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A participação de jovens na fecundidade do País vem diminuindo, mas a maternidade na adolescência permanece alta para padrões internacionais. Em 2004, o Brasil contabilizava 78,8 filhos nascidos vivos a cada mil mulheres de 15 a 19 anos. Em 2014, a cada grupo de mil jovens dessa idade respondia por 60,5 filhos, de acordo com a Síntese de Indicadores Sociais 2015 divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira, 4. A participação dessas mães adolescentes na fecundidade total do País caiu de 18,4% para 17,4% em dez anos.

"A fecundidade entre as jovens de 15 a 19 anos ainda se manteve bastante elevada. O resultado é compatível com outros países da América Latina, mas ainda é muito superior ao de outros países mais desenvolvidos", avaliou Cíntia Simões Agostinho, pesquisadora da Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE.

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O perfil da maternidade na adolescência está relacionado a pouca escolarização e baixa inserção no mercado de trabalho. A mãe adolescente é predominantemente preta ou parda (69% das meninas com filho), não completou o ensino médio (85,4%), se dedica a afazeres domésticos (92,5%) e não estuda nem trabalha (59,7%).

"Quando a mulher tem filho muito jovem, isso influencia nos indicadores. As que não tinham filhos eram mais escolarizadas", apontou Cíntia.

A taxa de fecundidade como um todo no País vem diminuindo ao longo dos anos. Em 2014, essa taxa era de 1,74 filho por mulher, contra 2,14 filhos em 2004, uma queda de 18,6% em dez anos. Os únicos Estados com taxa de fecundidade acima da reposição populacional do País (de 2,10 filhos por mulher) foram Acre (2,52 filhos por mulher), Amapá (2,34), Amazonas (2,32), Roraima (2,27), Maranhão (2,22) e Pará (2,15).

A redução na taxa de fecundidade resulta no encolhimento na fatia de jovens na população. A proporção de jovens de 0 a 14 anos diminuiu de 22,3% em 2013 para 21,6% em 2014. Ao mesmo tempo, a população de 60 anos ou mais aumentou de 13,1% em 2013 para 13,7% em 2014.

Em 2030, a faixa etária mais jovem somará 17,6% da população, enquanto a mais velha responderá por 18,6%. Em 2060, a tendência se acentuará: os mais jovens, de 0 a 14 anos, serão apenas 13,0% da população, enquanto os mais velhos, de 60 anos ou mais, serão 33,7%, mais de um terço do total de brasileiros, de acordo com as projeções feitas pelo IBGE.

A redução dos níveis de fecundidade nos últimos 70 anos foi a principal razão para a queda do ritmo de crescimento da população, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de fecundidade (número médio de filhos que teria uma mulher ao final do seu período fértil) caiu de 6,16 em 1940 para 1,90 em 2010. Os dados mais recentes foram divulgados nesta quarta-feira (17) com análise do Censo 2010.

Como o índice ficou abaixo do nível de reposição, que é de 2,10 filhos por mulher, verifica-se uma diminuição no número de crianças no Brasil e um crescente envelhecimento da população. A região Norte é a única que possui uma taxa de fecundidade acima do nível de reposição (2,47). O Nordeste registra 2,06.

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Um dos fatores que contribuiu para a redução da fecundidade foi o aumento no nível de instrução. Entre as mulheres que possuem o ensino fundamental incompleto, a taxa de fecundidade chega a três filhos por mulher. Já entre que possuem o ensino superior completo, a taxa é de 1,14 filho.

A pesquisa também mostra que quanto mais instrução maior é a faixa etária da maternidade. A maior contribuição de fecundidade entre as mulheres sem instrução e com ensino fundamental completo é na faixa dos 20 aos 24 anos. O grupo de médio completo e superior incompleto mostra um comportamento do padrão da fecundidade mais dilatado, com concentração no grupo de 25 a 29 anos, enquanto no grupo de mulheres com ensino superior completo a maior contribuição da fecundidade vem daquelas com idades entre 30 e 34 anos.

O Censo 2010 aponta ainda que quanto maior a renda per capita maior é o planejamento familiar e a diminuição da fecundidade.

A taxa de fecundidade caiu de 2,38 filhos por mulher em 2000 para 1,86 em 2010, o que indica que pela primeira vez o Brasil ficou abaixo da taxa de reposição, de 2,1 filhos por mulher. Em 1940, a taxa brasileira era de 6,16 filhos por mulher. Os dados que já tinham sido divulgados pelo IBGE foram detalhados segundo raça, renda e escolaridade da população.

As mulheres indígenas foram as únicas que mantiveram a taxa de 2000, de 3,8 filhos. A região Norte é a única que tem a taxa acima da reposição, com 2,1 filhos.

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Nas camadas de baixa instrução e baixa renda as taxas também estão acima dos níveis de reposição. Entre as mulheres sem estudos ou com o fundamental incompleto, a taxa chega a 3,09 filhos. As que têm entre o ensino fundamental completo e o ensino médio incompleto, a taxa é de 2,54 filhos. A partir do curso médio completo, as taxas caem para 1,34 filho e 1,14 filho no caso das mulheres que têm curso superior.

A taxa de menos de 2,1 filhos por mulher indica, segundo o IBGE, que a partir da década de 2030 a tendência será de diminuição da população.

As mulheres brasileiras têm tido menos filhos e engravidado mais tarde. Os primeiros resultados do questionário mais completo do Censo 2010 mostram que a taxa de fecundidade teve uma forte queda em dez anos e chegou a 1,86 filho por mulher, abaixo no nível de reposição da população, de 2 filhos por mulher.

Se a queda nos nascimentos e o envelhecimento da população mantiverem esse ritmo nas próximas décadas, a partir de 2030 a tendência será de estabilização e depois de diminuição de habitantes, diz o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso porque o número de nascimentos deve igualar e, em seguida, ficar menor que o de mortes.

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Os números apontam uma tendência de diminuição da gravidez na adolescência e aumento entre as mulheres de mais de 30 anos. Em comparação com o Censo 2000, os dados mostram que as brasileiras têm deixado de ser mães tão jovens como constatado na década anterior. Há dez anos, 18,8% dos nascimentos ocorriam na faixa dos 15 aos 19 anos e 29,3% entre 20 e 24 anos Essas proporções caíram para 17,7% e 27%, respectivamente. Os nascimentos na faixa de mais de 30 anos, que eram 27,6% do total, subiram para 31,3%.

"É um dado positivo que aponta a redução das mães muito jovens e a tendência de as mulheres terem filhos quando estão mais maduras não apenas financeiramente, mas emocionalmente também", diz a presidente do IBGE, Wasmália Bivar. A tendência de envelhecimento da população, lembra ela, "muda substancialmente as políticas públicas e vai requerer infraestrutura para pessoas idosas e oferta de mobilidade para a população que fica mais velha".

Coordenador de População e Indicadores Sociais do IBGE, o demógrafo Luiz Antônio Oliveira lembra que a tendência de queda na fecundidade se acentuou nos anos 1970 e 1980 e o Censo 2010 confirmou a tendência apontada pelas pesquisas por amostra de domicílio (Pnads) de atingir patamar abaixo da taxa de reposição da população. "Em algum momento, talvez na década de 2030, o número de nascimentos vai encostar no número de óbitos e a população vai parar de crescer", diz.

Entre 2000 e 2010, a taxa de fecundidade foi reduzida em mais de um quinto (22%), passando de 2,38 filhos por mulher para 1,86. Em 1940, a taxa era mais de três vezes maior: 6,16 filhos por mulher. São Paulo é o Estado com a segunda menor taxa do País, de 1,63, atrás só do Rio de Janeiro, com 1,62. "Temos em 2010 algo em torno de 5 milhões de pessoas de até 9 anos de idade a menos do que em 2000. Daqui a pouco vai pesar. Vão começar a surgir questões como: ‘Não precisa desse número de escolas’. É porque a gente tem um estoque muito grande de crianças ainda. Mas com essa taxa de fecundidade, vamos precisar de outros serviços, voltados para os idosos", diz a presidente do IBGE. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os primeiros resultados da Amostra do Censo 2010 em que foram aplicados questionários mais completos em 11% dos domicílios do País, que são 6,1 milhões, mostra a queda na taxa de fecundidade das mulheres e a diminuição da proporção de crianças e adolescentes fora da escola. A taxa de fecundidade, que era de 2,38 filhos por mulher em 2000 passou para 1,86 em 2010, uma queda de 21,9%, de acordo com os dados divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Houve redução em todas as regiões do País. O Sudeste tem a menor taxa, de 1,66 filho por mulher; e o Norte, a maior, de 2,42 filhos por mulher. O Rio de Janeiro tem a menor taxa entre os Estados, 1,62 filho por mulher.

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A amostra também revelou a mudança em uma tendência observada em censos anteriores, com o aumento da média de idade em que as mulheres tornam-se mães. Os grupos de idade de 15 a 19 anos e de 20 a 24 anos que concentravam respectivamente 18,8% e 29,3% da fecundidade total em 2000 caíram para 17,7% e 27% do total em 2010. Para o grupo acima de 30 anos, a proporção aumentou de 27,6% para 31,3%.

Já o porcentual de crianças que não frequentavam a escola na população de 7 a 14 anos caiu de 5,1% em 2000 para 3,1% em 2010.

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