Mesmo réu em um processo de lavagem de dinheiro e ligação com tráfico de drogas, Ely Santos deixou de ser suplente do deputado federal e pastor da Universal, Roberto Alves (Republicanos), e assumiu a cadeira na Câmara nesta semana. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Integrante da base do Governo Bolsonaro, Ely tem dois números ativos de CPF, aponta a publicação. A nova parlamentar é irmã do prefeito de Embu das Artes (SP), Ney Santos, que não pode se eleger por ter recebido dinheiro de origem ilegal na campanha.
##RECOMENDA##Segundo o jornal, ela chegou a ficar presa por dois meses, entre 2016 e 2017, quando foi denunciada pelo Ministério Público de São Paulo por envolvimento com a facção Primeiro Comando da Capital (PCC). O principal alvo era o irmão, que ficou foragido e não foi à própria cerimônia de posse.
A denúncia aponta que a parlamentar atuava nos negócios do irmão para lavar dinheiro do tráfico. Ela também participava como laranja na movimentação de bens de políticos com bloqueios judiciais.
Mesmo sem ser localizado, Ney recebeu habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF). O inquérito sobre os recursos ilegais ainda não foi concluído e não tem Ely como alvo.
A defesa nega
A deputada já foi secretária municipal do Desenvolvimento Social e informou à Justiça Federal que era empresária. O Ministério Público entende que seu CPF duplicado foi usado para confundir as autoridades na abertura de empresas.
As defesas garantem que vão comprovar a inocência dos clientes e que "não há qualquer elemento" que os ligue ao PCC. Os advogados reforçam que Ely é uma "pessoa íntegra, com o passado ilibado e que muito engrandecerá o Legislativo".