Beto Bomba, entregou-se à polícia e foram descobertas, pela Polícia Federal, intervenções nas investigações, Freixo disse que “foram muitos erros nessa investigação”, mas o crime “não pode ficar sem solução”. Ele é considerado um dos chefes do chamado ‘Escritório do Crime’, apontando como o grupo miliciano envolvido no assassinato de Marielle e do motorista Anderson Gomes.

“O crime contra Marielle revela um subterrâneo do Rio de Janeiro que estava nebuloso há muito tempo. Chega numa relação de crime, polícia e política que o Rio nunca foi capaz de encarar. A Polícia Federal claramente diz ‘eles se arrependeram de matar Marielle’, talvez eles esperavam que fosse mais uma morte de uma mulher negra. A Mari virou um símbolo que eles não esperavam e desdobra num olhar para o Rio de Janeiro, de um esgoto que muita gente fazia parte. Não podemos deixar esse crime sem solução, por tudo que virou e representa. Pegar quem matou foi importante, agora tem que chegar em quem mandou matar”, argumentou o deputado federal.

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