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Dylann Roof, o supremacista branco que matou nove membros da Igreja Metodista Episcopal Emanuel African em Charleston, nos EUA, afirmou nesta quarta-feira que não chamará testemunhas para depor a seu favor, enquanto busca evitar a pena de morte.

O jovem, de 22 anos, reafirmou que representará a si próprio durante seu julgamento, durante o qual será decidido como sentença a pena de morte ou a prisão perpétua. Ele também informou que não chamará testemunhas ao tribunal.

"Até onde sei, não tenho a intenção de apresentar nenhuma prova durante o julgamento, ou chamar testemunhas", disse Roof ao juiz federal Richard Gergel em uma sessão em Charleston, de acordo com o jornal local "The Post and Courier".

Roof, que também apresentará sua própria defesa, declarou também que não irá argumentar sofrer de problemas mentais para conseguir convencer o júri a salvar sua vida.

O governo planeja chamar mais de 30 testemunhas, em sua maioria sobreviventes e membros da família das vítimas do ataque, para participar da fase de julgamento, segundo reportou o The Post and Courier.

O mesmo júri considerou o jovem culpado em todas as 33 acusações contra ele, incluindo a de crime de ódio resultando em morte, no início desse mês.

Roof declarou ter sido o responsável pelo massacre ocorrido em junho de 2015, realizado após participar de um estudo bíblico durante a noite na igreja.

Durante a primeira fase de seu julgamento, a corte assistiu um vídeo de confissão do americano seguido de sua prisão um dia após o ataque. Nele, Roof justificou suas ações utilizando o argumento de que africanos-americanos cometem crimes contra pessoas brancas.

"Alguém tinha que fazer algo, já que pessoas negras matam pessoas brancas todos os dias," acrescentou ele calmamente sem emoção ao agente especial da FBI que o interrogava.

"Eles estupram 100 pessoas brancas todos os dias", prosseguiu.

Três membros do estudo bíblico da igreja sobreviveram ao massacre.

A igreja, também conhecida como "Mãe Emanoel", é uma das mais antigas congregações da América do Sul, com laços fortes na luta contra a escravidão e segregação racial.

O julgamento federal contra Dylann Roof por ter matado nove fiéis de uma igreja começou nesta quarta-feira (7), com o Ministério Público descrevendo o "frio" e "calculado" massacre racial em suas alegações de abertura, em Charleston, na Carolina do Sul.

O jovem de 22 anos pode ser condenado à pena de morte por ter matado nove fiéis negros da Igreja Metodista Episcopal Africana "Mother Emanuel", que participavam de uma reunião de estudo da Bíblia, em 17 de junho de 2015.

Depois da seleção final dos 12 membros do júri, os advogados de ambos os lados apresentaram suas alegações de abertura, frente ao juiz federal Richard Gergel.

Roof "decidiu executar nove homens e mulheres bons e inocentes", disse o promotor Jay Richardson, de acordo com o jornal local The Post and Courier. "E escolheu fazê-lo pelo insensível ódio que tem de sua cor de pele", completou.

A Procuradoria espera conseguir a pena de morte e se negou a aceitar a oferta de Roof - que ainda diz ser inocente - de se declarar culpado em troca de uma sentença de prisão perpétua pelas 33 acusações que pesam contra ele.

Richardson disse aos membros do júri que Roof passou meses planejando o ataque e acumulando munições.

O promotor destacou o fato de Roof ter escolhido atacar a Igreja Mother Emmanuel, símbolo da luta dos negros contra a escravidão.

Quando entrou na igreja, os 12 fiéis que lá estavam pensaram que Roof era "um pequeno garoto inofensivo", disse o promotor. "Não imaginavam o coração frio e cheio de ódio que ele tinha".

Em seguida, lembrou o promotor, no meio do ataque, enquanto recarregava sua arma calibre 45, o jovem disse: "tenho que fazer isso. Vocês estão estuprando nossas mulheres e se apoderando do nosso país".

Quando chegou sua vez, o advogado de defesa, David Bruck, disse que não questionará os fatos, talvez sequer chame testemunhas e que não questionará os depoimentos da Procuradoria, segundo The Post and Courier.

Ele pediu aos membros do júri que levem em consideração o passado de Roof e que tentem entender os fatores que motivaram sua ideologia racista, para não condená-lo à morte.

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