Tópicos | Dia Nacional do Livro Infantil

O livro abre portas para o mundo da imaginação, dos sonhos e da fantasia. Com ele, a criança não só amplia sua capacidade cognitiva, como ainda se diverte e desenvolve sua postura crítica e reflexiva. A literatura infantil descortina mundos e é um caminho para descobertas importantes que são carregadas durante toda a vida.

Para homenagear os pequenos leitores, o Dia Nacional do Livro Infantil foi criado em 2002 e marca o nascimento do escritor brasileiro Monteiro Lobato, conhecido por suas histórias infantis do Sítio do Picapau Amarelo. A data, 18 de abril, será celebrada na Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) com uma programação especial e repleta de novidades.

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Instituição ligada ao Ministério da Educação (MEC), a Fundaj possui equipamentos que estimulam as reflexões, o entretenimento e o conhecimento através da leitura. Um deles é a Editora Massangana, que vai promover o evento do Dia Nacional do Livro Infantil na Sala de Leitura Nilo Pereira, localizada no campus Ulysses Pernambucano da Fundaj, Derby.

A celebração acontece a partir das 16h, de forma gratuita e aberta ao público, e conta com parceria da Biblioteca Blanche Knopf e do educativo do Museu do Homem do Nordeste. Na ocasião, serão lançados dois livros infantojuvenis pela Editora Massangana.

"A Editora Massangana, acreditando na importância da literatura voltada ao público infantojuvenil, passou a incluir em seu catálogo algumas obras que buscam ajudar as crianças na construção da sua imaginação . Dessa forma, o pequeno leitor pode se identificar com histórias e personagens e dizer intimamente para si: 'eu posso estar lá, este lugar também me pertence', e, quando isso acontece é como se o leitor estivesse sendo transportado para aquele universo", contou a coordenadora da Editora Massangana, Elizabeth Mattos.

Um dos livros é Para Ler o Seu Bairro 2, publicação resultante do projeto Interagindo com a História do Seu Bairro, uma parceria do Programa Manuel Bandeira de Formação de Leitores da Secretaria Municipal de Educação com a Biblioteca Blanche Knopf da Fundaj. O projeto tem o objetivo de construir um registro memorial da comunidade em que a Unidade Escolar está inserida, utilizando diversas linguagens artísticas e literárias.

O segundo livro, Ciranda Pernambucana: Antologia Poética Infantojuvenil, será lançado em parceria com a Faculdade Frassinetti do Recife (Fafire) e reúne poemas de 15 autores pernambucanos ou radicados no estado. Os textos são reflexões sobre o tempo da infância e dos primeiros anos da adolescência, com o objetivo de valorizar a vivência poética.

"Temos poemas que certamente nunca foram pensados ou criados para a infância e a adolescência. Contudo, sabemos que a poesia não tem idade, e que toda grande poesia pode ser compartilhada com os pequeninos, com os leitores em processo de formação inicial", explica a professora doutora Liliane Maria Jamir e Silva, editora dos periódicos da Fafire e organizadora do livro na introdução da obra.

Além do lançamento, um grupo de dramaturgia da Fafire fará uma apresentação performática de alguns dos poemas. A programação ainda conta com o lançamento do projeto Travessias, que tem o objetivo de trabalhar com educadores e mediadores os livros publicados pela Editora Massangana. As atividades serão realizadas em parceria com o educativo do Museu do Homem do Nordeste.

Da assessoria

Neste sábado (18) é comemorado o Dia Nacional do Livro Infantil. A data também é uma homenagem ao autor brasileiro Monteiro Lobato (1882-1948). Por isso, o LeiaJá fez uma lista com obras infantis que atravessam gerações.

"Esses livros são utilizadas na educação e alfabetização há tempos. As histórias, das quais muitas se tornaram cultura folclórica brasileira, me foram introduzidas no meu processo de aprendizado e eu, em conjunto com os colegas de trabalho, utilizamos até hoje para ensinar as crianças", comenta a pedagoga Suely Batista Rios.

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Confira a lista:

"O Saci", de Monteiro Lobato (1921)

Traduzindo a cultura brasileira da forma mais singela possível, o livro conta a história de uma criatura da natureza que além de amigo da fauna e da flora, aplica inúmeras pegadinhas nos seres humanos. A obra já ganhou inúmeras adaptações literárias e segue reconhecido pelo território nacional.

"O Marques de Rabicó", de Monteiro Lobato (1922)

O personagem foi apresentado ao público em 1922 por meio do livro homônimo e, apenas em  1932, passou a fazer parte das histórias do "Sítio do Pica-Pau Amarelo". Na obra, o público descobre como o porco escapou de ser assado para se tornar o animal de estimação de Narizinho.

"Reinações de Narizinho", de Monteiro Lobato (1931)

É um livro de fantasia e infantil que serve de introdução às histórias de "Sítio do Picapau Amarelo". Reúne aventuras independentes e também apresenta alguns dos personagens que vivem no sítio.

"Os Três Porquinhos", de Joseph Jacobs (1933)

O conto pertencia ao folclore inglês e fora transmitido oralmente até ganhar a famosa versão escrita. Conta a história dos porquinhos e como eles tentaram se proteger do perigo. O livro ensina o valor do trabalho e da perseverança.

"O Patinho Feio", de Hans Christian Andersen (1843)

Mais antigo da lista, a obra se espalhou pelo mundo todo e ganhou inúmeras adaptações, por tratar de uma narrativa que faz com que o leitor descubra sua real beleza.

Momento do ano em que há datas significativas para a literatura nacional e internacional, o mês de abril é dedicado ao livro. Em todo o mundo, o Dia do Livro é comemorado em 22 de abril, bem como no dia 12 de abril é lembrado, aqui no Brasil, o Dia Nacional do Livro Infantil. A data celebra o nascimento do escritor paulistano Monteiro Lobato (1882-1948), autor de obras lendárias da literatura infantil brasileira como Caçadas de Pedrinho e Hans Staden, Histórias de tia Nastácia, Memórias da Emília e Peter Pan, entre outros. Reconheceu alguns dos personagens citados? Eles fizeram parte do seriado de TV chamado “O Sítio do Pica-Pau Amarelo” onde a história folclórica se consagrou e atravessou gerações. 

Assim como Monteiro Lobato, muitos outros escritores têm um espaço relevante na Contação de histórias para crianças. Ziraldo, Ruth Rocha e Cecília Meireles são alguns dos nomes que integram a literatura infantil no Brasil.

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É certo que a educação está diretamente ligada ao hábito da leitura. E que ler é um dos grandes desafios educacionais. Em um país em que pouco se lê, ainda há esperanças quando se trata das crianças que têm uma maior motivação para ler um livro. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Ibope em 2018 por encomenda do Instituto Pró-Livro, 42% dos adolescentes entre 11 e 13 anos são os que mais leem por gosto, seguido por crianças de 5 a 10 anos (40%).

Mas como tornar os livros ainda mais interessante para os pequenos, os incentivando a serem futuros leitores? A prática da contação de histórias pode funcionar como um grande atrativo, visto que por meio da escuta os pequenos podem ter uma visão de mundo, conhecendo outras culturas, através da literatura.

Guga Bezerra contando histórias para as crianças. Foto: Laura GalvãoGuga Bezerra é contador de histórias e gestor cultural há uma década. Ele considera que o hábito da leitura também pode ser criado junto à narração literária. “A contação de histórias é uma prática de comunicação muito antiga que fortalece o contato com a palavra desde os primeiros anos da infância. É muito importante dizer que esse momento com a criança é enriquecedor, pois potencializa o olhar social e a identidade cultural, traz conhecimentos e é um incentivo à leitura” diz o gestor, que também realiza projetos educacionais em bibliotecas públicas.

Sob o ponto de vista escolar, a pedagoga e contadora de histórias Roma Júlia acredita que a literatura precisa estar em um lugar maior dentro da sala de aula “A leitura é um momento em que a criança pode viajar e entender o mundo. A escola precisa mostrar para a criança que ler é bom e não criar um processo de obrigar a criança a ler”, defende Roma, que é profissional da educação há 12 anos.

Foi a partir da sala de aula que a pedagoga iniciou a técnica de narração literária “A sala de aula que me levou à contação de histórias. Um educador leitor pode ter alunos leitores, assim como um pai e uma mãe leitores também podem influenciar o filho a ser leitor. E assim a gente constrói uma sociedade leitora” pontua.

Buscando unir técnicas de fomento à leitura na primeira infância, Guga Bezerra e Roma Júlia listam dez maneiras eficientes para atrair à criança para a leitura:

1. Criar o hábito da leitura em família (a criança se guia pelos exemplos em casa);

2. Ler bons livros com as crianças;

3. Levar as crianças para espaços de leitura ou bibliotecas (essa é uma forma de integrar a criança no mundo dos livros);

4. Criar histórias junto à criança.

5. Soltar a imaginação na hora de contar histórias, mudando o tom de voz ou até mesmo criando expressões para os personagens;

6. Criar uma rotina com os livros, reservar dias e horários para leitura;

7. Dialogar e ouvir a criança após as leituras para descobrir o gosto literário dela;

8. Apresentar tipos variados de livros, bem como os assuntos abordados. 

9. Permitir que a criança tenha contato com os livros em diferentes formatos, fazendo a leitura ao seu modo;

10. Ouvir as histórias imaginárias da criança.

 

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