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O conselheiro da Casa Branca para a crise sanitária, Anthony Fauci, disse neste domingo (1º) que não acha que os Estados Unidos precisem de novos confinamentos, mesmo se "a situação piorar" devido a uma "epidemia entre os não vacinados".

Poucos dias depois de voltar a impor o uso de máscaras em ambientes fechados para os vacinados e em meio ao aumento de casos pela variante Delta, Fauci considerou em uma entrevista à ABC que é pouco provável que os Estados Unidos voltem "para a mesma situação do inverno" boreal.

"Não acho que teremos confinamentos", afirmou Fauci, mesmo que "a situação se agrave" devido à "epidemia entre os não vacinados".

"A solução é estar vacinado", acrescentou o imunologista, elogiando a eficácia das vacinas contra a covid-19, que evitam a forma grave da doença, a hospitalização e a morte.

"Quando as pessoas não vacinadas se infectam, propagam a dinâmica da epidemia, o que produz um impacto em todo o mundo", explicou.

"As vacinas são incrivelmente eficazes até mesmo contra (a variante) Delta", confirmou Francis Collins, diretor dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH), no canal CNN.

As novas restrições surgem porque os vacinados aparentemente são contagiosos. Mas servem principalmente para proteger os não vacinados, porque quem se imunizou tem "25 vezes menos chances" de ficar gravemente doente, ressaltou.

Quase 60% dos adultos dos EUA estão vacinados, mas persistem fortes disparidades entre o norte, geralmente mais imunizado, e o sul, que é mais relutante.

Infectologista e principal especialista no combate à pandemia de covid-19 nos Estados Unidos, Anthony Fauci disse que o atual nível de contágios local, entre 60 mil e 70 mil casos diários, sugere um risco de que o país sofra com um novo pico de casos da doença.

Segundo explicou Fauci, os EUA registraram uma queda acentuada nas infecções, e agora a curva de americanos infectados passa por um platô, o que indica estabilidade. Caso as medidas restritivas sejam suspensas no país, a tendência é de que a curva suba novamente, afirmou o infectologista.

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Diante desta previsão, a diretora do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos EUA, Rochelle Walensky, enfatizou que relaxar as medidas sanitárias agora seria prematuro e repetiria um erro já cometido pelo país durante a pandemia, que levou a uma nova onda de casos, óbitos e hospitalizações por covid-19.

Coordenador da resposta da Casa Branca à pandemia, Andy Slavitt seguiu o argumento de Walensky ao afirmar que, mesmo com o progresso da vacinação nos EUA, o país não deixou a pandemia para trás. Ele ainda comentou que mais de 8 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 foram administradas nos EUA, e anunciou a abertura de mais dois locais de vacinação em Atlanta, capital da Geórgia, com capacidade de administrar 600 mil doses por dia, segundo Slavitt.

Especialista responsável pela resposta do governo dos Estados Unidos à pandemia de coronavírus, Anthony Fauci cogitou a possibilidade da população americana ter de seguir usando máscaras em 2022, apesar da esperada evolução do programa de vacinação no país. Em entrevista à CNN, o infectologista disse que só vai recomendar as pessoas a deixarem de usar o acessório caso as taxas de infecções diárias nos EUA estiverem "muito abaixo" das menores já registradas no país desde o início da crise sanitária e a maioria da população já estiver vacinada.

Entre maio e junho de 2020, o Centro de Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos EUA chegou a registrar menos de 20 mil casos de covid-19 por dia, menores números já reportados pela instituição.

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Fauci, que também é diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (Niaid, na sigla em inglês), reforçou a ideia de que os EUA começarão a retomar o ritmo normal das atividades perto do fim do ano, mas ressaltou que isso depende do que é considerado "normalidade" neste caso. "Não posso prever, mas acho que teremos um nível significativo de normalidade à medida que o outono e o inverno (no hemisfério norte) cheguem no fim do ano. Pode não ser precisamente como era antes da pandemia, mas será muito melhor do que o cenário atual", disse Fauci.

O infectologista ainda comentou sobre o número de óbitos por covid-19 nos EUA, que nesta semana deve atingir 500 mil. Para Fauci, a marca é "terrível" e algo sem precedentes desde a pandemia de influenza em 1918. "É por isso que insistimos pela continuidade das medidas de segurança, pois não queremos que essa situação fique pior do que já está", completou.

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