Tópicos | Dia Nacional do Doador de Sangue

Em comemoração ao Dia Nacional do Doador de Sangue, celebrado neste sábado (25), o LeiaJá conversou com dois doadores que falaram sobre a importância desse ato voluntário que ajuda a salvar a vida de centenas de pessoas. Além disso, a reportagem descobriu ações que estão sendo realizadas pela Fundação de Hemoterapia e Hematologia de Pernambuco (Hemope) em homenagem e agradecimento aos doadores pelo serviço ofertado à sociedade.

Comemorações e alertas

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Mesmo a data funcionando como um dia em que parabeniza pessoas que procuram os hemocentros para fazerem suas doações, ainda serve como um alerta para que mais cidadãos doem. As fundações de hemoterapia e hematologia espalhadas por todo o Brasil ainda enfrentam estoques críticos de sangue.

Segundo o Ministério da Saúde, apenas 1,8% da população brasileira é doadora. O índice está dentro do intervalo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que varia de 1 a 3%. Ainda assim, não é suficiente para atender a demanda do país.

Pensando em enfrentar esse problema e incentivar a doação, a Fundação Hemope vem realizando, desde a última segunda-feira (20), a campanha "Parabéns doador! Sua doação voluntária merece toda gratidão e comemoração", que vem promovendo a entrega de certificados para os doadores e apresentações musicais. Neste sábado (25), o músico Wagner Do Sax encerrará as homenagens na recepção do hemocentro Recife, localizado no bairro das Graças, a partir das 9h.

Durante as homenagens, o Hemope promoveu uma coleta externa de doação de sangue, no Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Em entrevista ao LeiaJá, o doador Nelson Imbert Baptista, de 55 anos, defendeu a importância de ações como essas. Ele, que é doador do estado do Rio de Janeiro, revelou para a reportagem o dia em que decidiu somar nessa luta de salvar vidas.

"Sempre ouvimos as pessoas falarem que gostariam de ajudar o próximo mas não têm condições financeiras para isso. Tenho sangue O- e 5 anos atrás uma pessoa implorava por este tipo de sangue nas redes sociais. E aí veio a reflexão: por que não doar algo que é de graça e que ajudará tanta gente? Não seria um egoísmo não atender as pessoas que tem suas saúdes debilitadas com algo que eu tenho de sobra ?  Assim nasceu o espírito doador em mim", disse.

Nelson deu até dicas de como conseguir enfrentar o medo de doar, algo que é tão temido por pessoas ainda optam em não serem doadoras. "Eu encaro como um exame de rotina . Olha para o lado oposto e fico no celular e quando vejo já acabou pois o processo é muito rápido. Sigo as recomendações que são passadas a todos os doadores: no dia  anterior uma boa noite de sono, hidratação, zero bebida alcoólica e alimentação saudável, inclusive minutos antes do procedimento. Nunca tive nenhum efeito colateral em todos esses anos".

O doador disse se sentir muito "agradecido por estar do lado de quem pode doar e não dos que precisam receber".

"Fico muito feliz pois sei que meu ato irá ajudar muita gente que está em vulnerabilidades no momento. A doação de sangue não traz nenhum malefício a saúde do doador, pelo contrário, você renova uma parte do seu sangue a cada doação. Então eu peço a todos que gozam de uma excelente saúde que reflitam sobre a possibilidade de doar. Vai lá e tente uma vez e veja como se sente antes de se tornar um doador. As vezes doamos porque um pai, mãe ou filho nosso precisam. Mas lembrem-se que aqueles irmãos desconhecidos que estão no leito de hospital, são pai, mãe ou filho de alguém", pontuou.

Compartilhando da mesma opinião, o doador Victor Moreno, de 29 anos, que também reside no Rio de Janeiro, afirmou que "doar não dói e é muito rápido". "Não há o que temer. Doar sangue salva vidas. Minha dica é tentar se distrair com outras coisas. O ato da doação dura menos de 10 minutos".

Victor, que começou a ser doador aos 18 anos em uma campanha na Escola de Aprendizes-Marinheiros do Ceará, ressaltou que os estoques de sangue estão baixos e que apenas "uma doação pode salvar mais de uma pessoa". "Doar sangue é uma ato de amor. Doe sangue. Doe vida".

Como doar?

Para ser um doador é preciso, primeiramente, cumprir requisitos. É importante ter boas condições de saúde, e ter entre 16 e 69 anos, pesando no mínimo 50 quilos. No dia anterior da doação, é necessário descansar e se alimentar bem. Além disso, a frequência das doações também é controlada, para homens é estabelecido um intervalo de 60 dias entre uma doação e outra, e para as mulheres o prazo é de 90 dias. 

Veja alguns requisistos:

- Caso esteja resfriado, a recomendação é de que se espere sete dias após o fim dos sintomas para doar o sangue;

- Mulheres que acabaram de ter filhos estão liberadas para a doação 90 dias após o parto normal e 180 dias em caso de cirurgia cesariana:

- Mulheres que estão amamentando devem esperar 12 meses para doarem sangue;

- Doadores e doadoras que tenham feito tatuagens ou pigmentações definitivas devem aguardar um ano;

- Algumas vacinas inabilitam a doação por determinado período. A vacina da gripe deve ter intervalo de 48 horas antes da coleta de sangue. Já as vacinas contra a covid-19 variam de 48 horas a sete dias, a depender do fabricante.

 

 

 

Após sofrer com a queda de 40% em seu estoque, a Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope) aproveita a chegada do Dia Nacional do Doador de Sangue, celebrado nesta quarta-feira (25), para sensibilizar a população sobre a importância da doação. A diretora da entidade conversou com o LeiaJá e tirou dúvidas sobre o procedimento, derrubando alguns mitos sobre quem pode e quem não pode participar da campanha.

"No período do pico máximo da pandemia aqui no Estado, que foi entre abril e maio, nós chegamos a ter uma queda de 40% nas doações", disse a diretora de hemoterapia do Hemope, Ana Fausta Cavalcante. Ela acredita que a situação só não foi pior no estado porque houve suspensão das cirurgias eletivas.

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No período entre março e outubro deste ano, foram coletadas 46.497 bolsas de sangue. O dado colhido durante a pandemia representa uma retração de 7% em relação ao mesmo período em 2019.

Para estimular os pernambucanos, Ana Fausta esclareceu dúvidas recorrentes sobre a liberação para as doações, como o peso necessário, a faixa etária apta e se ex-pacientes da Covid-19 ou Chikungunya podem participar da campanha nacional.

Acompanhe

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“Em meio à pandemia, há a possibilidade de os doadores agendarem seus atendimentos em todos os hemocentros do Estado para evitar aglomerações. No Hemope Recife, o agendamento pode ser feito pelo número 0800.081.1535 e para ligações interestaduais: (81) 3182-4630. Já na sede de Caruaru, o agendamento é feito pelo (81) 3719-9569; em Serra Talhada tem a opção de marcar também pelo Whatsapp através do (87) 99930-8777 ou telefone (87) 3831-9330. Em Garanhuns, também ocorre pela ferramenta Whatsapp pelo (87) 98128-7133 ou no (87) 3761-8520. Para Petrolina o número é (87) 3866-6601; em Salgueiro, os doadores podem ligar para o (87) 3871-8569. Em Ouricuri, o número é (87) 3874-4890; e para Arcoverde (87) 3821-8559”, informou a Secretaria Estadual de Saúde.

Natural do Rio de Janeiro, Luis Cláudio Soares Rodrigues de 48 anos, bateu o recorde nesta semana ao fazer sua doação de sangue número 200. O carioca, que já contribui desde 1993, agora é o maior doador do Brasil.  

A doação aconteceu na tarde da última sexta-feira (24), na unidade do Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (Hemosc), em Florianópolis. Em entrevista a um jornal da cidade, Luis declarou que a data foi escolhida a dedo, já que neste sábado, 25, é comemorado o Dia Nacional do Doador de Sangue.  

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"Escolhi a data para também comemorar e quebrar o recorde. E vamos agora rumo as 300 doações", celebra Luis. De acordo com o Hemosc, o brasileiro já doou plaquetas por 178 vezes e sangue 22 vezes. 

A primeira doação de plaquetas aconteceu em 1997, quando o filho de um colega de trabalho teve leucemia e precisou de ajuda. Já morando em Florianópolis. Como o processo de doação de plaquetas pode ser feito com maior frequência, apenas precisa de intervalo de no mínimo 48 horas entre as doações, Luis passou a doar todos os meses.  

Ainda segundo o suboficial da Aeronáutica, a possibilidade de poder salvar vidas em uma atitude que leva poucos minutos, fizeram com que ele tornasse a doação uma rotina pessoal e profissional. "Sempre me perguntam o que eu ganho e eu digo que a principal recompensa é a satisfação daquele que vai receber o sangue", explicou o carioca ao jornal.  

O recorde anterior foi de um morador de Canoinhas, que havia doado 189 vezes.  

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