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O sambista carioca Tunico da Vila, filho de Martinho da Vila, usou suas redes sociais para denunciar um caso de discriminação que sofreu na noite da última sexta-feira (20), em Vitória, capital do Espírito Santo. Por meio de um vídeo, o artista disse que um vendedor de bebidas disse que ele deveria "voltar para favela porque lá era seu lugar".

"Eu, Tunico da Vila, negro brasileiro, acabei de sofrer racismo aqui na Rua da Lama por um idiota falar ‘volta para favela’, uma injúria racial né? Ele falou: ‘volta pra favela, lá é seu lugar’. E o pior, ele é pardo. Estou agradecendo aqui a Polícia Militar que veio e pegou os dados. Racistas não passarão", disse Tunico, na gravação. 

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O sambista contou que o caso aconteceu quando sua esposa, Débora Sathler Ferreira, desceu para passear com Soba, porco de estimação do casal. Ao ver o bicho fuçando a grama, o homem reclamou com ela. 

Sem saber do ocorrido, o sambista desceu em busca da esposa, para pedir que ela lhe ajudasse com um curativo. "Falou que o Soba estava estragando a obra que ele estava pagando [se referindo a obra da rua feita pela Prefeitura], mas os porcos fuçam e os cachorros também. Ele já tinha sido grosso com ela, foi gritar com ela e falei pra ele falar direito com ela e ele disse 'volta pra favela que lá é o teu lugar'. Aí comecei a chamar ele de racista, gritei e fui pra cima dele, não de agredi-lo, mas pra não deixar ir embora. Ele estava vendendo energético, não sei se tinha permissão. Depois de falar o que falou ele me chamou de macumbeiro", contou o sambista ao G1.

De acordo com Tunico, na tradição do candomblé, o porco é o animal sagrado de Omulú, seu orixá de cabeça. O sambista disse que vai registrar boletim de ocorrência junto à Polícia Civil na próxima segunda-feira (23), na delegacia da Praia do Canto, em Vitória.

Em Tulsa, que há um século foi palco de um dos piores massacres racistas da história dos EUA, o presidente americano, Joe Biden, anunciou planos para reduzir a desigualdade entre brancos e negros. O democrata também escalou publicamente sua vice, Kamala Harris, para liderar a negociação com o Congresso para aprovar leis que protejam o direito de voto de minorias.

Biden se tornou o primeiro presidente no cargo a visitar a região de Greenwood, em Tulsa, no Estado de Oklahoma. Em 1921, o bairro de economia vibrante, conhecido como "Wall Street Negra", foi destruído em um ataque de supremacistas brancos que matou cerca de 300 negros e destruiu casas e negócios de outros 10 mil. "Isso não foi um motim. Isso foi um massacre", disse Biden, sobre o episódio em Tulsa, que foi ignorado na história americana até recentemente. "Embora a escuridão possa esconder muito, ela não apaga nada."

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O presidente estabeleceu a promoção da igualdade racial como um dos pilares do seu governo, antes mesmo de tomar posse. Os protestos antirracismo realizados nos EUA no ano passado deram força à chapa formada pelo democrata e pela primeira mulher negra a se tornar vice-presidente, Kamala Harris.

Nesta terça-feira, 1º, dia que o massacre completou 100 anos, Biden anunciou medidas para reduzir as disparidades de oportunidades econômicas e habitacionais entre negros e brancos. Uma família negra nos EUA tem US$ 0,13 para cada US$ 1 de riqueza de uma família branca.

O foco das políticas anunciadas em Tulsa foi o acesso à casa própria, com medidas para diminuir a discriminação racial em avaliações imobiliárias, e o incentivo a empreendedores negros. Biden prometeu usar o poder de compra governamental para ampliar em 50% o volume de contratos federais com pequenos negócios tocados por minorias. Isso significa um acréscimo de US$ 100 bilhões em cinco anos, segundo a Casa Branca.

Alguns anúncios, no entanto, dependem da aprovação pelo Congresso do pacote de infraestrutura proposto pelo presidente, como a revitalização de bairros e crédito para pequenos negócios. Ativistas criticaram a ausência de propostas para cancelar a dívida de universitários, que afeta desproporcionalmente alunos negros.

Voto

Ontem, o democrata jogou luz sobre suas políticas de igualdade racial no momento em que é criticado por não conseguir emplacar mudanças estruturais - como aprovar no Congresso a Lei George Floyd, para promover a reforma policial, e frear a ofensiva de medidas para restringir o acesso ao voto. Os negros são desproporcionalmente mais afetados pela violência policial nos EUA e também alvo das tentativas de republicanos de dificultar o acesso ao voto.

Desde a eleição de 2020, foram apresentados no país inteiro mais de 360 projetos de lei que podem dificultar o direito de voto. O alvo são camadas mais vulneráveis da população e negros. "Um ataque sem precedentes à nossa democracia", disse Biden sobre as iniciativas encampadas por políticos republicanos. "Este direito sagrado está sob ataque com uma intensidade como eu nunca vi."

Em Tulsa, o presidente americano disse ter designado Kamala Harris como responsável por organizar um esforço político para aprovar no Congresso leis capazes de proteger os direitos de voto. Há dois projetos de lei no Congresso. Um, conhecido como "Pelas Pessoas", e a Lei John Lewis, que leva o nome do deputado e pioneiro defensor dos direitos civis nos EUA, morto no ano passado.

Biden culpou os congressistas por não avançar no tema. "Eu ouço todas as pessoas na TV dizendo: 'Por que Biden não faz isso?'. Bem, porque Biden tem uma maioria de quatro votos na Câmara e um empate no Senado, com dois membros do Senado que votam mais com meus amigos republicanos", disse o presidente, em crítica aos senadores democratas moderados Joe Manchin e Kyrsten Sinema.

Chacina em Greenwood

Em 1921, o bairro de Greenwood, na cidade americana de Tulsa, era uma comunidade próspera construída por negros quando foi devastado por chamas. Tudo começou quando um jovem negro foi preso após ser acusado de agredir uma mulher branca. Homens de sua comunidade saíram em sua defesa e enfrentaram os manifestantes brancos.

Ao amanhecer, os brancos iniciaram os ataques sem que a polícia tentasse impedi-los. Centenas de residentes foram brutalmente mortos, suas casas e negócios, destruídos. Um fator que impulsionou a violência foi o ressentimento em relação à prosperidade negra. O número de mortos é difícil de estimar, mas os historiadores acreditam que até 300 negros tenham perdido a vida, sem que nenhum branco tenha sido condenado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) divulgou o resultado das avaliações da Comissão de Heteroidentificação e da Comissão de Verificação para Pessoa com Deficiência (Comissão de Verificação – PcD). O resultado é referentes aos selecionados na 1ª chamada do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2020.

As listas, publicadas nesta quarta-feira (5), podem ser conferidas no hotsite Sisu UFPE. Ao total, são 1.166 nomes de candidatos deferidos para os cursos de graduação dos campi Recife, Caruaru e Vitória, sendo 1.089 na lista de pretos ou pardos e 77 na lista de pessoas com deficiência (PcD).

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Os candidatos que passaram por uma ou pelas duas Comissões e não encontraram o nome na(s) lista(s) publicada(s) foram considerados inaptos e poderão recorrer do resultado. Os recursos contra decisões das duas comissões podem ser solicitados nesta quinta (6) e sexta-feira (7). O formulário on-line está disponível também no hotsite Sisu UFPE.

Durante o período de entrega dos documentos, nos dias 31 de janeiro e 3 e 4 deste mês, a Comissão de Heteroidentificação avaliou os selecionados e autodeclarados pretos ou pardos na 1ª chamada do Sisu 2020. Já a Comissão de Verificação para Pessoa com Deficiência fez a avaliação das pessoas com deficiência.

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O novo game da série de desenhos "South Park" está causando polêmica por envolver piadas com questões raciais. Isso porque o nível de dificuldade da jogatina aumenta conforme o usuário escolhe um personagem de cor mais escura. As informações são do site Eurogamer.

O game "South Park: The Fractured But Whole" permite que o usuário escolha o cabelo, as roupas, a maquiagem e a cor de pele de seus personagens. É justamente essa última característica que é usada como critério para definir a dificuldade do jogo.

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Quanto mais escura a pele, maior é a dificuldade. "Não se preocupe, isso não afeta o combate. Muda apenas todos os outros aspectos da sua vida", informa o jogo. O desafio dos combates continua o mesmo, independente do personagem, mas esse critério influência em outros aspectos, como quanto dinheiro ele consegue ganhar e a forma como a história se desenrola.

O desenho animado e os games de "South Park" são conhecidos pelos comentários ácidos e pela ironia. "South Park: The Fractured But Whole" será lançado para PlayStation 4, Xbox One e PC em 17 de outubro e possui dublagem em português.

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Um novo relatório mostra que as empresas de tecnologia estão fazendo pouco progresso na construção de força de trabalho racialmente equilibrada. A organização sem fins lucrativos Open MIC lançou neste mês um estudo em que mostra que afro-americanos e latinos permanecem dramaticamente sub-representados na economia do setor nos EUA.

A organização espera conseguir que os investidores pressionem as empresas de tecnologia a serem mais agressivas com seus esforços de diversidade, afirmando que esta é uma grande perda em termos de produtividade e rentabilidade, tanto para as companhias quanto para a economia em geral.

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"Em um país com uma população cada vez mais diversificada a cada dia, a comunidade de tecnologia dos EUA continua a ser um bastião de privilégio branco, masculino que tem excluído em grande parte as pessoas de cor", disse o diretor executivo da Open MIC, Michael Connor, em entrevista ao site Venture Beat.

"Dada a crescente influência social, política e econômica das empresas de tecnologia, a falta de diversidade no setor tem implicações que vão muito além da própria indústria", opina. Segundo o relatório, os afro-americanos e os latinos representam cerca de 5,3% da força de trabalho do setor.

Ainda segundo o relatório, as pessoas negras que trabalham no setor sentem-se isoladas e discriminadas, o que resulta em uma taxa de evasão 3,5 vezes maior do que a dos homens brancos. Outro estudo da Intel diz que nos últimos cinco anos várias companhias e organizações da indústria se comprometeram a gastar US$ 1,2 bilhão em programas de diversidade.

Apesar da despesa, o relatório Open MIC descobriu que nos últimos 15 anos as minorias raciais e étnicas só viram seu número aumentar em menos de 2% no setor de tecnologia. O estudo também mostra que apenas 2% dos executivos da indústria são afro-americanos e 3% são latinos.

"Há evidências substanciais de que a diversidade leva a ganhos econômicos mais fortes para as empresas, não importa a indústria", diz o relatório. "Dada a crescente influência social e econômica do mundo digital, a atual falta de diversidade racial na indústria de tecnologia representa sérios riscos para os investidores, o setor de tecnologia e a sociedade em geral", complementa o texto.

O julgamento federal contra Dylann Roof por ter matado nove fiéis de uma igreja começou nesta quarta-feira (7), com o Ministério Público descrevendo o "frio" e "calculado" massacre racial em suas alegações de abertura, em Charleston, na Carolina do Sul.

O jovem de 22 anos pode ser condenado à pena de morte por ter matado nove fiéis negros da Igreja Metodista Episcopal Africana "Mother Emanuel", que participavam de uma reunião de estudo da Bíblia, em 17 de junho de 2015.

Depois da seleção final dos 12 membros do júri, os advogados de ambos os lados apresentaram suas alegações de abertura, frente ao juiz federal Richard Gergel.

Roof "decidiu executar nove homens e mulheres bons e inocentes", disse o promotor Jay Richardson, de acordo com o jornal local The Post and Courier. "E escolheu fazê-lo pelo insensível ódio que tem de sua cor de pele", completou.

A Procuradoria espera conseguir a pena de morte e se negou a aceitar a oferta de Roof - que ainda diz ser inocente - de se declarar culpado em troca de uma sentença de prisão perpétua pelas 33 acusações que pesam contra ele.

Richardson disse aos membros do júri que Roof passou meses planejando o ataque e acumulando munições.

O promotor destacou o fato de Roof ter escolhido atacar a Igreja Mother Emmanuel, símbolo da luta dos negros contra a escravidão.

Quando entrou na igreja, os 12 fiéis que lá estavam pensaram que Roof era "um pequeno garoto inofensivo", disse o promotor. "Não imaginavam o coração frio e cheio de ódio que ele tinha".

Em seguida, lembrou o promotor, no meio do ataque, enquanto recarregava sua arma calibre 45, o jovem disse: "tenho que fazer isso. Vocês estão estuprando nossas mulheres e se apoderando do nosso país".

Quando chegou sua vez, o advogado de defesa, David Bruck, disse que não questionará os fatos, talvez sequer chame testemunhas e que não questionará os depoimentos da Procuradoria, segundo The Post and Courier.

Ele pediu aos membros do júri que levem em consideração o passado de Roof e que tentem entender os fatores que motivaram sua ideologia racista, para não condená-lo à morte.

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