Tópicos | duplos homicídio

Há 25 anos, o então tesoureiro da campanha de Fernando Collor, Paulo César Farias, foi encontrado morto na própria cama, ao lado da namorada Suzana Marcolino, em sua casa de praia no bairro de Guaxuma, Litoral Norte de Maceió, em Alagoas. Mesmo com a grande repercussão do caso, o autor do duplo homicídio não foi identificado e o caso foi encerrado pela Justiça sem acusados.

A irmã da companheira de PC, Ana Luiza Marcolino, lembra que Suzana chegou a ser apontada como a assassina em uma perícia feita de forma errada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "Aquilo nos abalou demais, foram os piores dias das nossas vidas. A gente nunca acreditou naquela versão, sabia que ela não faria isso, mas acabamos sendo tratados, muitas vezes, como uma família de assassinos", relatou ao Uol.

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Uma nova perícia realizada em abril de 1997 constou a versão. O Ministério Público de Alagoas (MP-AL) reabriu o caso com o pedido de uma nova investigação e, só depois de dois anos, um novo laudo da Unicamp assumiu que errou nas medições da altura da mulher e descartou a possibilidade de suicídio. Também não foram localizados resíduos de partículas metálicas que indicassem a possibilidade dela ter efetuado um disparado de arma de fogo naquela noite.

Ainda em 1999, o então deputado e irmão de PC Farias, Augusto, foi indiciado por esquematizar as mortes. No decorrer do inquérito, quatro policiais militares que faziam a segurança da casa de praia foram apontados como autores e coautores materiais do crime.

Embora parecesse que o caso havia tido um desfecho, o Supremo Tribunal Federal (Supremo Tribunal Federal) decidiu arquivar a acusação contra Augusto Farias após o Ministério Público Federal (MPF) apontar que não havia provas contra ele. Em 2002, o caso foi encaminhado ao MP-AL, que denunciou os policiais contratados para proteger a residência.

Em abril de 2011, o ministro do STF Joaquim Barbosa descartou o último recurso da defesa e transferiu o caso novamente para a Justiça alagoana. Só em 2013, após cinco dias de julgamento, o júri popular reconheceu o duplo homicídio, no entanto, pediu pela absolvição dos militares.

Seis anos após os recursos da decisão, o juiz John Silas da Silva determinou a absolvição do quarteto policial e encerrou o caso. Após 25 anos do crime, a Justiça assume que há falhas na investigação e acredita que os verdadeiros criminosos jamais serão identificados.

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